O amor vai até que ponto? escrita por lara e bianca


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Sabemos que o primeiro capítulo ficou meio sem conteúdo, e por isso já estamos postando o segundo ainda hoje. A música que aparece no capítulo se chama "Te Voy a Amar" e não, NÃO é de nossa autoria, ela pertence ao cantor Axel, todos os direitos reservados.
Esperamos que gostem!



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Dormitório 104, ala feminina, Internato San Lorenzo - 08:00 a.m.

POV's Violetta

– O que foi aquilo, Vilu? - Francesca disse enquanto largava a mala em cima da cama.

– Aquilo o quê? - Franzi o cenho.

– Você, o novato, flertando.

– Eu e o Alex não estávamos flertando! - Protestei - Eu só fui simpática.

– Simpática? Pelo amor de Deus! - Retrucou - Você tava com a xana pegando fogo.

Ri alto.

– Menina, olha esse vocabulário aí! - apanhei o travesseiro e taquei em seu rosto.

– Me deixa! - riu, tacando o travesseiro de volta, mas felizmente eu tive tempo de me desviar da pancada - O Leon ficou mordido.

– Mordido? Pelo que? - voltei a minha postura normal, começando a retirar as roupas de dentro da mala para guardar dentro do guarda-roupa.

– Ele ficou com ciúmes.

– O Leon não tem ciúmes de mim, Francesca. Tá doida?

– Você se faz ou é tonta assim mesmo? - rolou os olhos e então adentrou o banheiro com alguns potes de creme em mãos, certamente para guardá-los ali. Dei de ombros e continuei fazendo o que havia começado.

Dormitório 279, ala masculina, Internato San Lorenzo - 08:04 a.m.

POV's Leon

– Tá, deixa eu ver se eu entendi. Você vai escrever cartas pra Violetta, mas como não quer que ela saiba que é você que escreve, quer que eu dê um jeito dela receber? - Alex pareceu entender meu raciocínio.

Broduey estava quieto sentado em sua cama, prestando atenção na conversa.

Não, não ficaríamos de três no quarto. Afinal, haviam só duas camas, e elas pertenciam à mim e à Broduey. Alex estava ali somente porque eu achei ser melhor falar sobre aquele assunto em um lugar onde ninguém pudesse ouvir e sair espalhando.

– Isso. Isso mesmo! - Sorri.

– Mas quando você pretende contar pra ela que é você que escreve as cartas?

– Quando ela estiver apaixonada o suficiente por mim.

– Isso é loucura, Leon. - Broduey se intrometeu.

– Sh! - Coloquei o dedo indicador sobre meus próprios lábios, pedindo silêncio - Se não vai ajudar, não atrapalha.

Broduey ergueu os braços em rendição e apanhou os fones que estavam sobre o criado-mudo, logo plugando-os no celular e colocando-os nos ouvidos.

– Ok, eu vou te ajudar. - Alexandre sorriu.

– AE! - Dei um pulinho animado, e pela cara que Alex fez, aquilo fora gay demais - Ok. Eu tô bem.

Alex riu.

– Quando você vai começar a escrever?

– Na verdade... - Caminhei até meu armário e abri a segunda gaveta, tirando lá de dentro um envelope - Eu já escrevi a primeira. - Entreguei para Alex, mas antes que ele pudesse abrir, o impedi: - NÃO!

– Por que, cara?

– Porque eu quero que esteja lacrado quando ela receber. Sério, não quero que ninguém leia isso. - Senti minhas bochechas arderem de vergonha.

– Ah. - Alexandre riu - Entendi. Cê tem vergonha.

– É, tipo isso.

– Pode deixar. - meu amigo de infância se levantou - Agora eu já vou indo, preciso encontrar meu quarto. Mas fica tranquilo que ainda hoje essa carta vai chegar às mãos da Violetta.

– Valeu, Alex. Você é o melhor. - Fizemos um high five* e então Alexandre saiu do quarto.

– Sério? - Broduey se pronunciou e eu dei meia volta para poder olhá-lo - Ele é o melhor?

– Tá com ciúmes? - arqueei as sobrancelhas.

– Responde.

– Não, claro que não! Você é o melhor, você é o amor da minha vida. - Me atirei em cima dele.

– SAI, QUE VIADISSE! - Riu e me empurrou para fora da cama. Minha bunda chocou com o chão e eu resmunguei em alto e bom som. - Você é um idiota, Leonardo.

– Não me chama de Leonardo, ow!

– Tá bom, desculpa. - Se levantou e caminhou até a porta - Leonardo. - Riu, logo saindo correndo do quarto.

Rolei os olhos enquanto me levantava e ria.

Ter amigo idiota dá nisso.

Jardim/Piscina, Internato San Lorenzo - 21:43 p.m.

POV's Violetta

Depois do jantar, Francesca foi se encontrar com Tomás em algum lugar para que pudessem se pegar escondidos, e como não achara Camila em nenhum lugar, acabei pegando meu caderninho de músicas e indo em busca de um lugar tranquilo para escrever.

Agora, sentada em uma espreguiçadeira de frente para a piscina que era iluminada apenas pela luz da lua cheia estava eu, com o caderno e uma caneta em mãos.

– Eu preciso terminar essa música. Preciso. - Suspirei, escrevendo outra frase. A rabisquei como havia feito com todas as outras que tinha escrito há minutos atrás.

Um vento frio bateu em meu rosto e eu me senti obrigada a apertar meu fino cardigã entre os dedos.

O clima de Buenos Aires sempre fora assim no início do ano. Frio pela manhã, calor pela tarde, e mais frio pela noite.

– JÁ SEI! Lucha por tus sueños, / no los dejes ir. / Ese es el camino / que hay que seguir...– Cantarolei e alarguei meu sorriso - Ficou boa, isso. - Tentei escrever, mas a caneta começou a falhar - Droga!

Me levantei, larguei o caderno em cima da espreguiçadeira e corri para dentro do colégio atrás de outra caneta.

***

– Alexandre? - Estranhei ao vê-lo próximo da espreguiçadeira, com meu caderno em mãos. Ele. Estava. Lendo. Minhas. Músicas. - ALEXANDRE! - Corri até ele e tomei o pequeno objeto de suas mãos - Isso é invasão de privacidade, sabia?!

– Alex. - Me corrigiu.

– Tanto faz! Mexer nas coisas dos outros sem permissão é falta de educação! - É, eu estava nervosa.

– Desculpa, não era a minha intenção te deixar irritada! - Suspirou - É que eu passei aqui e vi o caderno em cima da espreguiçadeira. Só li as primeiras páginas...

– Tá, tudo bem. - Respirei fundo, contando até 10 mentalmente - Não tem problema.

– Bom, ok. - Sorriu tentando descontrair - Eu já vou indo. Boa noite. - Tocou meu nariz com o dedo indicador, o que me fez franzir o cenho, e adentrou o colégio.

Finalmente estava sozinha.

Respirei fundo mais uma vez e voltei a me sentar na espreguiçadeira, mas antes que o fizesse, pude ver um envelope verde-claro sobre a mesma.

Eu, curiosa que só, o apanhei com as duas mãos e abri, retirando de lá uma folha. Haviam várias palavras acompanhadas de notas e cifras. Não era uma simples carta. Era uma música. Comecei a ler assim que vi a primeira palavra:

Violetta, essa música se chama Te Voy A Amar e ainda não está completa. Espero que possamos completá-la juntos.

Es poco decir...
Que eres mi luz, mi cielo, mi otra mitad.
Es poco decir...
Que daria la vida por tu amor y aun más.

Ya no me alcanzan las palabras no,
Para explicarte lo que siento yo
Y todo lo que vas causando en mi.

Lo blanco y negro se vuelve en color,
Y todo es dulce cuando está en tu voz
Y si nace de ti...

Te voy a amar y hacerte sentir,
Que cada dia yo te vuelvo a elegir,
Porque me das tu amor sin medir,
Quiero vivir la vida entera junto a ti (...)

Meu coração estava acelerado e meus lábios estavam curvados em um largo sorriso.

A música era linda.

E eu casaria com quem a tivesse escrito.


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Notas finais do capítulo

*High five -> Toque de mãos.



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