Metro: Equestria escrita por TheDoctor


Capítulo 2
Capítulo 1 - "Peixes."




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Eu e meu avô sempre fomos muito próximos, depois que meus pais morreram, nós acabamos ficando juntos, eu nunca vi minha mãe nem meu pai, eu era muito jovem quando eles se foram, meu avô não gosta de falar sobre isso, ele nunca termina a história, mas pelo que eu entendi, eles foram assassinados. Por quem? Não sei, meu avô não diz. Mas o que ele disse é que uma das possíveis razões é que meus pais tinham famílias inimigas, meu pai era da República Lunar e minha mãe do Império Solar, os dois impérios ainda existem e tem grandes exércitos, porém, muitas outras facções tão fortes quanto os Impérios nasceram..

A estação mãe do Império Solar é localizada no meio da rede de metrôs, o local também é conhecido como Solis, e a estação mãe da República Lunar se chama Alekseevskaya (Ou “Night Village”), mas nós chamamos ela apenas de Aleksee. Eu vivia em uma estação neutra, nós eramos pescadores, a região em volta de nossa estação era alagada e de vez em quando encontrávamos peixes bons de se comer que podíamos vender por vários cartuchos de munição, pelo menos era o bastante para comprar comida e manter nossa barraca em pé.

Eu não sei nomear todas as facções existentes, a maioria tem no máximo 2 estações em seu território, mas as maiores são

Red Line, tendo como principais estações “Krasnoselskaya, Krasnye Vorota e Komsomolskaya” (Também conhecidos como os Comunistas).

Fourth Reich, tendo como principais estações “Tverskaya, Chekhovskaya e Pushkinskaya” (Também conhecidos como os Neonazistas).

E é claro, os Bandidos, tomando conta de muitas estações em volta de Solis e Alekseevskaya, eles são independentes e não tem nenhuma facção definida, mas com certeza são uns dos mais fortes.

The Rangers of the Order, fortes aliados do Império Solar, tendo como uma de suas bases de operações a própria Solis, eles também tem um posto na superfície chamado de “Sparta”, localizado numa igreja abandonada.

Existem outros como os Canibais do Culto da Minhoca, Hanza, os Filhos do Subterrâneo e muitos outros, mas… Não acho que eles irão fazer parte de minha história…

Pelo menos não agora.



***********

– Vô… Por que não podemos subir? Quero ver o sul…

– Se fala ‘Sol’, netinho.

– Sol…

– Olha, eu posso te contar uma coisa?

– Sim.

– Eu já fui para a superfície!
– Sério?! Como era?

– Bem, era bem perigoso, nuvens imensas cobriam o céu, não é um lugar bom para uma criança como você… Mas eu me lembro de como era o céu antes! Antes de tudo isso! Eu era apenas uma criança, mais ou menos como você, talvez nos meus 7 ou 8 anos de idade, o céu não era sempre coberto com nuvens como hoje em dia, o céu era limpo e azul!
– Azul?

– Sim, azul! Um azul muito claro! As árvores eram grandes e tinham folhas verdes que a cobriam inteirinhas, os pássaros coloridos voavam pelos céus cantando suas músicas… era muito bom.

– Ainda existem pássaros coloridos, vovô?

– Ahm… Eu acho que não, filho. Eles sumiram a muito tempo atrás.

– Assim como mamãe e papai sumiram?
– ...Vá dormir, está ficando tarde. Boa noite, Andrei.

– Boa noite, vovô…

***********

Prospekt Mira, o centro comercial do Metro, é onde eu morava com meu avô, ele tinha um grande comércio de peixes naquela área.

(Por incrível que pareça, todo ano, nossa estação fica cercada por um grande lago, o gelo da superfície derrete e cai aqui, fazendo com que pegar peixes seja uma coisa muito fácil de se fazer.)

Então com todo esse “poder”, ele começou a fazer parte da elite de Prospekt, tendo seus peixes transportados para muitas estações vizinhas. Ele sempre teve seu modo secreto de capturar peixes, usando uma isca especial, por muito tempo aquilo ficou em segredo.

Meu avô também virou alvo de histórias de terror e conspirações, alguns diziam ver pôneis entrarem em seu barraco e nunca mais voltarem, que ele usava carne de outros pôneis e que não havia nenhum peixe naquela área… Bobagem, é claro.

A realidade é muito mais assustadora.

“Como?” Você deve estar se perguntando… Bem, entenda, o comércio de meu avô fazia muito dinheiro, transporte para o Metrô inteiro, e vamos dizer que meu avô fez muitos acordos… E é aí que nossa história começa.

31/12/2098

Ano novo… Todos da estação celebrando, esquecendo os problemas, sem se preocupar… Todos enfeitavam suas barracas e apenas se juntavam para comemorar mais um ano no Metro… Não é uma coisa muito boa de se comemorar, mas pelo menos é um momento que não precisamos nos preocupar com mutantes ou bandidos, mas no meu caso, nesse ano, eu não estava comemorando.

Por muito tempo estive observando o trabalho do meu avô, ele já estava velho, mas mesmo assim continuava a trabalhar com peixes, pescando todo o dia… E eu sempre me perguntei… como que ele passava tantos anos trabalhando na mesma coisa? E além disso, como que ele conseguia todos aqueles peixes?

Todos os anos, naquele mesmo dia, todos os residentes de nosso metrô se juntavam num grande banquete que, como sempre, meu avô fornecia maior parte da comida, então todos comiam os peixes dele junto com outras coisas, na maior parte são carnes de mutantes, não são tão gostosas, mas pelo menos não tem nenhuma toxina…

Eu era ingênuo naquela época, mas não tanto para ficar sem perceber que algo estava errado, eu estava ajudando meu avô a preparar o grande banquete quando ele me pediu para pegar uma cesta com peixes que ele tinha esquecido na “oficina” dele, eu fui fazer o que ele pediu, mas no meio do caminho, eu me deparei com o pequeno porto do meu avô, era uma grande barraca fechada que ficava na beirada de uma das pontes que dava ao grande rio da nossa estação, então ele entrava lá, pegava seu barco e navegava pelo metrô que virou quase um mar. Ele sempre guardava sua chave no seu bolso, deixando a porta trancada o tempo todo, menos hoje, menos agora.

Eu entro na barraca e vejo… Uma coisa horrível.

Eu vejo bastante sangue, ‘Provavelmente dos peixes?’ eu pensei… Mas quando eu olhei para um balde de iscas que estava ao lado da porta, eu vi que não havia nenhuma minhoca ou qualquer inseto, e sim chifres e penas. Eu não consigo me mover, eu fico tremendo por uns 5 minutos até eu ouvir meu avô me chamando.

– Andrei! O que está fazendo aí demorando tanto? Estão todos com fome!

“Tenho que avisar todos!” Eu pensei… Mas que idiotice minha, como que iriam acreditar em mim? Todos confiam no meu avô! Chegar gritando que ele usa carne de pônei como isca de peixe é um tanto estúpido.

Eu me viro para fora e vejo meu avô.

– Andrei… Andrei… O que está fazendo aqui?

Eu fico paralisado, não consigo me mover de novo, o olhar do meu avô era

aterrorizante, só de pensar que meu avô, minha única família é um… Um assassino! Um monstro! Eu tinha medo do que ele iria fazer comigo, então eu apenas engoli seco e tentei criar uma desculpa.

– V-Vô? O… O que está fazendo aqui? - dou um sorriso nervoso - Eu ia pegar os peixes que você me disse e acabei entrando aqui sem querer!

Ele olha para mim, um olhar sério e olha para seu cinto onde ele guarda seu revolver e o pega com mágica.

– Andrei… Eu não queria que acabasse assim, eu realmente não queria. - Ele diz, enquanto recarrega seu revolver.

Eu começo a suar muito e olho para seu revolver, ele coloca a ponta do revolver carregado na minha testa, pronto para apertar o gatilho. Mas enquanto isso, eu uso a minha mágica para pegar um pedaço que madeira da ponto que estava quebrado.

– Todos esses chifres e asas eram de pôneis… Eles já estavam doentes, então eles iriam morrer de qualquer jeito, sabe?

Ele abaixa o martelo do revolver e eu ouço um “Click” , ele só precisava apertar o gatilho e eu estaria morto. Então no último segundo eu pego o pedaço de madeira e acerto meu avô na cabeça, fazendo com que ele caia no chão, me dando tempo para correr para longe daquela barraca, eu corro até onde o banquete estava, bem no centro da estação mas quando eu achava que estava seguro, eu ouço tiros atrás de mim e vejo meu avô com vários pôneis ao seu lado com armas bem grandes, fazendo com que todos da estação parem e se escondam.

– Você pode se entregar agora, Andrei! - Eu ouço meu avõ dizendo. Era claro que no momento que eu me entregasse, ele iria me matar, então voltei a correr, indo até o porto principal da estação.

Muitos guardas tentam me parar mas consigo desviar deles. Agora que virei um inimigo do “Estado”, vou ser procurado em todas as estações depois que eu sair de Prospekt Mira, minha melhor chance é chegar em Solis, eu sabia que iria demorar… Mas não tanto quanto eu pensei.

“Temos um criminoso solto na nossa estação, ele está armado e é perigoso, quem prender esse marginal irá ganhar uma alta recompensa. Essa mensagem irá ser transmitida para todas as estações em alcance.” - Essa mensagem tocou e ficou repetindo por bastante tempo, pelo jeito eu já era procurado…

Quando eu cheguei no porto, percebi que haviam vários barcos, mas eu resolvi pegar o mais rápido, ele tinha um motor antigo que funcionava muito bem, poucos como esse foram feitos por conta de ter partes muito raras. Eu subo no barco correndo e o ligo, navegando para fora e através dos portões o mais rápido que posso. Olhando para trás posso ver vários guardas tentando me acertar, mas nenhum consegue.

************

Minha viagem de barco acaba quando eu chego num túnel seco, a água estava bem rasa e o barco bateu no fundo. Eu saio do barco e olho em volta. O túnel não é muito grande, depois de alguns metros ele é bloqueado por uma parede de terra e destroços. Eu volto até meu barco e ao olhar para o lado, vejo uma porta de metal meio aberta, eu ando até ela e pego um bastão de ferro que estava ao meu lado.

Eu entro lentamente num corredor, estava muito escuro então não vejo muita coisa, eu volto para o barco e procura por uma lanterna em alguma caixa e acabo achando, está meio fraca mas vai fazer seu trabalho. Então eu entro de novo no corredor com minha lanterna acesa e vejo vários corpos, alguns com roupas e equipamentos destruídos, mas outros estão bem conservados, então tento pegar o máximo de equipamento possível: Uma faca, um revolver sem munição, uma máscara de oxigênio com alguns filtros sobrando e um carregador de lanterna.

Eu chego perto da porta e ouço um rugido.


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