Opostos escrita por Mari


Capítulo 11
11. Verdade Ou Desafio.




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Levanto num pulo ao ouvir o som do despertador, desligando-o rapidamente. Minha mãe já havia acordado e ido para o andar de baixo, preparar o café da manhã. Ando até o banheiro e amarro meu cabelo em rabo de cabelo, tomando um banho rápido e fazendo minha higiene matinal. Troco de roupa e pego minha mochila, caminhando até Camille e a acordando, já que, ontem eu saí com ela e provavelmente ela não iria ouvir o seu despertador. Ela resmunga um tempão,mas acaba cedendo e se levantando, correndo até o pequeno banheiro que possuíamos no quarto. Desço às escadas e vou até a sala de jantar, sentando-me em uma cadeira oposta a de meu pai que lia um jornal tranquilamente enquanto bebia café.

— Bom dia mãe. – Sussurro e ele me encara de esguelha, mas não ouso lhe pronunciar nenhuma palavra. Minha mãe, Maria, me encara e sorri.

— Bom dia querida. Fiz bolo de limão que você tanto adora. – Murmura e eu encaro a bandeja. Ela estava muito próxima de meu pai e eu não conseguia alcançá-la. Pigarreio chamando sua atenção e ele, ainda sem desviar a atenção de seu jornal, empurra vagarosamente a bandeja até mim.

— Obrigada. – Murmuro baixinho, e ele não diz nada. Agradeço mentalmente. Encaro minha mãe que dá de ombros e sorri de lado. Corto um pedaço do bolo e como vagarosamente quando ouço o barulho de Olívia e Pietro entrando e se sentando na mesa ao meu lado.

— Como entraram? A porta estava trancada. – Diz minha mãe encarando-os boquiabertos. A conversa, ou melhor, a briga dos dois, cessa por alguns segundos e eles encaram minha mãe como se ela fosse uma tapada.

— Temos a cópia da chave. – Sussurra Olívia levantando a chave e balançando-a no ar. Pietro toma a chave das mãos dela e guarda na mochila, recebendo um olhar reprovador dela.

— Por que eu não estou surpresa? – Pergunta me encarando e eu sorri sem graça.

— É para casos de emergência. – Fala Pietro pegando um pedaço do bolo de limão. Comi silenciosamente sem encarar minha mãe engolindo uma risada. – E acredite, Olívia odeia esperar. Então, para ela, era um caso de emergência. Deixemos ela acreditar nisso. Bom dia, senhor e senhora Hamswere.

— Você diz isso como se nunca tivesse me visto brava. Eu odeio esperar e a senhora Hamswere sempre demora um ano para abrir as portas. Sem nenhuma ofensa tia. – Diz Olívia usando sua maneira carinhosa de chamar minha mãe como tia. Minha mãe revira os olhos joga um pano de prato na cara de Olívia que resmunga. Eu e Pietro damos uma risada. Meu pai fecha o jornal e se levanta do nada, caminhando vagarosamente até às escadas. O silêncio predominou o local. Dou um último gole no meu copo de suco e me levanto, pegando minha mochila.

— Acho melhor a gente ir para o colégio. Vamos nos atrasar. – Vocifero dando um sorriso, envergonhada. Olívia e Pietro se levantam sem pestanejar pela primeira vez em toda minha vida. Jogo um beijo para minha mãe que sorri de lado. Saímos dali e lógico que Olívia tinha que abrir a boca para dizer algo sobre o assunto.

— O seu pai anda estranho... – Murmura ela enquanto caminhávamos. Observei a calçada cinza sendo quase arrastada pelos meus próprios pés.

—Que isso, só está bravo com algumas coisas que andam acontecendo... – Menti. Pelo menos parte de mim acredita que o que eu disse é mentira.

— Tipo o que? Realmente nunca o vi assim também... – Diz Pietro me encarando. Dou de ombros. E a velha vontade de chorar começa querer aparecer. Eu sentia vontade de voltar a falar com ele como antes. Mas não tinha coragem e mal sabia por onde começar. Penso em algo descente para falar... Não queria mentir completamente para eles. As mentiras magoam e afastam as pessoas mais do que eu pude sequer imaginar.

— A igreja. Já não está mais tão conservado quanto deveria e, meu pai sozinho, não tem dinheiro suficiente para a reforma e por incrível que pareça, a prefeitura está demorando a resolver esse problema. – Sussurro. Eles se calam. Pareciam ter percebido que era mentira ou sei lá.

Viramos a segunda esquina até finalmente chegarmos ao colégio. Graças a Deus era quinta e daqui a três dias serão as férias de verão e iremos ao acampamento. Será bom ficar longe daqui por um tempo. Apesar de que não estaria tão longe assim da sombra de Dave que tanto me perseguia. Todos já haviam se esquecido de sua morte. Até mesmo sua namorada já estava namorando outro garoto. Algumas líderes de torcida estavam do lado de fora, ensaiando pela milésima vez sua nova coreografia para as semifinais. A maioria dos caras do colégio observava a dança, quase babando, como se jamais as tivesse visto por aqui, sempre jogando uma cantada ou outra. Suspiro. Mas um dia de aula. Entro na sala e sento-me ao lado de Ethan. Ele sempre chegava ao colégio e já ia direto para lá, somente para abrir o caderno e desenhar. Observo o que ele desenhava enquanto alguns alunos já entravam na sala. Era uma garota pequena. E ela sorria como se observasse algo divertido.

— Quem é? – Pergunto encarando seu desenho. Ele percebe minha presença pela primeira vez e sorri de lado, voltando a desenhar os traços do rosto da pequena.

— Não sei. Sonhei com essa garotinha essa noite, mas pareceu mais uma lembrança do que realmente um sonho. – Ethan dá de ombros sem tirar a atenção do desenho. O professor entra na sala e nos avisa do inicio da aula e eu abro meu caderno fazendo várias anotações. A prova final era amanhã e eu ainda estava receosa em relação a Ethan, se ele iria colaborar ou não. As aulas demoraram muito a acabar, mas felizmente consegui anotar tudo, escrever alguns resumos e durante o intervalo, algumas pesquisas na biblioteca sobre o assunto. Minhas mãos soavam frias e meu coração quase salta para fora do meu corpo. Levanto-me já empurrando Ethan até seu carro assim que as aulas acabam.

— O que está fazendo? – Pergunta ele quando faço-o se sentar no banco do motorista, corro até o banco do passageiro e me sento, respirando fundo e encarando-o.

— Todo final de semestre temos provas consideradas provas finais. Amanhã passaremos a manhã inteira fazendo isso. Então iremos estudar. – Respondo ele terminando de guardar os materiais na minha mochila. Ethan bufa, mas acaba ligando o carro e indo em direção a seu apartamento. Entro ali já jogando minha mochila no chão e abrindo-a pegando um livro e me sentando no enorme sofá da sala. Sento-me no canto, o mais afastado de Ethan que havia sentado ao lado oposto. Abro o livro no tema da prova e ele me encara sugestivo.

— O quê? – Pergunto baixinho arqueando a sobrancelha. Ele dá seu velho sorrisinho torto e vagarosamente se move para perto de mim. Sinto minhas bochechas esquentarem. Ethan se aproxima mais e mais até nossos braços finalmente se encostarem. Um arrepio indesejado percorre todo o meu corpo até meu último fio de cabelo e ele pareceu perceber a resposta de meu corpo ao seu movimento e seu sorriso se aumentou enquanto seus olhos cinza praticamente brilharam.

— Agora sim podemos estudar. – Ele diz, ainda sorrindo, desvio o olhar e encaro o livro.

Não sei dizer por quanto tempo nós estudamos, mas não tive tempo de contar às horas para saber. Estava cansada e Ethan já estava entediando e insistindo para que parássemos de estudar a mais de horas, mas eu ignorava suas reclamações e lia pela milésima vez o mesmo parágrafo, grifando partes importantes e repetindo mentalmente cada palavra ali com o intuito de me lembrar. Minhas mãos soavam frias e eu respirava fundo, passando para o próximo parágrafo. Ethan escrevia aquilo que se lembrava em um caderno e eu fazia o mesmo, deixando para dar uma lida rápida no que eu já sabia depois. Ele parecia se lembrar de bastante, considerando que já estava na vigésima folha. Suspiro. O silêncio torturante reinava enquanto voltava a fazer minhas anotações. O barulho do relógio de parede a cada vez que os segundos se passavam e o ventilador rústico no canto da sala. A televisão ligada, mas em volume tão baixo, quase mudo. Bufo, minha voz volta a quebrar o silêncio repetindo aquilo que eu lembrava.

— Já está tarde. – Murmura Ethan fechando o caderno e eu encaro o relógio, já estava prestes a anoitecer. Me levanto do sofá caminhando em direção ao enorme vidro que nos separava do lado de fora e encaro a vista do sol se pondo sorrateiramente entre os enormes prédios. O céu em tons de laranja e amarelo se misturando com o azul escuro do anoitecer.

— Acho melhor eu ir. – Falo indo até minha mochila e guardando minhas coisas.

— O que acha de corrermos hoje? – Pergunta ele já pegando as chaves do carro.

— Eu preciso...

— Estudar mais? – Ele me interrompe. – Sophie, é impossível aprender mais do que já sabe da matéria. Você está pressionando a si mesma, ainda que já saiba mais que o próprio livro.

— Está certo. – Ele sorri e eu devolvo com um sorriso cansado enquanto saíamos do apartamento e íamos em direção ao carro. Ethan dirige vagarosamente enquanto encaro a paisagem da janela. Em questão de segundos estávamos lá e desço do carro. Corremos até Adam que nos chama quando ainda nos aproximávamos do grupo.

— Onde está Marcel? – Pergunto sem cumprimentar ninguém ali. Eu precisava correr. De novo. E de novo.

— Não é ele quem está cuidando das pistas hoje... É Logan. Ele simplesmente disse que jamais guardaria um lugar na pista para o “casal de horrores”. – Diz Adam chateado. Observo Logan entrando em seu carro ao longe e Heather me encara com um sorriso vitorioso no rosto entrando no carro dele. Até parece que eu sentiria ciúmes dela com aquele idiota.

— Estavam era com medo de ganharmos. – Ethan diz bufando e encarando o disparo do revolver e os carros correndo para longe, competindo entre si.

— Podemos fazer outra coisa. – Digo apesar de não ter nenhuma ideia.

— Verdade ou desafio. – Grita Marcel entrando na conversa e sorrindo envergonhado. – Desculpe, é que eu ouvi vocês conversando.

Ethan dá de ombros sorridos. Os olhos de Adam brilham.

— É uma boa ideia. – Diz Adam. – Eu começo.

— Espera. Isso é sério? – Pergunto encarando Ethan.

— Não é um joguinho infantil quando você é aquele que cria as regras. – Murmura ele dando uma risada. – Quem criou as regras desse jogo é o Adam. Se diz verdade ou desafio, mas na realidade, é um jogo onde cada um escolhe aquele quem irá te desafiar. Resumindo, só existe a parte do desafio.

— Não parece uma boa ideia. – Falo receosa.

— Não seja medrosa Sophie... – Sussurra Marcel.

— Eu não estou sendo medrosa.

— Está sim. – Afirma Ethan.

— Certo. Então eu começo. Me desafie você. – Digo convicta, sorrindo vitoriosa.

— Eu não faria isso se fosse você. – Murmura Adam e Marcel dá uma gargalhada.

— Eu desafio você a roubar uma conveniência. – Vocifera Ethan e eu engulo em seco encarando todos os lados, menos ele, tentando inutilmente escondendo meu pavor.

— Fala sério. – Dou uma risada nervosa.

— Você que começou princesa corajosa. – Ethan faz piada dando uma risada achando que ia ficar por isso mesmo.

— Vamos lá então. – Fecho a cara e a risada de todos ali acabam, me encarando seriamente. Caminho vagarosamente até o carro de Ethan e depois de alguns minutos, os três entram no carro e Ethan liga o carro. E mais uma vez eu entro em roubada. Lógico que a culpa não podia ser de qualquer outra pessoa, somente do Ethan.

— Não precisa fazer isso se não quiser. – Diz ele baixinho.

— Qual é o seu problema? – Pergunto brava.

— E a briga de marido e mulher começa... – Suspira Adam e Marcel sorri.

— Você adora me desafiar e quando vê que eu não sou de jogar desafio fora vem com essa história de que eu não preciso fazer se eu não quiser? – Continuo. – Não Ethan. Eu não quero. Mas eu preciso fazer isso somente para provar pra você que eu não sou o tipo de garota que recusa qualquer desafio... Principalmente quando é você quem faz o desafio.

Adam e Marcel ficam calados encarando Ethan fechar a cara, emburrado com o fato de eu estar brava com ele. Provavelmente estava pensando que eu não tinha motivo nenhum para ficar brava. Se bem que eu comecei desafiando ele. E Ethan odeia desafios assim como eu. Talvez tenha dito sem nem pensar direito. Mas agora eu pouco me importava. De jeito maneira eu iria voltar para trás. Ethan estaciona no centro do posto de gasolina, bem em frente da conveniência. Respiro fundo e saio do carro sem prestar atenção nenhuma para o que ele tanto insistia em dizer. Caminho para dentro da conveniência e vejo o caixa me encarar com um sorriso no rosto. Seus olhos eram esverdeados e seus cabelos grisalhos. O homem era barrigudo e me encarava parecendo um ser faminto com um prato de comida em sua frente. Tento ignorar isso e ainda ali dentro, observando os produtos a venda, tento pensar em alguma coisa para parecer que roubei o homem, mas na verdade não roubei. Já sei nada melhor do que a sinceridade. Vou vagarosamente até ele, que sorri ainda mais.

— Você poderia me fazer um favorsinho? – Pergunto e ele encara meus seios, assentindo. Homem nojento.

— O que quiser gata... – Sua voz era grossa e muito rouca.

— Poderia fingir que está sendo roubado para aqueles três idiotas perceberem que eu odeio ser desafiada? – Digo fazendo biquinho e quase me jogando sobre o balcão.

— Eu até faria isso se você também me fizesse um favorsinho. – Responde tocando em meus ombros, me afasto. Ele dá a volta no balcão se aproximando e antes que esteja bem próximo, chuto-o com força em seu lugar mais sensível. Pulo o balcão abrindo uma gaveta e pegando o dinheiro. Se não dava para fingir que eu estou roubando. Que eu roubasse de verdade então.

— Que irado. – Ouço uma voz manhosa dizer. Por favor, que não seja quem eu estou pensando. Olho para o lado e vejo Camille, sentada numa cadeira me encarando.

— O que está fazendo aqui? – Pergunto brava ainda com o dinheiro na mão. Camille segurava uma filmadora e sorria.

— Vendo o primeiro furto da minha irmãzinha. Deveria ter pensado melhor antes de fazer o roubo porque ficou meio idiota. E também podia ter escolhido uma conveniência melhor, que não tenha o dono trabalhando no andar de cima. Ele pode ter ligado para a polícia. E ele fez, considerando sua cara de desespero ao ver você chutando o funcionário. – Diz ela rindo. Arregalo os olhos.

— Por que não disse antes? – Grito para ela que fecha a cara e dá de ombros.

— Não achei que fosse importante... Ih! Fudeu. – Diz ela descendo da cadeira e correndo. Olho para o lado e ouço o barulho da sirene da polícia. Abro a porta da conveniência e tento correr em direção ao carro vendo um Ethan possesso e um Adam desesperado pela janela do carro. Um dos carros dos policiais corta o caminho entre mim e Ethan estacionando em frente a meu carro. O delegado Seymour desce do carro e me encara com um sorriso.

— Se não é a famosa Sophie... – Diz ele caminhando até mim. Paraliso. Ele sorria e segurava um par de algemas e prendendo meu braço usando as mesmas.

— O que está fazendo? – Pergunto a ele que me direciona ao carro. – Não pode me prender, sou de menor.

— Mas o dono fez o boletim de ocorrência e precisamos ligar para seu pai para avisá-lo. – Diz ele quando já estávamos no carro e ele dirigia em direção à delegacia.

— Por favor, não faz isso. – Sussurro.

— Devia ter pensado antes de roubar uma conveniência. – Fala ele sem desviar a atenção da rua.

— Do mesmo jeito que você devia ter pensado antes de me desafiar na frente de meu pai a confessar um assassinato que nem eu mesma cometi. – Grito.

— Mas viu. – Ele fecha a cara, ainda calmo.

— Lógico, depois de quase ser abusada por aquele alcoólatra. – Minha voz conseguiu se aumentar ainda mais. Ele para o carro em frente ao estacionamento, já em frente à delegacia e me encara.

— Dave tentou abusar de você? – Pergunta.

— Não, que isso, eu só assisti a morte dele porque sempre curti filmes de ação e quis ver a morte de alguém de perto.

Travis fica sério, me tira do carro em uma força desnecessária e me leva para dentro. Diz algo para o balconista e pega o telefone ligando para o meu pai. Estremeço na carteira em que ele havia me deixado e suspiro pesadamente. Meu pai iria me espancar, mas dessa vez, até eu desmaiar. Droga Sophie, sempre entrando em burrada. Encaro a porta de vidro e vejo Ethan entrar ali caminhando até mim.

— O que faz aqui? – Pergunta Travis após desligar o telefone.

— Vim ver a Sophie. – Diz ele simplesmente sentando ao meu lado.

— Aqui é minha delegacia, não sala de visitas. – Murmura ele em frente a Ethan.

— Engraçado, aquele quadro pendurado ali, diz que a delegacia é da prefeitura.

Travis bufa, mas um sorriso aparece em seu rosto ao ver meu pai entrando na delegacia. Ele foi rápido. Ethan se afasta encarando Travis desafiadoramente, mas ele o ignora, caminhando até mim e abrindo as algemas. Graças a Deus. Meu pai não me encara e vai até o balcão com Travis, que escrevia alguma coisa em um papel enquanto Christopher, meu pai, lhe entregava um monte de dinheiro. Aperto os olhos. Meu pai sai dali e eu o sigo entrando em seu carro, após observar Ethan me lançando um olhar de desculpa.

— Onde está Camille? – Pergunto.

— Em casa. Dormindo. – Responde ele calmamente. Depois de vários minutos silenciosos e de passarmos por várias ruas e esquinas, meu pai estaciona em frente a nossa casa que não era muito longe dali e continua no carro.

— Que é? Não vai brigar comigo? – Sussurro e ele suspira.

— Não. – Responde ele. Sinto que meu pai estava fazendo uma força enorme para não sair me estapeando.

— Quando finalmente tem motivos para me espancar, fica aí dando uma de calmo. Que ridículo. Quanto foi? – Pergunto.

— O quê?

— O dinheiro que pagou ao delegado. Quanto foi?

— Cinco mil dólares.

— Eu te pago de volta depois. – Sussurro saindo do carro. Ele também sai e me segue enquanto entramos em casa.

— Você não tem esse dinheiro todo. Não precisa.

— Tenho bem mais do que isso, mas é algo que não vem ao caso. Se não quiser o dinheiro eu dou para minha mãe. Provavelmente ela precise. – Murmuro subindo as escadas correndo em direção ao meu quarto. Minha mãe estava lá sentada na cama de solteiro. Deito no colchão sem nem ao menos trocar de roupa. Eu estava morta. Maria continuava parada me encarando como se eu fosse uma idiota.

— Mãe...

— Não fala nada. – Ela diz baixinho, deitando finalmente na cama agarrando-se ao próprio corpo. Se minha mãe estava brava, eu realmente fiz burrada. O meu celular vibra e vejo na tela que é o Ethan. Decido não atender. Eu definitivamente agi feito uma criança de seis anos.


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