Just ''Friends'' escrita por Mariana Castello
Duas da manhã de um sábado, me liga o Fill, dizendo que estava muito bêbado e não tinha condições de ficar em pé, pediu pra que eu o buscasse em uma balada. Até agora, não entendo como consegui desvendar o que ele falava.
Cheguei lá e notei uma grande agitação e uma concentração de pessoas em volta de alguma coisa. Droga...
– FILL, O QUE VOCÊ ESTÁ TENTANDO FAZER COM O SEGURANÇA ?!
Pois é, ele estava tentando agredir um homem que tinha mais de dois metros e uma expressão amedrontadora;
– Tá vendo gran....grandão. Eu tenho um conhecido aqui, não me p...prende! Sou totalmente inocente nessa parada! – Se esforçava pra falar, começou a chorar.
O homem olhava para mim sem paciência. Eu nem fiz questão saber o que tinha acontecido antes de eu chegar, só pedi desculpas repetindo que não aconteceria novamente. Depois de um tempo, ele nos liberou. Fill apagou, ele já havia vomitado, cheirava à queijo com bebida. O que dá numa pessoa ir para balada sozinho?!
Estava completamente irritado com ele, minha vontade era de dar-lhe uma surra, mas me controlei. Além disso, lembrei-me que seus pais estavam em casa, como sou um bom amigo procurei suas chaves da porta, por sorte tinha a chave dos fundos da casa, achei no bolso da calça.
Ainda o carregando levei em silencio até sua cama. Ele teria que me agradecer demais no dia seguinte.
Estava exausto, fiquei até onze da noite com a Cindy conversando e concordando com tudo que falava, cheguei em casa e fiquei tocando violão até uma e meia da manhã e quando finalmente fui dormir o telefone toca ? Sério isso produção ?
Andava lentamente até a minha casa, a brisa estava gostosa, parei e sentei um pouco na grama. Fiquei um bom tempo olhando pro nada, pensando em nada. Foi quando o primeiro movimento da rua vazia me surpreendeu. Era um cachorro que lembrava a raça São Bernardo , mas era vira-lata. Parecia maltratado, estava com a pata quebrada e se esforçava para andar, praticamente se arrastava. Ele era enorme, seu pelo era marrom mas estava muito sujo. Lembrei que há um ano atrás, havia visto o mesmo cão andando nessa rua, mas ele estava bem e com saúde, porém sozinho.
Fiquei muito assustado, e sem me preocupar com as consequências , como ele ter alguma doença, ou simplesmente me morder, corri em sua direção. E como se ele entendesse o que falava, dizia baixinho acariciando-o :
– Está tudo bem garotão, vou ver o que posso fazer por você.
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