O Ladrão de Livros escrita por OnlyGirl08


Capítulo 6
Um novo começo


Notas iniciais do capítulo

Não preciso dizer que estou terrivelmente atrasada com a história!
Porém, vou dar o meu melhor para atualizá-la sempre que possível!
Então, Boa Leitura!



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No dia seguinte, Freddie levantou bem melhor e se sentia renovado. Sentiu um delicioso cheiro de torradas e o seguiu.

–Bom dia! –disse Catrina ajeitando o seu charmoso coque.

–Bom dia! –disse Freddie se sentando a mesa. Senhor John lia calmamente o jornal.

–Acho que... eu... –Freddie não sabia como falar. John o encarava sob o óculos de leitura e Catrina o olhava ansiosa.

–Conversamos sobre isso depois! –disse John se voltando para o jornal. Freddie ficou boquiaberto, não era o que pretendia. Ele queria ser independente, e por mais que tivesse gostado e ser muito grato ao que fizeram por ele, não era ali dentro que pretendia continuar, e se sentia envergonhado de dizer isso principalmente já que não tinha para onde ir e eles lhe deram carinho como filho. Após John terminar o café e Catrina limpava a cozinha. O senhor chamou Freddie para se sentarem na sala. Freddie o encarou nervoso.

–Então... –John começou resmungando de dor na coluna. – Eu sei o que você quer!

–Sabe? –Disse Freddie surpreso. Se inclinando do sofá para ouvi-lo com atenção.

–Freddie, o que você ta fazendo aqui?

–Er... eu.... Eu fugi de casa.

–Ahan... –John parecia pensar. –Sabe o motivo de não tê-lo deixado lá na rua no meio da chuva?

–Porque teve pena? –arriscou Freddie. John riu com desdém

–Claro que não! Você é menino novo, sabe se virar muito bem... Foi porque me vi em você. Porque sabia que tinha um rapaz moreno perdido por perto e sabia que era você. E quando vi seu rosto... Vi o que eu sentia, não sei lhe explicar... –Ele parou por um momento – Eu sei que não quer continuar aqui, sendo cuidado como se fosse outro. – John disse coçando a barba mal feita.

–Não é bem iss...

–É isso sim! – John disse calmamente calando Freddie. – Quero lhe propor algo. –ele disse mais baixo para Catrina não ouvir. – Vou lhe dar um emprego no meu bar, e... sou dono desse apartamento inteiro! –ele disse levantando os braços. Freddie olhou pela janela e finalmente se tocou que estava alto de mais para estar numa casa. –E em troca lhe dou um apartamento! –Freddie ficou surpreso com a proposta, era muito boa. –Catrina gosta muito de você, é como se ela tivesse Simas, é egoísmo nosso o deixar como “Substituto” mas seria bom tê-lo por perto... Ela ontem orou enquanto eu dormia, ela agradecia com lagrimas nos olhos, pelo anjo que Deus enviou a ela, as palavras dela, dizendo que se sentia viva como não se sentia desde que Simas se foi, voltou quando estava aqui. –Disse John emotivo. Freddie sabia que se referia a ele, e teve mais pena da pobre mulher que perdera o filho pelo mundo do que dele mesmo. John se ajeitou ao ver a mulher saindo da cozinha e caminhando ate a sala cantarolando algo.

–O que houve? –ela disse inocentemente.

–Darei um emprego a Freddie no bar. Arthur esta imprestável.

–Oh que ótimo! Vai ter seu dinheiro, vai recomeçar sua vida.

–É, e em troca lhe darei o 8-D.

–8-D? Querido, ele vai querer o dinheirinho dele para estudar e outras coisas, não Freddie? Não vamos nos importar de ficar aqui, querido! –ela disse sorrindo mostrando as bochechas rosadas.

–Er... eu achei uma boa ideia! –disse Freddie sem graça, ele olhou para John e o senhor acenou a cabeça indicando para ele continuar.

–Bom... então, já que quer assim. –disse a senhora mais murchinha.

–Você pode sempre me visitar! E se a senhora permitir venho aqui lhe fazer companhia quando quiser! –Acrescentou Freddie ao ver a expressão triste da mulher que logo abriu um sorriso gostoso.

Mais tarde naquele mesmo dia, John e Catrina saíram com Freddie pela primeira vez desde que se recuperara. Assim que passou pela porta da sala do apartamento, ele viu um corredor frio e cinzento. Onde as paredes sujas e mal tratadas e rabiscadas tinha um cinza claro (ou branco sujo).

–Aqui é o ultimo andar. É o maior apartamento. –comentou Catrina na intenção de fazer Freddie querer ficar ali. Eles desceram três lances de escadas e entre esse tempo, viu três crianças discutindo sobre algum personagem de desenho animado, uma mulher chorando ao telefone (“aquela é Lucy, ela é meio louca da cabeça”) comentou Catrina ao passarem por ela. Assim que chegaram no segundo andar do prédio, eles pararam numa porta branca arranhada com uma placa de metal velho escrito “8-D”. Eles a abriram e viram um pequeno apartamento, a sala era junto com a cozinha e mesmo assim os dois juntos mal era o tamanho de uma sala normal. Numa porta ao canto tinha um banheiro pra lá de sujo e no canto da sala tinha uma cama.

–É bem simples e pequeno, mas...

–Ta ótimo! Muito obrigado! –disse Freddie com um sorriso verdadeiro no rosto. John sorriu de volta e bagunçou o cabelo do garoto.

–Muito bem! –ele disse ainda olhando o lugar –da pra melhorar! –comentou.

–E vai! Vou pegar algumas mantas, alguma coisa para essa geladeira e... uma faxina básica! –disse determinada Catrina.

–Muito obrigado! –ele a abraçou com força. A mulher segurou o fôlego e se emocionou com o ato de Freddie, ela o apertou tanto que ele teve que chamá-la para soltá-lo.

–Desculpe –me! Vamos lá!

Catrina separou algumas roupas lavadas de Simas que cabiam em Freddie, fez uma malinha de comida caseira e mais algumas outras coisas que tinha de sobra na casa como açúcar, pão, leite, garrafas d’agua e uma caixa de cereal. Separou algumas roupas de cama. Queria ajudar a arrumar tudo, mas Freddie insistiu que já estava grato de mais e estava ficando tarde. Ele desceu com a caixa de coisas doada por Catrina e ficou ali arrumando no seu novo apartamento. Arrumou a cama e guardou a comida na dispensa e na geladeira velha que ficara ali.

–Pode crer que estava pior. –uma voz disse calmamente atrás dele. Ele se virou bruscamente e viu ema menina despreocupada encostada a porta, magra com bastantes curvas, o cabelo ate a cintura, loiro brilhoso em ondas e os olhos azuis visíveis a quilômetros de distancia. Freddie percebeu que a encarava feito um idiota e se ajeitou.

–Olá. Sou Freddie. –ele estendeu a mão para a menina que o ignorou.

–Sam Puckett. Só vim avisar que não quero barulho porque dá para escutar aqui do lado e nem vem me pedindo açúcar ou qualquer coisa que eu não vou emprestar. E não vou te dá bolo de boas vindas, mas você pode me dá se quiser. –ela deu de ombros.

–Er... claro! –disse Freddie ainda olhando para a menina. Quando sem querer tropeçou na caixa que estava atrás de seus pés e cai no chão.

–Você ta bem? –Sam perguntou tentando levantá-lo segurando o riso.

–To sim. –disse Freddie envergonhado. Eles estavam muito próximos, Freddie agora não tinha medo de encarar aquele mar em forma de olhos, porque ela também o encarava.

–Você é muito parecido com Simas... –ela disse com uma nota de dor na voz.

–Você o conhece? – Freddie disse como se fosse murchando por dentro.

–É claro que o conheço! Moro aqui desde que eu era um espermatozoide... Enfim, deixa eu ir, minha comida ta esfriando. –ela se virou e foi embora.

Freddie ficou ali parado, fitando a porta aberta. Ate que um cara gordo passou com um porte de sorvete nas mãos e ele acordou para a vida. Fechou a porta e desabou na cama.

Ele é lindo, não?”

É sim... Tem os seus olhos...”

... E o seu sorriso.”

Ele é muito especial. Eu o amo muito”

Eu também o amo de mais...”

Freddie acordou suando frio com a respiração ofegante, como se tivesse prendendo a respiração desde o inicio do sonho. Já era de manha e o sol ofuscava da janelinha do lado da sua cama. Coçou os olhos e bebeu um pouco de água. Não demorou para alguém bater na porta. Era Catrina com o seu adorável sorriso.

–Bom dia. –disse ela adentrando sem delongas. –Trouxe umas coisinhas para você comer. –ela se sentou no sofá verde mofado e começou a desfazer a cesta que trouxera caprichosamente: uma garrafa de suco de laranja, pães frescos e outras coisas. Freddie não recusou, estava faminto, o sono o desgastou muito. Catrina e Freddie conversaram por bastante tempo, discutiram sobre o apartamento, sobre seu emprego e Freddie não deixou de comentar de sua “visita” ontem. Catrina riu:

–Aquela é Sam. É uma boa menina, não se preocupe, se quer conquistá-la, vá pela boca. –Freddie fez uma careta e Catrina deu um empurrão amigável em seu braço. –Não nesse sentido menino, tente beijá-la pra ver onde vai parar! Estou falando de comida... Enfim, tenho que ir. John mandou lembrá-lo de descer ate o Térreo as sete da noite. – Avisou-lhe a Freddie.

Assim que Catrina saiu, Freddie tomou um delicioso banho, e passou a tarde toda terminando de arrumar o apartamento que estava muitíssimo sujo e mofado. Lá pelas três da tarde, comeu cereal com leite que Catrina lhe dera ontem e ouvia da parede onde ficava encostado o sofá do outro lado dela uma musica alto o suficiente para ouvir no andar todo. Ele riu lembrando-se da loira e voltou a limpar a apartamento ate estar impecável. Assim que acabou tomou um bom banho e vestiu uma calça jeans escura uma polo vermelho e branco e o mesmo tênis all star preto. Quando deu quinze para as sete ele saiu. O corredor estava vazio, mas se ouvia choro de bebe num apartamento e em outro a televisão no futebol num volume muito alto. Caminhou ate a frente do corredor desceu um lance de escada e se deu num térreo sem graça, saiu pela porta da frente e viu que ao lado tinha um bar. Não tinha muito movimento, pelo contrario, parecia que só tinha funcionários. Uma grande faixa escrita na frente dele de destacava com o “sexta-feira do Karaokê! Venha soltar sua voz!”

–Ah você chegou? –disse John com um avental na cintura. Ele empurrou Freddie para o recinto. As paredes eram com tijolos antigos com vários pôsteres de motocicletas e bandas antigas. Dois rapazes limpavam as mesas e uma senhora gordinha ajeitava o balcão. O ambiente era meio escuro com pequenas luzes na parede dava um charme ao local. Uma mesa de sinuca e outra perfeita para jogar qualquer jogo de cartas. As duas mesas com uma lâmpada de cor verde em cima para iluminar melhor. Um palco pequeno tinha holofotes fracos no teto, uma cadeira alta e um microfone. O bar era de madeira de pinho com varias bebidas atrás organizadas por ordem de alcoolismo e vários aperitivos cheiravam fortemente bem atrás de uma porta atrás do balcão.

–Você vai trazer os pedidos, ok. Vai em mesa e mesa e pergunte o que as pessoas querem anote e dê para as pessoas do balcão que elas levarão, sempre apareça de hora em hora para ver se querem mais alguma coisa... –disse John sem muito entusiasmo.

–Ah claro. –disse Freddie nervoso.

–Vista o avental e o bloco e caneta estão lá em cima, por enquanto ta vazio. Começa a encher lá pelas nove da noite, só vai ajudando a arrumar as coisas, qualquer coisa peça a ajuda a alguém ou a mim que vou esta na cozinha. –ele sorriu bondosamente e entrou atrás da porta. Freddie olhou um rapaz e duas garotas juntos conversando enquanto arrumavam perto do palco.

–Hey. – Uma menina alta morena de rabo de cavalo o chamou, Freddie foi receoso ate eles. –Sou Tori, essa é Jade e esse é Beck. –ela acenou para a menina da cabelos negros com duas mechas azuis vibrantes escondidas por um coque mal feito, e para o garoto galã de novela de cabelos tipo roqueiro dos anos cinquenta.

–Olá.

–John nos disse sobre você. Ficamos muito ansiosos, Arthur era um viadinho que não fazia nada pra ninguém... –comentou Beck.

–Ele ta todo perdido... –disse com um sorriso malvado Jade que voltou a limpar uma mesa.

–É claro garota, John pediu para o ajudar –Tori deu um peteleco na cabeça de Jade que a olhou mortalmente. –Enfim, seu nome é Freddie né? –Freddie assentiu- É só descer as cadeiras e por no lugar e passar um paninho nelas para tirar a poeira.

–Ok.

–Cheguei!! –Freddie ouviu uma voz que o fez estremecer. –O que você faz aqui? –Freddie virou lentamente e viu a menina loira o encarando com uma das sobrancelhas arqueadas.

–Ele vai trabalhar aqui! –disse Jade sem muito animo voltando a limpar a mesa.

–Vai é? –perguntou Sam com vontade rir –John substituiu aquele traste por isso? –ela apontou para Freddie. Tirou a mochila das costas e a jogou no palco. –Que decadência. –Jade segurou um riso e Freddie fechou a cara.

–Porque implica comigo? Não fiz nada com você... Alias nem te conheço direito! –disse Freddie com raiva. A garota sorriu e deu as costas aos outros. “Sorte minha...” sussurrou, mas deu para Freddie a ouvir, e fechou mais a cara para a garota.

–Deixe-a ... Ela esta naqueles dias. –disse Jade olhando penetrante em Freddie. Beck os olhou e voltou a limpar as mesas sem expressão.

Assim que eles arrumaram tudo, a medida do tempo, varias pessoas começaram a chegar. Uns senhores que foram diretamente para a mesa de cartas enquanto bebiam cervejas como se fizessem isso sempre, um grupo de universitários que riam alto, pareciam felizes e cansados. Freddie se saiu muito bem, e pegou o negócio rápido. Enquanto Sam, o evitou desde então. E não foi só naquela noite, durante a semana inteira, ate quando se encontravam no corredor ela levantava a cabeça e nem o olhava, ontem Freddie tentou fazer algo para ela o notar, mas nada, nem quando ele lhe deu um bom dia, ela não respondeu e isso estava deixando Freddie aflito, mesmo que não fosse popular, era muito amável e querido. Hoje era sexta e Freddie estava animado, ele e Beck se tornaram bons amigos, Jade também era uma pessoa muito bacana, menos quando esta de mal humor ou quando da patada em todo mundo, sexta-feira era o dia mais movimentado e alegre, era a noite do Karaoke e ele estava animado, já que seu salário seria semanal, o ganharia hoje. Freddie estava se saindo bem só pelas gorjetas que as moças e senhoras o davam. “ Que rapaz lindo, tão culto, como pode trabalhar como garçom?” uma senhora perguntou a filha que flertava descontroladamente com Freddie há dois dias. E ela não estava errado, mesmo Beck que era legal e educado, ficava cansado em fazer a mesma coisa, Freddie não, sempre dando um belo “boa noite, como estão?” e sempre sorrindo e falando terrivelmente bem. Fora as que só o achavam lindo. E a gorjeta dada pelas clientes, não era nada mendigado. Freddie conseguiu comprar uma blusa e duas caixas de leite com o troco de uma moça que lhe dera como gorjeta.


Continua...


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Notas finais do capítulo

Reviews? '-'



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