Hope escrita por Sayumi Ota


Capítulo 1
When You Find Hope


Notas iniciais do capítulo

Se você está lendo isso:
Muito obrigada mesmo! Do fundo desse meu kokoro!!!
Espero que gostem. Ainda tem muito pela frente.
Boa leitura o/



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Em meio a florestas, com enormes pinheiros e robustas grevíleas*, uma canção ecoava. A melodia fazia alguns pássaros despertarem. A música ressoava e os fantasmas de antepassados reapareciam para ouvir e apreciar o que lhes era dado de bom grado. Até mesmo os animais assustados apareciam para ver qual ser estava ali presente.

A canção se encerrou com um grito.

***

Kaito Shion galopava o cavalo que pertencera a seu pai. Depois da morte do mesmo, ninguém, a não ser o garoto, conseguia chegar perto do animal. Kaito ainda não entendia o porquê das pessoas quererem tanto que ele fosse o garoto da profecia. Não se achava parecido com o pai, nem mesmo com o misterioso, e sempre procurava mostrar ao menor sinal de comparação que isso o irritava.

A população de sua vila fazia de conta que não via, não prestava atenção. Estavam mais preocupados com a nova caçada às bruxas e a provável guerra entre seu pequeno país e o país de Leugror.

Kaito duvidava que a guerra futura atingisse o lugar onde morava. Era uma das cinco vilas centrais. Leugror não conseguiria atravessar nem um quarto de seu país. E, se por algum milagre conseguisse, ele estaria pronto.

É por isso que treinava sem parar. Nada de importante sobrara para ele proteger, ainda assim, ali era o seu lugar.

Ou, pelo menos, pensou que fosse.

- Kaito – gritou alguém. Kaito parou o cavalo. Meiko Sakine corria até ele. Como ela o encontrara? – Luka-chan – Meiko ofegou quando chegou mais perto. – Luka-chan...

Kaito arqueou as sobrancelhas.

- Luka-chan – Meiko tropeçara e caíra. Kaito desmontou e a ajudou a levantar. A morena realmente não sabia como se portar com vestidos longos. – Ela! Kaito! – Meiko apertou as mãos nos braços de Kaito. – Ela foi para as colinas!

Ah, não.

Sem pensar duas vezes, Kaito subiu em seu cavalo e saiu em disparada. Esperava que não fosse tarde demais. Não. Não devia ser tarde demais. Ele tinha sorte.

Mas o que aquela tonta estivera pensando? Não gostasse da vila, tudo bem, agora, ir ao pior lugar onde deveria ir era atrevimento demais para ela. Kaito tentava galopar mais rápido.

As colinas ficavam ao sul de sua vila. Há muito tempo atrás, as cinco vilas centrais fizeram um acordo. Nenhum habitante deveria ir até as colinas. Nunca. A pena seria severa tanto para quem fosse, quanto para quem soubesse da ida e não avisasse.

Kaito não estava preocupado com o julgamento. Iria conseguir livrá-la. Ele estava assustado com algo a mais.

As colinas não eram conhecidas somente por serem territórios extremamente proibidos. Também eram a terra das bruxas.

Não que ele acreditasse em bruxas. Seu pai, quando ele era pequeno, costumava a brincar em segredo dizendo que sua mãe era bruxa, por isso fugira. Agora, ele sabia que ela apenas morrera em um dos embates, uma vítima. Isso o transformara em cético. Só acreditava naquilo que pudesse ver e tocar.

Como Kaito nunca vira sua mãe, não podia dizer que sentia sua falta ou que precisava dela. Porém, algumas vezes sentia como se ela ainda estivesse viva.

Sim, ele estava ficando louco.

Kaito se aproximava das colinas. Algo o fez parar repentinamente.

Vozes

Ecoando

Sussurrando

Seu

Nome

Kaito caiu e começou a se contorcer. Uma visão.

Venha

Para

A

Morte,

Criança

Ele fechou os olhos e começou a gritar. Sua cabeça girava.

Uma garota.

Uma garota com cabelos azuis como os seus. Ela sorria para um bebê que chorava em seu colo. Murmurara uma canção e o bebê começara a se acalmar, aos poucos. Kaito conseguia ouvir um pouco, mas não tinha certeza se eram as mesmas palavras.

Seu

Lugar

Não

É

Pouco tempo depois o bebê começou a rir. A menina, ou seria mulher?, sorriu ainda mais. Subitamente a porta foi aberta. A mulher não se virou. Continuava a balançar o bebê, que adormecia.

Nós

Precisamos

Do

Seu

Sangue

Um homem alto começou a balançar a mulher. Desesperado, gritava. Nem por um instante tirou os olhos do seu precioso brinquedo. Era hipnotizadora. Uma chama invadiu o pequeno local e o rosto da mulher se fechou. O homem tentava apagá-lo enquanto procurava uma forma para que a mãe e o bebê saíssem em segurança.

Seu

Lugar

Não

É

De repente, ela se levantou e entregou o bebê para o homem. Sussurrou algo para ele, que negava repetidas vezes. O fogo quase engolira a maior parte do lugar. Em seguida a mulher sorriu e confirmou com a cabeça. Ele parou e assentiu. A mulher deu um beijo no bebê e no homem, e caminhou em direção ao fogo. O bebê começou a chorar e o homem ficou a procurar a saída.

Venha

Para

A

Morte,

Criança

Kaito abriu os olhos e se deparou gritando consigo mesmo. Seu corpo estava molhado de suor. Não um suor comum, um frio e penetrante. Ele se sentou um pouco tonto. O que foi tudo aquilo?

Deu-se conta de que alguém o balançava. Era uma garota.

- Por favor! – chorava. – Por favor! Venha! A menina! Eu não consigo levá-la dali. Por favor!

Ela começou a puxar Kaito. Menina? Lembrou de Luka e seguiu a garota sem pensar duas vezes. Encontrou-a caída perto de um riacho. A rosada estava de olhos fechados. Kaito chegou perto dela e percebeu que ainda respirara. Suspirou aliviado. Certamente apagara depois de ler um livro.

Levou Luka no colo e a ajeitou encima do cavalo, que incrivelmente, após todo o escândalo que fizera, permaneceu ali.

Virou-se para agradecer a menina. Percebeu como ela era diferente. Seus cabelos tinham um tom que Kaito nunca vira anteriormente. Seus olhos, da mesma cor do cabelo verde-água, eram profundos. Ele quase sentia como se ela pudesse o arrastar para onde quisesse.

Ao se lembrar de que ainda não tinha lhe dado os corretos agradecimentos, fez menção.

- Meus singelos agradecimentos. – Quando voltou ao normal, percebeu que a garota estava bem perto. Muito mais perto do que antes.

Ela desmaiou.


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