Penny Jackson e a Última profecia escrita por Redbird


Capítulo 6
Penny


Notas iniciais do capítulo

Hey meus fofos Tia Red aqui de novo XD.
Mais um capitulo cheio de personagens novos para vocês. Eu realmente espero que gostem. Bom, vamos para o capitulo que é o que interessa né? Beijoos



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Penny achou que sua vida era complicada. Assim que começou a ouvir a história de seus dois novos amigos ela percebeu que sua vida tinha sido uma manhã de natal repleta de brinquedos em comparação. O primeiro a começar a contar sua história foi o menino.

Seu nome era Marco. Ele viveu com o pai, um cigano, até os 5 anos de idade. Os dois não eram ricos. Pelo contrário, eram uma família pobre, mas ele fazia o possível para manter a dignidade. Uma família cigana não era muito bem vista no Arizona. E todos os garotos que ele conhecia faziam o possível para lembrar que ele era diferente.

Marco se perguntava por que o pai nunca seguia o grupo de ciganos. O homem sempre dizia que estava esperando alguém. O menino tinha a estranha impressão de que essa pessoa era sua mãe e que ele nunca a veria. Marco também se perguntava porque o pai amava tanto as flores e por que, afinal de contas, ele tinha uma espada dourada dentro do armário. Ele nunca se atreveu a perguntar. Uma vez ele mencionou esses detalhes e o pai ficou tão perdido em lembranças que ele teve medo que não retornasse do passado.

Quando tinha 7 anos, em um dia de ação de graças, o pai parecia particularmente de bom humor. O bom humor durou até que houve um barulho estrondoso na porta da cozinha. Marco saiu correndo mas quando chegou lá o pai já estava caído no chão. Ele tentou gritar, mas não conseguiu. Tudo o que viu foi uma mulher monstruosa na sua frente.

Ela tinha o rosto completamente desfigurado e no lugar das pernas, uma serpente. Marco não soube como, mas a primeira coisa que lembrou foi de uma história do pai sobre um demônio que comia crianças. "Lâmia". Ele correu até onde o pai tinha escondido a espada dourada e se atirou contra o monstro.

Tudo o que ele lembra é que no minuto seguinte ele estava órfão, sendo levado para um reformatório, acusado de ter incendiado a própria casa. O garoto passou de reformatório em reformatório até que um dos Menelaus o tirou de lá dizendo que iria levá-lo para um lugar. Um lugar em que ele poderia ser útil. Ele tentou criar um lar entre os romanos. Infelizmente não teve muito sucesso. Pelo menos, agora, sabia quem era sua verdadeira mãe. A Rainha do submundo lady Prosérpina ou, como os gregos gostavam de chamar, Perséfone.

A garota tinha tido ainda menos sorte. Ela tinha 7 anos quando a mãe morreu. Mas ela sempre soube que era indesejada por ser uma mestiça. Ainda mais uma que tinha o sangue de Apolo e podia ter visões. Isso era ruim. Mas ser filha de Hermes, bom... isso deixava as coisas um pouco mais complicadas.

Assim que a mãe morreu, ela foi resgatada pelo tio. Resgatada não era bem a palavra. Ela foi trazida para os Menelaus para ser feita de escrava. O tio ainda a torturava procurando fazer com que ela tivesse uma visão que o ajudasse a conseguir a vitória. O homem vivia dizendo que ela era tão amaldiçoada quanto seu nome. Cassandra.

–Tenho que concordar com ele como pode ver- disse ela encarando Penny.

Penny se sentiu feliz que a hostilidade no olhar da garota tinha diminuído. Cassy era forte. Octavian realmente era um idiota se a considerava menos que isso. Mas, lembrou Penny, estamos falando de Octavian.

–Caras... vocês realmente superaram minha expectativa de cota de infelicidade- disse Penny depois de ouvir atentamente a história dos dois.

Ela já havia contado aos amigos como descobrira ser descendente dos deuses, sua missão para resgatar o vaso de Pandora, sua adorável viagem ao mundo inferior e como ela viera parar nas mãos dos Menelaus.

–Mas quem é o seu tio?- Perguntou Penny interessada. Tudo o que ela conseguia pensar era que o homem merecia uma boa surra, no mínimo, por tratar a sobrinha tão mal.

–Você ainda não adivinhou?- Perguntou Cassy visivelmente contrariada- Meu tio é Octavian.

Penny ficou sem fala. Ela sabia que Octavian era uma pessoa extremamente desagradável, mas dai a ser cruel com sua própria família.... Isso era algo que nem ela podia ter previsto.

–Sinto muito?- Falou Penny com um tom de humor. Felizmente funcionou e ela viu o primeiro sorriso de Cassy. O que fez uma diferença enorme na garota.

–Sabe- disse a ruiva- Para quem está ajudando tanto eles você não parece tão ruim.

Penny ficou feliz ao ver o aceno de cabeça do menino. Ela tinha que admitir, ela sentia falta de amigos. Esperava que eles pudessem se tornar algum dia.

–Eu não estou ajudando eles, sou uma nulidade lembra?- explicou ela pelo que pareceu a milésima vez- Estou tentando enfraquecê-los, mesmo que eles pensem que possam me controlar. "Transformar um obstáculo em vantagem", como diria minha vó.

Os dois riram dela. Fazia tanto tempo que ninguém ria com ela que Penny sentiu uma estranha tristeza. Homero lhe lançou um sorriso, como se soubesse o que ela estava pensando. Deuses, como ela sentia falta dos amigos.

Não pode ficar amargando muito sua sorte porque assim que abriu a boca para falar uma figura estranha apareceu pelas suas costas e se agarrou a ela.

–Deixe os meus amigos em paz sua criatura imunda.

Marco e Cassy se apressaram para segurar o que estivesse atrás de Penny que apenas soltava uns "ai,ai" tentando se livrar da criatura. Depois de uns longos dois minutos os dois finalmente conseguiram controlar o atacante.

–Ai -disse pela última vez Penny, dando uma boa olhada na criatura- Ei, você é um sátiro.

–Eu sou um fauno- retrucou a furiosa criaturinha -Me deixem acabar com ela.

Cassy e Marco pareciam prontos para começar a rir, mas para alivio de Penny se seguraram. Ela não queria ter que lidar mais uma vez com a fúria do pequeno sátiro, fauno, seja lá o que ele fosse.

–Ela é nossa amiga. Está aqui para mandar Octavian embora- explicou Marco pacientemente.

O Fauno arqueou uma sobrancelha para Penny. Ele tinha cachos negros que escondiam um pequeno chifre que estava nascendo. Seus olhos eram quase tão cinzentos quanto os de um descendente de Atena. A criaturinha não parecia ter mais de 10 anos. Sem querer, Penny pensou que o Fauno poderia parecer exatamente como um irmão dela. Ele era fofo, com certeza.

–Então, você quer destruir Octavian e os homens maus?- Inquiriu ele ainda desconfiado.

–Sim- assentiu prontamente- É para isso que estou aqui.

Ele pareceu considerar a questão por um momento e olhou para os dois amigos.

–Vocês confiam nela?- Perguntou?

Penny sentiu seu coração derretendo ao ver os dois amigos assentindo. Ela não pode conter um sorriso.

–Certo. Se eles confiam, também confio em você. Se diz que quer destruir os homens maus.... estou do seu lado.

A garota sentiu que gostava cada vez mais do pequeno fauno. Estendeu a mão para o pequeno que pegou com formalidade.

–Penny Jackson, é um prazer senhor...

–Meu nome é Cam. O Fauno. Um dia serei protetor- disse ele pegando a mão de Penny pomposamente.

–Tenho certeza que será o melhor- assegurou ela- Você protegeu bem esses dois aqui.

Os olhos do pequeno fauno brilharam de excitação. Penny percebeu que ninguém acreditava muito nele e , tendo feito isso, ela provavelmente tinha ganho um amigo.

–Protegi não protegi?- o sorriso do pequeno era todo presunção. Penny tinha que admitir, o fauno tinha conseguido sua simpatia.

–Muito bem, agora que todos nos conhecemos... Penny, você disse que ia precisar da gente para acabar com uma festa? Eu sou do tipo acaba com festas- Prontificou-se Cassy.

Penny deu um suspiro. Ela tinha se sentindo tão agradecida de conseguir novos aliados que quase tinha se esquecido das exigências de Octavian.

–Ele quer que eu faça um discurso no acampamento Júpiter. Um discurso em que eu declare abertamente meu apoio a ele e incite os romanos a lutar contra minha família e os mestiços.

Cassy, Marco e Cam olharam para ela espantados. Ela sabia o que eles estavam pensando.

–Eu não posso fazer esse discurso. Se Octavian conseguir mais apoio do que ele já tem, estaremos perdidos-comentou ela desesperada.

–Você quer que criemos uma distração?

Penny assentiu. Ela sabia que podia contar com os dois para isso. Eles pareciam ser boas pessoas. Além disso, ela já havia sonhado com eles antes. Ela sabia que não deveria confiar em sonhos ou deuses. Mas, tudo deveria ter um significado. Quando os dois se olharam como se tivessem algo em mente, Penny soube que tinha acertado em transformá-los em aliados.

–Conhecemos o acampamento júpiter com a palma da nossa mão. Pode confiar em nós-garantiu Marco com um sorriso malicioso.

Penny retribuiu o sorriso. Eles tinham um acordo agora.

No outro dia, apesar da tarefa desagradável Penny acordou confiante. Ela tinha muito mais do que esperava 24 horas atrás. Nem bem ela tinha terminado de se vestir, Petûnia entrou no seu quarto trazendo uma túnica azul. Penny percebeu que a vestimenta era feita completamente no estilo romano.

–Você não vai aparecer para um evento tão importante vestida assim- disse ela lançando a Penny um terrível ar de desaprovação.

Penny olhou para sua camiseta escrito "Não devo contar mentiras" e sua calça jeans surrada. Seu plano de irritar Octavian com uma roupa inadequada já era.

–Que é? Eu sou fã de Harry Potter-explicou ela dando de ombros.

Petúnia revirou os olhos e empurrou Penny para uma penteadeira. Ela mal tinha começado a desembaraçar o cabelo de Penny quando Cassy e Marco entraram no quarto.

–Desculpe nosso atraso senhora- Disse Marco com a expressão mais humilde que ele podia encontrar. Penny teve que fazer força para não rir.

–Que não se repita- o tom arrogante parece ter sido aprovado por Petúnia que apenas olhou com desprezo para os dois.

–Vamos, venham deixá-la apresentável.

Meia hora depois Penny entrava em uma carruagem que a levaria para o Acampamento Júpiter. Octavian a olhou satisfeito. Sua tûnica azul, a trança lateral e até mesmo os braceletes. Ela parecia uma verdadeira romana. Petûnia ainda a fizera passar uma sombra azul e lápis. Segundo ela "acentuava seus olhos verdes". Penny queria acentuar um buraco no estômago dela, mas achou que seria muito trabalho.

–Ótimo, você fez um bom trabalho Petúnia- comentou ele satisfeito.

Penny engoliu o comentário mordaz e ao invés disso se contentou em revirar os olhos e aproveitar a paisagem. Seria uma viagem longa até a Califórnia, por mais rápido que os cães infernais puxassem a pequena carruagem e pela presença alegre de Marco e Cassy.

Penny tinha que admitir, os Menelaus sabiam como se locomover. Ela se sentia uma princesa naqueles filmes de época. Exceto pelo fato de que não era nada mais do que uma refém e que não estava indo a um castelo para encontrar seu príncipe, mas sim trair sua família.

Eles chegaram lá depois do que pareceu 2 horas intermináveis. O que foi uma marca e tanto, até mesmo para Cães infernais. Penny nunca se deu o trabalho de imaginar quão grande eram os Estados Unidos, até que ela teve que viajar da Carolina do Sul até a Califórnia.

Damian já estava esperando por eles na entrada de nova Roma. Até mesmo Dylan estava lá. Ótimo, uma festa para otários. Haviam também dois homens que Penny não conhecia. Ambos eram fortes e tinham um ar de presunção que fez com que a garota logo não gostasse deles.

–Quem são esses?- perguntou ela.

–Por favor, seja mais educada Penélope. Esse- Octavian apontou para um homem moreno, de olhos verdes - É seu tio, Teseu.

A cara de surpresa de Penny deve ter agradado a Octavian que deu um sorrisinho.

–Este aqui e Hércules- Disse ele apontando para um homem de cabelos castanhos e olhos azuis.

Os dois estavam vestidos como homens de 30, 35 anos normais. Tão normais que demorou para cair a ficha de Penny

–Vocês....

–Sim minha querida sobrinha, somos os originais- disse Teseu sorrindo para ela.

A voz dele era grave, própria de homens seguros. Penny não gostou nem um pouco dele. Muitas pessoas eram fãs desses heróis, mas a menina conhecia mitologia e história tão bem que sabia que nem um dos dois era flor que se cheirasse. Eles eram heróis sim, mas eram violentos e não tinham muita honra.

–Achei que Jason e Piper tinham matado você- disse ela sem conseguir se conter para Hércules.

–Aqueles dois pestinhas? Não, me atrasaram uns anos é verdade. Aquela ilha... mas eles vão ter o que merecem.

Penny engoliu em seco e decidiu que era melhor ficar em silêncio. Petúnia os incitou para dentro do acampamento. O local era lindo, mesmo em seus sonhos mais loucos Penny nunca imaginou que pudesse ver um lugar tão limpo, bem organizado e cheio de vida. Ela não pode espiar muito, a cidade ficava longe do pavilhão onde todos comiam que era para onde eles estavam sendo levados.

Apesar disso, Penny viu famílias, crianças brincando, jovens namorando ou estudando, aproveitando o final da tarde de inverno. Ela observou os templos. Tudo aquilo era tão bonito e imaculado que ela sentiu uma raiva assassina tomar conta dela. "Como eles podem querer mudar isso?' com uma pontada ela lembrou que aquele era o local onde seus pais vieram morar logo depois que se casaram. O local onde ela provavelmente nasceu. Ela fechou as mão em punhos e teve que se agarrar ao vestido para não apunhalar Octavian bem ali. Ela quase sentiu o tecido rasgando.

Quando chegaram o acampamento júpiter já estava terminando sua hora de jantar. Todos eles saudaram Petúnia e Damian que com muita formalidade.

–Romanos- Começou Petûnia, a voz reverberando por todo o local- Hoje estamos aqui para presenciarmos o nascimento de uma nova era. Uma era em que não serão tolerados juramentos quebrados, nem perigos para nossa cultura.

–Uma era- continuou Damian- Em que apenas os merecedores terão glória. Onde apenas os puros de sangue e coração terão um lugar entre nós e nossas legiões.

Cassy tremeu do lado de Penny. Ela percebeu Marco pegando na mão da garota. Deuses, esses dois eram tão fofos. Infelizmente ainda não tinham se dado conta do quanto gostavam um do outro. Santa Atena, agora ela estava até parecendo Alex! Ela olhou novamente para o lado. Marco a encarou e ela apenas assentiu. Meio segundo depois seus amigos já tinham sumido, se mesclando com o restante da multidão.

–Nesta nova era- Continuou Petúnia- vamos corrigir erros do passado, erros causados por fraqueza de julgamento. Fraqueza essas que tanto envergonham nosso sangue Romano e nosso amado acampamento Júpiter.

Houve um coro de vivas, punhos no ar e a multidão parecia beber cada palavra de Petúnia. Mas, no meio de toda a comemoração e toda aclamação Penny conseguiu ver faces impassíveis. Rostos que tentavam ao máximo esconder a insatisfação.

–Romanos... eu vos apresento o novo César, Octavian Cláudio , Auguro de Apollo, centurião da 5ª corte. Descendente de Apolo.

–Romanos- começou Octavian teatralmente, fazendo um movimento com a cabeça como se estivesse olhando para cada um dos presentes. Droga, ele era bom- É meu dever, nesses tempos difíceis, liderá-los.

A multidão comemorou mais uma vez e Octavian fez um gesto pomposo, como se odiando receber todo aquele clamor.

–Nossa cultura não deve ser mais vilipendiada. Devemos nos manter fortes e sabermos nosso lugar na ordem das coisas- sorriu para a multidão-Não vamos mais nos unir com invasores.

Penny tremeu a cada brado de "Ave César" " Graeci ad mortem". Penny tinha aprendido latim nas ultimas semanas e tinha quase certeza que isso queria dizer morte aos gregos. A idiotice de Octavian não tinha limites.

–Mas, eu também sou um homem de paz. Trouxe comigo dois respeitados heróis, que, se o bom senso dos gregos deixarem logo serão responsáveis pelo acampamento grego. Teseu, Hércules, por favor.

Os dois homens se postaram aos lados de Octavian. Agora o silêncio da multidão era tão forte que Penny podia sentir a tensão pairando entre todos.

–Temos a palavra deles de que, essa nova era tambem chegará aos Gregos e que, por isso, eles serão subordinados a nós como sempre deveriam ter sido.

Houve aplausos ensurdecedores depois dessa afirmação. O estômago de Penny já tinha dado o que parecia a milésima volta. Onde estavam aqueles dois... o que eles estavam aprontado? " Marco, Cassy, seja lá o que for... sejam rápidos".

–Eu também, queridos companheiros romanos, conto com o apoio de alguém que sentiu na pele todos erros dos nossos inimigos, que testemunhou toda sua podridão em primeira mão. Penélope, por favor...

Penny se direcionou para o lado de Octavian, sentindo que ia para o matadouro. Ela ainda não estava no centro, mas todos os olhos estavam postos nela. Não durou muito tempo, por que assim que ela chegou onde deveria discursar, cavalos, lares e até mesmo um elefante avançaram para cima da multidão e o caos tinha se instalado por todo o acampamento. Ela levantou os olhos e percebeu Cassy e Marco sorrindo a distância. Eles tinham conseguido.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Espero realmente que tenham gostado. Espero também que não tenham ficado confusos com tantos personagens novos. Por favor, lembrem que eu preciso muito saber a opinião de vocês. Beijos seus lindos!!!!



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