JULIE

A morte do agente Coulson abalou a todos, pelo menos os que sobraram. Loki havia fugido, muitos agentes morreram e papai me informou que Bruce e Thor estavam desaparecidos.
Por mais que eu tentasse esconder, eu estava abalada, assim como meu pai. Nós tentamos mascarar o que realmente sentimos, pois assim, a dor parece suportável.
— Pai, eu vou para o meu quarto ok? - olhei para meu pai. Por mais que ele não admitisse, Coulson era um grande amigo.
— Tudo bem. Descanse um pouco - ele disse, com um meio sorriso.
— Você também deveria - aconselhei.
— Só depois de pegarmos o desgraçado - papai disse - ele vai também?
Papai apontou para o Brad que não havia saído do meu lado desde que cheguei a sala. Ele olhava de modo desconfiado para nós, o que me matou de vergonha.
— Tenho que falar com a Natasha - Brad respondeu de imediato como se estivesse falando com seu chefe.
— Sei - papai resmungou - já estou vendo que vou ser sogro.
Decidi fazer que não tinha ouvido a última parte para poder fugir dali o mais rápido possível.
Andei pelos corredores com Brad ao meu lado. Não estava realmente com vontade de ir para o meu quarto. Brad não havia falado nada e eu só conseguia pensar o que éramos um do outro agora.
Chegamos em silêncio até o quarto de Natasha. Havia um homem com ela que não reconheci.
O homem nos encarou, seus olhos azuis focaram em Brad.
— Como vai garoto? - ele perguntou com um meio sorriso.
— Clint - Brad se aproximou e o abraçou. Clint retribuiu o abraço - Que bom que voltou.
— É bom estar de volta - Brad sorria como uma criança que havia ganho o presente de natal adiantado - E vejo que você está muito bem acompanhado.
Ele olhou para mim como se me conhecesse.
— Eu sou Clint Barton - ele se apresentou formalmente.
— Eu sou Julie Stark - eu disse - Brad fala muito bem de você.
— De você também - Clint disse.
— Ah é? O que ele fala? - perguntei.
— Isso não vem ao caso - Brad interviu - Você deveria descansar Clint.
— Eu concordo - Natasha se pronunciou pela primeira vez desde que eu entrara. Seu rosto não dizia muito, mas seus olhos brilhavam.
— Nada disso. Quanto mais cedo pegarmos Loki, melhor eu vou dormir a noite - Clint respondeu, encerrando o assunto.
— É melhor eu ir - disse, me aproximando da porta.
— Eu vou com você - Brad disse.
Saímos em silêncio, mas eu sabia que Brad estava eufórico.
Chegamos ao meu quarto. Se meu pai estivesse ali, provavelmente acertaria Brad com um de seus raios propulsores.
O silencio começava a ficar constrangedor até que fiz a pergunta que me atormentava.
— O que somos um do outro agora? - perguntei, o encarando.
Ele ficou vermelho e totalmente constrangido com a pergunta.
— Ah, bom, seu pai acha que nós somos namorados - ele riu nervosamente.
— E o que você acha? - perguntei.
Ele pegou minha mão.
— Ele provavelmente está certo - respondeu, seus olhos azuis brilhavam - Você é minha melhor amiga e...
— E... - se eu já estava nervosa antes imagina agora.
— Eu te amo - ele disse, parecendo aliviado por ter dito - eu não costumo dizer isso frequentemente.
— Não, está tudo bem - ri nervosamente - Acho que eu também.
— Também o que? - sua mão acariciou levemente meus cabelos.
— Ah, você sabe - comecei a ne enrolar de novo - Eu não sou muito boa em expressar esse tipo de coisa. É de família.
— Talvez depois disso você consiga - Brad disse, me deixando sem entender.
— Disso o quê? - eu não deveria ter perguntado.
Ele começou a me beijar e eu correspondi. Não eram beijos calmos e doces como antes, esses eram quentes e avassaladores.
Ele me pressionou contra a parede, suas mãos percorrendo meu corpo e as minhas percorrendo o dele. Eu estava a ponto de tirar a roupa dele quando ele parou.
Tentei regular minha respiração, pensando no que teríamos feito se ele não parasse. Me aproximei dele e disse:
— Eu te amo e isso foi golpe baixo.
— Temos que jogar com as armas que temos, não é? - ele riu, seus olhos azuis estavam mais escuros do que o normal.
— Quando tudo isso acabar, você vai ter que enfrentar o julgamento dos meus pais, padrastos e irmão mais novo - avisei, melhor agora do que na hora.
— Estou pressentindo que é mais fácil ganhar uma guerra do que passar pelo seu pai, não é?
— Exatamente - o beijei devagar, até que meu celular começou a tocar.
Larguei Brad e peguei o celular. Era o número da Megan.
— E aí Megs? - perguntei, havia tanto para contar a ela.
Mas não foi a voz de Megan que ouvi. Foi a voz fria de Loki.
— Olá, Juliet. Pronta para o seu reinado?