Eu ainda estava meio desnorteado, tendo que raciocinar tudo o que estava acontecendo de que eu não tinha apenas a minha vida em minhas mãos eu tinha a de outras três pessoas.

Mas não podia pensar em questões assim agora, eu não tinha tempo, DROGA KALE, DROGA. Eu tinha que me concentrar eu dava lentos passos para trás sentindo a respiração ofegante e pesada do meu oponente misturada ao som do choro de Carhina, nenhum dos dois falou alguma palavra que fosse e a cada passo que eu dava, a cada respiração que eu ouvia,eu sentia meu sangue fever e calafrios correrem por todas as partes do meu corpo.

Eu podia ouvir um movimento rápido em minha direção, um som de vento sendo cortado a mil kilometros por hora.

–KALE, KALE DIREITA - Disse Carhina em soluços

Ao ouvi isso, eu nem raciocinei apenas me joguei a direita e mandei meu braço na tentativa de um soco. Eu pude sentir uma coisa dura colidindo com minha mão, com certeza era a pele daquele cara, ele tinha uma pele dura e rígida.

Minha mão latejava e meu braço direito doía, levando em conta que cai em cima dele, eu rapidamente me levantei. Eu não tinha tempo para pensar se eu devia ou não lutar, eu ia ignorar o que quer que fosse, eu só tinha uma opção no final, lutar ou morrer.

Assim que me recompus, eu já sabia o que eu iria fazer, lutar, então pus meu corpo em posição de combate.

–Você realmente que lutar? Então vamos fazer do seu jeito - Disse com a voz mais grossa e séria que pude fazer, o que acabei de dizer era a tipica frase de filme que nunca achei que iria usar, após falar isso eu pude ouvir o choro de Carhina diminuindo e ficando mais baixo e cessando lentamente.

–Então vamos lá querida - Disse o cara começando a rir, ele parecia que estava se divertindo para caramba com aquilo tudo

Eu não sei se Carhina podia me ouvir, e se eu falasse com a Carhina minhas estratégias, ele provavelmente iria ouvir, então eu ia ter que ser cauteloso e atento, então eu tinha duas opções, tirar meu transmissor e usar minha audição, ou continuar com a ajuda da Carhina, provavelmente apenas na defensiva.

–Desculpa Carhina, confie em mim - Falei gritando não tendo certeza se ela me ouviria, tirei o transmissor do meu ouvido e o guardei em um bolso da calça. Eu não tenho certeza se tinha tomado a melhor decisão mas preferi tentar, embora isso tenha sido uma decisão um tanto egoísta, era o melhor, bom eu acho.

Me concentrei em todos os som a minha volta, eu notei que ele respirava alto, então isso era um ponto em minha vantagem, além de que eu tinha certeza que ele era alto e relativamente forte, levando em conta o soco que eu dei nele, então isso em parte facilita minhas chances de acerta-lo mas dificulta minha facilidade de machuca-lo, droga, droga, droga, ele é bem mais forte com certeza.

Eu podia ouvi-lo respirando a minha direita, então ele não tinha se movido muito desde o soco que ele me deu, isso significa que ele também está pensando, ele deve estar me esperando atacar, ou apenas se divertindo comigo, ele parecia estar se divertindo quando falei que iria lutar, bom se era isso que ele espera, então vou ser previsível, afinal o previsível mais imprevisível é ele próprio.