Esperando a Eternidade Acabar escrita por Naoya


Capítulo 1
Capítulo 1 - O futuro bom existe?


Notas iniciais do capítulo

Narração em 1° pessoa, o protagonista narrando os fatos (hurr, durr). Pretendo fazer algumas passagens em 3° pessoa, mas não com frequência >u>Espero que gostem!



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Me levantei, tentando lutar contra a vontade de permanecer deitado na cama por mais algumas horas, finalmente havia chegado o dia que eu esperava nunca chegar, eu iria ter de lutar contra este inferno para ajudar minha irmã... Revisei novamente quem era eu, tudo o que eu não podia esquecer indo até lá; Meu nome é Louis Aaron, tenho 18 anos, minha única família é minha irmã e meu gato que logo irá morrer. Me demonstrei forte em um treinamento para levarem soldados franceses até as ruínas da Inglaterra. Odeio o jeito que o rei tenta dominar nosso país, odeio a falta de liberdade que nos dão para educar as crianças, eu vou mudar isso, eu juro que vou mudar isso.

Deveriam ter se passado ao menos 10 anos desde que"eles" invadiram, o mundo era poluído por pessoas ruins, mas estávamos bem sem as guerras, até que começaram os ataques, lutas enormes entre vários países, aquela seria uma terceira guerra mundial que não teria fim. Meus pais fugiram para longe, deixaram eu e Rinny sozinhos, ela tinha 11 anos, tão nova... Minha irmã dizia que iria cuidar de mim, ela era realmente incrível! Moramos na rua por um tempo, mas ela sempre dava um jeito de nos alimentar, eu nunca soube que jeito era esse, ela sempre pareceu morrer de medo de me contar o que era... Quando cresci, temi achar que ela estava se prostituindo naquela época, mas sempre penso que minha irmã era nova demais para fazer aquilo, ela não teria coragem...

Rinny tinha saído, falou que não teria coragem de me ver partir, eu tive que aceitar isso, mas não me preocupo com ela ainda, eu sei que vou conseguir o que quero, vou salvar minha irmã de um problema que eu a meti... Mesmo assim, me sinto um pouco culpado por isso... Talvez eu devesse ter arriscado minha vida no lugar da vida dela...

– O que está feito já está feito, não tenho como mudar mais nada, tenho apenas que conseguir... - virei meu rosto e observei uma mala marrom, provavelmente, Rinny deveria ter arrumado minhas coisas no meio da noite, com certeza haveria algum bilhete ou um objeto que me fizesse recordar dela durante a viagem - Ela nunca muda mesmo...

Tirei minhas roupas devagar, a cada peça tirada, eu entrava novamente ao mundo de pensamentos, a conversa que tive com aquele desgraçado me soava o tempo inteiro na cabeça:

"- Então... Você realmente só se inscreveu no treinamento para isso?! Que ridículo! - O Rei ria enquanto pronunciava aquelas palavras - Isso é impossível, garoto.

– Tenho 18 anos, não me chame de garoto, posso dizer com toda a certeza que sou muito mais homem que você, alteza. - falei em um tom sério, o Rei abriu a boca, mas retornei a falar antes que fosse condenado a morte - Posso lhe garantir com total certeza que as crianças serem educadas com um futuro melhor e mais justo, igual eram criadas antigamente, seria ótimo para elas, e não provocaria dano algum em nosso exército.

– Como pode ter toda essa certeza, rapaz?

– Fazer as crianças acreditarem em histórias fictícias, histórias reais com um gênero de aventura, comédia, romance... Seria bom para elas, acreditariam em uma coisa que poucas pessoas tem ultimamente.

– E o que seria?

– Esperança. Acreditariam que não é preciso de armas e forças para que nosso país triunfe nestas guerras, se vivermos pacificamente, logo a Inglaterra verá que não precisamos lutar, inclusive, eles não nos atacaram ainda, apenas se defenderam.

– Então você acha que se apenas pararmos de lutar, a Inglaterra vai aceitar que cessemos a guerra? Há! Que tolo, você apenas quer coisas para seu benefício próprio!

– Senhor... - falei com uma voz mais calma e tranquila que o normal - Você acha mesmo que ensinar nossas crianças somente a violência e não as educar intelectualmente e imaginativamente vai surgir um bom efeito? Não, deixem eles serem livres, quem quiser ser soldado será, e quem quiser seguir um caminho bom e justo seguirá.

– Você tem planos muito estranhos, garoto.

Suspirei calmamente, depois dei um único sorrisinho, pensando que tudo aquilo seria inútil, o rei é um verdadeiro cabeça dura! Não notou que somos nós que estamos perdendo, e que somos nós que estamos lutando, a Inglaterra está pronta para se defender sem nos atacar!

– Muito bem, faremos o seguinte; Crie um livro de uma história real que possa ser mostrado para as crianças sem as influenciar totalmente a seguir um único caminho, nada de histórias idiotas fictícias, e se acha a Inglaterra tão boa e justa, escreva isso enquanto estiver nas ruínas, tem 6 meses. Caso não faça isso... Bom... - Começou a mexer em alguns papéis em cima de sua mesa, até que pegou um, estava escrito meu nome... Aquilo era... Uma ficha sobre mim? - Oh, sim, você tem uma irmã! Caso não faça isso, torturaremos sua irmã até a morte, você verá tudo isso de camarote e depois será morto da mesma maneira que ela, acordo feito?

– Você é cruel, rei biscate... - murmurei baixinho, por sorte, ele não me ouviu. - Acordo feito, juro a você que trarei seu livro em 6 meses. - após aquelas palavras, ele mandou eu me retirar de sua sala."

Após relembrar aquela conversa onde condenei a vida de minha irmã, finalmente consegui me vestir. Peguei a mala marrom que Rinny fez com os maiores cuidados e abri a porta de casa. Ao sair de lá, observei um carro preto, não muito grande, estavam me esperando... Não hesitei, tranquei a porta de casa e caminhei até o carro, quando ouvi um miado.

– Esme... Eu me esqueci de você... - virei para trás, o gato branco totalmente sujo, que já estava com seus pelos escuros, precisaria de um banho. Me ajoelhei e peguei o gato em meus braços, fazendo carinho nele - Garoto, cuide bem de Rinny, e por favor... Viva até eu voltar, juro que te trarei alguma coisa boa das ruínas.

– Ei, moleque! - O cara do carro gritou, odeio quando me chamam assim - Venha logo!

– Esme, eu tenho que ir, por favor, não se esquece de mim, ok? Eu prometo que vou voltar e irei cuidar de você. - Dei um beijo em sua cabeça e o soltei, me virando novamente para trás, ainda consegui ouvir um miado de choro antes de entrar no carro. Ele não queria que eu partisse, Rinny também não queria, mas eu tenho que fazer isso.

Entrei no carro, lutando para não pegar Esme nos braços e levar ele comigo, mas eu não podia fazer aquilo com Rinny, ela ficaria tão só... Suspirei lentamente e me sentei. O homem que dirigia o carro tinha cabelos escuros e olhos claros, sua pele era bem escura, provavelmente seria um escravo do rei... Oh, escravos, todos decidiram voltar a escravizar pessoas assim que a guerra começou! Eu tenho que salvar este homem, mesmo que ele tenha me chamado de um nome que detesto... A voz dele era grossa, bem mais grossa que a minha, porém, falava algumas palavras no carro, me perguntou algumas coisas, a voz dele parecia mais suave, estava calmo. Provavelmente só ficou irritado porque não poderia se atrasar, com certeza seria castigado caso se atrasasse...

Olhei a paisagem, muitos lugares lindos, outros já desgastados por não serem cuidados corretamente, mas a maioria estava destruída. Se tivessem mais cuidado com tudo aquilo... Logo chegaria no aeroporto, eu estaria sozinho de verdade mesmo...

– Moço... Você tem família? - falei com uma voz calma, porém um tanto ansiosa.

– Hum? Eu... Eu tenho sim, espero que tenha. Quando a guerra começou, fugiram para longe, eu consegui os proteger, mas acabei sendo capturado. Minha mulher e meus 3 filhos... Estão bem, espero que estejam bem! Faltava um mês para o menos fazer 2 anos, o filho do meio tinha 7 e o mais velho tinha 11... Eram crianças lindas, e minha mulher era perfeita de verdade! Nunca se encontrará alguém como ela... - eu consegui ver o brilho em seus olhos, aquilo deixava seu rosto bem mais amigável.

– Oh... Entendo... Você acha que eles podem ter sido capturados pelo rei...? Digo, se 10 anos se passaram, eles podem muito bem ter sido escr... - o homem me interrompeu antes que eu terminasse a palavra.

– Eles não foram. Eu creio nisso. - Esperança... Sim, ele tinha esperança - Chegamos.

Não notei o quanto tempo tinha se passado e eu apenas olhava a paisagem! Sai do carro as pressas, o homem não deveria ser punido caso eu demorasse para sair. Não consegui dizer adeus, não sei se teria coragem. Ele parecia ser uma pessoa muito boa...

A mala não era muito pesada, consegui a carregar sem tantas dificuldades. Estavam lá, vários homens em um grupo, todos bem vestidos e carregando malas. Um kit de armas estava próximo ao grupo, e o comandante de todos estava lá... Não falei com ninguém, apenas fiquei na fila daquele grupo, esperando me chamarem para entrar no avião. Eu fiquei quieto, não esperava nada... Até que ouvi um grito de uma voz. uma voz que eu conhecia muito bem... Rinny.

– Louis! - ela gritou meu nome, pude ouvir em sua primeira chamada, ela correu até mim... Me abraçou apertado e começou a falar gaguejando - Louis, meu irmão... Eu...

– Não fala nada... Se você falar alguma coisa, eu vou chorar e toda essa coragem que eu venho tentado criar vai acabar... - Olhei para o lindo rosto dela, os cabelos ruivos que tinha pintado recentemente para me agradar, os lindos olhos verdes que tinha herdado de minha avó... Minha irmã era perfeita, mas estava chorando... - Esme está contigo, e mesmo que eu morra lá, sempre estarei no seu coração, e vou te observar pra sempre, viu? - enxuguei as lágrimas dela.

– Sim... Por favor... Não morra lá, quero que volte, volte pra mim! - ela falava, estava soluçando entre as lágrimas. Beijei seu rosto com ternura e sorri.

– Eu vou voltar, princesa...

Continuamos abraçados, até que a mulher que chamava soldado por soldado berrou meu nome, aquele momento foi bem difícil para mim, imagine para Rinny.

Então eu percebi que a maior dor de minha vida foi ter que soltar minha irmã e ir embora, sendo forçado a ver ela chorando sozinha.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Espero que sim, hehe >wAté a próxima, Minna~



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