Nosso passado,nosso futuro.. escrita por Gabriella War of Darkness


Capítulo 5
Cap. 5


Notas iniciais do capítulo

:)



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Flashback em

Os sapatos de salto alto faziam os passos ressoarem no corredor vazio. De repente, o ruído parou.

Estaria fazendo a coisa certa?

Era tarde demais para voltar atrás agora.

Brennan venceu os poucos metros que faltavam até a porta do apartamento de Booth e bateu. Era pouco mais de nove horas, com certeza ele estava em casa.

–Bones? O que está fazendo aqui? – ele já estava relaxado, com uma camiseta e uma calça de moleton, os pés descalços.

–Quero tirar uma dúvida.

Ela havia passado em casa rapidamente, mas pretendia voltar para o Jeffersonian. Queria descobrir o que havia causado os cortes no crânio, para que pudessem contar a Caroline e fechar o caso. A conversa com a advogada ainda se repetia em sua cabeça, e havia um ponto que a incomodava imensamente.

–Nós não estamos fugindo um do outro, não é?

–Bones, você levou a sério aquela conversa da Caroline?

–Estamos ou não estamos?

Ele suspirou.

–Entre aí.

–Não, eu preciso voltar para o Jeffersonian.

–Você jantou?

–Não, mas...

–Entre, Bones.

Ela fez o que ele pedia, entrando na sala e se virando para o parceiro enquanto ele fechava a porta.

–Vou fazer um macarrão para nós, também não jantei .

–Não precisa se incomodar, eu realmente preciso analisar aquele crânio.

–Você não vai sair daqui sem comer.

Ela se dirigiu à banqueta da cozinha, derrotada. Talvez pudesse realmente parar para comer um pouco, uma dor de cabeça estava começando a se formar.

–Você está fugindo de mim, Bones? – perguntou ele, enquanto começava a mexer na cozinha.

–Não. Você está?

–Não.

O silêncio se instalou, e pesou. Ela se levantou.

–Quer que eu faça o molho?

–Tem uma lata na geladeira.

Ela pegou um tomate e a lata de molho e se postou ao lado dele na bancada.

Os dois trabalharam em silêncio por algum tempo, ela fazendo o molho, ele fazendo uma salada depois de colocar o macarrão para cozinhar.

Aquilo era caseiro demais, íntimo demais, e ainda assim os dois estavam à vontade. E ao notar isso, Booth se lembrou de seu sonho, quase um ano atrás.

–Eu estou fugindo de você. – disse ele, por fim.

Brennan largou a colher, confusa.

–O quê?

–Sim, eu estou. Não quero mais esse tipo de coisa, nós dois fingindo que somos só bons amigos e sempre seremos. Não quero fingir que não ligo pro fato de que você ser linda mexe comigo, que ouvir sua negação não me machucou lá no fundo. Quem sabe a gente precise fugir mesmo, quem sabe quando volte tudo tenha mudado? Você vai perceber que pode sim arriscar e consegue fazer isso, ou vamos seguir caminhos diferentes a partir de então, cada um o seu.

Ela baixou os olhos, triste. Não conseguia imaginar como poderiam seguir caminhos diferentes.

–Eu não quero que isso acabe, Booth.

–Você sabe qual é a outra opção. Não podemos continuar como estamos para sempre, Bones.

Ela levantou os olhos para a expressão triste dele, para os olhos úmidos. E para os lábios, que havia provado três vezes. Iria viajar em três dias de qualquer forma, não?

Ela se aproximou, decidida, lhe dando um beijo repentino. Mas ele sequer pestanejou, se agarrando à oportunidade.

Flashback off

Era isso. O dia número 365. Nenhum dia faltando.

O que é um ano? Eles haviam dito, quase de forma brincalhona.

Um ano era o mundo. Brennan percebeu que a resposta que dera a ele não era única resposta. O tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno do sol. Uma resposta lógica e correta. Mas não dizia nada sobre o ano que ela havia passado.

Um ano que parecera uma vida inteira. Um ano que fizera toda a diferença.

Um ano em que aprendera. Seu filho lhe ensinara muito, e uma das principais lições havia sido aquela: sim, ela sabia como. Ela era capaz de se entregar a algo grande e ilógico, ela era capaz de amar sem amarras.

Ela tivera muito tempo para pensar. E muitos motivos. E agora, tudo que ela queria era contar a ele que sabia o que fazer. Contar a ele que ela queria tentar, com todas as forças. Contar a ele tudo que havia aprendido.

Ela chegou cedo, mas não precisou ir muito longe para vê-lo. O sol estava quase se pondo, lançando um bonito jogo de cores no espelho d'água e iluminando transversalmente o monumento a Washington. Booth estava sentado em um dos bancos perto do carrinho de café, os olhos baixos para a calçada. Ela se permitiu observar. Ele parecia triste? Não, provavelmente estava nervoso, como ela estava.

Depois de um ano, ela não queria esperar nem mais um minuto que fosse. Apressou os passos em direção a ele, sorrindo antes mesmo que ele a visse. Quando ele ergueu o rosto, por alguns segundos ela viu os olhos escuros, as sobrancelhas franzidas. Então o rosto dele se abriu em um lindo sorriso. Um sorriso de alegria sim, mas também um sorriso de alívio.

Ela apressou o passo e ele se levantou. Os sorrisos se refletiam um no outro. Se abraçaram apertado, fechando os olhos, relembrando a sensação de estar um nos braços do outro. O perfume masculino mexeu com seus sentidos, a lembrando de sensações marcadas em sua memória.

Ambos se soltaram, mas ela segurou a mão dele, da mesma forma que ele havia segurado a mão dela um ano antes. Ele a mirou um pouco admirado, brincou com o cabelo avermelhado, dizendo que havia adorado o novo corte.

Então ela o puxou para o banco, as mãos ainda unidas.

–Temos muito para conversar.

Flashback em

Um filho. Ela ia ter um filho.

Brennan deixou o teste de gravidez sobre o balcão, a respiração descompassada agora que a compreensão a atingia.

No último ano, fora só nisso que pensara. Desde o jogo idiota de Sweets, o desejo havia se instalado em sua mente, sempre à espreita. Booth concordou em ajudar, depois ela percebeu que não era o que ele queria. Ele foi operado, ela disse a ele que havia desistido da ideia. Mas seus braços ainda doíam para segurar um bebê seu.

Então o passado veio à tona. Booth soltou tudo que estava em sua mente, ou como ele diria, em seu coração. Ela negou. Como poderia arriscar? Se ele tivesse aceitado o bebê, os dois estariam unidos para sempre. Mas sem o comprometimento de um relacionamento.

E agora, havia acontecido. O destino quis que, algumas noites antes da partida, ela não conseguisse se refrear. E o destino quis que ela engravidasse naquela noite.

Ela não acreditava em destino. Mas isso fora há cinco ou seis anos atrás. Isso fora antes de Booth provar que a vida está cheia de fatos insignificantes que significam muito, que as coisas mais belas são aquelas que não têm explicação lógica alguma.

Ela acreditava em destino. E só percebeu esse fato naquele momento.

Ela tinha vontade de gritar de alegria. Seu melhor amigo havia lhe dado o maior dos presentes.

Ela se sentou no sofá, pensando no que fazer. Já estava atrasada para o trabalho, mas aquilo pouco importava naquele momento. Ela precisava tomar uma decisão sobre sua vida.

Ela poderia contar a Booth. Assim que o pensamento se formou em sua mente, ela o espantou. Fazia apenas três meses que Booth havia ido para o Afeganistão. Ele tinha um compromisso lá, e ela não gostaria de influenciar sua decisão com esse novo fato. E ela ainda não estava pronta para encará-lo. Para encarar as perguntas que invariavelmente viriam.

E agora?

Ela tinha mais nove meses para achar a resposta.

Flashback off

Continua..


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Notas finais do capítulo

Reviews??..



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