– Oi Finn.

Quando eu ouvi a voz de Annie, me virei rápido.

Eu não acreditava, ninguém acreditava. Todos calados, prendendo a respiração. Ver Annie ali, acordada...

– Annie.- Murmurou Finnick metendo a mão na cara dele mesmo para enxugar as lagrimas. Ele se levantou rápido e a beijou.

Perai, oque? Eles estão se beijando... ELES ESTÃO SE BEIJANDO.

Não um beijo demorado, mais um leve selinho.

– ANNIE.- Gritou Johanna empurrando Finnick e a abraçando. Fomos todas nós abraça - lá. Comecei a chorar. Como minhas amigas, agora estava tudo certo...é... sobre mim e minhas amigas.

...

Choros, gritos, sorrisos, risos, perguntas e abraços. Era o que eu acontecia no quarto do hospital. Annie ainda estava fraca, mais não havia esquecido de ninguém, nem perdido os sentidos. Corremos e chamamos Margott que disse que os sintomas viriam mais para frente. Ela decidiu levar Annie para fazer uns exames, ela ainda estava sonolenta por causa do remédio, mas conseguia falar. Horas se passaram e decidimos deixar Annie conversar com seus pais por um bom tempo, ai ela perguntou por fim:

– Quanto tempo fiquei aqui, mamãe?

– Dois ou três dias. Dormindo, filha.- Ciça responde.

– E vocês chegaram quando?

– Não faz muito tempo.- Sorri o tio acariciando o rosto da filha.- Papai vai dar uma saída com a mamãe ta? Vamos deixar vocês com ela, ta?- Concordamos com a cabeça e vi os pais dela a abraçarem e depois saírem.

– Você nunca mais bebe na sua vida, ouviu?- Clove.

– Ouvi, sim senhora.- Annie sorri passando a mão no rosto.

– Que foi?- Pergunta Cato.

Ela nada responde, mais nega com a cabeça.

– Ta tudo bem.- Finnick massageia a suas costas.

– Bateu um sentimento, uma... uma vontade de chorar.- Annie ri.- To bem.

....

– Meninas!- Finnick corre a te nós.- Eu queria conversar com vocês. Eu convidei Annie para um encontro, mais to vendo que não vamos poder sair, não é? Eu estou pensando em fazer um encontro aqui no hospital, no quarto dela. Eu preparei tudo, só preciso da permissão de vocês e que me ajudem a convencer os tios.

– Mais é claro que sim. Nós vamos ajudar com certeza.- Fox da um pulo animado.

– Oh, vai ser lindooo.- Aperto suas bochechas para irritá-lo.

...

Porque insistem em nos deixar sozinhos?Eu e Peeta não estamos bem e ainda fazem isso.
Annie foi fazer alguns exames e Pediram para eu e Peeta ficarmos aqui, esperando pelo resultado.

–Olha só, você vai ficar me encarando como se eu fosse um mané?-Pergunta Peeta e eu nada respondo.
–Desculpa,ta? Mais eu não consigo, Peeta. Eu ainda não consigo me abrir para você, te abraçar sem me lembrar do meu sofrimento, das minhas lagrimas. Não dá.
–Quando você vai me perdoar? Eu to arrependido, Katniss.
–Não, você não está. se tivesse teria me dito porque fez aquilo antes. Me daria uma explicação para tudo o que me disse, teria parado de me atormentar. Teria vergonha na cara, Peeta.
– Katniss!
– O que é? Agora você vai falar que estava ferido de mais e blá blá blá? Eu entendia, eu sabia que você precisava pensar mais. Eu queria te apoiar, mais eu também queria deixar você livre. Eu só queria ver você sorrir,Peeta. Eu queria que você fosse tentar falar com Mad. Porque a irmã também era dela. Só que você não se importou. Eu queria tanta coisa para você que não percebi o que eu queria. Que essa rejeição que você estava fazendo estava me magoando. Me estragando por dentro. Eu só não consigo agir normalmente com você.
– Eu estou te fazendo mal?
– é que... Você me ajuda, eu não sei como. Mais o meu cérebro me lembra a cada segundo sobre o que passamos.
–Vamos passar por isso juntos.
–PARA! Chega de fingir. Eu não quero mais mentiras. Agora você quer passar por isso junto? Você acha que vamos sair daqui de mãos dadas e cabeça erguida? Não vai ser assim. Porque sabemos que nem eu e você estamos felizes,Peeta. Eu não quero ser má, mais eu desisto. Desisto de você , da farsa. Eu não quero mais. Eu só quero você longe de mim.

Ele olhava para mim com raiva. Eu sabia que esse lado iria aparecer

–AGORA É VOCÊ QUE NAO ESTA PENSANDO NOS OUTROS.- Grita Peeta, eu me assusto.

– Para de gritar, estamos em um hospital.- Digo.- Agora está na minha vez de pensar em mim. Minha vez de te deixar. Agora sou eu em que não devo lhe satisfações.

– Katniss, senta, vamos conversar.- Pede ele quando me levanto.

– Não temos nada, nada, ouviu bem? Nada para conversar.- Abro a porta da sala e ouço ele gritar.

– VOCÊ ESTÁ TERMINANDO?

– NÃO É OBVIO?

Corro para pegar o elevador aberto. Não olho para trás. Mas me sinto leve.

Flash Back on

– Katniss, onde você vai?- Minha mãe pergunta.

– Mãe, eu vou a casa de Mad.

...

–Oi tio. As meninas já chegaram?- Pergunto entrando na casa Mellark.

– Estão lá em cima, Kat. Pode ir lá.- Diz ele.

Subo as escadas correndo e as vejo arrumando Mad.

– Oi meninas.- Fecho a porta do quarto e me aproximo.- Como está ela?

– A mesma.- Johanna chega perto de mim.- Você foi falar com Peeta?

– Não, eu tentei ligar para ele, mas deu desligado.- Falo triste, mas tento esconder.- Vamos, acho que meu pai já está La em baixo.

Meu pai vai nos levar para escola. Agora está basicamente assim, Mad não fala com ninguém e nós junto da tia, temos que arrumar, fazer ela comer, tomar banho, etc... Ainda tudo é muito sensível, mas Peeta e Mad que não estão mais os mesmos.

Levamos Mad até o andar de baixo e fizemos ela tomar um pouco de leite. Meu pai nos ajudou a colocar ela no carro e partimos para a escola.

Peeta já tinha ido com os garotos, eu não sei, mais ninguém me avisou nada. Ele ta estranho, mais ele precisa de um tempo.

...

– Meninas, eu vou ali no Peet, ta?- Pergunto depois de ajudar Mad a sentar.

Vejo Peeta perto dos armários conversando e sorrindo, o que é estranho, com algumas garotas.

– Vai, lá.- Fox me empurra.

Começo a caminhar em direção ao tumulto de pessoas perto dos armários e uma mão me barra.

– Onde você pensa que vai, Katniss?- Era Glimmer.

– No meu namorado.- Tento mais uma vez mais ela me segura. Me apoio em uma das pernas e cruzo os braços.- O que você quer?

– Conversar. Vai ser rápido.

– Agora não, Glimmer.

– Ei ei, você não tem escolha. É um recado de Peeta.- Ela sorri quando eu reviro os olhos vencida.- Só quero lhe dizer que agora ele está bem, não precisa mais do seus favores.

–Como?

– É isso mesmo. Peeta me mandou aqui para te dizer que ele não quer mais nada com você.

– Glimmer, você esta mentindo.- Me recuso a chorar na frente dela.

– Ah é? Pare de ser boba, Katniss. Peeta se cansou de você. Ele quer ficar livre. Você é grudenta. Ele está t-e-r-m-i-n-a-n-d-o com você. Ficou claro ou você quer que eu desenhe?

A olho tentando raciocinar.Dou uma rápida olhada para Peeta que ria com os braços na cintura de outra garota.

– Quer saber? Que ele se ferre.

Saio correndo torcendo para não cair. Tranco a porta do banheiro... ah sim. As lagrimas desciam com vontade e sem piedade. Era uma dor ainda não medicada. Uma dor que rasgava seu coração e martelava na garganta. Doida tanto que eu queria morrer.

– Oh Deus, não pode ser, não não não.- Joguei minha bolsa no canto e puxei uma mecha do meu cabelo.

Talvez a dor física seja melhor que a dor psicológica.

Mais não é. Nada melhorou. Meus olhos ardiam. E eu não queria mais ver Peeta. Porque eu ainda o amo. Porque eu ainda sou uma garota de 14 anos que acabou de perder sua amiga, que sofreu um mês inteiro tentando fazer a família de todos não desabar. Tentando fazer um namorado voltar a viver, tentando não sofrer. Mais agora nem namorado mais tem.

Eu não tinha mais duvidas, eu queria ficar com ele pelo resto da minha vida. Mais não foi assim. Agora eu só quero um colo. Só quero ser acolhida e quero um abraço. O abraço de minha mãe. Eu quero a minha mãe. Porque ainda não sou forte para andar sozinha. Porque eu caio, e preciso da sua ajuda para levantar. Porque eu só sou Katniss. Eu só sou eu. Não consigo agüentar todo esse sofrimento. Porque eu... Eu só queria sorrisos de novo. Mais nem para isso eu sirvo.

Eu queria felicidade. Mais eu não consigo trazer Lesly de volta.

O que querem de mim? Eu não posso me desdobrar em mil para a vontade dos outros. Eu só quero um abraço. Cair na chuva e ter um abraço lá para me aquecer.

Eu sou forte. Eu consigo... eu consigo...eu não consigo. Porque, porque eu não amadureci ao bastante.

– Dói tanto...

...

– Mamãe?

– Filha, o que foi?! Está chorando? Katniss!

– Vem me buscar, por favor.

Flash Back off

– O que foi? Está chorando? Katniss!

– Mamãe, eu... eu terminei com Peeta.- Falo ao telefone com ela.

– Mais... como assim? O que aconteceu? O que ele te fez, Katniss?

– Eu o odeio, mamãe. Eu o odeio tanto.- Soluço tanto que chega a doer.

– Oh meu amor, a mamãe queria ta ai com você, filha. Você quer conversar?

– Não, agora não. Eu só queria ouvir sua voz.

– Filha, estou morrendo de saudades. Mas eu quero que você me ligue mesmo, não acha melhor conversarmos agora?

– Eu estou no hospital. Annie já acordou, como a senhora já sabe, e eu acabei de terminar com aquele idiota, aquela mesmice. Já estou enjoando de loiros com olhos azuis, mamãe.

– Como é que pude ter uma filha tão orgulhosa?- Ouço um riso do outro lado da linha, solto um também.

– Puxei você.- Digo limpando algumas lagrimas.- Como está todos ai?

– Haymitch ta todo folgado. Olha filha, é sério, estamos em um mundo tão machista, mais eles são tão bobos não é? Cato é todo para o lado do seu pai, Kat. Eles são caso perdido. E Prim está bem, tomou banho agorinha e está jantando com o papai. Ta manhosinha, você não tem noção.

– Já imagino. Essa ai vai ser carente, dona Effie.- Solto outro riso.- Ah, mãe. Não vejo a hora de voltar. Essa viagem não foi o que eu esperava. Teve tantas coisas de ultima hora, que acho que eu vou fica louca. Sério, quero ficar uma semana sem ver ninguém, só com vocês.

– Há, agora você fala isso, né? Mais ai quando suas amigas chegam você fica toda animada, to mentindo?

– Mais é ciumenta essa minha mãe.- Rio.

– Claro que sou, você é minha filhinha. Tem que ficar comigo, conversar comigo.- Ela fala.- Eu estou sempre disposta, viu? Um exemplo, ó agora.- Outra voz surge. “Com que você está falando, docinho?”- É com a Katniss, amor. Ela terminou o namoro agorinha.- Responde minha mãe que fala, eu acho, com meu pai.

– Katniss?Alô?- Meu pai começa a falar.

– Oi papai. Como o senhor está?

– Oi minha filha, como é que é essa historia, filha? Você e Peeta brigaram de novo?

– Sim, pai. Mais agora é definitivamente. Não volto atrás.

– Vai nessa.- Ele ri e eu bufo. Eu consigo sim.

– Sai pra lá, Haymitch.- Minha mãe volta a linha.- Ta bom filha, mamãe tem que ir. Prim ta chorando. Mais eu te ligo mais... Haymitch para de dar isso para ela! Prim, sai daí.... Oi? Katniss, a gente se fala depois, beijos filhota.

– Beijos, mamãe.- Desligo o celular e percebo que estava subindo e descendo no elevador e tem um monte de estranhos me olhando.- Desculpa, eu estou falando com minha mãe.

Ai eles fazem umas caras de confusos. Oh aqui não é a mesma língua.

– Eu...- Aponto para mim.- Estava falando- Coloco o celular na orelha e finjo falar.- Com minha mãe.- Faço o gesto de balançar o bebe.- Não? Não entenderam? Falar.. Ah esquece.

Saio do elevador e paro na recepção .Voltar pra lá e contar a “grande noticia ruim” não está na minha lista por enquanto.

...

Foi melhor assim, não foi? Não era verdadeiro, então eu to bem melhor. Ah que Peeta se ferre. Eu quero que ele se dane. Não preciso sofrer por ele. Eu sou forte. Eu sou Katniss Everdenn. Eu não vou voltar dois anos atrás e ser aquela garotinha indefesa. Não preciso sofrer.

Eu odeio Peeta Mellark definitivamente.