Blonde Chaos escrita por Gabbie


Capítulo 6
Capítulo 5 - Domingo "a la tédio"


Notas iniciais do capítulo

Como diz o título, esse cap. vai ser um pouco entediante. Mas ele vai servir meio que de "impulso" para o próximo capítulo. Então, enjoy, girls! >3



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– Seu pai... Ele está... Com... Bem, ele pegou uma pneumonia braba... E deu um susto em todo mundo, que estavam pensando que era algo mais sério. E parece que ele nem liga com a própria saúde... É só isso, filha. – Minha mãe falou pausadamente. Podia sentir o choro entalado em sua garganta.

– Você está bem, mãe? Quer que eu volte, porque, qualquer coisa...

– Não, não, não! – Ela falou apressada – Você não ganhou essa bolsa pra nada. Mocinha, se você tirar o pé de Nova Iorque, juro que vai voltar mesmo que á pontapés!

– Calma mãe. – Ri – Tudo bem. Eu não vou voltar. Só estou preocupada com o papai. Ele vai ficar bem?

– Sim, ele está ótimo. Está muito bem. Sério. A pneumonia está quase indo embora. Não precisa se preocupar. – Ela falou, mais uma vez, apressada.

– Tá bem... Mas, qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, me liga, OK?

– Ok, filha! Está... Tudo bem. – Ela falou por fim – Tenho que desligar agora, tá bem?

– Ok, mãe. Beijo. Tchau. – Desliguei o telefone.

Parece que foi decretado: assim que caí na cama, a garota roinc-roinc chegou e me deixou de presente mais uma noite mal dormida. Agora combine uma noite mal dormida com a possibilidade de sua mãe estar mentindo sobre a saúde do seu pai. Bingo! Olhinhos de panda no dia seguinte.

. . .

Nunca reparei muito bem na garota roinc-roinc. Quer dizer, mal sabia o nome dela. Soube que, no primeiro dia, ela havia se apresentado. Mas me acostumei tanto a lhe chamar de garota roinc-roinc que meu cérebro simplesmente se recusou a aceitar outro nome.

Ela é bonita. Cabelos castanhos, curtos, no ombro. Meio picotados. O rosto dela me lembra um esquilinho simpático e fofo que sempre procura dividir suas nozes com os outros. Mais especificadamente: ela tem dentes de castor e o rosto redondo. Bem como um esquilo.

Usa um óculos grande que não cabe direito na cara dela e tem a impressão de ficar caindo da sua cara esquilética (sim, eu falei es-qui-lé-ti-ca, vem de esquilo) a cada cinco segundos. São aqueles pretos e grossos. Ela tem cara de rato de biblioteca, que sempre está com a cara enfiada nos livros e que nunca repetiu de ano. Bem, eu também não teria repetido se não fosse o maldito do oitavo ano.

Também nunca reparei muito em como o campus se parecia um colégio de verdade. Ele tinha uma espécie de refeitório. Mas ninguém comia lá, inclusive eu. A comida tinha cara de mastigada ou batida no liquidificador.

As moças que servem a comida têm cara de rabugentas. Uma tem uma verruga que parece ter vida própria. A qualquer momento, ela parece que vai sair do rosto da portadora-verruga e falar: “Vai me encarar?”

A outra é magrinha e alta. Usa óculos de velhinha, com aquelas correntes pra não cair. Já a vi falando sozinha pelos quatro cantos, então prefiro nem chegar perto.

Porque eu estou contando tanto da faculdade? Bem, porque chegou um belo dia em que eu não tenho grana pra comer fora da república. Sim, eu torrei boa parte do dinheiro que juntei com comida - e livros. Julgue-me, mamãe, sou comilona e bookaholic.

Adentrei no “refeitório”. Mesas espalhadas e pouca gente por lá, afinal, é domingo. Mas, cá entre nós, se eu não tenho dinheiro nem pra comer num bar repleto de bêbados, imagina farrear num domingo em Nova Iorque. Acho que não, né?

Admiro a boa vontade do povo de servir comida até nos sábados e domingos, porque se não eu estaria com fome. Peguei aquela comida gosmenta e, por sorte, quem me deu não foi a velhinha maluca, e sim a da verruga. Sorri gentilmente pra ela e, quando estava dando graças á Deus que podia ir pra minha mesa e não olhar mais para aquele ser que se instalava bem na bochecha da dita cuja, ela puxou assunto:

– Você não costuma comer muito aqui, né?

– Alguém costuma? – Arqueei a sobrancelha. O lugar é um lixo e a comida tem cara de mastigada. Preciso falar mais algo? – Quer dizer, não.

– Ah, claro. Olha, não julgue a comida pela aparência. – A moça sorriu fraco.

– Isso... – Olhei para a gosma que se instalava no prato -...é bom?

– Não. – Ela deu de ombros – Mas eu sou.

Senti meu rosto corar.

Falei tanto da verruga dela, coitada, ela é uma moça gentil.

– Eu sei. – Sorri – Obrigada.

Disse e me retirei. Sentei em uma das mesas espalhadas por todos os cantos e comecei a comer. É, a gosma é comestível.

Senti meu celular vibrar.

Já decidiu se vai vir morar comigo? – Chad

Sorri. Ele estava mesmo querendo que eu me mude pra lá? Isso é loucura? Quer dizer, eu mal o conheço direito.

Ainda não! :x Mas não quero te deixar esperançoso; há muitas probabilidades de que eu não vá!

Mal mandei a mensagem, e já pipocou outra na tela do meu celular.

Você deve querer me ver com depressão e morrer, né?

Sorri e balancei a cabeça.

Bobo.

Quando acabei de “comer” – entre aspas, já que deixei mais da metade no prato... – retornei ao meu quarto. Vasculhei minhas bolsas a procura da minha base, rímel e batom. Minha cara está horrível, como um zumbi atropelado.

Fuxicando minha bolsa, acabei achando 30$ bem no fundo.

Imagine uma garota feliz. Agora, multiplique por dez. O que eu estou é muito maior que isso. Só tem uma coisa que se iguale a comida grátis: um dinheiro que você tem e não sabia!

Voei pras ruas de Nova Iorque. Tá, diga, despeje seus argumentos em cima de mim. Devia guardar a grana? Talvez. Vou? Não. Sou irresponsável? Quem sabe.

A St. Mark’s Bookshop estava aberta. Gastar esse meu restinho de grana e responsabilidade com livros? Hum...

Olha! Eles têm Cidades de Papel!

Corri para cima do livro e, assim que pus a mão nele, outra menina pôs também.

– Ahn... Desculpe. Esse é o último da livraria, mas... Eu vi ele primeiro. – Falei meiga.

– E eu encostei nele primeiro. – A garota arqueou a sobrancelha e eu encarei aquilo como um desafio. Puxei o livro para mim e, quando vi, estávamos num tipo de pique-puxe com o livro.

– Argh! Você quer essa droga? Então toma! – Larguei o livro e dei meia volta. Boa notícia? Bem, eu tinha 30 dólares e podia tentar juntar.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acham da menina do final do capítulo? Uma possível amiga... Ou inimiga?
Olha, gente, queria falar com vocês sobre os reviews. Quer dizer, sobre a falta dele. Vejo que as visualizações pipocam na web, mas os reviews que é bom... Tem capítulos que ninguém comenta, e eu estou ficando chateada. Talvez eu demore um pouco á postar, desanimei um pouco. Por favor, comentem, deem valor ao meu trabalho. Tinha gente falando que havia adorado nos primeiros capítulos e agora, cadê? A minha motivação tá zero. Então, peço de novo: comentem e talvez o cap. não saia tão demorado assim, ok? Não quero "chantagear" ninguém, mas é muito ruim postar sem nenhuma motivação.
Obrigada. Espero que gostem e, por favor, comentem.



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