Mudando de Vida escrita por Lady Padackles


Capítulo 15
A vida é feita de momentos


Notas iniciais do capítulo

Estamos chegando no final! Só mais um capítulo para terminar a história... E haja drama!



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Jen e Jay chegaram ilesos em casa. Jen estava trêmulo e assustado, mas Jay, que se achava invencível, considerou o acontecimento apenas como uma aventura emocionante.

– Jen, não fica assim... Eu acho que estava precisando mesmo de um pouco de adrenalina... Nós estamos bem, não estamos? – e dizendo isso, Jay abraçou Jen – Eu disse que nada de ruim iria te acontecer... E não aconteceu!

Jen afundou a cabeça no peito de Jay, sentindo toda a confiança e proteção que o moreno lhe proporcionava. Ficaram abraçadinhos por vários segundos, sem trocar mais nenhuma palavra. A única coisa que podiam ouvir era a respiração acelerada de Jen se tornando cada vez mais serena, e finalmente batendo no mesmo compasso tranquilo da respiração de Jay.

Quando o abraço se desfez, os olhos de Jen estavam marejados. Ele olhou tristemente para Jay e disse:

– Eu gostaria de poder ficar com você para sempre, por toda eternidade...

– Jen, eu nunca vou te deixar... Por que está dizendo isso? – respondeu Jay, surpreso com o comentário do louro.

– É que você está inconsciente, e nossa vida aqui, é apenas uma fantasia... E se você acordar?

Esse pensamento já havia, é claro, passado também pela cabeça de Jay. Mas ele o evitava ao máximo. E se alguém ali deveria se preocupar com isso era ele, e não Jen...

– Jen – disse ele – Olha só... Você não precisa se preocupar... Por que se eu acordar... Bem...

– Eu vou sumir... Não vou sentir mais nada... - completou Jen.

Jay balançou a cabeça afirmativamente.

– Eu não quero deixar de existir, Jay... E o meu amor por você?

Jay ficou pensativo, seus olhos se enxeram de água. Depois finalmente respondeu:

– Jen, meu amor, você nunca vai deixar de existir... Você é parte de mim...

Lágrimas começaram a rolar pelo rosto de Jen. Jay segurou sua face com as mãos e o beijou carinhosamente. Sentiu lágrimas escorrerem por seu rosto também.

– Jay, meu Deus... Eu nunca te agradeci pela minha vida. Você é mais que meu amante, você é meu criador... O amor que sinto por você é... impossível descrever. Por favor, nunca se esqueça de mim...

Jay abraçou Jen com força. Por que estava fazendo o seu lourinho sofrer daquele jeito? Nem ele podia entender. Seu coração estava apertado, quase não podia respirar de tanta dor.

– Jen, por favor, não fique triste... Vou carregar você comigo para o resto da minha existência. Agora eu entendo o que é o amor de um Deus por seu filho... É infinito, Jen... Chega a doer. Como haveria eu de te esquecer? Eu nunca mais, de forma alguma, poderei amar novamente do mesmo jeito que amo você.

– Não, Jay, não diga isso... por favor... – disse Jen suplicante - Eu vou deixar de existir, mas como você mesmo disse, serei uma parte sua para sempre. Jay, nós somos um só... E esse amor que sentimos, ele existe dentro de você. Por favor, não o deixe morrer... Você vai ter que sentir esse amor por nós dois... Promete?

Jay sentiu novamente as lágrimas escorrendo e demorou para responder. O que Jen dizia fazia sentido, todo sentido do mundo... Mas Jay nunca havia amado ninguém daquela forma. O amor que sentira por Genevieve, ou por qualquer namorada que tivera anteriormente, não chegava nem aos pés do que sentia por Jen... Não Jen seu amigo e colega de trabalho, mas sim Jen sua alucinação. A verdade é que ele se sentiria perdido e muito infeliz se ficasse sem ele.

– Talvez eu sonhe contigo... – finalmente disse em um sussurro – ou quem sabe aconteça um milagre...

– Um milagre?

– Quem sabe Deus não me ajude... – disse Jay quase sem pensar.

– Jay, se você é Deus nesse mundo... Seria o seu mundo a alucinação de outro Deus?

Jay ficou pensativo e não respondeu, e então Jen prosseguiu em suas divagações.

– Assim, você e o outro Jen, também seriam uma alucinação. E eu seria a alucinação de uma alucinação... Nossa, isso me faz sentir tão pequeno... Mas também o seu Deus não passaria da alucinação de outro Deus, que seria a alucinação de outro Deus, e assim por diante, infinitamente... - Finalmente completou:

– Jay, o que significaria um milagre?

– Acho que é quando um Deus muda algum fato de forma que fuja completamente da lógica de sua criação... – respondeu Jay, pensativo

Novamente ficaram calados. Ambos tinham o pressentimento ruim de que Jay estava prestes a acordar. E a verdade é que nenhum deles acreditava na possibilidade de um milagre. Seriam separados, inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde... Jen perderia a consciência, e passaria a fazer parte do nada. Jay perderia o amor de sua vida.

Jay fitou a linda cama de casal. Lembrou-se de quando ele e Jen, felizes, escolheram o móvel. Tinham tantos planos... Mas quanto tempo teriam ainda juntos? Eles nem mesmo haviam tido sua primeira noite de amor... Olhou para Jen que chorava baixinho, escondendo o rosto em um travesseiro macio. Jay deitou-se na cama e puxou o louro para perto de si.

– A vida é feita de momentos – ele sussurrou – vamos ser felizes agora? – e dizendo isso enfiou suas mãos por dentro da camisa de Jen provocando cócegas. Jen começou a rir em meio as lágrimas. Em pouco tempo, o moreno conseguiu arrancar a camisa do louro e atacou sua barriga com as pontas dos dedos, fazendo ele gargalhar se contorcendo pela cama. As cócegas lentamente foram se transformando em uma carícia gostosa. Jay encostou seus lábios nos de Jen e eles se beijaram, cheios de emoção.

Lentamente foram se desfazendo das roupas que insistiam em separar seus corpos. Precisavam sentir a pele um do outro. Se juntaram em um abraço que fundiu suas almas. Finalmente, e pela primeira vez, Jen entregou seu corpo ao amante. Jay foi delicado e amoroso. O ato sexual traduziu todo aquele amor infinito em prazer carnal. Quando atingiram o orgasmo, ambos choraram, sem saber se de tristeza ou de pura emoção. Temiam que a primeira fosse também a última vez.

Exaustos, ofegantes, suados e com os rostos salgados de lágrimas... Se abraçaram como se abraçassem a própria vida, com medo de perdê-la. Só então se entregaram ao cansaço, e dormiram sentindo o calor da pele e o movimento da respiração um do outro.


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