400 dias de inverno. escrita por Júlia Dama


Capítulo 9
Capítulo 9 - Ressaca.




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Depois que o beijo terminou e eu me afastei, Greg suspirou e sorriu, e eu me esforçando para procurar um motivo de ter feito isso sem ser “ah, deu vontade”.
— Nossa - ele disse - Por que voc... - o interrompi
— Nãooo, sem perguntas, shhhhh...
Ele riu — Ok.
— Eu quero mais um pouco daquilo... Aquilo do copo.
— Não senhorita, você já esta meio alterada.
— Então eu quero outro beeeeeijo - e ao final da frase fiz biquinho, não sei, não me pergunte o porquê.
E dessa vez ele me beijou, do outro lado do cômodo ouvi Becca dizer “uhuuuu”. Pensei “saí da seca”, depois “Ah, Greg” e por fim “Ahh... Greg”. Ficamos nessa de conversa e beijo, beijo e coversa, doce de amendoim e conversa, aquilo que tinha no copo e beijo, até eu ir para o meio da bagunça dançar mais com o pessoal que tava no pique as 04h da manhã. Eu tinha perdido Becca de vista, e provavelmente ela estava na sacada, aquela sacada... A qual eu não tinha ido, a cozinha serviu. A menina que me deu Vodca (lembrei o nome) estava completamente bêbada, bebia o que tinha no copo como se fosse água, e garanto que não era água. Comparando os meninos das meninas, tinha mais bêbadas do que bêbados. Eu dançava e ria ao mesmo tempo, não sei definir o que eu parecia, nem é necessário.
Da sala, vi Rebecca ir correndo para o banheiro, e logo depois, sair com a mão na barriga.
—JÁ VOLTO — fui falar com ela — Ta tudo bem?
— Só vomitei, acho que comi aquele bolinho de camarão *arroto* e camarão não me faz bem. — ela parou e me encarou — E você, ta bem Anna?
— To, to sim, por que não estaria? To. — falei.
Ela riu — Enquanto eu falava você tava olhando pra minha mão e sorrindo.
— Ela é bonita.
— Ok, precisamos realmente ir pra casa.
— Eu vou dirigir por que você ta com dor de barriga. — peguei as chaves que estavam na mesa.
Ela riu de novo. — Eu vou dirigir, é só enjoo. Alias, você não pode dirigir agora... E essa chave não é a certa, Anna.
— Alguém roubou a nossa chave. — falei com a mão na boca, espantada.
— Anna, meu deus, ninguém roubou, a chave é essa. — pegou a que estava pendurada atrás da porta da cozinha. — Vamos.
Estávamos no meio do caminho, eu nem tinha me despedido de ninguém. Era mais frio de madrugada, mas eu percebi isso por causa dela que reclamava e pedia para fechar os vidros enquanto eu cantarolava no banco passageiro SUPER desconfortável. Ela disse que logo chegaríamos e isso era bom, porque comecei a ter sono.
— Tem alguém em caaaasa?? — falei logo quando atravessamos o portão da casa de Rebecca.
— Anna, fecha essa boca! Ela ta dormindo. — ah sim, a mãe dela.
— Ihhh, desculpa...
Entrei tropeçando em tapetes amontoados perto da porta, mas subimos em silencio e logo já nos encontrávamos deitadas, prontas para dormir.
— Ta acordada?
— Sim. —respondeu
— Acho que eu to apaixonada.
Ela riu baixinho e depois disse que eu necessitava descansar. E desmaiei, acordei só no outro dia.
— Bom dia flor do dia! — disse ela com um sorriso no rosto.
— Bom dia... Que horas são? Ai... — minha cabeça doía.
— Acho que passou um pouco do meio dia, já sinto cheiro de almoço.
— Humn — respondi, tentando sentar na cama. — Ainda to com sono.
— Eu percebo, a propósito, por quem você esta apaixonada?
— Que? - ri - Não estou, por quê?
— Você quem falou ontem antes de dormir, e olha que eu não duvido que esteja, ontem você ficou junto do Greg o resto da noite.
Cai na gargalhada, eu sabia que eu tinha o beijado, mas o jeito com que ela falou fez tudo parecer exagerado. Ela acha que eu não lembro as coisas que falei e fiz ontem, mas eu lembro sim — quase tudo . Como eu disse, exagerada. Uma de cada vez, fomos ao banheiro tomar um banho rápido para tirar a preguiça que nos consumia aos poucos. E então, descemos para comer, onde o almoço estava pronto nos esperando. E pela janela aberta se via que o dia não estava tão gelado, pelo motivo de não ter vento frio soprando por todos os lados. E o macarrão com queijo ajudava a deixar o clima do dia mais quente e aconchegante.
— Como estava a festa ontem? – perguntou Gwen, mãe da Rebecca, quebrando o silêncio que eu estava ótimo.
— Foi legal — falei em voz baixa, minha cabeça doía a cada movimento que eu fazia.
— Pelo estado da Anna pode se dizer que ela se divertiu bastante - comentou Becca e piscou em seguida para a mãe, que deu risada.
Durante o almoço as duas conversaram bastante enquanto eu apenas ria e opinava sobre algumas coisas que achava importante ressaltar, sobre mim e os acontecimentos da noite anterior. Eu não costumava usar o meu celular, não tinha internet, o sinal lá era ruim, mas recebi uma sms logo quando coloquei o prato vazio na pia. Era Greg, como diabos ele tinha meu numero? A sms dizia: "Oi, tudo bem? 'Aquilo que tinha no copo' não esta te incomodando? haha, beijos". Aquilo o que?!
— Hey, o que tinha nesse copo que ele falou? — perguntei.
— Ah, acho que Vodca, você estava pedindo bastante e pelo o que me lembro você bebeu o que conseguiu.
Ri - Serio? Meu deus! Não me lembro de beber isso. - olhei o relógio que marcava 14h - Preciso ir pra casa.
E em poucos minutos já estava a caminho, só o que eu queria era o chazinho que minha mãe fazia e minha cama, ou sofá, tanto faz. Por sorte, sem movimento na minha casa além dos meus pais. Mais um cavalo chegou, mais trabalho por vir, mas consegui fugir das tarefas por enquanto. Pedi o chá, deitei no sofá e minha mãe já começou a me perguntar se eu bebi demais, porquê, com quem, o que. “Bebi pouco, é que fui dormir muito tarde e não sou acostumada a beber” foi uma verdade meio mentira, mas colou. Tomei o chá quase dormindo, o banho não tinha espantado o sono e eu tinha certeza disso a cada bocejo que eu dava. E depois de tomar o que parecia interminável, dormi.


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Notas finais do capítulo

E então?



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