O Ladrão de Livros escrita por OnlyGirl08


Capítulo 7
Sam e Simas


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Como de costume, sete horas Freddie descia para o bar ao lado, ia devagar para ver se encontrava com a loira, mas ela sempre chegava muito atrasada, e não queria deixar má impressão na primeira semana. Assim que chegou levou um susto: o numero de pessoas era o maior que vira nesses cinco dias. Vários carros na frente do bar, jovens na calçada, deviam estar esperando o resto dos amigos, os senhores que jogavam cartas com alguns amigos a mais e muitas famílias só comendo e aproveitando a musica. John lhe falou do moço que tocava toda sexta feira violão para a publico, era bom o som leve com o barulho de risada e de garfadas no prato.

–Rapido, já tem varias pessoas querendo pedir. –anunciou Beck nervoso, pois estava sozinho. Freddie começou a anotar pedidos e os entregava para Jade, já que Sam ainda não chegou. Uma hora se passou e Freddie estava agoniado, hoje ele queria vê-la para esclarecer se foi algo que ele disse, e ela não viria?! Talvez estivesse doente, pensou. Mas essa ideia não penetrava na sua cabeça. Freddie não se conteve e quando foi dar o pedido da mesa quinze aproveitou a chance.

–Hey Jade... Macarronada pra três para a mesa quinze... –disse ele despreocupadamente

–Pode deixar... –ela pegou o papel da mão de Freddie e colocou dentro da janelinha que dava para a cozinha.

–É... você sabe porque a Sam não veio?

–Ah. Ela veio sim, chegou a mais de uma hora... –disse dando de ombros.

–Como assim, eu não a vi... –disse Freddie levantando a cabeça para procurá-la.

–Ela já deve aparecer... sexta, ela faz outra coisa sabe...

E foi, se passou vinte minutos o bar lotado com pessoas em pé dançando a bossa nova tranquilamente em pares e Freddie viu, uma menina loira subir animada no palco.

–Fala aí povinho de Seattle! –gritou ela animando muito a plateia. – Mais uma noite de Karaokê, e com muitas musicas ótimas hoje! Quem vai ser o primeiro? –ela disse fazendo uma dancinha bem aloprada. – Óh! Jonah Kevin, bicampeão do karaokê! Pode vir Jonah! –ela gritou e palmas enfurecidas ecoou pelo lugar. Um rapaz magricela metido a bonito subiu no palco alto confiante, e não era para tanto, cantava muito bem. Ele cantou We are the champnions, do Queen.

–Muito bem! Notas por favor. –ela disse educadamente, seu olhar vacilou ao se encontrar com o de Freddie que não saiu dela desde que Jonah começou a cantar. Varias pessoas aplaudiram e gritaram dez. –Então é dez. Alguém vai querer desafiar Johah? –uma menina ruiva, bem baixa e magra ( NA/ É a Cat .ok? kkk ) foi ate o palco e pediu a musica chamada Impossible, da Shontelle. Ela cantava muito bem, tinha a voz muito fininha.

E a noite se decorreu agitava e cantante. Cat ganhou de Jonah e ganhou uma medalha e um suco de graça. Quando deu umas três da manha, o bar estava quase vazio.

–Muito bem... Aqui esta Freddie. –disse John lhe dando um envelope branco de carta, Freddie abriu e viu o dinheiro ali e sorriu agradecido para John. –Não tem muito aí, porque tive que tirar o suficiente para pagar o aluguel certinho ate o final do mês.

–Não tudo bem! –disse rapidamente Freddie, já era muito grato.

–Bom... o turno acabou por hoje. –ele disse em voz alta para todos. Só que dessa vez foi diferente. Ele ficava conversando com Beck e Jade e Sam ia embora ate mesmo antes de John os liberar. Freddie ousou a ir embora quando a loira já saia correndo dali.

–hey. Espera -disse cauteloso, quando viu a menina abrir a porta do prédio ao lado, ela não o deu ouvidos e adentrou. –Espere. –disse Freddie a alcançando.

–O que? –ela disse sem expressão.

–Porque está me evitando? Somos colegas de trabalho e vizinhos! Eu fiz algo?

–Realmente não sabe? –ela disse sorrindo com desdém

–Não. –disse sincero. Ela suspirou derrotada.

–Vem cá. –ela o chamou e se virou, Freddie a acompanhou ate o primeiro andar e entrou no apartamento da menina que era ao lado do seu. Não era muito maior do que de Freddie, mas tinha o quarto separado e a cozinha um pouco mais larga. Havia CD ‘s espalhados por cima de uma mesa de centro e no sofá. Três pacotes de bolo gordo também ali e o resto não estava melhor do que aquilo, ela não era muito organizada.

–Olha. –ela disse o chamando para perto do sofá onde tinha uma mesinha com o seu notebook . Ali tinha três fotos, uma dela com uma mulher loira de cabelos curtos há mais ou menos oito anos atrás,devia ser sua mãe, e as outras duas era ela com um rapaz muito semelhante a Freddie.

–Simas. –Freddie concluiu baixinho, mas ainda não entendia porque a garota o evitava. Ela pareceu ler sua mente.

–Sabe, eu sempre morei aqui com minha mãe. Simas, era uns três anos mais velho que eu. E não nos falávamos muito, só “oi” e “tchau”. Estudávamos juntos, e ele era tipo o “popular”, o que todos conheciam e amavam, capitão do time de basquete, segundo melhor dançarino, e o mais bonito vários anos consecutivos. –Ela se sentou, e Freddie fez o mesmo, tentando captar o que estava acontecendo. – Quando tinha treze anos, e ele dezesseis. Eu não era muito de falar, na verdade não gostava muito de pessoas... Mas um dia... ele havia terminado com a namorada dele, não lembro o nome dela, ele estava muito triste nesse mesmo corredor, então eu parei para conversar com ele. E entendia exatamente o que ele sentia, como se o reconfortasse só de saber o que ele sente. Nos tornamos daí, bons amigos. Ficávamos juntos no colégio, pregamos peças nos moradores do prédio, passava um bom tempo na casa dele quando minha mãe viajava. Só que chegou um baile estúpido, e eu estava muito apaixonada por um menino da minha turma, chamado Ben. Ele me convidou e aceitei, mas quando descobri que era um estúpido baile do “beijo” eu recuei, nunca havia beijado ninguém e, eu tinha medo dele comentar algo, e se eu não beijar bem e ...enfim, Simas, era mais velho e experiente e me beijou. Foi simples, mas muito legal. Desde aquele dia comecei a sentir algo muito forte por ele. E ele nunca correspondeu, eu talvez não sabia mesmo. Nem para Ben, estava ligando. O fato é que depois de cinco meses,ele começou a namorar Wendy, e... num dia chuvoso, o vi. –ela parou e olhou o nada –Estava diferente, magro, pálido e com o rosto fundo. O gritei e fui atrás dele quando começou a correr, ele me empurrou com força e desmaiei, quando acordei tinha policia pra todo lado, John e Catrina nervosos, e um rapaz desaparecido... –ela disse abaixando a voz. Alguns minutos se passaram ate Freddie digerir as palavras ditas pela loira, ela nunca falou tanto com ele.

–Quando o vi... eu não sei, mas foi difícil encarar alguém tão semelhante a ele. Mesmo não tendo culpa alguma. Ate senti raiva, de ser você que esta aqui e não ele... –e mais um silencio inundou.

–Me desculpe... –disse Freddie se sentindo culpado.

–Não falei isso para se sentir mal, e sim para explicar porque não conseguia falar com você, porque não queria olhá-lo, por tudo...

–Você devia gostar muito dele... –disse Freddie ainda com o humor para baixo.

–Gostava sim... –ela ficou pensativa com as próprias palavras. –Acho melhor ir embora, já esta muito tarde... –ela disse depois que os dois ficaram mudos. Freddie concordou, precisava de tempo pra pensar.

–E Freddie. –ela o chamou. – Ainda quero o bolo. –ela sorriu meigamente para o rapaz que repetiu o gesto. Freddie saiu encabulado de perguntas.

FLASK BACK –Sam

Eu sou tão estúpida, com quatorze anos na cara e ainda nunca fiquei com nenhum garoto? Eu sabia que essa hora ia chegar.

–Esta sendo paranoica... –Simas disse despreocupado lançando de novo a bola de basquete para mim.

–Não, não estou. –disse firmemente a mandando de volta para ele. –Diz isso porque já está acostumado a fazer isso... –dei de ombros.

–Sam, eu já fui BV também –ele riu gostosamente – E é normal sentir isso, pense, é com um cara que você gosta muito, não é?

–é... –confirmei pensativa.

–Eu ainda o acho uma idiota se achando maduro... –um minuto de silencio. – Se sentiria mais a vontade se fosse com alguém que já tivesse intimidade, não sentiria? –ele perguntou como se tivesse a ideia brilhante.

–Acho que sim, porque?

–Quer que eu te beije? –ele sorriu maliciosamente, mas depois de ver minha cara de espantou sorriu bondosamente.

–O que?!

–Qual é Sam! Somo amigos, quase irmãos... Se você beijasse alguém que se sentisse a vontade, pro resto seria tudo mais fácil... –ele se aproximou, meu corpo ficou duro. –e da pra relaxar? –ele disse rindo.

–Eu não sei, sabe... –e antes que pudesse responder, ele encostou delicadamente seus lábios sobre os meus. Um formigamento em meu peito e uma sensação gostosa me invadiu. Ele acariciava minha bochecha tão delicadamente como se eu fosse de porcelana prestes a quebrar. Quando senti um frio desagradável nos meus lábios me decepcionei ao ver que acabara.

–Então... –ele disse me dando um beijo na bochecha.

–Er... eu... foi...

–Bom. –ele concluiu pra mim satisfeito. –Agora, que você beijou o capitão do time de basquete mais lindo que a Readgway já teve, você pode ficar com aquele metido a bom. –sorri envergonhada lhe dando um tapa de leve.

–Tenho que ir... tenho prova amanha... –disse encerrando o assunto. –Obrigada.

–Acredite, foi um prazer. –ele sorriu

FLASH BACK- Sam .

Sam estremeceu ao lembrar de uma das cenas mais importantes de sua vida. Mas comeu um ultimo bolo gordo, antes de se tacar na cama. Do outro lado da parede, havia um Freddie com insônia, tentando por a cabeça em ordem, ate ter uma ideia.

Na manha seguinte, Sam acordara com o barulho da campainha. Resmungando, foi atende-la. Ficou feliz de ver um menino moreno, de moletom carregando um bolo todo enfeitado.

–Disse que queria um bolo. –ele sorriu sem graça para a menina que deu passagem para o bolo, quero dizer, Freddie entrar.

–Esta com cheiro bom... –ela comentou sentando numa mesinha pequena de quatro lugares na cozinha e cortando um pedaço para ela. –Hum... e muito gostoso também. –comentou de boa cheia. Freddie ficou satisfeito, e comeu um pedaço do bolo.

–Quem te ensinou fazer bolo? –perguntou Sam depois que acabaram de tomar café.

–Uma amiga minha, Carly. –ele disse incomodado.

–Era sua namorada? –Sam perguntou não resistindo e comendo mais um pedaço

–... Não. –Sam ao perceber como as palavras saíram frias do rapaz, o encarou.

–Hum... –Sam ficou um pouco pensativa. –De onde você veio? E porque fugiu de casa? Não se preocupe, só eu sei... –ela acrescentou ao ver a cara nervosa de Freddie.

–É um pouco doloroso contar mas, como me disse sua historia ontem, vou te contar... Eu morava em Salem com meu avô,Melvin. Ele me tratava mal, me batia e me xingava de uma forma terrível. Falava mal dos meus pais, e quando fiz seis anos, conheci uma mulher incrível que cuidava de mim, e só assim consegui ficar com meu avô, fui crescendo e soube me cuidar, a considerava minha mãe. Quando tinha uns quatorze anos, conheci uma menina chamada Carly e... enfim, gostei muito dela. Mesmo sendo só bons amigos. –ele parou e não se sabe quanto tempo se passou, parecia que Freddie estava tendo a sua vida passar diante de seus olhos, enquanto Sam o encarava curiosa. –Um mês atrás, essa menina me magoou muito e... a mulher que considerava mãe morreu. –Sam levou a mão na boca assustada. Por dentro ela queria abraçá-lo, mas não se moveu por orgulho. – Meu avô começou a criticá-la e eu não admiti isso, não aguentaria viver naquele lugar nunca mais... Então fugi com um grupo de circo que viria para cá. E aqui estou eu...

–Puxa... sinto muito.

–Tudo bem, eu vou superar. Bom, é melhor eu ir embora, tenho que fazer uma coisa. –disse Freddie alegremente. Ele deu tchau a Sam e foi embora.

Agora que tinha dinheiro, queria muito fazer algo que sempre quis fazer. Atravessou a rua, passou pelo parque em que se encontrava a mais de uma semana. E viu aquela biblioteca. Ajeitou o cabelo e entrou no lugar que estava cheio. Percebeu que a mulheres daquele dia não estavam lá e se sentiu aliviado.

–Bom dia. –uma mulher de cabelos castanho numa trança, cumprimentou Freddie gentilmente e Freddie ficou tranquilo.

–Bom dia. Como eu faço para comprar um livro?

–Os livros de venda estão no segundo andar. Escolha quais o senhor quer e desça para cá. –ela sorriu gentil para Freddie que subiu ansioso, sempre quis comprar um livro com seu dinheiro, com o suor de seu trabalho e ali estava aquele momento. Varias e varias estantes , mas só as do lado esquerdo estava escrito “Vendas” Freddie foi ate lá e começou a caçar um livro como se fosse um rato caçando queijo. Ate se fascinar com um livro de capa azul claro, com um menino loiro em pé em cima de algum tipo de planeta com uma escrita delicada em prata titulado “O retorno do jovem príncipe.” Freddie já lera “O pequeno príncipe” e seria legal ler esse. O pegou animado e entregou a mulher que o atendera na recepção. Como era um clássico, era mais barato, ele pagou apenas dez dólares por ele. Freddie saiu com o livro na mão da biblioteca e murchou. Não era a sensação que esperava sentir. Nada; não sentiu nada de ter aquilo nas mãos. Talvez estivesse criando muita expectativa, ele se sugeriu e sorriu reconformado. Voltou para o apartamento e quase foi atropelado por cinco crianças que corriam eufóricas para aproveitar o sábado de sol na rua. Entrou no seu apartamento, fez um suco e sentou-se no sofá, abriu o livro.

Duas horas se passaram e Freddie leu o livro sem nenhuma expressão no rosto. O olhou e sentiu uma raiva encher seu peito, tacou o livro na parede a sua frente. O livro se espatifou no chão aberto ao meio. Freddie estava zangado. Qual era o problema? Sempre gostou de ler, sempre se sentia bem cercado de livros, porque este foi diferente? Estava revoltado e agoniado. O livro foi interessante, mas não sentiu o que sentia sempre quando lia um livro. É como estar com fome e comer algo aparentemente bom, mas o gosto ser ruim. Depois de algum tempo tentando achar uma explicação, alguém bate em sua porta, devia ser Catrina como ela sempre fazia. Mas era Sam.

–Oi. –ela disse entrando sem permissão.

–Olá. –Freddie foi discretamente ate o canto da sala pegou o livro e o jogou atrás do sofá – Tudo bem?

–Ahan... Vim te convidar para uma festa.

–Festa? De quem?

–Nossa! De vez em quando fazemos uma festa...

–Ah não sei...

–Vamos Freddie, para de ser chato. Vai se divertir com jovens, conhecer gente nova. –Freddie pensou por um instante.

–Vai ser que horas?

–Começa as oito. –Sam disse saindo, entendendo a pergunta como um ‘sim’. – Eu venho te buscar sete e meia. –ela disse fechando a porta.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Criticas e elogios são very cool ;)



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