Sob as Asas escrita por FoxChan


Capítulo 11
Capítulo 10 - Brincando


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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– Eu não sei. Eu me sinto mal, é como se eu estive me perdendo, como se tudo estivesse fora do lugar – ele falou com voz de choro.

Eu sorri e o beijei no ombro, o fazendo-me olhar.

– Está passando por uma mudança. Você não está acostumado com isso. Mas não fique assim, não vai te matar.

Ele me olhou como se não esperasse que eu dissesse aquilo, eu continuava a sorrir para ele.

– Como pode saber?

– Como achar que me senti nesses últimos tempos?

– Mas você parece sempre tão segura.

– A diferença entre nós é que eu me decido sobre uma coisa muito rápido. Você se prende ao que já tem. Se solte. Deixe as coisas fluírem, que você vai ver seu caminho mais facilmente.

– Eu não sei se consigo.

– Consegue. O primeiro passo é perceber seus sentimentos. Estão estampados na sua cara, mas você não os percebeu ainda. Vá dar uma volta, que tenho certeza que descobrirá. Vou ver Zophiel e Rahmiel.

Me levantei e saí do quarto em direção ao meu quarto, onde estavam as minhas roupas. Me troquei e segui para a saída. Peguei a carruagem e fui. Era como se eu estivesse mais leve depois da minha conversa com Leon. Eu estava novamente feliz comigo mesma. Mesmo que lá no fundo aquela sensação ruim ainda estivesse ali.

Assim que cheguei a casa, desci da carruagem e bati na porta. Edkiel abriu. Ele arregalou os olhos quando me viu e baixou a cabeça; me deu passagem sem nada dizer. Eu também não falei com ele, se estava aqui era por que Zophiel deixara e não seria Edkiel que me explicaria porquê. Não havia ninguém ali.

Deduzi que Rahmiel estaria na cama, então subi as escadas e fui ao mesmo quarto onde a ensinei uma vez. Não errei, ela estava lá lendo um livro. Estava extremamente corada e tinha um sorriso bobo no rosto. Como se gostasse e ao mesmo tempo tivesse vergonha do que lia. Eu fiquei observando. Ela estava tão distraída que nem notou minha presença. Li o título do livro e percebi o porquê de ela estar daquele jeito. Eu já tinha lido aquele livro, e não era um livro bem visto pela sociedade por seu conteúdo indiscreto e, posso até afirmar, pornográfico. Mas mesmo assim todos tinham um desses em casa. As pessoas aqui eram cascas de perfeição e miolos cheios de pecados, na maior parte das vezes maiores que os meus.

–Se divertindo? – perguntei a ela.

Ela em olhou de olhos arregalados e fechou o livro correndo.

– Morgan?

– Não precisa ficar tão sem graça. Eu também já li esse livro. Mas esqueça isso. Como você está?

Me sentei a cama.

– Ah! Estou bem melhor. As feridas já não sangram mais e não doem tanto. Mas ainda tenho longos tempos nesta cama.

Eu sorri para ela.

– Sei como é isso. Muito tedioso. Mas necessário. Vou deixa-la com seu livro. Onde encontro seu irmão?

– Zophiel ainda deve estar a dormir. Ele deitou-se muito tarde ontem. Não saiu do meu lado até eu adormecer.

– Ok. Vou vê-lo.

Ela sorriu já abrindo o livro.

Me levantei e segui até o quarto de Zophiel. Abri a porta cuidadosamente e entrei fechando-a com igual cuidado. Ele dormia tranquilamente. Estava de bruços sem a coberta e usando só a calça com o qual dormia. Eu fiquei olhando ele dormir. Tive dó de o acordar e então fui até a janela e fiquei olhando os grandes jardins da casa. Eram tão grandes que tinha até grandes arvores.

Depois de um tempo ali, senti meu cabelo se soltar de seu habitual coque. Não era possível que tivesse se soltado sozinho. Olhei para trás e lá estava Zophiel me olhando com um sorriso de lado.

– Prefiro quando usas os cabelos soltos – ele comentou.

Eu me virei completamente para ele e sorri.

– O que fazes aqui a esta hora? – ele quis saber.

– Preciso conversar com você – afirmei.

– Imaginei que sim, mas tenho outra ideia.

Eu continuei a olha-lo como se esperasse ele me explicar a ideia.

Ele me abraçou pela cintura. E levou a boca direto ao meu pescoço, passando a língua por lá e me fazendo arrepiar. Puxei o ar entre os dentes e ele me apertou mais nele, continuando o que fazia agora usando também os lábios. Depois ele me beijou e levou a mão ao aos botões atrás do meu vestido. Eu me separei dele e o olhei. Ele me encarou sem entender.

– Não estrague meu vestido – adverti.

Ele deu uma gargalhada.

– Não vou.

Ele me beijou de novo e voltou a mão ao meu vestido e abriu os botões um a um enquanto me levava calmamente em direção a cama.

Eu vestia minhas roupas e Zophiel me olhava da cama onde ele ainda estava deitado e completamente nu.

– Por que foges de mim? – ele perguntou

– Não estou fugindo de você, não seja dramático. Vai entender logo. E se vista logo de uma vez.

Ele suspirou e fez o que eu disse. Nem cinco minutos depois de eu terminar, quando Zophiel ajeitava o cabelo, bateram na porta. Eu ainda tinha os cabelos soltos, e assim ficariam, estava com preguiça de prende-los outra vez.

Zophiel foi até a porta e a abriu. Era Leon. Ele olhou para dentro, seus olhos pararam em mim.

– Por que está com os cabelos soltos? – Leon quis saber.

– Eu soltei-os – Zophiel respondeu.

Leon o olhou de olhos semicerrados.

– Sabe, pode não parecer, mas eu ainda acho estranho que fale assim da minha mulher.

– Assim como? Eu só disse que soltei o cabelo dela. Não há mal nenhum nisso.

Leon só respirou fundo.

– Esquece. Como está sua irmã?

Zophiel sorriu.

– Por que não pergunta a ela mesma? Está na primeira porta a direita.

Ele indicou o caminho que Leon devia tomar.

– Tudo bem eu vou lá – Leon falou e se foi.

Zophiel me olhou com o cenho franzido.

– O que? – perguntei.

– Como sabias que ele viria?

– Ele é meu marido, mas além disso é meu amigo. Eu o conheço o suficiente. Ele está gostando da sua irmã, só não tem a certeza ainda.

– Se ele está gostando dela, eu não sei, mas que ela está gostando dele isso é certeza.

– Bom, então acho que temos a solução de um dos nossos problemas.

– Pode ser. Mas temos problemas um pouquinho maiores que isso – Zophiel afirmou.

– Tem razão.

Nós dois descemos e fomos diretos à cozinha, onde uma pequena mesa de café estava pronta. Edkiel estava por ali mexendo em alguma coisa. Zophiel só pegou um pão e continuou.

– Edkiel, leve o café para Rahmiel, mas cuidado, ela tem companhia.

– Sim, senhor.

Saí pela porta dos fundos com Zophiel atrás de mim. Nós seguimos até um banco que ficava no meio do jardim. Ele se sentou e encostou depois olhou para mim.

– Podes perguntar?

– O que aconteceu ontem?

– Bom... Eu tinha indo a Londres para mostrar a cidade a Rahmiel. Dormimos na casa de lá, para no dia seguinte voltar para cá. Acontece que eu acordei com Puriel em cima de mim, a amarrar as minhas mãos. Levou-me lá para fora, onde Rahmiel chorava, também com as mãos amarradas. Ele queria que eu me declarasse culpado de ter cometido pecados que nunca cometi; começou a torturar Rahmiel, a corta-la com a espada. Enquanto Rahmiel gritava para mim que, se as acusações fossem falsas e eu as assumisse, ela nunca me perdoaria. Como eram mesmo falsas continuei negando. Ele só desistiu dela quando percebeu que eu não me entregaria. Então ele ameaçou matar Rahmiel e me torturar até à morte, e com isso conseguiram que Edkiel aceitasse me matar sem dor. Mas o pobre não teria coragem. Tanto que tremia e chorava como uma criança com aquela arma na mão.

Aquilo tudo era horrível, coisas que eu não esperaria nem de humanos, imagina de anjos. Torturar e tentar matar seus próprios irmãos. Era de uma covardia e crueldade sem tamanho. Agora eu temia esses anjos mais que aos demônios. Agora eu entendia o pavor nos olhos de Lauren quando Zophiel se aproximou pela primeira vez.

– Aliás, que arma era aquela? – eu o interrompi.

– Algo que não deves conhecer. Está além do teu tempo. Só vai chegar às mãos dos humanos daqui a uns anos. Deves esquecer isso. Mas ontem, se tu não tivesses chegado, estaríamos os três mortos. Edkiel não me teria matado e eles matá-lo-iam, depois de uma tentativa desesperada para me fazer confessar coisas inexistentes teriam matado Rahmiel, depois de um ataque de raiva, certamente ele matar-me-ia. Acabaria mandado ao inferno pelo Pai, por desobediência, crueldade, desequilíbrio e assassinato injusto. Seriam três anjos decaídos mortos e um anjo banido. Tudo isso pela inveja de um anjo. Mas tu salvaste-nos. Até mesmo a Puriel, que achava estar fazendo o certo. És uma heroína.

Eu estava com a boca aberta. Não acredito que minha simples aparição, aquela participação mínima, tinha mudado tanta coisa. Mas eu não tinha aparecido lá por mim mesma. Foi aquele sonho. E agora eu tinha certeza que aquela luz era Deus.

– Não. Eu não sou uma heroína. O herói aqui foi seu Pai – afirmei.

Ele me olhou de boca aberta.

– Não digas que ele é meu pai como, se fosse só meu, é teu pai também. Mas o que queres dizer com isso?

– Naquela noite eu tive um sonho. Eu estava de joelhos em um campo florido, de frente para uma luz branca, muito brilhante, que mantinha afastada a escuridão que estava em volta. Dessa luz saiu uma voz que me disse para ir à casa que me dava mais conforto e salvar seus filhos da justiça errada. Acordei assustada e de algum modo eu sabia que tinha que ir até a sua casa lá de Londres. Saí correndo até lá. O resto você já sabe.

– Dizes que o meu Pai pediu para me salvares, num sonho? O meu Pai ainda se importa comigo?

– Estou te dizendo que acho que foi seu Pai, nunca dei certeza. E um pai nunca esquece um filho, não importa o quanto ele peque.

– Já disse para não dizeres que ele é o meu pai, é teu pai também.

– Mas você o chama de ‘meu’.

– Sim, mas quando conversas com a tua irmã, mencionas o teu pai como teu, mas nunca como só dela. Ele é pai de ambas, pode ser chamado por ti de meu ou nosso, mas nunca de seu. Ele não é pai só da tua irmã é teu também, como o contrário. Entendeste?

Franzi o cenho meio confusa com tantos pronomes. Mas acho que entendi o básico, ele queria dizer que o Pai dele, na verdade, era Pai de todos nós e devíamos trata-lo como tal.

– Acho que sim. Mas me diga, Edkiel anda meio estranho. Ele não me encarou quando cheguei – contei.

– Ele sente-se culpado pelo que fez. Tem vergonha de ti, como tem de mim e de Rahmiel. Mas nós já conversámos com ele e parece que ele melhorou um pouco. Mas como tu tiveste de detê-lo, parece que o fazes sentir pior.

– Pobre. Na hora fiquei com muita raiva dele, realmente. Mas procurei não acusa-lo de nada, pois peguei as coisas pelo meio.

Ele sorriu lindamente para mim.

– Essa é uma das coisas que mais amo em ti – Zophiel afirmou.

– O quê? – quis saber.

– Não julgas as pessoas sem saber a real estória. Isso faz-te melhor que muitos anjos.

Ele levou uma mão em meu rosto e o acariciou de leve. Então se levantou, me estendeu a mão. A peguei e ele me levantou. Seguimos caminhando em meio ao imenso jardim, de mãos dadas.

– Quem eram os outros dois anjos, os gêmeos de cabelos negros? – perguntei.

– Percebeste que eram gêmeos.

– Claro, são idênticos.

Ele riu.

– Sim e são mesmo. Eram Ansiel e Camael.

– Qual a função deles?

– Ansiel é chamado de o limitador. É como o nome diz, ele limita o poder dos outros anjos, impedindo-os de usar força desnecessária contra quem não merece. Camael é o anjo chefe dos poderes, em termos de mandar ele só está abaixo de dois anjos.

– Entendo. Mas havia mais nomes. Araquiel, eu acho.

– Ah! Sim, esse é um dos que está acima de Camael. Araquiel é o anjo com domínio sobre a terra. Controla o que deve ou não acontecer por aqui, impedindo que coisas muito grandes feitas por seres sobrenaturais quebre o equilíbrio dos humanos.

– Interessante. Me lembro de mais um, na verdade dois. Ragziel e Metatron.

– Ragziel é o anjo da punição, conhecido como a ira de Deus. É o único anjo que é autorizado a executar as punições impostas pelo Pai. Por isso, eu sabia que Puriel estava ali por conta dele, ou de algum outro anjo. E Metatron, bom Metatron é só o anjo mais poderoso do céu. O que está ao lado de Deus, o que faz os maiores trabalhos – Zophiel contou.

– É por isso que a simples menção do nome dele fez Puriel parar.

– Sim, qualquer criatura sensata o teme.

– Vocês são bem interessantes. Mas eu entendi o medo que as criaturas da terra sentem de vocês. Vocês são cruéis demais, se matam sem remorsos – afirmei.

– Bom, isso não posso negar. Lá é tudo muito rigoroso. Era difícil o momento de descontração. Acredito que a minha felicidade em Terra tenha despertado inveja entre os que têm de seguir as regras de lá.

– Mas esses que estavam aqui eram todos mais poderoso que você? – perguntei.

– Não, bom agora são. Mas veja bem, com já lhe disse antes temos subdivisões lá em cima, como Edkiel que é um virtude...

– E você é o que?

– Sou... Era um serafim.

– E isso está acima ou abaixo de uma virtude?

Ele riu.

– Deixe eu tentar te explicar. Somos dividido em três esferas, cada esfera subdividida em três subdivisões. Na terceira esfera, a mais baixa está o Anjo, que é o mais baixo, Arcanjo que está logo acima de anjo e Principados que está acima de arcanjo. Na segunda esfera, de nível médio está Potestades, os Virtudes e os Dominações. E na terceira esfera que estão o mais poderosos, estão os Querubins...

– Aqueles bebês com asas? – questionei.

Ele gargalhou quando ouviu isso.

– Sinceramente eu não sei quem inventou isso, mas tem uma imaginação muito fértil e fora da realidade. Os Querubins são os anjos de aparência mais apavorante que existe, você nem diria que são anjos, quando caem a terra geralmente Deus os transforma para poderem ter chance de conviver bem aqui.

Eu estava de boca aberta depois desse esclarecimento dele. Passei a vida toda imaginado os querubins como aqueles bebes fofinhos com asas.

– Nossa! Eu nunca pensaria em coisa assim – cometei.

– Imagino. Mas deixando isso de lado, Querubins são os terceiros mais poderosos, acima dele vem os Tronos, que são a classe de Lúcifer, poucos restaram no céu, já que maioria caiu junto com ele, apesar de que outras classes também caíram, mas Trono foi a que teve maior índice de queda. E os mais poderoso são os Serafins, nosso dever em geral é proteger o trono sagrado, temos seis asas. Eu perdi quatro na queda, os outros não podem abri as outras aqui na terra, são grandes demais...

– Você é um dos mais poderoso? – exclamei.

– Fui. Eu caí, lembras-te? Mas respondendo à tua pergunta, todos os que estavam aqui eram Serafins como eu, mas mesmo entre a mesma classe existe uma ordem. Por isso eu citei que Araquiel estava acima de Camael e Metatron acima de Araquiel. O que faz de Metraton o anjo mais poderoso de todos. Eu era só mais um entre os serafins, não estava nem entre os dez mais poderosos, então eles são mais poderosos que eu, incluindo Ansiel.

– E Puriel?

– Não, Puriel está no mesmo nível que eu... Bom quero dizer, estava... Eu agora não sou mais um anjo, então ele está acima.

– Mesmo assim não te derrotou – afirmei.

– Mas teria, se os outros não estivessem ali para lhe colocar juízo na cabeça.

– É. Parece uma coisa complicada.

Nós paramos em meio a algumas árvores. O sol estava quase todo escondido.

– É complicado, mas agora eu sou mais feliz do que nunca fui.

Ele me abraçou e beijou. Levei uma mão à nuca dele e retribui. Foi um beijo demorado. Quando nos separamos o sol já havia se posto. Zophiel olhou em volta como se sentisse algo.

– Está a vir – ele afirmou.

Eu não tive tempo de perguntar, pois Lauren surgiu a minha frente. Ela estava extremamente assustada. Tremia como nunca tinha vistos, e tinha os olhos arregalados.

– Você está bem? O que houve? – foi Zophiel quem perguntou.

Ela o olhou como se achasse que a voz dele não tinha saído da boca dele.

– Ele vai atacar. Ele me atacou. Eu só vim avisar. Não volto a chegar perto dessa coisa.

Lauren sumiu com a mesma rapidez com que apareceu.

Zophiel pegou minha mão e me puxou em direção à parte lateral da casa. Eu ainda processava o que ela disse, mas Zophiel já tinha entendido. Nós pegamos dois cavalos ali, eu em um equipado, mas Zophiel estava em pelo e fomos correndo em direção a casa dos Barkers. Assim que chegamos lá Zophiel me deixou a orla da floresta e seguiu para perto da casa para investigar.

Começava a ficar escuro ali e eu me senti insegura estando sozinha ali. Os dois cavalos ficaram assustados de repente e fugiram, sem que eu tivesse a mínima chance de segura-los. Ouvi um barulho atrás de mim e já senti um frio na barriga e minha respiração acelerou. Olhei pata trás, mas não vi nada naquele escuro. Mas quando voltei a olhar para frente. Tomei um susto, meu coração quase saltou fora do peito, minha respiração ficou muito ofegante e eu me senti estranha, como se o medo tivesse se apoderado de mim. A criatura estava ali na minha frente com seus grandes dentes arreganhados para mim e seus horríveis e cruéis olhos vermelhos me analisando, como se tentasse adivinhar qual seria o gosto da minha carne. Ele rosnava e babava. Cheirava a petrificação e enxofre, e esse cheiro me deu enjoo e me trouxe lembranças horríveis. Eu gelei quando ele levantou a pata e bateu no ar como se quisesse me acertar, mas não me encostou em momento nenhum.

Minha reação foi instantânea, mesmo no estado em que eu me encontrava, eu me virei e corri mata a dentro. Corria desesperada, com um fio de esperança de salvar minha vida, quando eu olhava para trás não via nada, mas podia ouvi-lo correr atrás de mim. Em um desses momentos quando olhei de volta para frente dei de caras com o cão à minha frente. Me virei para minha direita e continuei a correr. Nesse instante eu percebi que aquela coisa só brincava comigo, se me quisesse morta eu já estaria morta. Depois de dar de caras com o animal mais duas e mudando meu curso, eu tropecei e cai de cara no chão. Olhei para trás e vi o animal se aproximar lentamente, eu me encolhi e esperei a morte chegar. Mas ela demorou demais. Quando olhei de novo vi que o animal tinha se afastado e rosnava olhando algo atrás de mim. Olhei e me deparei com Zophiel, que estava mais sério do que eu jamais o vira, me parecia quase enfurecido.

– Corre! – ele falou para mim.

Logo em seguida ele pulou em direção da criatura e ambos sumiram. Eu me levantei e corri, nem sabia bem para onde. Só corri. Até que fui parada por uma mão, que agarrou meu pulso e me jogou contra uma arvore. Minhas costas doeram muito e eu gemi com o impacto. Isso fez a pessoa que me segurou rir deliciada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado!



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