Depression escrita por Medicat3d


Capítulo 2
Other day, another way


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo :3 cá estou eu com o segundo capitulo, espero que gostem OAISOAISOA E MUITO OBRIGADA PELOS ACESSOS, TODOS VOCÊS MERECEM BISCOITOS



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Riki desperta 30 minutos antes de seu despertador tocar, percebera ele que o tempo estava frio, recusa-se a levantar antes da hora, no meio tempo em que ficou deitado, parou para refletir sobre si novamente, esse era sem sombra de dúvidas um dos maiores costumes do menor, a dor arrebentava em seu peito como ondas num mar quando está de ressaca, tua doença o tornava em uma rocha, indiferente e dura, apenas lá, parada, sem sentimento algum, e o único que possuía era a tristeza, que vinha muitas vezes sem avisar, batia a porta e o atormentava, observou os cortes sem arrependimento, e nesse mesmo instante o despertador tocou, levantou-se e dirigiu-se preguiçosamente até o banheiro, o pequeno olhou-se no espelho.

–Repugnante-Pensou ao ver seu reflexo.

Lavou o rosto e escovou os dentes, o frio o desencorajou de tomar um banho completo. Ao voltar para o quarto, vestiu a primeira roupa que encontrou, agarrou sua mochila e um casaco e foi para a cozinha, comeu o suficiente para se suprir suas necessidades matinais, tomou seus anti-depressivos e outros diversos remédios, pesados aparentemente. Riki rumou para o colégio, e como companhia levava seus fones de ouvido e um livro debaixo do braço para ler durante a aula, o garoto gostava de ouvir músicas, era o seu êxtase para lidar com os colegas de sala quando o perturbavam, o garoto era incompreendido, e passava todas as manhãs na companhia de si desde que Kei, seu melhor e único amigo verdadeiro e também seu primeiro amor, se mudou para outra cidade, Kei entendia Riki e o ajudava, era um ótimo amigo, e no quesito amor, era recíproco de fato, ficaram juntos por um tempo até Kei se mudar e perderem contato, desde então, Riki não teve outros relacionamentos. O pequeno caminhou por mais alguns minutos até chegar no portão do colégio.

–Inferno...Colégio de merda-Era praticamente seu pensamento diário.

Juntou o resto da sanidade mental que lhe restava, adentrou o portão e foi em direção a sua sala de aula, todos os dias era a mesma coisa, quando Riki chegava na sala, todos se calavam e o observavam ir até sua carteira que ficava ao lado da janela, vez os colegas cochichavam entre si e davam alguns risinhos, outra comentavam em voz alta, o que só fazia a auto-estima do menino despencar.

–Imbecis, filhos da puta, observem suas próprias vidas, não sou interessante o suficiente para vocês- comentava consigo a um tom baixo o suficiente para que ninguém ouvisse.

Era quase invisível na sala, raramente falavam com Riki, geralmente para pedir suas canetas que haviam caído ou pedir dever emprestado, mesmo no intervalo ficava sozinho, lendo um livro e sendo observado de longe, definitivamente chamava mais atenção do que queria ou pretendia, e assim o dia se arrastava, Riki na companhia de Riki sendo observado por idiotas que ele sequer gostava.

O tempo não passava na sala de aula, tanto para o menor quanto para os outros, o que fazia Riki imaginar se seria surrado novamente ou não, nesse dia, pensou em sair pelos fundos e dar a volta pelo colégio para fugir das agressões, o que felizmente deu certo, caminhando de volta para casa, se deparava com pessoas sorrindo e gargalhando, o que definitivamente o frustrava, ha quanto tempo não se sentia assim? Dias? Meses? Ele não se lembrava da última vez que se sentiu realmente feliz, era incrível sua capacidade de se invejar a felicidade alheia, mas tentou o máximo não ligar para aquilo e seguir seu caminho, mesmo zangado, distraía-se com a paisagem, já enjoado de ver tudo aquilo todos os dias, até que alguém trombou violentamente es suas costas, fazendo com que Riki tomasse mais impulso do que o normal e quase caísse com a cara no chão.

–EI! Cuidado com o que faz!

O garoto se vira e da de cara com uma figura alta, seu rosto era tampado por uma pilha de caixas de papelão com algumas tralhas dentro

–Desculpe cara, eu não consigo ver direito- respondeu-lhe a voz, que soava macia nos ouvidos, uma voz masculina, nem muito grossa, nem fina, uma voz bonita.

–Tudo bem, me desculpe pela grosseria, quer ajuda? Parece pesado e complicado para andar- Ofereceu o menor, que apesar de isolado, era muito solidário, não negava ajuda a quem realmente precisasse dela.

–Bom... Eu aceito, mas não vai te atrapalhar? Não está indo pra algum lugar?-Rebateu a voz.

–Não, não estou, agora vamos, me dê algumas caixas.

Riki pegou algumas caixas das mãos do desconhecido, seu rosto então foi descoberto pelo menor, olhos verdes penetrantes, pele levemente bronzeada e cabelos castanhos não muito escuros, aparentava seus 17 ou 18 anos, o rapaz era bonito, o que chamou a atenção do garoto logo de cara.

–Obrigado mesmo... ... Bom, ainda não sei o seu nome.

–Não precisa agradecer, e sou Riki, Riki Lee.

–Ah, claro, Riki, obrigado, e a propósito, eu sou Shun, Shun Sakai.

–Certo, e para onde você está indo com tanta pressa e com tantas coisas?

–Para casa, me mudei ha pouco com minha família, estamos levando o resto das coisas para a nova casa, elas chegaram ainda ha pouco do aeroporto.

–Aeroporto?

–Sim, eu não sou daqui...Bom, na verdade sou, nasci aqui e vivi até meus 8 anos, o resto da minha vida passei na Alemanha por causa do trabalho do meu pai, e agora estou voltando para o Japão junto deles.

E assim foram juntos levando as caixas até a casa de Shun, o caminho era parecido com o que o Riki fazia para ir para casa, e no tempo em que conversaram, tiveram a bela oportunidade de se conhecerem, conversaram sobre seus gostos, famílias, vidas, tudo, fora a doença e a sexualidade de Riki, mas quem os via na rua pensava que eram amigos de muito tempo, os minutos passaram até que chegaram a casa de Shun.

–Bom, é aqui, obrigado pela ajuda novamente e espero mesmo não ter te incomodado Riki.

–Não incomodou, bom, vou indo, até mais.

–Até! Aqui, tome, meu celular é esse, me ligue- E Shun tirou um papel e uma caneta sabe-se lá de onde e anotou seu número.

–Bom...Quem sabe...-Riki sorriu sem ao menos perceber, virou-se e foi embora, a vontade de Riki sem dúvida era de ligar para ele, Shun era um garoto bonito e de fato, interessante, sabia conversar e era simpático, não que o garoto tivesse sentido aqueles típicos "amores de primeira vista" por Shun, ele viu o rapaz como uma oportunidade de fazer amigos... Um novo amigo, com certeza uma ideia que o agradava, Shun parecia ter o aceitado, apesar de sua timidez excessiva, aquilo o atingiu com tanta força que o fez esquecer de sua mágoa por um tempo. A casa de Shun não era muito distante da sua, mas o caminho parecera de fato bem mais curto, bem mais curto mesmo, seria porque Riki estava ocupado se sentindo diferente? Por não estar pensando nos seus problemas? Por muito tempo a tristeza do menor fora como um trem desenfreado, que passava por cima de qualquer coisa bonita que podia estar passando pelos trilhos, tantos dias passados querendo dormir por mil anos, desejando sumir, não existir, ou simplesmente não se dando conta de sua existência, noites foram viradas e o mundo parecia girar cada vez mais rápido e sua vida sendo gasta em pensamentos frios e mórbidos, Riki era sincero consigo mesmo, ele tinha consciência de que estava quase no pico de sua existência, e que quase todas as suas haviam ido embora, não aguentaria mais se algo como Shun não tivesse dado uma reviravolta em sua forma de pensar, se sentia mais forte, e sentia que aquele encontro com certeza foi obra do destino, ele estava feliz, depois de tantas lágrimas e sangue derramados, tanta dor e memórias perdidas, estava feliz, via tudo aquilo como uma chance de começar do zero.

Ao chegar em casa, se dirigiu para seu quarto, passou a tarde fazendo os deveres das tarefas que havia prestado atenção, após terminar, foi tomar um banho, ao sair, dirigiu-se novamente para o quarto, vestiu-se e desceu para jantar, contou para os pais do garoto que conhecera, de ter pego o número do seu celular, evidentemente os pais estavam felizes por ver o filho mais animado, sentiram um pingo de "paixão primeira vista" na voz do garoto, o que os incomodou um pouco, mas preferiram não ligar, e assim seguiu o jantar, com uma pitada de alegria e alívio.

Riki foi o primeiro a terminar, após lavar seu prato, dirigiu-se para o seu quarto e ficou observando o céu, percebeu que as estrelas pareciam mais brilhantes naquela noite, pensou mais um pouco em seu dia, que fora o mais tranquilo nos últimos tempos, refletiu sobre aquilo até ouvir as típicas batidas na porta.

–Filho? Boa noite, não demore a dormir, amanhã você acorda cedo...Estamos felizes por você.

–Boa noite mãe...Obrigada...Mas sabe, tenho medo que volte, a tristeza volta tão repentinamente...

–Riki meu amor, ela vai voltar, e é por isso que você toma seus remédios, para controla-la, até então tivemos poucos resultados, mas agora que você conheceu um novo amigo, tenho certeza de que isso o ajudará muito, e logo você vai estar curado, agora durma, você tem aula pela manhã.

–O.K mãe, boa noite, obrigado de novo.

A mãe de Riki saiu do quarto e fechou a porta, o pequeno deitou-se, cerrou os olhos e imediatamente o rosto de Shun veio a sua mente, e o curto tempo que passou com ele logo atrás, e naquele exato instante, Riki percebeu que Shun mexera com ele mais do que ele havia percebido até então.


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Notas finais do capítulo

A todos que leram até aqui, muito obrigada, espero que estejam gostando >< se eu tiver de melhorar em algo, por favor, comentem