Não demoraram em chegar a casa e colocar as compras em seus respectivos lugares, pois o supermercado era perto de sua casa. Precisava descansar porque sabia muito bem o que a esperava.

Assim tomou um banho relaxante e colocou sua camisola. Deitou-se na esperança de conseguir dormir pelo menos um pouco.

Aquele seria um grande dia. Receberiam seus amigos para um almoço e muita conversa. Muita conversa mesmo. Embora no começo, quando Grissom fizera o convite, tenha achado uma loucura, agora ela já estava se acostumando. Só de pensar na história que teriam de inventar, ou melhor, que seu marido (ela ainda não se acostumara com essa palavra. Era estranho!) teria de criar para contar aos seus companheiros, já a deixava inquieta.

Estava muito ansiosa para conseguir dormir. Sua mente trabalhava a velocidade máxima. Havia mil coisas a fazer. Não queria fazer feio em sua primeira recepção anfitriã. Na verdade estava nervosa. Extremamente nervosa. Já admitira para si mesma que dormir estava fora de cogitação. Rolava de um lado para o outro na cama e nada. O sono a havia abandonado mesmo e cedido lugar à inquietação.

Sabendo disso, colocou o robe por cima da camisola fina e quase transparente, amarrou-o e cuidadosamente seguiu pelo corredor. Fazia pouco tempo que morava ali, mas pouco a pouco a casa ia se tornando cada vez mais familiar. Desceu as escadas e dirigiu-se para a cozinha. Precisava de pelo menos um copo d’água.

E qual não foi sua surpresa ao encontrar Grissom ali. Ele vestia apenas uma cueca que lhe marcava o baixo ventre. A peça fazia com que sua imaginação voasse e tivesse a curiosidade de saber como ele seria livre da roupa íntima.

Deixou esse pensamento de lado e disse:

_ Grissom, você aqui?

_ Eu não conseguia dormir – ele respondeu.

_ Eu também não - ela redarguiu sentando-se em uma das cadeiras em frente da bancada da cozinha.

_ Aceita um copo d’água? – ele perguntou enquanto retirava uma garrafa com água da geladeira.

_ Sim – ela murmurou quase inaudivelmente.

Grissom pegou um copo, encheu-o e serviu a ela. Ela bebeu rapidamente. Estava morta de sede.

_ Grissom, eu tenho uma coisa para falar...

_ Pode dizer querida.

_ Eu não sei cozinhar! – pronto havia falado! Ela era mulher e era de se supor que toda mulher soubesse cozinhar, que soubesse pelo menos o básico. Mas ela não. Ela era péssima! Conseguia até queimar o café. Como iria fazer o almoço?

_ Não se preocupe Sara, eu sei cozinhar.

Ela levantou-se. Parecia que um peso havia sido retirado de suas costas. Ela já ia saindo para voltar para o seu quarto quando ele a chamou:

_ Sara!

Ela voltou-se. Ele cobriu a distância que os separava com poucos passos. Fazia tempo que queria fazer isso. E sem dar tempo para que ela pensasse ou reagisse beijou-a demoradamente na boca.

–o-

Aquele beijo foi como um bálsamo. Sentia o corpo entorpecido depois do toque daqueles lábios nos seus. Desconhecia até mesmo como chegara ao seu quarto. E ao chegar ali, ela deitou-se e dormiu feito um anjo.

Despertou poucas horas depois, revigorada. Não havia nem um mínimo de sinal de cansaço. Organizou todos os cômodos da casa. Estava tudo impecável.

Na cozinha, Grissom já tinha preparado todo o cardápio: Lasanha de carne para ele e os demais e uma de vegetais para Sara. Sabia que ela era vegetariana e não deixara escapar esse detalhe.

Com tudo pronto, cada um foi para seu quarto para se arrumarem. Sara escolheu um vestido cor de rosa de alças finas que chegava até os joelhos, sandálias baixas pretas. Deixou o cabelo solto e como era dia, usou uma maquiagem leve.

Grissom vestia uma camisa preta de manga curta e uma calça jeans e sapatos pretos. Ao se encontrarem no corredor, Grissom exclamou:

_ Você está linda querida!

_ Obrigada! – ela respondeu, as bochechas tingindo-se de vermelho.

Ele a olhou atentamente.

_ Falta apenas uma coisa – ele comentou tranquilamente.

_ O que? – ela perguntou curiosa.

_ Isso – ele respondeu tirando do bolso uma caixinha preta. Ao abri-la Sara pode ver uma linda e delicada gargantilha de ouro com um pequeno pingente de borboleta.

_ É lindo Grissom!

_ É seu! Receba-o como meu presente de casamento.

Ele colocou a gargantilha no pescoço da perita. Agora estavam prontos para receberem seus queridos amigos.