As Três Lágrimas do Youkai. escrita por Larizg


Capítulo 14
Capítulo 14 – Rumo ao abismo. (Atualizado)


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente!!! Estou de volta com mais um capítulo para vocês. Ele será o estopim para algumas revelações futuras. Quero agradecer a todos que me apoiam nos comentários e favoritações. Agora a fic conta com 25 seguidores, 10 favoritações e duas recomendações *___* Nunca pensei que chegaria tão longe!!! Espero que todos continuem me apoiando e que aqueles "leitores fantasmas" comecem a se pronunciar nos comentários =)



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À medida que subiam, o vento se tornava mais forte e Tsukiyo segurava a manga de Sesshoumaru tentando em vão sentir-se mais segura àquela altura. Sesshoumaru voava rápido, o que era surpreendente para um youkai como ele, que não possuía asas. Tsukiyo sabia que Dai-youkais desprovidos de asas eram capazes de voar graças a uma forte liberação de yoki em direção ao solo. Para conseguir voar àquela velocidade da distância que estavam do chão, Sesshoumaru era realmente incrível. Não que ela duvidasse que quantidade de yoki dele fosse imensa.

            Repentinamente, Sesshoumaru começou a descer até pousar em um estreito caminho que contornava a lateral da montanha. Ele a colocou no chão e Tsukiyo sentiu as botas afundarem na neve. A nevasca ainda caía forte e só lhe permitia ver o caminho a poucos passos a sua frente.

Tsukiyo se virou para Sesshoumaru, semicerrando os olhos para vê-lo melhor.

— O que aconteceu? – teve de gritar para a voz ultrapassar o som do vento gelado que passava cortando por si.

O youkai se aproximou e falou:

— Não há como continuar flutuando, a visibilidade está muito baixa e a altura não permite que continuemos no mesmo ritmo. – explicou.

A garota assentiu com a cabeça, olhou para o caminho a sua frente e perguntou:

— E agora?

Ela já sabia, mas queria que Sesshoumaru não o dissesse.

— Teremos que continuar a pé. – confirmou sua infelicidade.

Ela soltou os braços ao redor do corpo e suspirou fundo. Sesshoumaru seguia na frente e Tsukiyo caminhava logo atrás, com os braços na frente do rosto, se protegendo do vento gélido. O caminho era irregular e devido à neve, Tsukiyo tropeçava diversas vezes. Até mesmo Sesshoumaru, ela percebia, avançava de forma cuidadosa e lenta. O local era estreito, sem que duas pessoas pudessem caminhar lado a lado. Para piorar, a nevasca diminuía muito a visibilidade. Tsukiyo tinha que apertar os olhos para enxergar Sesshoumaru, que com as vestes e cabelos claros, se misturava com a paisagem.

De repente, ela ouviu um som de algo rachando e notou que a sua frente Sesshoumaru estava com um dos pés no limite do caminho. Ele levantou o pé e um pedaço de rocha despencou para o vazio abaixo deles. Ela se aproximou do youkai e olhou para baixo. Um arrepio subiu por sua espinha.

O caminho não era apenas estreito. Qualquer passo em falso que dessem cairiam num abismo cercado de pedras pontudas, que Tsukiyo imaginou serem muito maiores do que parecia dali, meros pontinhos escuros na neve. Um enjoo súbito a atingiu e ela se afastou da beirada, colando as costas na parede da montanha. Tsukiyo se lembrava de ouvir que as montanhas tinham quase sete quilômetros de altura. No passado duvidara, mas agora sabia tratar-se da verdade. Cair ali era morte certa. Eu pelo menos não sei voar, lamentou-se Tsukiyo. Contudo, ela achava que dependendo da circunstância, nem mesmo Sesshoumaru escaparia ileso da queda.

Sesshoumaru voltou a se afastar da borda e ela tratou de acompanhá-lo, quase colada à parede da montanha.

Em meio ao uivo do vento ela escutou:

— Cuidado onde pisa. – falou seco.

Como se não fosse óbvio queria retrucar, mas sua boca perecia ter congelado. Certo, vou deixar essa passar.

             Com o tempo, chegaram a uma bifurcação do caminho. Um dos lados continuava ao redor do pico e o outro ia em direção à outra montanha, se ligando numa larga ponte natural coberta por neve. Sesshoumaru tomou o caminho que ligava as duas montanhas. Era uma enorme ponte de rocha e neve, de uns cinco metros de largura, com ambos os lados cercados pelo abismo. Tsukiyo o seguiu sem questionar, sabia que teriam que caminhar de montanha em montanha até alcançar o outro lado, apesar de sentir-se insegura na passagem.

            O caminho era um pouco mais largo e eles caminhavam sem se preocupar tanto com as beiradas, entretanto, por ser um local aberto, sem a proteção da parede montanhosa, o vento era mais forte e intensificava ao máximo o frio.

            Mesmo com as roupas, Tsukiyo tremia e abraçava a si mesma, tentando se aquecer ao menos um pouco, sem sucesso. Ao passo que caminhava, sentiu os membros ficarem cada vez mais dormentes e a respiração ficar ofegante. Sesshoumaru a sua frente, caminhava devagar, mas não aparentava demonstrar qualquer sinal de frio, mesmo ainda trajando roupas leves.

            Ela tentava acompanhá-lo com dificuldade, mas ficava cada vez mais para trás. Chegou um ponto em que Tsukiyo acreditou não conseguir avançar mais. A pele estava pálida e já não sentia as extremidades do corpo. Começando a ficar ligeiramente sonolenta, ela só pôde pensar. Com tantas maneiras, vou literalmente morrer de frio.

            Sentiu as pernas cederem e caiu de joelhos no chão, encolhida, abraçando a si mesma. Percebeu Sesshoumaru parar e se voltar para ela, o olhar era interrogativo. Ela tentou falar, mas a voz saiu como um sussurro rouco.

            – Eu não... – começou. – Como não está sentindo frio?

            Sesshoumaru se aproximou e falou.

            – Liberação de yoki. – seu tom soou como se fosse a solução mais óbvia do mundo, mas devido a provável expressão de dúvida de Tsukiyo, ele explicou: – Ao liberar yoki ao redor do corpo, ele se torna uma espécie de camada que protege contra o frio.

            A jovem se concentrou e liberou sua energia aos poucos e percebeu que a ação aplacava o frio. Entretanto, não podia liberar energia constantemente como Sesshoumaru. Se o fizesse muito, retornaria àquela forma. Então, liberava apenas o suficiente para aguentar o vento e esquentar o centro do corpo, ignorando as extremidades..

            Lentamente ela se levantou e olhou para Sesshoumaru, que sustentava um olhar indiferente e sobrancelhas levemente franzidas. Sua postura parecia dizer que ela o estava atrasando novamente. Apesar de ser verdade, Tsukiyo irritava-se com esse tipo de atitude. Mas o que fazer? Ele a havia ajudado de qualquer maneira.

            – Obrigada. – falou baixo e seca.

            Ele se virou e Tsukiyo o acompanhou.

Aos poucos, percebeu que o cenário mudava lentamente. A nevasca persistia, mas havia diminuído consideravelmente, possibilitando uma visão maior do caminho à frente. O tapete branco pelo qual caminhavam, ganhava pontos escuros: pedras.

À medida que se aproximavam da outra montanha, rochas médias e grandes tornavam-se barreiras contra o forte vento. Tsukiyo constatou que o caminho começava lentamente a se estreitar novamente e preferiu se adiantar, apertando o passo. Aproximando-se de Sesshoumaru, ela tomou o seu lado e aproveitou a chance para perguntar.

            – Tem ideia de quanto tempo levaremos para atravessar nesse ritmo?

            – Se continuar assim, provavelmente quase dois dias. – respondeu.

            A revelação fez Tsukiyo se alarmar e Sesshoumaru não deixou de notar sua expressão.

            – Com medo do frio? – provocou-a sem humor.

            – Sabe, não são todos que têm tanta energia quanto você. – retrucou. – Não acho que consigo me manter aquecida por tanto tempo.

            Ficaram alguns segundos em silêncio, com Tsukiyo esperando Sesshoumaru vangloriar-se ou zombar dela, mas o feito não aconteceu. Ela olhou de esgueio para ele e constatou que sua face estava série e concentrada. Tsukiyo supôs que mesmo para Sesshoumaru, aguentar todo esse tempo o esgotaria, principalmente após gastar tanta energia ao trazê-los até ali.

            Não apenas pensando na própria situação, mas também se sentindo solidária a ele, Tsukiyo propôs.

            – É comum vermos cavernas em regiões muito montanhosas. Não poderíamos passar pelo menos a noite em uma?

            – Se insiste. – falou o youkai, após ponderar alguns segundos.

            Tsukiyo estava prestes a agradecer quando percebeu uma parada súbita de Sesshoumaru. Tinha as sobrancelhas franzidas em direção ao caminho à frente. Ela postou-se ao seu lado e perguntou baixo:

            – O que foi?

            – Está quieto demais. – falou examinando as rochas ao seu redor.

            – Não sinto cheiro algum. – falou Tsukiyo pensando que ele se referia à possível presença de youkais.

            – Com esse vento não sentiria nem mesmo o meu cheiro. – limitou-se a dizer.

            Ele estava certo. O vento, somado ao extremo frio do local, dificultava, ou melhor, impossibilitava a identificação de qualquer aroma. Tsukiyo andara tão preocupada com o terreno que se esqueceu de que poderia haver inimigos por ali.

            Permitiu os instintos aflorarem e constatou algo.

            – Há alguém aqui. – falou.

            Viu Sesshoumaru manear com a cabeça e gritar:

            – Sabemos que está aí! Mostre-se! – exigiu.

            Ao fundo, uma risada grossa ecoou e alguns montes de neve começaram a tremer e se desfazer. Deles, youkais surgiram. Tinham o dobro do tamanho de Tsukiyo e seus corpos pareciam feitos de cristais que reluziam azuis, como cristais de gelo. Quatro criaturas geladas surgiram à sua frente, preparando-se para avançar.

            Imediatamente, Tsukiyo levou a mão à katana a sua cintura, mas ao tentar puxar a espada, constatou com horror que estava presa a bainha. O frio havia congelado a arma, formando uma camada de gelo envolvendo a bainha e o punhal. Ao seu lado, ouviu Sesshoumaru pragueja e viu que o mesmo acontecera com as espadas dele.

Talvez se forçassem, poderiam romper o gelo e puxar a espada, mas corriam o risco de danificar ou quebrar as armas no processo. O metal tornava-se frágil no frio extremo, a menos que seja feito especialmente para aquele tipo de clima. Infelizmente nenhum dos dois tinha armas assim.

            Sem esperar que se organizassem, os monstros avançaram, forçando Tsukiyo e Sesshoumaru desviarem para lados opostos. Dois dos monstros vieram atrás de Tsukiyo e ela, preparou-se para o combate. Os cristais nas mãos das criaturas modificaram-se, adquirindo a aparência de lâminas. Tsukiyo se preparou para desviar de ataques físicos e próximos, quando um dos youkais concentrou energia em forma de esfera na mão livre e a lançou contra a jovem.

            Tsukiyo pôde criar rapidamente uma esfera de energia e chocá-la com a do monstro. A explosão lançou a jovem para trás e ela caiu de costas, próxima à beirada do abismo. Por um segundo, Tsukiyo olhou para baixo lembrou-se do solo cedendo em baixo do pé de Sesshoumaru. Uma ideia lhe ocorreu.

            Ela se virou para os monstros e fez um sinal, chamando-os para a luta.

Como planejado, um dos monstros avançou e o outro começou a lançar esferas de energia. Usando sua agilidade, Tsukiyo se desviava do golpe das lâminas e lançava esferas contra as do youkai. Finalmente o segundo parou de lançar esferas e avançou para cima dela.

Aproveitando a chance, ela focou o máximo de energia e lançou uma esfera contra um dos monstros. Para sua infelicidade, o dano fora mínimo: a criatura apenas cambaleou e voltou a avançar.

            Frustrada, Tsukiyo se distraiu por um momento e percebeu tardiamente o movimento do youkai. Desviou-se a ponto de evitar um golpe fatal, mas ganhou um profundo corte no ombro esquerdo. Reprimiu um grito de dor e usando sua velocidade, deslizou por entre as pernas dos monstros, parando atrás dele.

            Os três agora estavam em posições invertidas: os dois monstros ficaram próximos à beirada.

Com um leve sorriso, Tsukiyo puxou a bainha da katana e a retirou do cinto. Apontou a arma, ainda embainhada, para o chão e segurou a katana com as mãos, concentrando toda a sua energia restante. Precisava de muita energia para transpassar o chão grosso de pedra. Com isso poderia ganhar desses youkais. Mas retornaria aquela forma e se revelaria a Sesshoumaru.

            Naquele momento, ela jogava todo seu disfarce e esforço para se proteger fora. Mas não tinha opção. Droga!, praguejou. Era um segredo em troca de sua vida. E para os infernos se ela se permitisse morrer antes de salvar Akarin daquele monstro.

A arma continha o familiar brilho azulado, ela havia reforçado o objeto para impedir que se quebrasse. Usando toda sua força forçou a espada para baixo, ajoelhando-se e ficando-a no chão. Uma rachadura começou a se formar ao redor da arma e seguiu em direção aos monstros, que surpresos, nada puderam fazer.

O chão a frente de Tsukiyo ruiu, arrastando consigo os monstros para o abismo abaixo. Ela se afastou para não ser levada junta  e se ajoelhou no chão com a arma ainda em mãos. Esgotada, ela sorria. Tinha retornado àquela forma, mas pelo menos estava viva...

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            Sesshoumaru desviava facilmente dos ataques dos monstros, mas lamentava a impossibilidade de usar Bakusaiga, com ela, tudo seria mais fácil. Usava o chicote de energia para partir as esferas lançadas ao meio e sua velocidade para desviar dos ataques físicos, que eram feitos simultaneamente.

            Apesar de estar no meio da luta, não conseguia tirar a hanyou da sua cabeça. Perguntava-se como ela estava se saindo, já a vira enfrentar youkais piores, mas não da forma como estava. Ele sabia que estava cansada e uma luta para ela naquele estado poderia significar sua morte.

            Afugentando os pensamentos, ele voltou-se para seu próprio combate. Desviando de mais um ataque, ele avançou e perfurou o peito do youkai com as garras, atravessando-o com a mão. Ficou surpreso ao perceber que não surtira efeito algum. O monstro aproveitou a oportunidade para tentar perfurá-lo e Sesshoumaru teve que segurar o golpe com a mão livre. O Lorde sentiu fios de sangue escorrerem pelo braço, sem realmente se importar com isso.

            Quando conseguiu arrancar o braço do peito do youkai, recuou. Não queria admitir, mas liberar todo aquele yoki anteriormente o havia cansado. O melhor seria não estender a luta por mais tempo.

            Analisou suas opções: as criaturas eram imunes a seu veneno e ele não conseguiria utilizar a espada, além disso, eles não pareciam ter pontos fracos visíveis. Com pesar, constatou que só conseguiria utilizar seu chicote e força física para vencer. Com uma ideia em mente, resolveu usar o terreno a seu favor. Deu uma chicotada na neve e a fez subir vapor para diminuir a visão dos monstros.

            Avançou e, concentrando sua força, socou o youkai a sua frente. O golpe arremessou o monstro, fazendo-o ultrapassar a limite do terreno e cair para o vazio. Sua mão latejava, mas Sesshoumaru ignorou a dor e pôs-se a atingir a outro monstro com o chicote. A criatura foi forçada a recuar até a beirada que cedeu com seu peso. O monstro conseguiu se agarrar e manter-se pendurado no abismo.

            Sesshoumaru preparou-se para dar o golpe final, mas travou ao sentir um arome familiar. Era aquele cheiro.

O cheiro de Rin.

Em seguida, ouviu-se um estrondo e o barulho de rochas ruindo. Virando-se para trás, ele viu a jovem agachada em frente a um abismo, segurando firmemente a espada ainda embainhada.

            Rapidamente ele compreendeu o que ela fez, e não o surpreendeu. O que o chocava era que o cheiro vinha dela e não somente isso, as orelhas que ela outrora possuía haviam desaparecido, bem como as marcas em sua faça. Não havia dúvidas, era o mesmo cheiro de lírios que o atraíra a primeira vez.

            Sesshoumaru estava congelado no lugar, não pelo frio, mas pela grande surpresa. A jovem virou-se para ele e seus olhares se encontraram. Ela olhava cansada e temerosa para ele. Esse cheiro e essa aparência... ela parecia quase humana.

            Perplexo, ele percebeu a expressão da jovem se modificar de receio a horror.

            – Sesshoumaru! – berrou ela, se levantando.

            Saindo de seu estado de choque, ele se virou e percebeu que o youkai que estava pendurado havia se reerguido e, usando ambas as mãos, concentrava energia em uma esfera com o dobro do tamanho das anteriores. O youkai lançou a esfera, Sesshoumaru ainda estava espantado com todo o ocorrido e não conseguiria se preparar a tempo.

            Sentiu o corpo ser empurrado para o lado no último segundo, caindo na neve.

            A jovem o havia saltado para empurrá-lo, levando o golpe no seu lugar. Ela foi arremessada e rolou pela neve até a beira do lado contrário, desacordada. Estava de bruços com um dos braços pendendo para o abismo. Mesmo àquela distância, Sesshoumaru pôde perceber que o chão, muito instável, começou a se rachar ao redor dela.

            Tomado pela raiva, ele se levantou e usou toda sua fora para desembainhar Bakusaiga, mesmo correndo o risco de danificar a arma. Virando-se para o youkai, Sesshoumaru concentrou o máximo de energia e lançou contra a criatura. O monstro já jazia sem vida antes mesmo de ser arrastado para fora da ponte devido a força do ataque.

            Sesshoumaru embainhou a espada e virou-se para a jovem, apenas para ver o chão se partindo e levá-la para baixo. Sem pensar, ele avançou o mais rápido que pôde e por impulso, pulou para o nada atrás dela. Utilizando a técnica de flutuar ao contrário, ele se impulsionava para baixo, numa tentativa de alcançá-la, mas não tinha energia o suficiente para salvá-la. Mesmo que a alcançasse, não teria como flutuar de novo. Não havia como freiar.

            Sesshoumaru trincou os dentes e estendeu a mão, forçando um último avanço. O chão se aproximava rapidamente e mesmo ele, sem energia como estava, não sabia dizer se sobreviveria. Aliás, mal sabia se conseguiria alcançá-la a tempo.

O impacto era inevitável.

            Sesshoumaru deu um último impulso, expulsando quase por completo sua energia, conseguindo alcançar a jovem. Ele a puxou para si, segurando-a com firmeza. O vento os atingia cada vez mais forte à medida que o chão se aproximava. Exasperado, Sesshoumaru percebeu que varias rochas pontudas os esperavam abaixo, o solo.

            Droga! Serrou os dentes e fez a única coisa que podia. Reunindo o que restou de sua força, ele sacou Bakusaiga e lançou uma onda de energia contra as rochas, pulverizando-as, garantindo assim que o impacto se daria apenas com a neve.

            Sentiu a visão começar a escurecer e, exausto, fez um último movimento. Apertou a jovem contra si e virou-se de costas para o chão, desta forma, seria ele a absorver a colisão. Não sabia se conseguiria minimizar o impacto para ela ou mesmo se ele próprio aguentaria a queda.

            Completamente esgotado, ele viu o chão se aproximar. Instintivamente, ele fechou os olhos.

            BAM!

Suas costas atingiram o solo, expulsando o ar de seus pulmões. Uma onda de dor percorreu todo o seu corpo, fazendo-o gemer e trincar os dentes.  Tossiu, sentindo um fio de sangue escorrer pelo canto da boca, percebendo que alguns órgãos foram danificados e provavelmente ossos estavam quebrados.

            Com a visão turva, ele olhou para a hanyou em cima de si. Para seu alívio, parecia bem. Ela lentamente abriu os olhos, confusa.

            A última coisa que Sesshoumaru viu foi sua expressão assustada olhando para ele.  Dois olhos amarelos o encaravam arregalado, então, tudo escureceu.

            – Sesshoumaru!

            O grito da jovem parecia vir do fundo de um poço. Ecoado e distante. Humpf! É Lorde Sesshoumaru para você... Tola, pensou irônico. A garota realmente não tem o mínimo de etiqueta. Ele queria conseguir dizer isso à ela, apenas para ver sua cara irritada novamente. Droga...

 Finalmente sua consciência foi levada e com ela, tudo a sua volta.

Youkai da montanha.


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Notas finais do capítulo

* yoki = energia demoníaca.
E aí, o que acharam do capítulo? Não deixem de comentar, por favor. Aceito críticas e sugestões. =)