Um pequeno garoto, de aparentes sete anos, estava sentado às margens de um grande lago, onde a poucos treinava. Suas roupas eram completamente negras com um leve tom azul-escuro e havia ainda o símbolo de seu clã nas costas; os cabelos ébanos eram arrepiados, principalmente atrás; e os olhos esmeraldinos fitavam o horizonte.

Após mais um longo dia de treino árduo com seu irmão, o moreno relaxava os pés nas calmantes águas do lago. Sempre mergulhava em pensamentos banais, mas exclusivamente hoje, sua mente rondava em apenas uma pessoa.

– Mamãe... – Pronunciou ele, dando um sorriso.

Sua mãe podia não ser um exemplo de paciência e doçura nem cozinhar como uma profissional, mas era uma das mulheres mais fortes e corajosas que ele conhecia. E sabia que ela faria qualquer coisa por ele e seus irmãos.

Então, lhe ocorreu. Ela era tão boa para eles, mas nunca pensou em agradecer. Em questão de dois dias será dia das mães, que tal se...

– Ei, Irake! – Chamou outro garoto. Ele era a cara do menino do lago, em tudo. Postura, tamanho, cabelo; apenas os olhos ônix os diferenciavam. Não podia ser diferente, afinal eram gêmeos.

Vendo que Irake não respondia, o dos olhos negros se aproximou, ficando ao lado do irmão.

– Oe! Estou falando com você!! – Gritou agora, na orelha do outro.

– Kami! Irã, meus tímpanos! – Reclamou Irake, tapando os ouvidos.

– Bem feito. Estou te chamando a tempos. – Retrucou.

– E você estava me chamando porque... – Indagou o mais novo.

– A mamãe saiu em missão, só deve voltar daqui a três dias. E se depender do papai e da Nayomi eu morro de fome ou envenenado. Ou seja, você vai ter de cozinhar. – Irã respondeu simplesmente.

Irake apenas apertou a própria testa, já imaginava que o jantar ficaria por sua conta mesmo. Mas lembrou-se da ideia que tivera antes do irmão aparecer e logo sorriu.

– Irã, você sabe que a mamãe sempre cuida da gente, não é? – Perguntou de repente, confundindo o mais velho.

– Bom, é claro que cuida. Ela é nossa mãe.

– Sim, mas... – Irake começou, se levantando e andando ao lado do irmão. – você nunca pensou em agradecer a ela, por tudo o que faz?

Irã pensou um pouco. Realmente, eles nunca faziam nada de especial para ela, nem mesmo no dia das mães; apenas alguns cartões feitos a mão e olhe lá.

– Agora que você falou. – Começou, mas Irake não o deixou terminar.

– Exato! Mas isso vai mudar. Eu tenho um plano pra esse dia das mães ser inesquecível.

– O que? Fazer um cartão gigante? – Irã brincou; porém, vendo a face estranhamente séria de seu irmão, percebeu que ele falava sério. – Está bem, o que tem em mente?

O mais novo deu um sorriso de canto. Já convenceu um, faltava a outra. Então perguntou:

– Onde está a Nayomi?

A garota que os irmãos procuravam se encontrava em um campo de treinamento particular do clã Uchiha. Irake nem ficou surpreso, devia ter desconfiado até, afinal sua irmã não faziam mais nada além de treinar e reconstruir algumas áreas do clã.

Os longos cabelos róseos voavam por conta dos bruscos golpes que a Uchiha mais velha dava na pobre árvore; os olhos ônix, como sempre inexpressivos, estavam focados apenas em golpear seu alvo com cada vez mais força.

Quando Nayomi transferiu bastante chacra para os punhos, desferiu um soco tão forte que fez a árvore se partir em dois. Pouco atrás da mesma, Irã e Irake observavam o treino da irmã.

–O que querem? – Perguntou Nayomi, com seu típico ar frio. Mas esse era o jeito dela e eles já estavam acostumados.

– Precisamos da sua ajuda. – Irake falou primeiro. – Queremos fazer uma surpresa pra mamãe, mas só dará certo se nós três participarmos.

– É mesmo, está chegando é dia das mães. – A rosada se lembrou vagamente. – Então era isso que a Hiromi e o Minato estavam planejando. – Falou com sigo.

Hiromi e Minato Hyuuga são os filhos de Naruto e Hinata. Hiromi tem a mesma idade que Nayomi e Minato é apenas um ano mais velho que os gêmeos.

– Enfim, eu já tenho um plano. – Irake voltou a falar. – A mamãe sempre faz muito pela gente, ao menos no dia dela poderíamos fazer algo especial, não acha?

Nayomi deu um imperceptível sorriso de canto. Ela sempre quis fazer uma coisa única para sua mãe, a amava muito; mas seu infladíssimo orgulho Uchiha não a permitia. Finalmente daria à Sakura algo digno, e se alguém perguntasse: a ideia foi do Irake.

– O que faremos?