*Diário do Stefan

23 de agosto de 2013

Tenho que admitir que aquela menina mexeu comigo, mas até da para entender, afinal Rachel era uma cópia da minha melhor amiga Lana, que foi morta ano passado. Mas quando olhava para Rachel nascia uma paixão e um carinho interminável que eu nunca senti por sua versão vampira. Lana era apenas uma grande amiga. E tenho que admitir que vê-la morrer não foi uma coisa muito... Agradável. Muito menos sendo o meu irmão o responsável por sua morte.

Faz uns 150 anos que vivemos por aí fugindo de problemas, procurando a curtição. E se você me conhecer agora vai imaginar que esse objetivo foi escolhido pelo meu irmão, Damon, mas você estará enganado. Eu já passei por meus períodos ruins, inclusive muito maiores que os dele... Mas hoje ele é o rebelde da família, e eu sou o ‘bonzinho’.

Depois da morte da Lana, resolvi voltar para Ohio, onde já não vinha faz tempo. E eu e minha família teremos uma vida comum novamente. Porém, como quando digo família quero dizer Damon, a parte da vida comum não será muito... Possível.

Ser vampiro realmente não é fácil. Apesar de podermos viver "para sempre", ouvirmos muito bem, sermos rápidos, sermos bem mais fortes e dificilmente mortos e podermos hipnotizar as pessoas, ser vampiro tem uma coisa que nem isso tudo compensa: a sede de sangue. Quanto mais sangue, mais poder. Para mim, o poder já não tem mais tanta importância, não se for preciso tirar vidas para consegui-lo, mas para o meu irmão, essas vidas não importam tanto assim.

Nos últimos anos ou décadas, nós vivemos em segredo, o que não atrai tanta atenção. Mas, no meu primeiro dia de aula já descobri que tem outro vampiro na cidade. Ontem eu iria começar as buscas mas, devido a uma confusão entre meu irmão e uma bruxa que foi encontrada morta, tive de faltar.

Digamos que tudo o que eu descobri hoje compensou o tempo perdido.

Peguei minha mochila e fui para a escola. Assim que cheguei, vi Rachel abraçando Finn. Não sei o porquê, mas senti uma pontada de ciúmes. O que é estranho, pois como eu disse, eu e Lana éramos apenas amigos. Continuei andando até o campo, onde acontecia o treino das cheerios. Sentei na arquibancada e comecei a observar os saltos triplos e duplos que elas faziam no ar.

—O que faz aqui Damon?- perguntei, sem olhar para ele nem por um segundo. Eu não precisava virar o rosto para saber que ele estava do meu lado.

—Checando se essa escola é segura pro meu irmãozinho, e advinha quem eu vi que estuda aqui?

—Quem? Se for a cópia da Lana, eu já conheci.

—Não estou falando de cópias, meu irmão. Eu estou falando da própria pessoa que te fez chorar e lutar comigo por longos anos. Olhe bem para o topo da pirâmide.

Observei bem as garotas no meio do campo. E lá estava, bem no topo, a garota que mais me fez vibrar de amor em todos os tempos: Quinn Fabray. Assim que a treinadora gritou que o treino tinha acabado, eu e meu irmão descemos atrás de Quinn.

—Quinn?- perguntou Damon.

—Eu não acredito! Os irmãos Salvatore?- ela perguntou sorrindo.

—Precisamos conversar. –eu disse sério.

—Eu vou com vocês. –disse Santana.

—Desculpe, mas bruxas não estão convidadas. –disse Damon rindo ironicamente.

—Como você...

—Eu não sou burro, e sua mãe era a sua cara mais nova.

Santana deu as costas brava, e eu, Damon e Quinn fomos para de baixo das arquibancadas, onde ninguém ouvia ou via nada.

—E então? Como estão suas vidinhas?- ela perguntou sorridente.

—Não estamos para brincadeiras.

—Ótimo, Stefan. Porque eu também não. O que vocês fazem aqui?

—O que você faz aqui? Sempre disse que odiava Lima.

—Lima é a minha casa, assim como a de vocês. E eu até aceito vocês virem morar aqui, mas eu não quero que vocês estraguem tudo.

—Estraguem tudo?

—Fala sério, Stefan. Foi só vocês chegarem que encontraram um corpo na sala de aula. Consciência, não?

—Não fomos nós. –falou Damon sério.

—Eu moro aqui faz três anos, e tenho certeza que sou a única vampira dessa escola, então eu acho melhor você dar um jeito nisso, ou eu serei responsável por coisas que eu não gostaria de fazer.

—Sabemos do que você é capaz. Você é a responsável por nós sermos vampiros. E quem não garante que foi você quem mordeu aquela garota?- perguntei.

—Eu posso ser egoísta, chata e muitas coisas, mas burra eu não sou. Não fiz isso.

—E por acaso você parou de beber sangue? Sabemos que você não conseguiria. Só o Stefan mesmo.

—Damon, eu moro com a minha tia, que também é vampira e médica, ela consegue todo o meu sangue sem que eu mate ninguém.

—Mas então nós teremos que descobrir juntos quem é esse vampiro. –disse Damon.

—Juntos como nos velhos tempos? Estou dentro. Qual vai ser primeiro?- ela falou risonha.

—Sem gracinhas, Quinn. Não estamos mais interessados em você.

—Ah, não? Sei...

—Bom, já estou indo. –disse Damon saindo de perto. Segui logo atrás.

—Ei, Stefan!- ela falou, me fazendo olhar pra trás. – Saiba que a minha escolha seria você.

Ignorei e saí. Ela continuou parada rindo sozinha.