Novo Mundo escrita por rodrigostoll16


Capítulo 24
Destruídos


Notas iniciais do capítulo

A espera acabou, é hora de terminar uma era. E no mural de leitores hoje nós temos: Regan Cahill9, Ceci Black, Luuh Rocha, Marcos Grace, Sweet Liar Queen, Duda Salvatore Grey Herondale, ReDiAngelo, Marichagas, A Valdez Carstairs di Angelo, Uma Pessoa, Arya StarkDi Angelo, Babs, Myllena Di Angelo, pietra, Cupcake Valdez di Angêlo, Larissa Swann, TordoPotter. Muito obrigado por comentarem .
Nunca um capitulo deu tanto trabalho para mim, tudo estava conspirando para ele não chegar, mas no final eu consegui terminar e eu gostei bastante do resultado.
Fiquem com o ultimo capitulo da fase New York



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POV Robert

Talvez se eu não a tivesse levado ela comigo nesse plano, ela ainda estaria viva, talvez se eu não tivesse aceitado aquele convite ela ainda estivesse viva, mas eu a amava mais que tudo, mesmo ela não correspondendo meus sentimentos, eu nunca achei que poderia gostar de alguém do jeito que eu gostei dela, mas agora ela está morta. Morta por minha causa, nada mais justo do que eu tirar a vida de quem tirou a dela, e junto disso ainda completar o plano. Tudo teria sido tão diferente, se eu tivesse tomado as decisões certas, mas agora eu tenho que terminar o que eu comecei.

Eu conheci Calipso há dois meses, no dia D, o dia em que Pain unificou os mundos e levou todos nós até o “mundo real”. Eu estava em meu quarto em Chicago, eu ainda tentava me lembrar do que tinha acontecido no passado, mas era como se tudo que eu tivesse vivido simplesmente sumiu.

Foi então que eu ouvi sons de trovões e o ruído do vento batendo no telhado das casas e nas paredes do prédio, eu olhei para o lado de fora e eu vi a grande nuvem negra engolindo a cidade, foi tudo tão rápido que meu cérebro não teve tempo de processar, na hora que aquela nuvem negra me engoliu, eu sentir frio e um silêncio perturbador, eu não sentia mais os pés no chão, era como se eu tivesse flutuando.

Depois eu senti o chão abaixo dos meus pés de novo, a nuvem começou a se dispersar e eu me vi no meio de uma rua cheia de carros parados e pessoas olhando atônitas uma para a outra, eu não sabia na época, mas eu estava em uma cidade do Sudeste de um país chamado Brasil. Foi então que os gritos começaram.

Pessoas começaram a correr de um lado para o outro gritando coisas sem sentido ou nome de pessoas, eu pude ouvir rugidos vindos todas as partes e então barulhos de tiros ecoaram por todo lugar, eu vi o momento em que uma criatura que parecia ser o híbrido de um leão e um escorpião avançou em cima de um homem de meia-idade, eu belisquei o meu braço para ver se eu estava sonhado.

Eu não estava sonhando, eu precisava sair do meio daquele caos o mais rápido possível, mas meus pés simplesmente não se mexiam, eu não queria admitir, mas eu estava com medo. Medo? Eu sou Robert, forte e corajoso, não tenho medo, já bati até na primeira a pular. Minha cabeça ficou confusa, de onde eu havia tirado esse pensamento? Como se em resposta, um tsunami de memórias encheu minha cabeça, cada memória do meu passado voltando para mim.

Eu me senti atordoado demais, era como se eu tivesse levado um choque em um fio de alta tensão. Um rugido de uma criatura me tirou da minha paralisação, eu corri para a calçada e vi um beco que ficava entre dois prédios comerciais, eu fui em direção ao beco.

Foi quando eu a vi, ela estava lá encolhida em um canto, sentada em cima do que parecia ser uma lata de lixo, ela estava vestida em uma espécie de vestido branco e seus cabelos estavam presos em uma trança que caia por seu ombro. Ela segurava uma espécie de adaga nas mãos, ela estava visivelmente assustada, mas não parecia querer demonstrar.

Nossos olhos se encontraram e ela rapidamente se levantou e se colocou em posição de combate e me olhou como se eu fosse uma ameaça, ela parecia uma guerreira linda e poderosa, senti uma espécie de corrente elétrica passar por todo o meu corpo.

Eu levantei minhas mãos em sinal de rendimento – Eu não vou fazer nada.

– Cuidado! – Ela gritou bem no momento em que uma explosão aconteceu, eu me abaixei e eu pude sentir o calor passar pelas minhas costas.

Quando eu me levantei, ela estava bem mais próxima de mim e mesmo não estando tão perto, eu conseguia sentir o perfume que vinha dela, era algo adocicado.

– Você está bem – Ela perguntou.

Eu assenti – O que foi que aconteceu?

Ela apontou para a rua – Foi um carro, ele explodiu, não sei como?

Por um minuto, nós ficamos apenas nos avaliando, eu tentei memorizar cada pedaço do rosto dela, os seus olhos, o formato da boca dela, ela era simplesmente linda.

– O que está acontecendo? – Perguntei tentando puxar um assunto – O que foi aquela nuvem negra?

– Eu não sei – Ela falou – Apesar de eu ter uma ideia, meu pai me contava algumas histórias sobre mundos paralelos.

Franzi as sobrancelhas – Mundos o quê?

Ela ficou em silêncio e depois olhou para mim – Qual é o seu nome?

– Rob... Robert – Fiquei meio atordoado com a mudança repentina de assunto.

Ela estendeu uma mão – Prazer, meu nome é Calipso.

Sorri meio abobalhado, até o nome dela soava bonito. De repente, eu percebi que eu deveria estar parecendo o idiota do Tobias, mas sabe de uma coisa, eu estava me apaixonando e não me importava com isso. Calipso voltou seu olhar para a rua e observou o movimento. Pessoas corriam e gritava.

– Nós precisamos sair daqui e achar um lugar seguro, esse lugar está um grande caos, se ficarmos vamos acabar sendo mortos – Ela falou.

– E nós ainda precisamos saber onde estamos – Falei e dei um olhar meio envergonhado para ela.

Calipso assentiu – É, mas onde nós vamos ficar?

– Eu posso ajudar – Ouvi uma voz atrás de mim e rapidamente virei, Calipso fez o mesmo – Me sigam, eu de um lugar seguro.

Eu e Calipso nos entreolhamos e seguimos rumo à direção da figura.

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POV Clary

Eu estava em um lugar de campos verdes, um céu azul brilhante pulsava de vida em cima de mim, eu deveria estar no paraíso ou em algo assim. No alto de um morro estava Jace, ele estava sem camisa e usava uma calça preta, asas douradas se estendiam atrás de suas costas, ele parecia um anjo-guerreiro.

Então uma figura surgiu atrás dele, a figura usava uma calça preta e um moletom preto com um zíper que sobe até a garganta e um capuz anexado na parte de trás do pescoço, o capuz estava levantado, a figura ainda usava uma mascara preta com uma letra A na testa em tinta vermelha e tinha nas mãos uma espada. A figura levantou a espada e cortou as asas de Jace, eu gritei no momento que Jace desabou no chão.

Quando eu acordei, eu não conseguia abrir os olhos de primeira, mas eu podia sentir uma dor que parecia querer explodia minha cabeça, eu estava sentada e conseguir sentir minhas mãos amarradas. Eu estava presa, eu abri os olhos e me vi em um lugar quase sem iluminação, a única luz vinha de uma lâmpada bem no meio, o lugar parecia ser um galpão.

Tentei me soltar, mas minhas mãos estavam firmemente presas, olhei para lado e me espantei ao ver Finnick, ele tinha um corte na testa, e suas mãos estavam presas como as minhas, ele estava sentando em uma cadeira e seu rosto estava coberto de fuligem,

– Onde nós estamos? – Perguntei.

– Eu não sei – Ele falou – A última coisa de que me lembro, é de estar no quarto e Jace e bum! Uma explosão, depois mais nada.

Suspirei – Harry e Clary estavam procurando vocês, mas acharam Robert. E ele é “A”.

– Quem é Robert? – Finnick perguntou – Isso não faz sentido, eu nem o conheço.

Antes que eu pudesse falar algo, eu ouço um gemido, Finnick se vira e eu tento olhar para o que ele está olhando. Percy estava ao lado dele, ele também estava amarrado numa cadeira e tinha alguns cortes no rosto, mas nada muito grave, ele levantou o olhar e me deu um olhar confuso.

– Por que parece que eu passei a noite de porre? – Ele perguntou e eu me segurei para não rir, eu não estava exatamente numa situação em que eu poderia rir.

Finnick olhou para mim e franziu as sobrancelhas e depois voltou a olhar para Percy – E você já teve um porre?

Mais múrmuros e gemidos soaram, Harry e Tris estavam na mesma situação que a nossa e pareciam estar acordando agora, eles murmuraram alguma coisa sobre dor de cabeça.

– Afinal, o que aconteceu? – Tris perguntou.

– Acho que Robert aconteceu – Falei.

Percy franziu as sobrancelhas, ainda meio grogue – Quem?

– Robert – Tris falou – Ele era um cara que eu conhecia, ele também é “A”.

Percy tentou soltar as cordas, mas desistiu – Esse tal de Robert era “A”? Mas por que ele estava atrás de mim, eu não lembro de ter feito nada para ele.

Harry bufou – Eu não consigo alcançar minha varinha.

– E nem eu minha espada – Percy falou – Mas mesmo assim, não faz sentido, Robert era “A” e estava trabalhando junto com a Calipso, eu não entendo.

Robert como “A”. Eu não havia visto ele muitas vezes, mas Tris havia me falado dele algumas vezes, ele era o cara que infernizava a vida dela quando ele estava fazendo o treinamento na Audácia, depois de um tempo, arrependido do que tinha feito ele havia decidido tomar o soro da memória para apagar sua própria memória, ele queria se tornar uma nova pessoa.

Ouvi Harry prender a respiração – Gente, olhem.

Olhei para frente e a única coisa que eu vi foi a parede meio encardida e mal iluminada que estava na minha frente, eu olhei para o chão e vi o que Harry olhava. No chão estavam caídos três corpos de barriga para cima, eu reprimi um grito quando eu identifiquei quem era. Eram Katniss, Leo e Jace.

Quando eu percebi seus peitos subindo e descendo, vi que eles não estavam mortos, soltei um suspiro aliviado, mas em compensações eles estavam situações bem ruins, A camisa de Katniss estava manchada de sangue, Leo parecia ter contusões sérias no rosto e Jace tinha cortes por todo o rosto e braços, ele também estava com a camisa manchada de sangue.

– O que aconteceu com eles – Finnick perguntou.

Mordi o lábio – Foi aquele desgraçado do Robert.

– Nós precisamos sair daqui – Percy falou – E pegar esse tal de Robert.

Uma risada ecoou pelo galpão – Vocês nunca vão sair daqui, pelo menos não vivos.

Então uma figura surgiu das sombras, era Robert. Ele usava a mesma roupa que eu havia visto no meu sonho, a calça preta com o moletom preto e o capuz levantado sobre a cabeça, mas diferente do sonho ele não usava a mascara preta com o A vermelho escrito na testa o que deixava seu rosto a vista, ele tinha um sorriso diabólico no rosto.

– Robert – Tris falou com os dentes cerrados.

Meu coração começou a bater mais forte – Então você é mesmo “A”.

Ele não respondeu – Ah! Vocês cinco reunidos no mesmo lugar e na mesma hora, finalmente eu vou conseguir matar vocês finalizar o que Calipso não conseguiu finalizar.

– Do que você está falando? – Percy falou num tom irritado.

Robert ignorou a pergunta de Percy, nos analisou e deixou seus olhos pararem em Tris, ele deu um sorriso malicioso e começou a andar na direção dela. Ela parou bem em frente à ela e deu uma tapa no rosto dela.

– Você continua matando “sem querer” não é Tris? Eu lembro que você matou o Will e sua amiga Christina gostava dele certo? E agora a história se repete com Calipso, você tirou a vida dela, a morte é muito pouco para você – Ele falou e deixou bem claro todo o nojo que sentia por Tris.

– Vai se ferrar Robert – Tris falou e não desviou o olhar de Robert, ele deu uma risadinha. E se moveu até Harry, pegou algo no bolso dele, era a varinha de Harry, Robert a analisou.

Com um movimento Robert quebrou a varinha em dois pedaços – Quero ver se você vai sobreviver sem isso Potter.

Harry enfrentava Robert com sangue nos olhos, ele parecia querer atirar raio lasers nele, eu não o culpava, eu mesma estava querendo estripar Robert com uma faca e servir para os lobisomens. Robert se moveu até Percy e deu um largo sorriso.

– Percy Jackson! – Ele ergueu as mãos em sinal de contemplação – De longe, você é o mais interessante desse grupo, o grande filho do deus dos mares e o futuro papai.

Percy empalideceu – O quê?

– Não se finja de bobo, você já suspeitava disso, não é? – Robert gargalhou – Bom, nossa cria de peixe aqui teve uma noite muita romântica num bar um mês atrás com a nova amiga dele, Samantha, e agora ela está bem grávida.

Se possível Percy parecia mais pálido do que antes, ele abaixou a cabeça, ele parecia muito envergonhado, ouvi Finnick engolir em seco, ele tinha um olhar magoado no rosto. Robert notou a expressão de Finnick e andou na direção dele.

– É isso aí Finnick, você se juntou aos times dos cornos do mesmo jeito que você fez com Annie Cresta – Robert gargalhou – Pobre Annie, deve estar agora em algum quarto de Chicago com o filho esperando o grande amor da vida dela, ela nem sabe que ele andou se divertindo com outra pessoa.

Finnick cuspiu na cara de Robert, mas a única coisa que ele conseguiu com isso foi levar um murro do outro garoto. Robert sorriu e se voltou para mim e começou a andar na minha direção, eu senti meu corpo todo entrar em estado de alerta.

– E por último Clary Fray – Ele revirou os olhos – Você sabe que seu irmão está vivo de novo? Bem, ele está. Infelizmente, ele veio do jeito que morreu, sem o sangue de Lilith, ou seja, ele voltou como Jonathan – Ele bufou, mas depois voltou a sorrir – Mas o seu pai Valentim está vivo e melhor, ele manda na cidade de Chicago, é para lá que você quer ir certo? Bom, eu temo que você não vá reencontrá-lo.

Raiva começou a surgir em mim – O que você quer de mim?

– Não seja tão egocêntrica, eu quero de todos vocês, eu quero vocês mortos – Ele falou, seus olhos estavam faiscando de raiva.

– Mas por quê? O que nós fizemos para você? – Harry falou exasperado.

Robert lançou um olhar irritado na direção de Harry – Vocês são uns idiotas mesmo, não se trata só de vocês, é claro, Calipso esta morta, mas esse não é o único motivo para eu precisar da morte de vocês – Ele sorriu – Por que vocês acham que Pain trouxe todos nós para esse mundo, só para ele se divertir? Eu posso lhe garantir que não.

Uma sensação de pavor começou a tomar conta de mim, eu tinha certeza que eu não ia gostar do que eu ia ouvir.

– Pain queria deixar todos nós no mesmo mundo, para ele poder completar seu feitiço, ele quer controlar tudo, a nossa vida, nossos destinos, nossos desejos e tudo, num resumo ele quer ser um deus absoluto e para isso ele precisa de seis ingredientes para terminar o feitiço – O tom de Robert havia se tornado sombrio – Ele quer o sangue de uma caçadora de sombras, o sangue de uma divergente, de um semideus, de um tributo e de um bruxo, ou seja, vocês.

– E o sexto? – Tris perguntou – Você não falou do sexto ingrediente.

Robert sorriu – O sexto ingrediente é o sangue do praticante do feitiço misturado com o sangue do escolhido, como Pain não pode ter um filho com o escolhido, ele teve que arranjar um plano B – Ele olhou para Percy – O seu filho com Samantha é o sexto ingrediente e daqui a oito meses, Pain estará com o plano completo.

Eu me sentia atordoada com tudo o que eu havia ouvido, de repente uma compaixão enorme por Samantha bateu em mim, não é a toa que a garota havia fugido.

– E por que matar todos nós juntos? – Perguntei.

– O feitiço só pode ser anulado de dois jeitos, matando o filho de Percy ou matando vocês todos juntos, como eu não gosto de matar bebês, eu escolhi matar vocês, mas para isso, é preciso que vocês todos estejam juntos e sejam mortos na mesma hora, se só um for morto, Pain poderá escolher outro sangue, mas se todos forem mortos na mesma hora – Ele sorriu – Então o feitiço é anulado.

Eu sentia um gosto amargo na minha boca, depois de tudo o que eu passei chegar aqui e ser simplesmente morta era frustrante, mas se eu não me deixasse morrer isso era egoísmo, por que assim eu frustraria os planos de Pain. Olhei para o lado, Finnick mantinha a cabeça abaixada, o mesmo fazia todos os outros.

– Pela cara de vocês, acho que eu não terei problemas – Robert falou, então ouvi um murmuro, Robert olhou para trás. Jace estava levantado e seus olhos eram cheios de fúria, Leo e Katniss também haviam acordado e estavam encolhidos num canto, Robert sorriu – Acho que eu tenho tempo para uma diversão.

– Você não vai mexer com eles – Jace falou, mas sua voz estava fraca, ele ainda não tinha se recuperado do coma e a explosão no Orfanato não havia melhorado as coisa.

Os restos dos acontecimentos passaram com um flash. Eu vi Jace avançar para cima de um Robert com uma velocidade incrível, e com uma velocidade ainda maior o outro garoto puxar uma faca do bolso e enfiar bem no peito de Jace. O corpo de Jace caiu no chão, sangue jorrava de seu peito. Ele estava morto.

Silêncio. Mesmo que eu pudesse me mexer, eu não conseguiria, as lágrimas nos meus olhos não conseguiam sair e minha garganta ardia como nunca havia ardido, um grito que havia ficado preso lá. Meu cérebro negava aquela imagem, a imagem de Jace morto no chão. Não podia ser, não era ele, era mais um sonho. Tudo estava parado e só quando o meu cérebro processou a imagem de Jace morto, foi então que eu gritei.

Gritei como nunca havia gritado antes, senti que tudo na minha garganta ia explodir em fogo e meu peito ardia como se estivesse em brasa, eu nunca havia sentido tanta dor assim. Uma força encheu todo meu corpo e no segundo seguinte eu já não estava amarrada na cadeira, eu havia me libertado. Eu corri na direção de Robert o surpreendendo, eu pulei em cima dele e prendi o corpo dele no chão com o meu.

Eu não pensava, eu simplesmente agia. Então eu comecei a dar repetidos murros no rosto de Robert a cada murro uma enxurrada de sangue saia do rosto dele, eu estava ciente que eu estava gritando e que Robert também gritava, eu também estava ciente das repetidas facadas que Robert dava na minha barriga, mas eu não sentia dor, só ódio.

Eu não sei quanto tempo passou, mas só quando havia apenas sangue no rosto de Robert que eu parei, a exaustão me venceu, eu senti dor em minhas mãos pelos murros que eu havia dado e dor na minha barriga por causa das facadas, eu desabei ao lado de Robert, eu via rostos passando pela minha frente, mas eu não conseguia identifica-los. Eu sentia minha alma deixando o meu corpo.

– Me deixe ao lado de Jace – Murmurei para ninguém em especial.

A pouca parte da minha alma que ainda estava no meu corpo sentiu alguém me carregando e me deixando no chão de novo, usei todo meu esforço para olhar para o lado e vi Jace, me aproximei mais e aninhei minha cabeça no sue peito, senti uma paz em mim.

– Eu te amo – Sussurrei para ele.

Então eu o vi, ele estava usando roupas brancas, camisa e calça, e um sorriso brincava no seu rosto. Jace ofereceu a mão dele e eu a aceitei, ele me puxou para ele e me deu um beijo, um tão saboroso e calmo.

– Eu morri? – Perguntei a ele.

Eu senti ele sorri contra a minha boca – Nós morremos.

– E como vai ficar agora? – Perguntei.

Ele se afastou de mim e me olhou nos olhos – Viveremos felizes para sempre.

E a partir daquele momento, eu sabia que tudo daria certo.

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POV Percy

As folhas do Outono estavam caindo por todo o jardim do Orfanato, uma brisa fria brincava pelas arvores e deixavam no ar um clima ao mesmo tempo agitado e calmo, o céu estava livre de nuvens e o calor do sol era quase imperceptível.

Às minhas costas estava os destroços do Orfanato, o fogo havia consumido o lugar completamente, agora tudo que restava eram pedaços de concreto e madeira totalmente queimados, aquilo intensificava o sentimento de perda que estava em mim. Eu estava diante os túmulos de Ângela, a mãe de Sam, Calipso e duas novas lápides, as de Jace Herondale e Clary Morgenstern. Já haviam se passado uma semana desde a morte deles e de Robert, o garoto que havia nos atormentado como “A”.

Todos haviam se reunido para os enterros de Jace e Clary. Finnick, Katniss, Leo, Harry, Tris e eu, e até mesmo as garotas do Orfanato, Pietra, Ju, Barbara, Alice, Mariana, Ariana, Emanuele, May e Esther. Todos estavam vestidos de branco, que era as cores que os Caçadores de Sombras usavam para ir em seus enterros.

– Foram dois meses de amizade – Tris começou, lágrimas caiam silenciosamente pelo seu rosto – Mas ela foi muito especial para todos nós, ela se tornou muito amiga tão rápida, ela com certeza é a melhor Caçadora de Sombras que já existiu e ela sempre vai estar... – A voz dela falhou, as lágrimas começaram a cair numa intensidade maior – Clary, eu nunca vou me esquecer de você, sua memória sempre vai ficar comigo, eu prometo que eu vou honrar sua memória e dedicar cada batalha por você e lembrar a boa heroína você foi.

Tris parou, ela prendeu a respiração e depois a soltou, ela pegou o pequeno buquê de flores que tinha nas mãos cheias de rosas vermelhas e deixou cuidadosamente aos pés da lápide de Clary.

– Adeus, Clary – Ela falou.

Logo todos nós, começamos a repetir o movimento um por um, cada um despejando aos pés do tumulo um buquê de flores. A última foi Katniss que em vez de deixar flores, deixou a espada de Clary sobre o túmulo, a última homenagem a ela. E então veio a vez de Jace, eu falaria algumas palavras, eu me virei para o túmulo e imaginei Jace na minha frente.

– E aí cara – Falei meio sem jeito – A gente passou um mês aprontando lá no Brasil, apesar de você ter tentado me matar – Ri um pouco, as lágrimas ardiam na minha garganta – Eu me lembro de que em uma conversa lá em Brasília, você havia me falado que não há nada mais chato do que morrer sendo um idiota, eu tenho que te dizer que você não morreu como um idiota, você morreu como meu amigo e eu espero que onde quer que você esteja, que esteja feliz – Foi então que eu percebi que as lágrimas caiam pelo meu rosto.

Eu chorei por Jace, eu chorei por Clary, por Calipso, por todos que eu havia perdido, eu não me importava com o que achavam que homens que choravam eram maricas, mas eu já havia muitas pessoas morrendo para ignorar isso, pensei em como o mundo era injusto.

– Adeus, Jace – Falei e deixei uma espada aos pés do túmulo dele.

Então aos poucos todos foram depositando armas no túmulo de Jace, eu sabia que o espirito de Jace ia preferir ver armas no túmulo dele a flores. Sorri com o pensamento. Depois de todas as homenagens, nós nos encaminhamos juntos até o pequeno mercado, onde nós havíamos nos estabelecido, Finnick caminhou ao meu lado.

– Me desculpe – Falei para ele.

Finnick franziu as sobrancelhas – Pelo o quê?

– Por Samantha e eu, lá no bar, você sabe – falei e senti meu rosto corar.

Finnick suspirou – Você sabe que eu não estou com raiva, eu só queria que vocês tivessem me contado antes e eu quero deixar esse assunto para lá, eu acho que agora não importa mais.

– Mas e você e Samanta? – Perguntei – Como vocês vão ficar com tudo isso?

– Eu não sei – Ele falou, eu notei que havia um pouco de dor no tom dele – Acho que só quando eu encontrar com ela que eu vou saber se existe um “vocês”. E você sabe como vai ficar com Annabeth.

Dei um longo suspiro – Eu também não sei, eu não quero deixar ela, eu nuca faria isso, mas eu não sei como eu vou conciliar o fato de eu ser pai de uma criança e ser namorado dela, eu nem sei se ela vai aceitar, eu só me sinto confuso com tudo isso.

Finnick apenas ficou me olhando por um tempo e depois olhou para frente e o resto do caminho foi feito em silêncio. Em dois minutos já estávamos de volta ao mercado e todo mundo já estava terminando as malas para a viagem até Chicago. As garotas do Orfanato já haviam terminado as malas e se preparado para ir até o Canadá, que era para onde elas iriam.

Quando eu já havia terminado de arrumar a mochila que iria carregar, Tris apareceu, ela estava vestindo uma calça Jeans e uma camisa amarela, ela tinha uma mochila nas costas e umas espadas nas mãos.

– Quantos dias até Chicago? – Ela perguntou.

– Dois dias – Falei – Usando as rodovias, acho melhor pegar estradas pouco conhecidas, assim é mais difícil topar com o exército americano, mas isso também aumentara nosso tempo de viagem, e é claro que essa estimativa é uma viagem de carro sem nenhum imprevisto.

Tris suspirou – Então pode demorar mais.

– Com a nossa sorte vai definitivamente demorar – Falei.

Por um tempo um silêncio se instalou entre nós dois, que logo foi quebrado por ela.

– Você se lembra do que Robert falou, sobre o nosso sangue? – Ela perguntou em um tom de quem esconde alguma coisa.

Bufei – Prefiro esquecer, mas sim eu me lembro.

– Ele havia falado que se um de nós for morto separadamente, Pain poderia escolher um substituto, mas quem seria o substituto de Clary? – Tris perguntou.

– Pain provavelmente escolheu Clary por que ela tinha o sangue mais forte entre os caçadores de sombras, então Pain vai escolher o segundo mais forte entre os caçadores, o que eu acho que atualmente seja Jonathan Morgenstern, o irmão dela – Falei meio orgulhoso de mim mesmo.

Tris franziu as sobrancelhas – Você pensou isso tudo sozinho?

Sorri – Leo e Finnick deram uma ajudinha.

Ela revirou os olhos. Depois de um tempo todos já haviam terminado de arrumar as malas, roupas, armas e comidas, tudo já estava pronto. Fomos para a frente do mercado, quando todos já estavam fora, as despedidas começaram.

– Boa sorte, meninas – Falei para as garotas do Orfanato.

– Nós queríamos ir com vocês – Bárbara falou.

Esther abaixou a cabeça – Mas nós meio que entendemos que nós não podemos ir.

– Eu vou sentir falta de vocês – May falou.

Ariana abaixou a cabeça e corou – E eu de ver o Finnick sem camisa.

– Ei Tris, dá um beijo no Tobias por mim quando você o encontrar – Pietra falou. E Tris acenou.

Ju veio em minha direção e me deu um colar idêntico ao o que eu tinha no acampamento – É um presente que eu fiz.

– Obrigado – Eu murmurei.

Mariana tinha lágrimas nos olhos – Acho que isso é um adeus.

– Vocês nos mudaram – Emanuele falou – Agora nós somos independentes.

Katniss sorriu – Se cuidem.

– Vocês também – Alice falou.

Então elas murmuraram um adeus coletivo e seguiram em direção ao Canadá, cada uma como se fosse uma guerreira, determinadas e fortes. Uma pontada de orgulho cresceu no meio do meu peito, será que essa seria a sensação de ver seu filho crescendo e se tornando um herói?

Leo limpou uma lágrima imaginária – Eu estou bem orgulhoso, elas cresceram!

Katniss revirou os olhos.

Suspirei – Próxima parada, Chicago.

Olhei para os outros, nós provavelmente estaríamos em segundos viajando para as nossas mortes, mas eu sentia que tudo podia ficar bem a além de tudo, agora eu tinha algo a mais.

Eu tinha novos amigos.

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POV Samantha

Duas semanas. Eu deveria dizer parabéns para mim mesma por conseguir fazer uma viagem de dois dias durar duas semanas, sério, como eu consigo fazer essas coisas, é quase impossível, mas não para Samantha Jenner, eu sempre consigo fazer as piores trapalhadas do mundo.

Primeiro que para arranjar um transporte para ir até Chicago demorou cerca de uma semana, fora os vários monstros que estavam atrás de mim constantemente, por sorte eu não havia recebido nenhuma mensagem de “A” durante toda a viagem, o que era ótima, eu esperava que “A” desaparecesse por um bom tempo.

Depois de uma semana procurando um carro, eu conheci Jonathan Morgenstern, o irmão da Clary, no estado da Pennsylvania. Eu esperava que ele fosse um sádico e quisesse me matar, mas aí eu lembrei que ele não tinha mais o sangue de demônio, isso era perceptível nele. Jonathan era um garoto bonito e até bem alegre, ele tinha cabelos loiros prateados e olhos verdes como os de Clary, ele era bem surpreendente, apesar de ainda existir alguns traços do antigo eu dele, como o fato de quando ele sorrir, o sorriso dele parecer como um predador preste a devorar a presa.

E ele havia me ajudado bastante, e foi ele que arranjou o carro para chegarmos o mais rápido possível em Chicago e quando eu o chamei para ir comigo até Chicago, ele topou na hora, além de tudo, ele tinha assuntos para resolver lá. Valentim, o pai dele, provavelmente era quem estava mandando na cidade como dizia os boatos e alguns sonhos que andava tendo.

Depois de mais uma semana viajando de carro até lá, depois de enfrentar monstros e até alguns dinossauros, depois de desviar várias vezes das barricadas do exército americano e dos carros, nós havíamos finalmente chegado a Chicago.

Ali estávamos, em frente a barreira que impedia a entrada e saída das pessoas até Chicago, eu toquei na parede invisível e senti um choque percorrer meu corpo, eu rapidamente me afastei e voltei a analisar, do lado de dentro eu podia ver ao longe a cidade, analisei mais uma vez a parede.

– O que você acha que é? – Jonathan perguntou – Acha que tem como entrar.

Eu franzi a testa – Você já ouvir falar da série Under The Dome?

– Do quê? – Ele perguntou.

Suspirei – Acho que Chicago está com o mesmo problema de Chester’s Mill, isso é um domo, provavelmente indestrutível, invisível e impenetrável.

Jonathan olhou para mim e depois para o domo, como se absorvendo as informações, ele tocou no domo ao mesmo tempo em que eu toquei, foi aí que a parede invisível sumiu e nos caímos para o lado de dentro, eu rapidamente levantei e tentei sair mais a parede havia voltado nos prendendo do lado de fora.

– Acho que nós entramos, mas eu não sei se vamos conseguir sair – Jonathan falou.

Dei um bufo – Que merda, eu deixei o pacote de Ruffles no carro.

Foi então que eu ouvi barulho de carros e em questão de segundos havia três carros cercando a mim e Jonathan, algumas pessoas uma espécie de colete preto saíram apontando armas para nós, Jonathan segurou minha mão involuntariamente e eu me incomodei um pouco com isso.

Um quarto carro chegou e de lá saiu um homem com cabelos pretos e olhos tão pretos quanto petróleo, seu sorriso chegava a beirar a algo diabólico e quando ele viu Jonathan seu sorriso se largou ainda mais.

– Pai – Ele sussurrou.

Valentim me avaliou e depois olhou para o filho – Veio se juntar a mim filho?

– Não, nunca – Ele falou – Eu não sou mais o mesmo.

Valentim pareceu um pouco decepcionado – Eu percebi. Bom, mas antes eu tenho que tratar bem os novos moradores.

Ele se virou de costas e olhou em direção a cidade.

– Bem-vindos à Chicago.


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Notas finais do capítulo

Quando se responde a um mistério, sempre vem milhares de outras perguntas não é? Aposto que muito de vcs estão querendo me matar pelas mortes, mas eu queria dar um fim digno aos dois e fiquei feliz com o fim deles (eu chorei enquanto escrevia essa parte) . E vcs viram que eu troquei a capa? Eu tbem vou adicionar Under The Dome nas categorias.Mas agora acho que vcs querem spoilers não é? eu darei 5 spoilers sobre a fase Chicago ~aplausos~ e aí vão eles.
1) Sannick não acabará, mas digamos que eles, Sam e Finnick, estarao abertos a novas e velhas experiencias amorosas.
2) Leo terá um novo interesse amorosso.
3) Havera muito mais mortes nesse fase do que na fase Brasil e New York juntas.
4) Valentim será o vilão principal (obviamente), mas ele terá aliados, inclusive uma certa bruxa inimiga de Harry Potter.
5) Se preparem para cenas romanticas e tensas entre Percabeth.
Ansiosos? Esperem o capitulo 29 e não se esquecem que hoje as 22h sai o capitulo 25 que vira cm um novo spoiler, ele vai ser bem pequeno umas 500 palavras apenas, mas eu creio que vcs vao gostar dele.
Bom, comentem mesmo que for para xingar, o comentarios de vcs sao muitooooo imporrtantes, favoritem a fic (quem não favoritou), recomendem (amo receber uma recomendação *--*), espalhem para os amigos e é isso gente, nos vemos hj a noite as 22 h, nao esqueçam de comentar os dois capitulos e até mais. vmos a ultima frase dessa fase.
"Eu espero que você tenha aprendido a lição, as aparências sempre enganam"