Frozen 2 - Faces de um Espelho escrita por Bardo Maldito


Capítulo 10
Capítulo IX - Em Frente


Notas iniciais do capítulo

Então, gente... finalmente chegamos ao último capítulo da fanfic.
Quando eu tive a ideia de escrevê-la, numa tarde sem mais o que fazer, eu achei que era uma ideia boa... mas sinceramente não esperava que tanta gente gostava. Achei que era algo arriscado demais, e que poderia não dar certo da maneira que eu queria... mas consegui agradar muita gente aqui, e fico feliz com isso.
Aqui, nos despedimos de Elsa, Anna, Kristoff, Hans, Olaf, Sven, e de todos que fizeram destes capítulos algo único. Apenas mais uma vez... boa leitura a todos!



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Elsa está de pé, à frente da imensa catedral de gelo. Olha para seu interior, lembrando-se de tudo que acontecera ainda há tão pouco tempo... sentindo o coração pesado com tudo o que sofrera, mas ainda assim, tranquila por compreender, de uma vez por todas, quem é.

– Rainha Elsa de Arendelle.

O príncipe Adrian vem conversar com Elsa. Olha para a frente.

– Hans tinha razão. - diz Adrian - Eu não posso ser um bom rei para as Ilhas do Sul se não conhecer a fundo nossa história. Se não conhecer todo o passado e presente de meu reino. Eu era o príncipe herdeiro, e fui completamente enganado por Malévola. Quase me casei com ela, fazendo ela ser rainha. Meu povo passou por perigo por minha culpa.

– Você reconheceu isso. Isso é que importa. - diz Elsa - Como está o rei Kai?

– Ainda está um bocado mal. - diz Adrian - Quando Malévola foi congelada em seu estado de luz, os estilhaços do Espelho Sombrio se derreteram. Mas ele ficou influenciado por muito tempo, então receio que não vá recuperar sua sanidade completa tão cedo.

– Quando ela foi ferida por nosso antepassado, o rei Filipe, ela ficou apenas ferida. Mas dessa vez, ela não foi ferida, e sim retomou um estado de luz. Faz sentido. - diz Elsa - Mas uma coisa, príncipe Adrian... não se refira mais a ela como Malévola. Quando se lembrar dela, lembre-se dela como Serena, uma fada do bem. Ela está congelada nesse estado: enquanto o povo das Ilhas do Sul lembrar-se dela apenas como encarnação do mal, tal estado será inútil. Mas se todos se lembrarem que aqui, nessa catedral de gelo, está uma fada de luz chamada Serena, sua presença protegerá todo o povo das Ilhas do Sul.

– Creio que é difícil convencer a todos disso... mas farei tudo ao meu alcance. Serei um bom regente para as Ilhas do Sul, para que nunca mais corramos esse perigo. Para que nunca mais meu irmão esteja próximo de... de... - Adrian abaixa a cabeça, encarando o chão

– Eu sempre achei que você e seus irmãos desprezavam Hans. - diz Elsa - Foi uma surpresa ver como todos vocês se importaram com ele.

– Dentre todos nós, ele foi o único que puxou nosso pai. - diz Adrian - Sempre foi o mais belo e cativante entre nós. E... além disso, nossa mãe morreu trazendo ele ao mundo. Por tudo isso, tanto eu como meus irmãos acabamos tendo muitos ressentimentos dele... mas nunca quisemos que ele morresse. É nosso irmão, afinal de contas.

– Entendo. - diz Elsa - Mas as coisas serão diferentes de agora em diante, não é?

– É... não serei mais assim. Mesmo ainda não sendo um rei, farei tudo por meu povo. E minha família.

– Fico feliz com isso. E agora que está tudo bem... eu e minha irmã devemos voltar para Arendelle.

– Mas... tão cedo? - Adrian parece surpreso

– Já ficamos tempo demais. Nossa casa nos chama.

– Mas... sabe... - diz Adrian, meio timidamente - Essa também é sua casa. Vocês são daqui. E... como eu disse, eu não sou um rei... mas posso vir a ser.

Elsa sorri, achando graça da situação. Será que era mania de família?

– Rainha das Neves Elsa... - continua Adrian - eu ficaria honrado se aceitasse se casar com...

– Meu caro príncipe Adrian. - diz Elsa, interrompendo-o - Não sabe? Não pode se casar com alguém que acabou de conhecer. E... me desculpe, mas mesmo que nos conhecêssemos há muito tempo, e você esteja tentando se corrigir e ansioso para mudar... eu não mereço você.

E sorrindo, Elsa dá as costas a Adrian, que ainda tenta entender o sentido do que Elsa acabou de dizer.

“Não se pode casar com alguém que acabou de conhecer.” Elsa repete pra si mesma, rindo mentalmente “E falando nisso... Anna... será que você tomou a decisão certa?”

*

– Anna?

Hans encontra Anna em um dos jardins do palácio da família real. Embora o sacrifício da fada Primavera tivesse salvado sua vida, não havia curado os ferimentos que Kristoff fizera em seu rosto, de modo que ele foi vê-la com o rosto todo enfaixado, os lábios inchados e grossos. Mas seus olhos ainda se mostravam da mesma forma.

Anna sorri para Hans.

– Obrigada por vir, Hans. - diz Anna - Seria bom que tivéssemos uma última conversa.

Hans se senta no banco ao lado de Anna, a encarando. Anna parece sorrir, como alguém que conhece exatamente seu caminho, completamente segura de si.

– Então... como essa conversa começa? - pergunta Hans

– Não sei. - diz Anna - Você podia começar a dizer algo.

Hans encara a grama, a cabeça parcialmente abaixada. Então, começa a falar:

– Sabe, Anna... Malévola estava apenas parcialm...

– Serena. - Anna corrige

– Serena. - Hans concorda - Ela estava parcialmente certa. Eu realmente fiz o mal apenas porque eu queria... estava movido pela inveja e pela ganância. Mas... também foi real pra mim. Eu também te amava. Eu... - Hans encara Anna nos olhos - Eu ainda te amo, Anna.

Anna ri baixinho.

– O quê? - diz Hans

– Nada. - diz Anna - É só que... agora, tudo parece tão doce. A gente até esquece todas as amarguras do passado.

Hans estende a mão para segurar a mão de Anna, mas ela afasta seu gesto, embora com um sorriso de compaixão no rosto.

– Isso é uma pena, Hans... porque eu não posso amá-lo da mesma forma. - diz Anna - Você foi meu primeiro amor. Sempre fez, e sempre fará muita diferença pra mim. Mas... - ela vira os olhos para longe, aonde podia ver Kristoff comendo uma cenoura junto com Sven - Eu já tenho um verdadeiro amor.

Hans acompanha o olhar de Anna, e sorri amargurado.

– Ele é um entregador de gelo. - diz ele

– É o meu amor. - corrige Anna

– Eu entendo... - Hans suspira - Só lamento porque as coisas poderiam ter sido diferentes entre nós...

– Não, não poderiam. - replica Anna - Foi um amor adolescente. Uma fase. Mesmo se Serena não tivesse influenciado você, não teria durado. Eu estava ansiosa pra me apaixonar, você estava ansioso pra se apaixonar. Mas isso não basta pra se ter um verdadeiro amor. Na época eu não sabia... mas agora eu sei. E... como Elsa diz, não se casa com alguém que acabou de conhecer.

– É... você tem razão. - Hans ergue as mãos, como que desistindo e encarando a derrota - Então... eu apenas desejo que vocês sejam muito felizes, Anna.

– Nós seremos. - diz Anna - E você também, Hans... encontre sua felicidade aqui. Você também tem pessoas que se importam com você.

Então, Anna se levanta e caminha na direção de Kristoff, que sorri ao vê-la chegar.

*

– Eu adorei as Ilhas do Sul! - diz Olaf, enquanto estão todos no navio que irá para Arendelle - É um lugar quentinho, é bonito, e tem fadas! E vocês duas vieram daqui, então é claro que seria um lugar bom!

– Pode até ser, Olaf. - diz Elsa, sorrindo - Mas estou feliz em ir pra casa.

– Nem me fale. - Anna suspira - A comida daqui é boa, mas não se compara à comida de Arendelle. Estou louca pra voltar.

– É... eu também... - diz Kristoff, meio hesitante

– Kristoff, o que foi? Você ainda está inseguro? Eu conversei com Hans, e disse a verdade pra ele: eu amo só você. Eu te contei toda a história. Por que está assim?

– É que... - Kristoff parece enrolado pra falar - Sabe, durante a cerimônia... tipo, o fragmento derretendo... eu estava confuso, e... eu não sabia o que você sentia... mas derreteu, e como é que eu saberia que... mas tipo, como derreteu, eu... tipo, não podia duvidar, e...

– Kristoff? Está com enjoo por causa do mar? - pergunta Olaf

Nessa altura, estão todos olhando para Kristoff: Anna, Elsa, Olaf e Sven. Então, Kristoff finalmente não aguenta:

– AH, MEU DEUS!! - todos se sobressaltam com o berro inesperado - É DEMAIS PRA MIM!! NÃO DÁ MAIS PRA AGUENTAR!! ANNA, EU LAMENTO TER QUASE TERMINADO COM VOCÊ!! EU TE AMO, TE AMO O SUFICIENTE PRA TODA UMA VIDA!! EU TE QUERO POR TODA A MINHA VIDA!! POR FAVOR, SE CASE COMIGO!!

Todos se surpreendem, até o próprio Kristoff, que só entende que gritou uns cinco segundos após seu surto ter acabado.

– Ahn... quero dizer... - Kristoff gagueja - Droga, eu deveria ter dito isso com mais classe, eu nunca tomo jeito... afinal, você é uma princesa, eu não deve...

– SIM!! - Anna grita feliz e abraça Kristoff - CLARO QUE EU QUERO ME CASAR COM VOCÊ!!

Kristoff parece surpreso por um momento, mas no instante seguinte os dois se beijam. Sven encara os dois feliz, enquanto Olaf pula:

– Oba, oba! Mais uma festa de casamento! - ele repete, feliz

– É... acabamos de sair de um casamento, e já iremos para outro. - diz Elsa, achando graça da situação - Mas... estará tudo bem. - então, Elsa olha para o céu límpido das Ilhas do Sul, e tem a impressão de notar, ao longe, a silhueta das fadas Fauna, Flora, Primavera e Serena, voando e abençoando essa união - O amor nunca nos abandonará.

Então, levado pelo vento, o navio pegou velocidade, diminuindo cada vez mais a distância que os separava de sua amada Arendelle.


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Notas finais do capítulo

E... aqui está. Muito obrigado a todos que acompanharam, recomendaram e deixaram reviews, de coração.
Até a próxima!