Coração nunca Esquece escrita por Anne Moony


Capítulo 4
Reencontro




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Capítulo 04 - Reencontro

- Akizuki?! – Touya encarava muito sério a mulher a sua frente, ainda se refazendo do espanto que havia tomado.

A jovem guardiã ao ouvir seu nome, estranha e então olha para cima e também é tomada pelo mesmo espanto que Touya.

- Touya? – pergunta, olhando um pouco séria para ele.

- Me desculpe! Eu acabei me distraindo e bati em você. – desculpa-se o Kinomoto, enquanto ajudava Nakuru a se levantar.

- Que nada. Eu também estava andando distraída. Desculpa, também.

Já levantados, ambos ficaram se encarando em silêncio durante um bom tempo. Tempo esse que pareceu interminável.

- Você está de volta em Tomoeda... E seu mestre também veio junto? – pergunta Touya, tentando livrar aquele silêncio para ele incomodativo.

- Não. Eu vim sozinha para entregar uma coisa a sua irmã, da parte de meu mestre.

- Hum... Entendi... Ei! Você se machucou... - ele percebeu isso, já que ela não tirava a mão do ombro. Touya ficou preocupado.

- Ahh não. Que nada, imagina isso passa! – Nakuru despeja essas palavras muito rápido quase que incompreensível. Ela ainda mantinha sua mão no ombro.

- Não passa nada! Vamos até minha casa. Eu sei como cuidar disso. – Touya a segura devagar e com muito cuidado. Mesmo assim a dor que ela sentia no ombro foi inevitável e por isso se queixou, soltando um silvo baixo – Então, como não era nada?

Os dois estavam muito perto um do outro, e novamente ficaram se encarando.

- Então, vamos cuidar do meu ombro? – indaga Akizuki, se afastando dele.

- Vamos sim. – o Kinomoto acaba percebendo que ficara tempo demais olhando para a jovem.

Enquanto eles caminhavam rumo à casa de Touya, ele lhe contava sobre o que se tinha acontecido em Tomoeda nos últimos dois anos. Touya empurrava sua bicicleta e discretamente olhou para a guardiã ao seu lado pelo canto do olho, e pensou: “Como Akizuki mudou nesses dois anos... Nossa! Ei, que você está pensando, Touya?!”.

Nakuru ouvia atentamente tudo o que ele falava, e sempre que tinha a oportunidade olhava-o: “Nossa ele continua com o mesmo ar sério, e pelo visto não mudou nadinha”.

Quando chegaram à casa dos Kinomotos, o primogênito cuidou do ombro de Nakuru, afinal ele realmente sabia como fazer isso, pois cursava medicina.

- Você agora está com seu ombro ligado novamente. Mas tome cuidado para não fazer movimentos bruscos e nem cair de novo. Senão piora. – adverte.

- Certo Senhor Doutor! Acabou a consulta? Quanto lhe devo? – pergunta brincando.

- Você não mudou nada, Akizuki. – contempla o jovem, sério como sempre.

- Assim como você. Já não te disse antes para me chamar de Nakuru?

- Está bem... err... Nakuru...

- Muito obrigada Touya! – ela sorri delicadamente - Que horas a Sakura chega da escola?

Ele olha para o relógio na parede, para ver que horas eram.

- Daqui a algumas horas. – responde.  

- Obrigada! Acho que vou andando então.

- Já? – sua pergunta acabou escapando sem querer.

- É... – contesta comovida por ele se mostrar preocupado, mas disfarça - Até depois... Devo aparecer para trazer o que meu mestre mandou. – ela lhe dá um beijo no rosto, corando logo em seguida.

- Até... - diz Touya fingindo que não ligou para o beijo que recebera. Mas assim que Akizuki saiu, ele ficou a observando da porta um bom tempo - meu anjo...

Durante todo o caminho que fazia desde que havia saído da casa de Touya, Nakuru ficou pensado que finalmente tinha o reencontrado e não podia esconder que estava feliz com isso. Porém outro pensamento lhe veio à cabeça, algo que sempre a atormentou.  “Ele gosta do Yukito. Não posso interferir... huum...” Sua tristeza era evidente. “Devo concentrar no que meu mestre me mandou fazer e mais nada”.

***

As horas passaram rapidamente aquele dia. Sakura saiu do colégio rapidamente, pois sabia que alguém a esperava. Ao avistá-lo, ela correu até ele, dando-lhe um abraço apertado, e cheio de saudade.

- Shaoran, que saudades. Você vai jantar lá em casa, né?

- Também senti sua falta, Sakura. Huum... O seu irmão não vai dizer nada? – o garoto chinês se lembrou que Touya sempre ficava com uma cara furiosa quando via ele junto com Sakura.

A card captors suspira e pensa que por mais anos que se passem seu irmão e Shaoran nunca vão se entender. Shaoran segura à mão de Sakura e eles caminham juntos.

Ao chegarem em casa, eles são recebidos por Fujitaka que já havia saído do trabalho.

- Sakura! Shaoran! Sejam bem-vindos! – cumprimenta Fujitaka feliz.

- Papai, Shaoran pode jantar aqui hoje?

- Esse moleque não vai comer aqui! – não é preciso dizer que Touya apareceu com ar furioso encarando Shaoran, que também o olhava.

A encarada deles era tão profunda que era possível ver faíscas saindo de seus olhares. Até que Fujitaka, percebendo a situação os interrompe.

- Touya, pare com isso! Claro que Shaoran pode comer aqui. Sempre que ele quiser.

- Muito obrigado senhor Kinomoto. - agradece se curvando em gratidão.

- De nada meu rapaz. Agora entrem! - responde com seu habitual sorriso.

Ao entrarem, Fujitaka serve o jantar. Todos comiam com calma e tranqüilidade, com exceção é claro, de uma guerra que se desenvolvia entre Shaoran e Touya. Sakura olhava os dois com uma gotinha atrás da cabeça.

- Monstrenga! - Touya a chama, ainda comendo sem nem ao menos olhar para ela.

- Maninho? - responde Sakura furiosa, fechando a mão em punho.

- Nakuru esteve aqui e disse que tem uma coisa para te entregar.

- Sério? Que bom! – a card captors ficou muito contente com a notícia, e encantou a todos com um dos seus belos sorrisos - Quando ela vem?

- Mais tarde. – responde, fingindo não ligar.

- Está bem. Vou fazer alguns doces para ela. Deve ter notícias do Eriol.

***

Passado algumas horas desde que o jantar terminara, à campainha tocou. Nakuru é recebida por Fujitaka, que informa que Sakura estava na sala. Ao entrar na sala da casa, se depara com Sakura e Shaoran sentados ao chão jogando um jogo de tabuleiro e do outro lado, sentado em uma poltrona, ele estava a olhá-la, Touya.

- Suponho que o Touya tenha dito que eu viria certo Sakura? – Nakuru a abraça calorosamente.

- Sim. Ele me disse sim. O que você queria falar comigo Nakuru? - pergunta curiosa.

- Bem Eriol me mandou vir... – ela não pôde continuar, pois foi interrompida por Touya.

- Não deve ser nada de bom, com certeza. - diz indiferente, ainda sentado no mesmo lugar e de braços cruzados.

- Touya. - Sakura o repreende.

- Bom... De qualquer forma, ele me mandou entregar isso a você. – a guardiã estende a carta para ela. Sakura pega a carta e a abre. Quando terminou de ler, ela abre um sorriso amável.

- Obrigada Nakuru! – ela sorri – Shaoran! Vamos indo?! Não temos que ir à sua casa?

- Temos? – Li pergunta confuso, sem entender nada, enquanto era puxado por Sakura até a porta.

- Mas Sakura o que... – Nakuru apenas ouve o barulho da porta se fechando, não podendo terminar sua pergunta - Vim curiosa para saber o que tinha na carta e ela vai embora sem dizer nada.

- É mesmo? - questiona Touya olhando pela janela ao seu lado eles se afastando.


 Enquanto isso na rua...

- Shaoran, eu já sei como usar a nossa carta. - exclama Sakura, meigamente.

- Como? – pergunta o chinês, curioso.

- Eriol me disse. Vem. - diz entrando na casa de Shaoran, com uma expressão enigmática no rosto.

To be continued :)


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Notas finais do capítulo

Dessa vez o capítulo saiu bem maior que os anteriores. Espero que tenham gostado. O que será que a Sakura quis dizer com já saber como usar a carta deles? Hm. Não deixem de acompanhar para saber.