As Três Lágrimas do Youkai. escrita por Larizg


Capítulo 44
Capítulo 44 – Fazendo o impossível. (Atualizado)


Notas iniciais do capítulo

Olá, mina! Já faz um bom tempo, hein?! Não me matem, por favor... T.T Sinto muito que deixei vocês longo tempo sem notícias, mas não consegui arranjar tempo no final do período para escrever... Espero que não tenham desistido de mim.
Quero agradecer todos que sempre me apoiam e, hoje, quero agradecer especialmente as leitoras: Shirley Galiani, Gina Weasley POTTER e Uchiha Taciane minhas queridas novas leitoras!; Rafaelle Cupolillo, Larinha, susu swan e Thai Mendes, minhas fiéis leitoras que comentaram no último cap. (saudade de vocês, queridas!); e um agradecimento especial à leitora Dani Higurashi que deixou uma linda recomendação para minha humilde fic! Fiquei toda emociaonado com sua recomendação... *___*
Sem mais delongas, deixo com vocês um capítulo para recomeçar a rotina de escrita. Já adianto que farei um capítulo novo até quarta para vocês!! Espero que curtam e não tenham me abandonado... =P



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Depois de sentir a pancada na cabeça, tudo escureceu.

Tsukiyo sentiu a consciência ir voltando aos poucos e ao abrir os olhos, só conseguiu distinguir luzes e sons de batalha. O vento dançava ao redor do clarão e o ar parecia pesado. Tsukiyo sentiu uma pressão imensa sobre os ombros. Duas rajadas de luz se chocaram e ela teve que fechar os olhos tamanha intensidade do poder.

Quando os abriu novamente, percebeu que os responsáveis por toda aquela confusão eram duas figuras.

            De um lado estava Sesshoumaru com alguns poucos arranhados e a respiração pesada devido ao esforço. Quando olhou para a outra figura, Tsukiyo pensou que os olhos estavam pregando-lhe peças.

            A respiração parou.

Não pode ser...!

 Mas não importava o quanto negasse, era real. Ele realmente estava ali.

            A jovem sentiu o coração bater forte e o espírito soltar um suspiro saudoso. Por um momento esqueceu o que estava acontecendo ao redor.

Eram aqueles mesmos cabelos negros e sorriso travesso que conhecia.

Akarin...

            Quando percebeu Sesshoumaru erguer a espada para um golpe final, as palavras atropelaram seu pensamento e antes que refletisse, já havia gritado:

             – Sesshoumaru, PARE!

            Devia estar realmente parecendo desesperada, pois com uma manobra quase impossível, o youkai conseguiu errar o ataque. Tsukiyo sentiu os olhos dourados de Sesshoumaru confusos sobre si, mas ela própria só conseguia olhar para a figura negra agachada a sua frente.

Quando encontrou os olhos vermelhos, sentiu uma pontada no coração. Eram olhos penetrantes e sedutores. Eles carregavam um instinto assassino sem igual, já não havia o brilho esperançoso que Tsukiyo tanto amava. Já não havia compaixão, esperança, ou o ar sonhador que tanto admirava. Não havia paz ou amor.

Já não havia seu Akarin neles...

Memórias criadas ao longo dos anos retornaram a sua mente e, com elas, os sentimentos vividos em cada uma. Ao mesmo tempo em que o passado reviveu sua alma, a visão que tinha destruía cada pedaço de si. Tsukiyo tinha o medo daqueles que estiveram no paraíso e foram jogados à Terra: de que nunca mais pudessem retornar aos céus.

As palavras escaparam de sua boca, carregando a tristeza de perder alguém precioso.

— Akarin...

A simples pronúncia do nome fez o coração palpitar e o desespero aumentar ao notar que a resposta foi apenas um par de olhos vermelhos carregados de fúria e crueldade. A jovem percebeu os olhos marejando, mas mordeu com força o lábio para não se permitir chorar ali.

A figura morena respondeu em tom zombeteiro.

— Há quanto tempo, Tsukiyo. Você não mudou nada. – seus olhos passaram dela para o Lorde

E levantando novamente a espada na direção de Sesshoumaru, continuou para ela:

— Deixe-me terminar isso, antes de conversarmos.

Sem esperar por uma resposta, Nisshoku avançou para um Sesshoumaru completamente confuso, que se limitou a defender o ataque do inimigo. O Lorde tirou vantagem do ferimento do inimigo e empurrou-o com a espada para trás, então aproveitou a brecha para deferir um golpe pela lateral.

BANK!

Bakusaiga foi parada por uma terceira lâmina.

Tsukiyo havia avançado e protegido Akarin do ataque de Sesshoumaru. Mesmo ela sabia que apresentava uma expressão dúbia: determinação e dúvida.

As lâminas em colisão tremiam, sem saberem se era pelo esforço ou pelos corações de seus donos.

— O que significa isso? – as palavras saíram da boca de Sesshoumaru como lâminas que rasgavam o peito de Tsukiyo.

Era o mesmo tom que ele usara quando ela havia roubado Tenseiga.

Ambos pararam de fazer força contra o outro, mas mantiveram as espadas erguidas.

— Eu... – a jovem tentou falar, mas ao olhar para Sesshoumaru as palavras morriam.

Foi como reviver aquela noite no bosque, na qual insultos foram trocados e laços quase rompidos. Me desculpe! Tsukiyo queria gritar e explicar, mas nada saía de sua boca. As palavras pareciam travadas, porque no fundo, ela sabia que não era digna de ser perdoada.

A Fera riu em seu interior por saber o que Tsukiyo queria desesperadamente negar:

Ela o traíra de novo...

Sesshoumaru esperava uma resposta e Tsukiyo ansiava que o mundo fosse diferente.

Um laço invisível se esticava ao extremo. O rompimento parecia imeinete.

Permaneceram se encarando, sabendo que nenhum deles conseguiria o que queria.

Percebendo o desconserto dos dois, Nisshoku se afastou e começou a rir soturno.

— Quer dizer que ela não lhe contou?! – falou incrédulo. – Acho que ela não confia em você tanto quanto você pensa, Sesshoumaru. – um sorriso cruel surgiu em seu rosto. – Mas vou adiantar: ela só está te usando para conseguir o que quer.

— Não é verdade! – retrucou Tsukiyo aflita. – Eu...

— Não há porque se envergonhar, Tsukiyo. Você está apenas mantendo o juramento que fizemos um ao outro. Mas devo dizer: senti-me traído pelo que vi há alguns minutos atrás. E pensar que suas promessas de “para sempre” não duraram tanto assim... Não imaginei que conseguiria conquistar outro homem daquela maneira, muito menos Sesshoumaru.

Akarin olhou para o Lorde com um sorriso malicioso e um olhar de desafio.

— Ela está apenas brincando com você, Sesshoumaru. É apenas uma fera sem controle que gosta de semear sofrimento e dor.

Tsukiyo sentiu o corpo gelar e o coração doer.

Antes que percebesse, Sesshoumaru havia empurrou sua espada para o lado, derrubando-a no chão; Ele avançou pela lateral em direção ao inimigo.

Prevendo sua aproximação, Akarin foi mais rápido, desviou do ataque do Lorde e chegou até Tsukiyo com um longo salto. Ele parou em frente à Tsukiyo e levantou delicadamente o queixo da jovem para encará-lo nos olhos.

O gesto que tantas vezes a desconcertara, nada trouxe ao seu coração senão desespero. Pupilas em fenda banhadas pela íris rubra a encaravam sem qualquer sentimento.

— Infelizmente não conseguirei levá-la agora, mas você ainda será minha. – falou o sombrio. Então se afastou e continuou: – Até lá, usarei um substituto temporário para o ritual. Terei que me virar com um produto de segunda qualidade enquanto o de primeira insiste em não participar.

Nisshoku sorriu cruel e olhou de esgueiro para Sesshoumaru, fazendo questão de destacar que se dirigia ao Dai-youkai. Em resposta, o Lorde criou um chicote de energia com os dedos e com um movimento do braço o impeliu na direção do provocador. Nisshoku lançou uma esfera de energia roxa em direção ao chicote, criando um choque que anulou os poderes.

Ele sorriu para Tsukiyo e, ignorando a presença de Sesshoumaru, sussurrou.

— Até logo, Tsuki...

O sorriso a travou.

Akarin?

Ele abriu suas asas negras de morcego às cotas. Tsukiyo avançou para segurá-lo.

— Espera!

Akarin tomou impulso e subiu para o céu. A onda de ar espalhou os cabelos de Tsukiyo e a fez fechar os olhos para se proteger da poeira. Quando olhou, ele não era mais que um borrão no céu, se distanciando cada vez mais.

Tsukiyo sentiu o coração ser tomado por sentimentos diversos, mas preferiu se concentrar naquele que ainda lhe dava esperança. Aquelas últimas palavras... ela havia visto Akarin naquele sorriso, ela pensou ter visto o seu Akarin pronunciar seu apelido.

Talvez fosse idiotice. Talvez fosse imaginação. Mas enquanto aquilo mantivesse seu coração vivo, ela iria se agarrar aquele pequeno fio de esperança.

Inconscientemente, ela levou as mãos ao peito que retumbava.

Até logo...

—_________________________XXXXX____________________________

            Sesshoumaru viu Nisshoku abrir as asas e partir. Infelizmente, ele próprio não dispunha de yoki para persegui-lo, muito menos vontade. Toda sua atenção se voltou para Tsukiyo que jazia agachada olhando para o nada.

            Sesshoumaru, arfando, embainhou a espada e foi em direção à jovem. A cada passo, ele sentia a raiva crescer, ao ponto de já nem mesmo saber a quem esse sentimento se dirigia: a Tsukiyo, a Nisshoku ou a ele próprio. Sesshoumaru parou de frente para ela.

Diversas perguntas surgiam em sua mente, mas decidiu fazer aquela que mais perturbava seu coração.

            – Por que não me contou? – mesmo para ele, a raiva era palpável.

            Tsukiyo o olhou ainda meio perdida e lentamente se levantou. Sem conseguir encará-lo, ela respondeu olhando para o chão:

            – Eu... – negou com a cabeça. – Não temos tempo para isso agora.

            Passando por ele, ela começou a caminhar em direção a Ah-Uh, mas Sesshoumaru segurou firmemente seu braço. Por pouco não a machucava, tamanha ira de ser ignorado.

            – Responda-me!

            – Sesshoumaru! – o tom urgente da voz de Tsukiyo e o olhar sério o fizeram hesitar. – Temos que ir agora!

            Ela aproveitou esse momento de surpresa dele para soltar o braço e correr até Ah-Uh.

            – O que está fazendo?

            Ela subiu na sela do animal e se voltou para ele, a expressão entre o decidido e o culpado.

O Dai-youkai olhou-a firmemente esperando uma devida explicação.

            – Pense, Sesshoumaru. – começou ela já meio aflita. – Ele te disse: “até lá usarei um substituto temporário para o ritual...” Quem mais você conhece que tem o sangue parecido com o meu?

            Sesshoumaru arregalou os olhos com a compreensão.

            – Droga! – exclamou.

            O Lorde correu e montou em Ah-Uh, na frente da jovem. Ele agarrou as rédeas do animal e o impeliu para cima. Sentiu os braços de Tsukiyo o envolverem, para impedir que caísse.

            – Não pense que a conversa acabou. – advertiu ele com o coração retumbando entre a raiva e, agora, preocupação.

            – Eu sei. – respondeu desanimada. – Só espero que cheguemos a tempo...

            Sesshoumaru olhou para frente e bateu com os pés na lateral de Ah-Uh, forçando o animal a dar tudo de si. Sentiu a visão escurecer levemente e piscou os olhos com força. Agora não, só mais um pouco... Não havia tempo para fraqueza, precisava continuar em seu melhor estado.

            – Eu também.

            Seu tom era baixo e as palavras foram levadas pelo vento. Sesshoumaru mordeu de leve os lábios e preparou-se para o que viria. No fundo ele sabia:

            Era tarde demais...

...

            Os minutos seguintes foram passados em completo silêncio, cada qual ocupado com seus próprios sentimentos. Sesshoumaru sentia a aflição da jovem pelo seu toque e ele sentia a angústia e ansiedade crescer no peito.

            Ao avistar a vila, ordenou que Ah-Uh descesse. Pousaram no campo em frente à casa e desmontaram. Logo foram cumprimentados por um jovem que treinava com a espada numa árvore próxima.

            – Lorde Sesshoumaru?! Tsukiyo-san?! – o rapaz guardou a espada e se aproximou. – O que...?

            – Onde está sua irmã? – interrompeu Sesshoumaru.

            O rapaz pareceu confuso e antes que pudesse dar uma resposta, o Lorde avançou aflito para o interior da casa. Percebeu Tsukiyo e o jovem em seu encalço e assim que entrou, viu a miko cozinhando tranquilamente.

Ao vê-lo, ela largou o que fazia e sem esconder a surpresa começou:

            – Sesshoumaru, o que...?

            – Onde ela está? – sua face era tipicamente indiferente, mas algo em seus olhos mostrava que era consumido por ansiedade.

A mulher percebeu, e sua expressão tornou-se preocupada.

            – O que está havendo? – perguntou uma voz ao fundo da casa. – Sesshoumaru?! O que faz aqui?!

            – Inuyasha, onde está Zakuro?! – a urgência no tom e a utilização do nome do meio-irmão na fala de Sesshoumaru deixaram a todos preocupados. Sesshoumaru quase nunca o chamava assim.

            – Foi ao Poço das Eras. – respondeu a miko prontamente.

            – Sesshoumaru, o que está acont...?

            Sem esperar ou explicar, ele saiu pela porta e correu para o local indicado. Chegou primeiro que todos e quando o viu vazio, sentiu um aperto no peito. Analisando mais de perto, percebeu uma fita rosa no chão ao lado do poço e próximo, algumas manchas vermelhas na grama verde.

            Ele se abaixou para pegar o objeto e sentiu a textura lisa da seda entre os dedos. Zakuro... Escutou passos e percebeu a chegada dos outros. A família tinha o olhar preocupado e ansioso. Tsukiyo pareceu perder o brilho dos olhos e olhava angustiada para a fita que dançava com o vento nos dedos de Sesshoumaru.

            – Isso é...? – começou Sora, ao olhar para a fita e o sangue no chão.

            – O sangue não é dela. – falou Sesshoumaru. Então olhou para Tsukiyo. – É dele.

            Ela se encolheu e afastou-se alguns passos dos presentes.

            – Ele quem?! Expliquem o que está acontecendo. – exigiu Inuyasha.

            – Nisshoku a levou. – revelou Sesshoumaru.

O clima do lugar pesou e mesmo o sol do final da tarde se escondeu atrás das nuvens.

            Todos os presentes sabiam que aquele nome pertencia ao inimigo de guerra de Sesshoumaru. Kagome, sentindo o desespero que apenas as mães são capazes de sentir pelos filhos, deixou-se cair sobre os joelhos.

            – Não pode ser... – falou aturdida.

            – O que ele poderia querer com minha irmã? – perguntou Sora.

            – Ele quer o sangue raro dela. – falou Tsukiyo cabisbaixa. – Pretende fazer um ritual para criar uma arma, e quando não pôde me levar, veio atrás de vocês.

            – Tsc! – exclamou Inuyasha cerrando as mãos.

            O silêncio se instalou. Inuyasha se aproximou da mulher e a abraçou. Tsukiyo não conseguia levantar os olhos do chão, o olhar desolado e distante. Os três pareciam uma imagem desbotada de uma tela de artistas, daquelas que retratavam o fim do mundo.

            Contudo, aquele que mais mexeu com Sesshoumaru, foi Sora. O rapaz tinha os punhos cerrados e as orelhas retesadas para trás. Os olhos do garoto estavam marejados e os dentes a amostra. O Lorde sabia exatamente o que se passava pela cabeça do sobrinho.

            – Não foi culpa sua. – falou Sesshoumaru, surpreendendo Sora. – Mesmo que tivesse percebido a presença dele, teria sido levado também. Ou morto.

            – Mas a Zakuro poderi...

            – Não há nada que pudesse fazer. Nisshoku não é um adversário qualquer.

            Sabendo que o Lorde estava certo, o rapaz desviou o olhar e segurou com força a bainha da Tessaiga. Percebendo a reação do filho, Kagome se levantou.

            – Ainda há esperança! – a fala de Kagome surpreendeu a todos. – Esse ritual exige preparação e pelo menos uns cinco dias para ser completado. Podemos salvá-la antes disso. Nós vamos lutar e salvar Zakuro!

            – Ninguém mexe com nossa família. – falou Inuyasha incisivo, garras e presas à mostra.

            Houve uma troca de olhares decididos entre Inuyasha, Kagome e Sora, mas Tsukiyo foi aquela a trazê-los de volta à realidade.

            – Há essa altura, seria impossível imaginar que entraríamos no território de Nisshoku sem ninguém notar. Durante a guerra, todos ficam atentos às fronteiras e mesmo que os enfrentássemos com toda a força, poderia não dar tempo. Essa luta já se estende por meses, seria irreal pensar que acabaríamos com ela em uma semana.

            A verdade atingiu a família com força e o clima voltou a pesar.

Sesshoumaru olhou para os desolados à sua frente, sem saber o que dizer. Desejava ter palavras para consolá-los, mas não era de seu feitio fazê-lo. Muito menos quando se via responsável pelo ocorrido.

Se eu o tivesse matado naquele momento...

Inconscientemente, ele olhou para Tsukiyo, que o encarou de volta com o mesmo olhar. Aquela troca de olhares foi suficiente para fazê-lo se mover.

O Dai-youkai deu as costas aos presentes e pôs-se a caminhar.

— O que vai fazer, Sesshoumaru? – perguntou Inuyasha, enquanto abraçava a mulher.

O youkai parou. O desafio fazia seu sangue ferver de euforia. Vou fazer o impossível... pensou, deixando escapar um leve sorriso dos lábios ao se dar conta do que pretendia fazer.

Ele se virou para os presentes e com total confiança afirmou:

— Vou vencer essa guerra em cinco dias.


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Notas finais do capítulo

Não em deixem no vácuo! Comentem o que acharam e o que esperam ver no futuro. Adoro sugestões, críticas e suposições rsrsrs