Capítulo 12 – Água fria

Liliana acordou com os gritos de agonia de Klaus. Imediatamente, apeteceu-lhe chorar. Era horrível ver alguém a sofrer tanto.

Desceu as escadas para a piscina, como sempre. Ao ar livre havia outros sons com que se podia distrair e isso alegrava-a. Deu um mergulho e desejou ficar debaixo de água o resto da sua eterna vida. Mas sabia que tal era impossível, então subiu á superfície e esticou-se na cadeira a apanhar o sol vivo e quente.

–Bom dia, Liliana – cumprimentou Kol, fazendo sombra sob o seu corpo.

A loira abriu os olhos, mas recusou-se a tirar os óculos de sol.

–Estás a fazer sombra.

–Eu sei.

–Sugiro que saias. Quero secar o biquíni para ir há cidade mais logo.

Kol não se mexeu.

–Por que é que queres ir há cidade mais logo? Já foste ontem.

–E estás a contar os passos que dou? – esta era a sua única defesa: atacar. Liliana ainda se sentia estúpida e ingénua por ter acreditado que na noite anterior ele quereria a sua companhia. Hoje, ela não seria a menina ingénua que está à espera de desculpas. Se ele não precisa dela, então por que é que ela precisaria dele?

–Estás zangada – observou.

–Uau, Sherlock Holmes! Lamento, mas isto não é a Baker Street para te vangloriares dos teus sucessos de observação.

–O que aconteceu?

–Deixa-me pensar… Sim, já enumerei alguns. Agora, vai-te embora.

–Foi algo que eu te fiz?

Liliana não respondeu. Kol acenou com a cabeça.

–O que é que te fiz para estares assim comigo?

Não respondeu. Lili decidiu que o silêncio era o melhor para o mais tagarela dos Originais.

–Eu assim não saberei pedir-te desculpas.

–Vais continuar a interromper o meu momento com o sol?

–Sim, vou. Enquanto não me contares o que aconteceu.

–Tudo bem – Liliana levantou-se, pegou na sua toalha e no seu livro e saiu da zona da piscina, indo em direção a casa.

–Mulheres…

Liliana parou, raiva a borbulhar há superfície da sua pele. Pensou em responder-lhe, em bater-lhe, mas teve uma ideia mulher…

Correu até ao Original na sua velocidade vampírica e empurrou-o para a piscina. Sem ter tempo para se defender, Kol caiu de costas na água azul e fria.

–Aproveita o dia sol. Eu vou fazer o mesmo, mas noutro lado.

Kol ficou parado, no meio da piscina, com água a pingar do seu cabelo e rosto, a observar o furacão loiro que era Liliana.

©AnaTheresaC