Capítulo 13 – Redenção

Enquanto lia o seu livro, com um copo de limonada recém-feita no sofá da sala, Liliana tentava abstrair-se dos gritos. Cada dia que passava era cada vez mais impossível ignorar a agonia em que Klaus passava os dias.

Rebekah estava a torturá-lo hoje. Então Elijah decidiu fazer companhia a Liliana na sala de estar da enorme casa. A sua presença não a incomodava, pelo contrário, até a deixava mais confortada. Kol estava fechado no seu quarto, a ver TV. Scandal, era o que parecia.

–Ele está zangado comigo? – indagou ela, fechando o seu livro.

–Kol? – Elijah ergueu os olhos do seu livro, confuso. Liliana acenou, semicerrando os lábios. – Não sei. Porquê?

–Bem, eu atirei-o para a piscina – Liliana desviou o olhar do Original, envergonhada.

–Sério?

–Foi uma coisa do momento! – Elijah sorriu de lado, deixando-a mais envergonhada. – Eu estava muito zangada com ele! Elijah!

–Eu não disse nada! – Elijah manteve o seu sorriso enviesado. – Mas se queres a minha opinião, acho que deverias falar com ele. Só para esclarecer as coisas.

Liliana ponderou essa possibilidade, séria. Olhar para Elijah facilitava muito as coisas: ele tinha as mesmas feições de Kol e a mesma cor de cabelo.

–Eu pergunto-me… - abanou a cabeça, afastando o pensamento. – Não é nada.

–Podes dizer o que quiseres – Elijah decidiu fechar o seu livro e focar-se na vampira mais nova.

–Eu pergunto-me como é que sabemos que gostamos de alguém – o seu olhar fugiu por um simples segundo para a escada, e Elijah percebeu que ela se referia a Kol.

–Já estiveste apaixonada – afirmou o Original.

–Já estive? – indagou a loira.

–Foi uma pergunta – disfarçou Elijah. – Porque eu já.

–Elijah Mikaelson já amou alguém? – Liliana foi facilmente desviada da conversa.

–Sim, já. O seu nome era Katerina. Infelizmente, era uma doppelganger e os seus sentimentos por mim não foram o suficiente para confiar em mim. Por quinhentos anos Klaus tentou encontrá-la, até perceber que a nossa mãe estava a planear algo que exigia a sua atenção.

–Foi assim que ele conheceu a Teresa. Eu lembro-me.

–Quando a via… eu ficava feliz. Era como se ela fosse o Sol da minha vida, que iluminava a minha vida. Quando a via… eu parava de pensar nos problemas, era como se os guardasse numa caixa por algum tempo. Quando não estava com ela, os problemas saíam da caixa.

–Voltaste a vê-la?

–Sim. Mas as coisas são diferentes agora. Ela cresceu uma vampira maníaca e sádica. Egoísta. Eu não preciso de pessoas egoístas na minha vida.

–Claro que não – concordou Liliana. – Eu acho que vou falar com ele.

Elijah largou apenas um pequeno sorriso, ainda preso nas memórias.

Liliana subiu silenciosamente as escadas e percorreu o corredor com passos vacilantes. As vozes de Scandal iam ficando cada vez mais próximas. A sua respiração acelerou-se e quando ergueu a mão para bater á porta, as vozes pararam. Liliana ficou suspensa no tempo. Engoliu em seco. A vergonha e embaraço eram demasiados. Afinal, ele era um Original, quantos anos é que teria a mais do que ela? 500? 1000?

Kol abriu a porta e Liliana deixou a sua mão cair.

©AnaTheresaC