Khaos - Izcamds mör escrita por Gato Cinza


Capítulo 4
Guia Azul em uma floresta desconhecida


Notas iniciais do capítulo

Tradução de palavras inexistentes nas notas finais

Boa leitura



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– Não estou sentindo minhas pernas – disse Gael deitando no chão – vou dormir.

– Coma alguma coisa estamos desde que saímos só com uma pedaço de pão na barriga.

– Como quando acordar – resmungou já com os olhos fechados.

David armou a barraca e tirou Bell da sela improvisada, sentou ao lado de G enquanto olhava o cavalo se afastar deles.

– Deve descansar

– Onde acha que ele vai?

– Estou mais curioso em saber de onde ele veio, descanse G temos que continuar amanhã.

– Você também deve descansar – disse ela se deitando ao lado do irmão que já dormia.

David encostou-se a uma arvore segurando o arco e fechou os olhos. Caminharam desde cedo parando apenas para ajeitar Bell na sela que improvisaram com roupas. A água deles estava acabando, seguiam o cavalo que os levava para algum lugar que todos esperavam ser seguro o suficiente para que Bell pudesse se curar.

...

– Vamos – chamou Gael empurrando David com a ponta do pé.

Ele acordou Bell já estava na sela e o resto recolhido.

– Nem os ouvi

– O Azulão me acordou antes do nascer do sol e acordou G também, arrumamos tudo tentando fazer maior silencio possível pra não te acordar.

– Deu o nome de Azulão ao cavalo?

– Falar cavalo azul o tempo todo cansa e ele parece entender que Azulão se refere a ele.

Caminharam enquanto comiam e estavam andando pela floresta indo em direção as montanhas que ficavam mais visíveis a medida que andavam. Os cabelos de Bell agora eram totalmente brancos e estava tão pálido quanto à lua seus batimentos estavam mais lentos e fracos e a queimadura parecia piorar principalmente no pescoço que estava em carne. David a cada minuto que a olhava tinha certeza que ela não resistiria por muito tempo.

– Inferno – a repentina explosão de Gael fez todos se assustarem, até mesmo Azulão.

– Que foi? – perguntou G retomando a caminhada

– Não consigo encontra-la

– Encontrar quem?

– Bell quem mais estou tentando acha-la por telepatia, mas nem o labirinto dela está acordado os espelhos estão lá e por mais que eu grite ou os soque nenhuma delas aparecem e acho que ela esta morrendo.

– Acha? Que tem na mente dela?

– Os espelhos estão trincados e não tem estrelas brilhantes iluminando a escuridão é só escuro e silêncio.

O silencio deles eram quebrado apenas pelos passos e pela respiração ofegante, talvez já estivessem no meio da tarde não tinham como saber quanto tempo se passava dentro da floresta fechada às vezes visualizavam um animal pequeno ou ouviam um pássaro. Caminharam pelo resto do dia ao anoitecer Gael sugeriu que parassem para descansar um pouco porem o Azulão continuou em frete e foram forçados a segui-lo.

Caminharam pelo que G calculou cerca de uma ou duas horas até que viram uma fogueira brilhando entre as arvores, diminuíram os passos, David foi para o lado do cavalo segurando a kunai de Bell, Gael puxou a adaga e G preparou o arco. Quando o cavalo surgiu em frente aos homens com David ao lado todos apontavam espadas e arcos para eles.

– Mos inklopx rá

David olhou para os irmãos confusos, não fazia ideia de que falavam e nem que idioma era.

– Burküe – respondeu G dando um passo a frente

– E o que fazem nesta parte da floresta é perigoso andar por estas bandas á esta hora.

O idioma deles era algo que nem Gael e nem David compreendia.

– E o que vocês fazem por aqui sabendo o quão perigoso é?

– Vão embora viajantes.

G olhou para David e explicou que falavam o idioma nativo de Vytrel e que os mandavam ir embora, David pediu para tentar explicar a situação de Bell a eles.

– Nossa amiga esta com problemas ela sofreu uma queimadura e esta morrendo, só queremos ajuda e nada mais.

O homem baixou a espada e se aproximou de Azulão que se mantinha imóvel com Bell nas costas, olhou para Bell e fez uma cara de repulsa quando viu o pescoço dela.

– Ela se queimou como?

– Explosão.

– Sigam para o leste e em sete ou oito dias se derem sorte acharão um povoado

– Não, ela não sobrevivera á tanto tempo.

– Não podemos ajuda-los.

– Mas devem – falou um homem ensanguentado e aparentemente cansado que estava amarrado á uma arvore.

– Ninguém pediu sua opinião verme.

– Olhe a montaria da garota.

– Acha que não notei o Rac’shee? A garota esta morrendo e não posso fazer nada por ela.

– Não são apenas viajantes não se um Rac’shee se deixa ser montado por ela devem ter algum valor a menos que saiba onde achar um cavalo azul que serve de montaria á mulheres.

O homem olhou para eles com atenção e chamou por outro. Um homem de cabelos bagunçado, roupas sujas e cara de bêbado se aproximou.

– Bris consegue fazer algo pela garota?

O velho olhou o pescoço de Bell e soltou uma expressão de espanto.

– Grande Surkan como ela conseguiu viver a isso? Me ajude a tira-la daqui – disse a David

– Desça ela – repetiu G para David.

– Linguagem diferente de onde são?

– Somos de lugar nenhum

Bris rasgou um pano que usou para limpar a queimadura e depois amassou algumas ervas e colocou sobre a queimadura, os homens olhavam o ferimento com cara de pavor.

– Menina forte já vi homens morrerem com ferimentos bem menores que estes e esta criança teima em se agarrar a vida.

– Baixe o arco mulher, não te faremos mal – os homens baixaram as armas e sentaram em volta da fogueira voltando as suas comidas.

O grupo era formado por três homens que usavam espadas, dois que usavam bestas, Bris e o prisioneiro. Deram aos três um odre pequeno com liquido esverdeado de gosto semelhante á vinho.

– Me chamam de Gatir e vocês quem são?

– Zaraht – mentiu G usando o nome da mãe – Grel, Iwbell e David.

– Der...

– David.

– Nome diferente, linguagem diferente, roupas diferentes, uma garota quase morta e um Rac’shee.

– Rakiche? – repetiu David enrolando a língua.

– Se pronuncia Raquísxi significa silêncio da noite – explicou G, depois falou para Gatir – qual o problema em ter um Rac’shee?

– Não se tem um Rac’shee não são animais domesticáveis e nem selvagens são criaturas que vão e vem quando lhes convém servindo a quem querem o que me faz perguntar quem são vocês para serem dignos de montar em um espécime tão raro e fabuloso?

– Não somos ninguém, só queremos que Iwbell viva e nada mais.

Gael? – chamou David olhando para o chão.

Oi?! David

Pode entrar na mente desses homens?

Posso – respondeu Gael surpreso depois de alguns minutos

Consegue descobrir quem são?

Gael olhou para o chão e começou a sondar a mente dos homens, descobriu que podia entendê-los assim como entendia russo quando usava a mente das pessoas.

São ladrões

Que tipos de ladrões?

Ladrões de guerra saqueiam e roubam o que acham pelo caminho pessoas, povoados, soldados, ricos ou pobres.

E esse que está amarrado?

Traidor, vão vendê-lo para o reino de Murd de onde ele veio para que o matem.

Caçadores de recompensa e ladrões?

Sim

Que pretendem fazer com a gente?

Cada um tem uma ideia diferente, basicamente descobrir quem somos nos roubar ou vender dependendo do nosso valor e vender Azulão.

Avise G sobre isso

Gael tentou entrar na mente de G, mas não conseguiu era a primeira vez que tentava entrar na mente da irmã e ficou surpreso ao saber que era impossível entrar na mente dela.

Não consigo me comunicar com ela.

David levantou e tocou o ombro de G e se afastou ela foi atrás dele.

– Que foi?

– São caçadores de recompensa e ladrões – sussurrou para ela

– Eles?

– Gael entrou na mente deles, pretendem vender o prisioneiro que é um traidor para um reino chamado Mo... Murd de onde ele veio e ainda não decidiram o que fazer com a gente, mas Azulão querem vendê-lo.

– Que mais?

– Só isso. Gael tentou te avisar, mas não conseguiu entrar na sua mente.

Gael

G?

Sim – pronto agora podem falar comigo.

Ela voltou ao seu lugar

– O que estavam sussurrando? – perguntou Gatir

– Concordávamos em descansar para seguir caminho amanhã até o povoado que você disse existir. Poderão nos dar um pouco de ervas para a mantermos viva até encontrarmos ajuda?

– Claro que posso, mas a menina não vai durar muito – respondeu Bris fazendo G olhar para Bell.


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Notas finais do capítulo

Burküe: viajantes sem destino

Mos inklopx rá: quem são vocês?

Rac’shee: silêncio noturno

Até Breve
^^



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