Livro 4 – Seth Clearwather.

10 – Indecisão.

Renesmee estava ali agora. E aí? Era isso que eu queria certo? Não... não era mais. Aqueles olhos magoados. Aquele visão triste e semi-morta, não eram a garota pequena e inocente que eu vira e desejara. Será mesmo que minha mudança seria de fato... algo que importasse?

 Sim  importava. Eu não estava gostando de ser esse “ novo Seth”, na verdade. Detestando. E a pergunta que me mantinha em dúvida: então por que eu estava fazendo isso?

 Eu  queria ela. Mais por que? Eu sabia que não a amava. Mais eu a beijara... e fizera mais que isso com ela no dia anterior. Ela parecia estar entregue a mim. Mais eu ainda admirava Jake.

Isso era ruim. Era triste. Dolorido.

 - Se acalme, Nessie. Ele está legal... – o velho Seth estava voltando.

 - Acalmar? Não. Ele está deprimido por alguma razão! E eu não estou lá pra  ajudar. – ela chorou.

 - Venha. Vamos para meu quarto... acho que você precisa ficar um pouco na varanda.... quem sabe vá acalmar você. – incitei e logo a empurrei escada a cima.

A maioria dos vampiros residentes na sala, se dispersaram. Alguns voltaram para a casa em meio a floresta, outros continuavam em minha casa, conversando com Charlie e Sue. Eu não queria mais ser o que eu fui com Jacob. Ele vira o que acontecera na noite passada?

 Enquanto eu o irritava a roubar Renesmee dele, ele foi sentar-se com Leah, e reclamar sobre o leite derramado. E assim; Renesmee subiu comigo. Ela foi ao meu quarto. Eu não me orgulhara disso. Eu me sentia o pior monstro que existia. Eu gostava sim de Renesmee. Mais não comparado ao que Jacob sente por ela. Eu jamais seria e serei como Jake é pra ela. Eu teria de desistir. Mais isso faria parte do velho Seth, que cada vez mais queria vir á tona, mais eu o dispensava. Era como se eu me dividisse em duas partes. A parte do novo e a parte do velho Seth. Mais eu sabia que não era o novo Seth. Era apenas uma máscara. Um minuto de loucura de minha parte. Jacob jamais me perdoaria pelo que fiz. A noite passada. Mais ele...mais... mais ele e Leah, afinal de contas? Como as coisas ficariam? Como eles iriam se acertar? Simplesmente cada um fica com um dos irmãos Clearwather? Tudo se resumiria a isso?

 - Estava certo. Eu precisava mesmo de ar. – ela comentou arfando ao chegar na varanda. Prendeu seu cabelo cor de bronze e arfou – Eu não entendo mais nada, Seth.

 Ela evitou me olhar. Procurou ver mais além das simples arvores que seus olhos mostravam, e sua mente mergulhar em um singelo torpor.

 - Acha que eu estou a par da razão? – coloquei minhas mãos em meu rosto e me encostei na parede.

 - Talvez devêssemos fingir que não houve nada entre a gente, Seth. Eu Sinto muito. As coisas serem... dessa forma. – ela fitou o chão. Saí de minha posição. Suas costas estavam embaladas em um casaco de veludo. Mais sua nuca estava exposta agora.

 - Sente mesmo? – coloquei meu dedo em sua nuca e acariciei de leve.

 - Seth, não devemos... – ela incitou, mais estava se entregando. Pouco a pouco.

 - Acha mesmo? – minha voz saía tão... desinibida.

 - Não vou esconder o que fizemos na noite passada, de meu pai por muito tempo, Seth. – ela pausou e bufou – Sexo, não é uma coisa que se esconde em sua própria mente. Ainda mais sua primeira vez. – ela parecia ter perdido o clima.

 - Então me diga, Renesmee. Qual o seu jogo? – pedi a virando para mim e segurando seu quadril;

 - Eu não estou jogando, Seth. Não sei ao menos o que estou fazendo. – Ela fugiu de meu olhar. Mas puxei seu rosto a obrigando.

 - Não? Não mesmo Renesmee? Você tem total certeza? – abafei meu sussurro.

 - Seth... pare. Não vamos repetir isso. – ela fechou os olhos e cobriu-o com as mãos.

 - Jacob é o que você quer que ele seja não é? – eu pausei e fui rústico... até demais – Então, acho que ele deveria significar mais pra você, se foi tão... fácil traí-lo, no primeiro dia de namoro, não acha? – como essa parte me anojava... de mim mesmo!

 - Desejo, prazer, e  empolgação estão nele. Apenas acho que está um pouco cedo, para... agirmos dessa forma. – ela fugiu de mim e se sentou em minha cama.

 - Hm... demoramos muito pra chegar onde chegamos, não é? – pausei sarcástico – anos de prática. – minha voz saiu tão irônica que me nauseou.

 - Eu não quero, eu não posso trair Jake. – bufou ela.

 - Então decida. – suspirei com leveza – é simples... nem que seja pelo uni-duni-tê. – zombei.

 - E se eu O escolhesse... como você ficaria? – ela estreitou os olhos com malicia.

 - Magoado... escorraçado, humilhado, traumatizado, chorão, carente, tudo por culpa de uma meia vampira, que não vê o que é melhor pra ela. – sorri tão falsamente que quase acreditei em minha própria falsidade.

 - Por que acha que você seria a melhor escolha pra mim? – ela estreitou os olhos mais uma vez, e franziu o cenho.

 - Ele... ele é seu melhor amigo. Ele sempre esteve a teu lado, pra estender a mão... cuidar de você quando um bebe; tudo mais. Ele é mais um irmão. Ele esteve tanto tempo ao seu lado, que você está confusa. Você não sabe que pode encontrar carinho em outro lugar. Mais sabe no fundo de seu subconsciente... que de fato você o quer como amigo, e não como um namorado, e acima de tudo, está fazendo isso por que é o que ELE precisa. Não o que VOCÊ quer. – suspirei.

 - Esse é seu argumento? – ela perguntou se levantando e respirando fundo. Ela vestia uma máscara. Que no fundo percebia que não entenderia jamais sua escolha.

 - É... é esse. – assegurei.

 - Acho que já vou indo. Preciso esfriar a cabeça. Quem sabe um soterramento de gelo acabe com minhas duvidas...e  acima de tudo com a minha vida imprestável e deplorável. – ela saiu do quarto e me deixou ali. Simplesmente olhando para a porta vazia.