A lenda de Cyro: Entre Mundos (livro 3) escrita por SpyroForever


Capítulo 17
Conselheiro amoroso


Notas iniciais do capítulo

Obrigado ao augusto, que nos ajudou na realização deste capítulo!



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A situação era tensa no interior da Arena. Bruno já conhecera humanos com atitudes iguais às de Rene, e sentia desprezo e ódio por este dragão ser semelhante.

No passado, já sofrera Bullying por causa da obesidade, e isto lhe irritava ainda mais.

Zikayes percebeu os pensamentos ruins brotando em sua mente. -Esqueça-o, ele mereceu aquilo. Não cometa nenhuma estupidez!

Bruno assente lentamente, mas não expressava confiança para o lupino.

Layla estava gemendo, com o ferimento exposto na coxa esquerda.

Nina estava ao lado dela, querendo lhe ajudar, e a dragonesa aceitou de bom grado.

Os enfermeiros, depois de levar Rene, vieram logo em seguida, colocando-a na maca e levando-a diretamente para a enfermaria. Antes de ir, Layla pediu para que parassem, direcionando sua atenção para o humano. -Bruno? Podes vir aqui? -Pediu gentilmente.

O jovem forma um sorriso meigo em sua face, andando em sua direção. -Você está bem?* -Perguntou preocupado.

–Não se preocupe! Aquele imbecil só me feriu na perna. -Layla analisa a sua coxa, onde se localizava o símbolo. -Ele seria um dragão morto se danificasse o símbolo da minha família... E... Obrigado por aquilo Bruno... -Layla abre um belo sorriso para o humano.

–Não precisa agradecer. E espero que se recupere logo! -Bruno segura delicadamente a pata da dragonesa.

–Eu irei... -Layla dá o sinal, e os enfermeiros prosseguem, levando-a para a enfermaria.

Spyro, percebendo a conversa um pouco íntima entre os dois, resolve ficar de olho.

Bruno, desconfortável com a situação, vira-se para Cyro. -Um sujeito desses... Urghh... Não sei o que faria... -Retira sua luvas, fitando suas mãos agora nuas.

–Tive muita vontade de o matar... Mas tive que me conter. Eu sou o dragão roxo. Não posso sair matando assim! –Cyro diz para Bruno, explicando.

–Eu sei disso... Mas, desconheço como EU iria puni-lo. -Seus olhos brilham um pouco forte, evidenciando a raiva contra Rene sendo nutrida.

Wendelin alcança a Arena, preocupado. -Me contaram que aconteceu uma briga aqui. É verdade? -Perguntou, se aproximando ao lado de Spyro.

Mercúrio cogitou responder, mas Bruno o fez. -Infelizmente sim. O imbecil do candidato da terra ofendeu e atacou Tremor só porque era homossexual. Defendi Tremor, que foi atingido. Ele tentou acertar novamente, mas errou o alvo, acertando Layla.

Spyro escutava atentamente, analisando os dois humanos da cabeça ao pé, e finalmente disse. -Por favor, ouçam. Gostaria de pedir que este assunto se encerrasse neste momento. O candidato foi punido devidamente. -Lambeu a testa de seu filho, orgulhoso pela demonstração. -Avisem os outros candidatos para se dirigirem aos seus cômodos quando for o pôr-do-sol.

Todos assentiram, procurando os novos inquilinos. Bruno se dirige imediatamente ao prédio, permanecendo sentado em um dos bancos de pedra que existia na frente da estrutura.

Quarenta minutos depois, todos os candidatos, com Spyro conduzindo-os, chegam na frente do prédio, avistando Bruno sentado. -Meu caro? Esperou ai esse tempo todo? -Indagou o Dragão Roxo.

–Sim senhor. Decidi apreciar o pôr-do-Sol. E onde está Wendelin? -O humano se levantou, arrumando o seu sobretudo.

–O seu avô explicou que gostaria de ficar no templo, aprendendo a nossa escrita. Agora me acompanhem.

Bruno assentiu, seguindo-os.

Adentraram pela porta dupla de madeira, toda detalhada magnificamente. Uma espécie de corredor circular pôde ser visto, e Spyro pronunciou. -Igualmente à apresentação feita por cada um, adentrem em seus respectivos cômodos. Aconselho a dormirem logo, pois o café da manha será servido após o nascer do sol. Desejo-lhes uma boa noite.

Cyro, junto com Labareda, Tremor e Uta e Nita e Whedab se despedem.

O jovem humano caminhou no meio deles, indiferente, sem prestar atenção.

Os candidatos perceberam, imaginando o que lhe teria acontecido para ficar assim.

O corredor permaneceu em silêncio, até Mercúrio comentar. -Não sei se perceberam, mas... Aquele ser de cor negra é estranho...

Nina, aproveitando a situação, caminhou lentamente ao seu cômodo, raspando sua lateral ao de Mercúrio, deixando-o corado. -Tenham uma boa noite pessoal... Inclusive você, meu foguinho... -Nina pisca sensualmente para Mercúrio pouco antes de entrar, deixando-o desconsertado na frente de todos.

Drachr e Fieru gargalham vendo a cena. -Hahahahahah... foguinho???

–He...He... -Mercúrio estava envergonhado, mas feliz também.

Todos se dirigem ao seus cômodos.

No lado exterior do prédio, as majestosas luas iluminavam o céu da cidade. Poucos cidadãos caminhavam pelas ruas à noite. Os guardas reverenciavam com gosto e honra Spyro e os acompanhantes.

Quando Cyro, junto com seu pai, contornou a rua para a sua moradia, Spyro avistou o veículo estacionando. -O que é essa coisa? -Spyro, curioso, quis tocar na lataria do carro.

Cyro, percebendo a possível desavença que seria desencadeada se Bruno encontrasse um amaçado no seu Shelby, rapidamente segurou a pata de seu pai. -NÃO PAI!!! Foi com isso que os humanos usaram para chegar até aqui! É do Bruno!

Spyro levou um susto com ato de seu filho. -Wow... Desculpe filho! Eu não sabia.

–Tudo bem! Só... não toque nele... E... Pai?

–Sim filho?

–Meus amigos podem dormir hoje aqui em casa? Por favor!

Spyro fita os dragões atrás de Cyro, e suspira. -Hmpf... Claro filho... Sempre serão bem vindos. -E sorri, convidando-os a adentrar na belíssima casa.

Bruno, depois de observar as luas pela janela, retira suas botas, óculos e o sobretudo, deitando na sua nova cama, meio grande por sinal.

Enquanto o humano dobrava as mangas até o cotovelo, Zikayes aproveita e comenta. -Você se assemelha à um soldado... Sabia?

Bruno continua quieto, ouvindo as palavras.

–Bem... Um soldado que necessita de treinamento, e...

–Zikayes... Por favor... Me deixe dormir. Quero esquecer a merda que o inútil do Rene fez... -Responde, com o olho fechado, cruzando os braços.

–Ahh... Claro, respeito o seu desejo. Tenha... Uma ótima noite.

Bruno resmunga algo em resposta.

Enquanto isso, na casa de Spyro, Cyro e seus amigos estavam arrumando as coisas para poderem dormir. -Nossa... Como eu estava sentindo falta da minha casa! -Cyro diz sorrindo arrumando um lugar para Labareda na cama.

–Eu também! Como é bom estar em Dragons Realm de novo! -Labareda diz se esfregando em Cyro.

Tremor estava muito quieto, e Uta percebeu. -Aconteceu algo?

–Nada não Uta... Eu só... Estou pensando... -Ele responde.

Uta o abraça forte. -Não liga para aquele sem noção não, montanha! Ele não merece seus pensamentos!

–Ele deveria ser expulso da cidade... -Labareda diz enrolada com Cyro na cama.

–Ainda não, pois creio que Rene pode mudar para melhor. -Responde Cyro, lambendo carinhosamente a testa de seu amor.

Tremor se mantem quieto.

–Doeu? -Uta pergunta.

Não. Só um pouco... Nada demais!

–Uta fareja o corpo de Tremor e lambe a área do impacto.

Whedab olhava para os dois dragões enquanto Nina se esfregava nele. Ele parecia muito pensativo.

Cyro percebe e fica intrigado. -Whedab?

–Mh? -Whedab murmura sem tirar os olhos dos dois dragões.

–O que está pensando? -Cyro pergunta desconfiado.

–Acho que sei o motivo daquele dragão ter feito isso! -Whedab diz.

Cyro se levanta. -Qual?

–Tremor é do mesmo elemento que ele! -Responde Whedab.

–Mhhh... Entendo... -Cyro diz.

–Digamos que ele... Ficou com raiva talvez? -Whedab diz.

–Certo... Mas não falemos sobre isso, sim! Estou cansado! -Cyro diz.

Whedab assente e lambe Nita, fazendo-a ronronar.

Todos os dragões se ajeitam então para dormir. Depois de mais alguns minutos de carícias, finalmente todos adormecem tranquilamente.

O silêncio na cidade era indecifrável. Qualquer conseguiria dormir... Com exceção de Wendelin. O seu corpo não necessitava de descanso, mas sua mente sim.

Na manhã seguinte, ao ouvir o som da trombeta, todos se levantavam, descansados e prontos para aproveitar o grande dia que estava por vir, ainda mais os amigos de Cyro, cada um com seu par.

Bruno acorda assustado com o som, recebendo o dia com desgosto. Percebeu que Zikayes não falara nada, então deduziu que também poderia dormir.

O humano calça suas botas e coloca apenas as luvas negras.

–Estive refletindo em uma coisa -Comenta o lupino, surpreendendo o humano.

–E o que seria? -Bruno tranca a porta de seu quarto, iniciando a caminhada pelo longo corredor.

–Você... Gosta da Layla? -A seriedade no tom da voz era perceptível.

–Eu não posso... Somos seres totalmente diferentes.

–Zikayes se surpreendeu com a resposta fria, e revidou. -Por quê? Não se importa com ela?

–Aonde quer chegar? E... Eu me importo com ela sim, como amigo.

Zikayes riu grosseiramente. -Hahahaha... Eu não acredito no que estou ouvindo. Rapaz! Abra o olho!! Ela não é como as outras. E olha que já conheci muitas!

–Ok... Titio Zikayes agora? Qual a sua idade velhote? -Bruno queria gozar com cara dele, mas o lupino não estava para brincadeiras.

Para a sua informação, eu tenho 37. Por 16 anos eu permaneci desacordado dentro de você, o que me força a dizer, que possuo na verdade 21 anos. Satisfeito?

–Dá na mesma... -Bruno alcançou a saída, e agradeceu por não ter colocado o sobretudo, pois o sol escaldante lhe derreteria na mesma hora.

–Bem... Voltando ao assunto. Layla dá atenção para você, pois ela sabe que existe algo único, escondido em seu interior...

Bruno não dava muita atenção no que estava sendo dito, mas comentou. -Mesmo se eu quisesse tentar, eu não conseguiria, por dois motivos: O primeiro é que sou tímido demais para isso, e a beleza exótica dela me hipnotiza!! Fico travado sem saber o que falar!!

–Ahan... Sei... Qual a segunda?

–Bem, creio que seja proibido nesta cidade, relações amorosas com seres não pertencentes á mesma espécie...

Zikayes ficou sério, querendo responder pra valer. "Proibido? PROIBIDO!? Pelos ancestrais... O AMOR NAO É PROIBIDO!!

–Amor?! Você pensa que eu a amo? Não faz nem um dia que a conheço! Como poderei ama-la!! -O humano, que se aproximava do refeitório, começara a ficar nervoso com o assunto.

–Cara... O amor é indecifrável, oculto, assustador... Mas quando se sente, é a coisa mais bela e maravilhosa que pode existir... E, me parece que você nunca experimentou...

–Ahhh... Ok!! Você têm razão... Eu nunca senti o amor na vida... Pois estava muito ocupado aproveitando ela!!

–E que proveito hein... -Zikayes gostava de debocha-lo, pois pensava que isto lhe faria amadurecer mais rápido.

–Ãham... disse o "Garanhão Conquistador"!!! -Bruno parou na frente da porta entre aberta que oferecia acesso ao refeitório.

Wendelin não estava em seu cômodo, mas sim neste lugar, lendo alguns livros emprestados de bom gosto pelos guardiões. Ele passou a noite inteira estudando a escrita usada pelos cidadãos, para assim melhor compreende-los.

O sol irradiava a sua luz em Warfang.

Todos os candidatos, inclusive Cyro e seus companheiros, chegavam no refeitório para se alimentarem.

Wendelin cumprimentou todos, sem retirar a atenção nos livros. -Bom dia à todos! -Percebendo os novos inquilinos, se apresentou. -Meu nome é Wendelin. Sou o avô de Bruno. -Sorriu meio desajeitado para eles.

–É um prazer conhece-lo senhor Wendelin! -Disse Nina, sentando-se ao lado de Mercúrio, que ainda não havia se acostumado com a tal atenção vinda desta... bela dragonesa.

Enquanto isso, Bruno adentrou pela porta principal do refeitório, cumprimentando com gestos. Escolheu um assento, preparando o seu lanche, que seria dois salmões bem cozidos.

–Bem... Quando eu tinha 15 anos, sempre paquerava as dragonesas... Apesar de nenhuma delas se interessar...

–Bruno percebeu a decepção na voz, e teve que se conter para não rir. -Que pena... Hehehehehe...

–Vai rindo! Hahaha.

Layla, depois de receber os cuidados médicos adequados, chegou alegre e cantarolando algo que Bruno não conseguia distinguir. -Olá pessoal!! Como estão hoje?! -A dragonesa exalava confiança e felicidade, o que intrigou alguns. Analisou a área, encontrando Bruno sentado um pouco afastado dos outros.

Bruno percebeu a presença dela, e se virou lentamente para a direção oposta, suando frio. -Droga... Essa não! -Sussurrou para si mesmo.

Zikayes estranhou o comportamento, mas de cara entendeu quando percebeu a dragonesa vindo em sua direção. -Ahhh... Calminha aí, Ok? Hehe... Haja naturalmente!

Layla rapidamente caminhou até o jovem humano.

Wendelin, que prestava atenção nos livros, disfarçava o olhar sobre os dois, pois algo deixava-o confuso. Por que uma dragonesa, um ser tão diferente dos humanos, lhe entregaria tanta atenção? Era o que Wendelin queria descobrir...

–Oi Bruno!! Dormiu bem esta noite?

–Errr... Sim! Consegui sim... E... Sua perna? Sarou? -Bruno, desajeitado por conta do nervosismo, aponta para a coxa da dragonesa.

–Mais rápido do que eu esperava!! Não sei o motivo, mas hoje estou super feliz!!

–Dica Número um do amor: Se estiver nervoso, ou lhe faltar ar diante da pessoa que gosta, isto indica a primeira fase...

–Mas... O q... Que você está falando? -Bruno estava desesperado por dentro. não sabia para quem dar atenção.

–Estou lhe ajudando!! -Zikayes se continha para não rir.

Layla se ajeita no assento e tenta encontrar a comida predileta dela... Salmão cozido. Depois de analisar, ela percebe que os últimos salmões, estavam no prato do jovem humano. -Ahhh... Bem... Pelo menos tem carne de carneiro assado... -O semblante de Layla entristece, e Bruno percebe.

Dica Número dois do amor: A renúncia! Significa renunciar, deixar de fazer aquilo que gosta para agradar quem gostamos... Entregue o salmão à ela!!! Vai!

Bruno prontamente o faz. -Layla? Pode pegar o meu! Não estou com fome...

Layla sorri como um bebê, e sem Bruno perceber, a dragonesa lhe dá um beijo na bochecha. -Obrigada Bruninho!!

–Wow... Hehehehe... Segura as pontas garotão! Não vai desmaiar ainda...

Bruno, arfando, com o coração disparado, toca o local do beijo aplicado, sentindo o molhado dos lábios macios em sua face.

Os dois não sabiam, mas todos no refeitório direcionaram a atenção para eles, surpresos pelo acontecido.

Layla não se importava com o que os outros pensavam. Ela gosta de fazer o que bem entender... E neste momento, enquanto degustava o seu salmão, ousadamente arrastou a sua cauda até a perna do humano, enrolando-a por completo na coxa dele.

Bruno sentiu o toque, fitando a dragonesa ao seu lado.

Ela, rindo da situação, apenas piscou sensualmente para ele.

–E dica Número três do amor: VAI QUE É TUA MEU IRMÃO!!! HAHAHAHAH...

–Unnf... Aiai... Arrgh... Minha garganta...

Cyro terminou o lanche junto com Labareda, e disse. -Galera! Os candidatos terão mais quinze minutos para se prepararem, pois iremos iniciar o nosso primeiro dia de treino. E Bruno? Pode se juntar a nós se quiser!

Layla fitou a face de Bruno, e disse, sem desviar o olhar. -Mas é claro que ele vai... Não é?

O humano, com cara de abobado, assente irracionalmente.

–Okay... Bem, estarei lhes esperando na entrada de Warfang! -Cyro e Labareda se despedem.

Os candidatos se dispersam, e Wendelin, lentamente caminha para fora do prédio.

–Te encontro lá... Bruninho! -Layla rebola o quadril, se exibindo unicamente para o humano.

–Com certeza... Annnfff... Ai!! Me papai abençoado!! Vou ter um enfarte só de ver isso!! Hahahaha

Zikayes gargalhava da situação, e estava feliz por ver o garoto se sair bem.

–Hehe... Lobo idiota!


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