Sentidos escrita por Ally


Capítulo 6
Sensação


Notas iniciais do capítulo

Bom eu sumi por um tempo por causa do vestibular e falta de idéias mas tá ai hahahahaha, desculpa se a qualidade não estiver tão boa e se tiver algo meio errado, e desculpa pela frequenta ida de volta de verbos no passado e no futuro.



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Esse cara podia ser forte, mas não parecia dos mais saudáveis, sua respiração era pesada e eu podia escuta-la, então me guiando pelo som da sua respiração, fui lentamente chegando mais perto e ouvindo mais alto o som, e quando senti que estava próximo o bastante para encaixar um soco perfeito, prendi minha respiração para evitar que ele soubesse que eu estava próximo.

Eu podia sentir o calor do corpo dele junto com a respiração, essa era a hora, peguei meu punho direito foquei toda a força que eu tinha para soca-lo, eu não tinha como mirar então soquei o mais próximo da respiração que pude, tudo aconteceu de uma forma tão natural, e naquele momento pude sentir meu punho encostando em algo extremamente duro, porém macio.

Tudo foi rápido demais, pude ouvir o som de algo caindo no chão, será que acertei o rosto dele? um nocaute? não acredito que eu tenha a força para isso, mas julgando por onde estou não duvido de mais nada.

Fui me afastando lentamente e em passos silenciosos, se eu realmente tivesse o acertado não acredito que ele estaria de bom humor, e ele iria pular em mim com toda a força e raiva que ele provavelmente estava sentindo.

–FILHO DA PUTA! CADÊ VOCÊ SEU MERDINHA? VOU TE MATAR - ele parecia mais que furioso, a forma em que ele estava gritando, ele usou toda a força da voz dele, eu podia imaginar a imagem de uma pessoa com as veias do pescoço saltando, ele não estava irritado estava irado.

Os passos pesados que ele estava dando eram absurdo, eu poderia me aproveitar da minha silenciosidade para dar outro soco, mas não sei se minha mão estava preparada para dar outra porrada daquelas, ainda estava latejando.

–Eu te avisei, você que disse que é matar ou morrer e eu não vou deixar que nada aconteça a Carhina, então vamos lá porra! - acho que agora eu tinha convicção das palavras que estavam saindo da minha boca

–Para um muleque você até que é bem confiante, mas vamos lá, e Carhina me desculpa mas vou ter que mandar seu coleguinha pro inferno - eu podia sentir a fúria em suas palavras

Isso não é bom, eu precisava organizar outro ataque, se não derrotarmos um ao outro em pouco tempo vamos morrer, os dois.

Dei rápidos passos, ziguezagueando entre a esquerda e a direita para tentar confundi-lo, e novamente quando senti sua respiração agora furiosa, não mais ofegante, e seu calor apenas encaixei no espaço que pude meu soco, dessa vez usei minha mão direita acompanhada de um chute, eu costumava ser federado em futebol então eu tinha uma força e uma resistência nas pernas bem maior que em meus braços.

Dessa vez eu senti pena pela dor que ele deve ter sentido porque ele soltou um grunido tão alto que me assustei, não sabia que tinha força o suficiente para causar uma dor nessa escala, aparentemente.

A cada segundo que passa me sinto mais insano, porque alguém criaria uma coisa dessas, porque alguém faria isso com outra pessoa, porque eu estou fazendo isso, será que realmente vou morrer se me recusar a lutar? não sei se podia me dar o luxo de ficar para ver, não por mim, mas por Carhina, eu não sei se eu estivesse aqui por mim mesmo, sem ninguém dependendo de mim eu estaria fazendo isso, provavelmente já estaria morto ou sei lá.

–Você realmente é fortinho hein? Vamos brincar de verdade?

Só depois dele falar isso eu notei que eu estava parado no sentado no chão não muito longe dele, eu já não ouvia sua respiração tão fortemente, que merda, isso não era bom, não podia ser.

Rapidamente levantei-me e me pus em posição de batalha, não que isso fosse ajudar mas todo esforço é pouco. Tentei escuta-lo de todas as formas mas era muito dificil, ouvia apenas bem baixinho uma respiração, mas nada que pudesse me guiar a ele.

Já estávamos nessa enrolação a algum tempo, quando pude sentir lentamente um objeto afiado sendo enfiado nas minhas costas, essa sem sombra de duvidas era a pior dor que já senti na vida, meu corpo ficou entorpecido com aquela dor, minhas costas doíam de uma forma absurda, eu podia sentir agora o objeto sendo rapidamente tirado, como um band-aid, só que de uma forma bem pior, e assim que o objeto saiu, pude sentir saindo de mim em meio a dor um líquido, sangue.

Não conseguia mais pensa apenas cai no chão, não sei se chorava, apenas não conseguia me focar em nada além daquilo, era algo que não sei descrever, eu apenas queria fazer como nos filmes, gritar pela minha mãe ou pedir a Deus, não que no inferno onde eu estava qualquer um dos dois fossem me escutar.

Mas mesmo em meio tudo aquilo, eu pude ouvir um ruído vindo da minha calça, era meu transmissor, era alto o bastante para eu sentir uma vibração, do tipo que caixas de som fazem quanto tocam algo muito alto, então lentamente guiei minha mão ao meu bolso e peguei meu transmissor o pondo no meu ouvido, minha mão estava toda ensanguentada, então era uma sensação estranha.

–KALE, KALE, POR FAVOR NÃO ME DEIXA, VOCÊ DISSE QUE EU PODIA CONFIAR EM VOCÊ, VOCÊ DISSE QUE IA ME ENCONTRAR, PORQUE VOCÊ ESTÁ NO CHÃO, NÃO FAZ ISSO COMIGO, KALE!!! - A voz dela era um grito choroso misturado com raiva e preocupação

O que eu poderia fazer, não sei nem se conseguiria me levantar, mas a voz de Carhina me fazia querer chorar, eu não podia deixar isso assim, mas não sei se podia continuar, então apenas fiz o que pude levantando lentamente do chão.

–Como que você tem uma faca? - Tentei mostrar a ele que eu ainda estava de pé

–Bom, cada um com seus truques -Não gostava desse cara, realmente não dava

Fui dando passos lentos, a respiração dele não era mais ofegante ou raivosa, apenas normal, dessa vez o bastante para escutar, mas ele ainda parecia com dor pela forma que respirava, eu não sei se tinha esforço para um ataque, talvez um último esforço.

Cambaleei quietamente até onde acreditava que ele estaria, e ao sentir o calor corporal dele eu tive a minha certeza e num último ataque, em um ultimo ato de força eu joguei todo meu corpo, pernas, braços tudo, em cima dele com um esforço que eu nunca havia visto em mim mesmo.

Eu pude sentir o nossos corpos se encostando, e o som deles se batendo, meus punhos fechados estavam molhados, mas dessa vez não eram meus, será que era sangue? saliva?

Me deitei no chão e apenas fiquei lá, não tinha mais força, não tinha mais cabeça, mais nada, apenas fechei os olhos, ouvindo ao fundo da minha mente, e raciocinando lentamente as palavras que estavam sendo ditas

–Parabéns participantes 46 vocês venceram a batalha, participante da área de transmissão se encaminhe para porta laranja para que possa encontrar com o participante da área da arena, e depois se encaminhem para a porta amarela, dentro dela vocês terão mais informações de como prosseguir. Participantes 59 meus pêsames, vocês foram eliminados, aguardem a saída dos participantes 46 para receberem mais instruções, obrigada por participarem da Arena, boa noite.


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