Demigods Avengers escrita por Hime


Capítulo 2
{Arco Gênesis} Capítulo Dois – Traição [Percy]


Notas iniciais do capítulo

Este é o segundo capítulo modificado recomendo uma boa leitura a vocês.



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Em um motel, Long Island – Horário: manhã, às 08:30 A.M.

Um ano e meio. Esse era a quantidade de tempo que passou desde que vencemos Kronos e que ele foi jogado no Tártaro. De acordo com a minha Sabidinha e a Atena, o corpo mortal dele não iria durar muito tempo naquele lugar. Mas mesmo assim, eu pedi para que Quíron intercedesse no Olimpo para checarem se seu corpo foi destruído como Atena parecia presumir. Queria ter certeza de que estava tudo certo para seguir em frente com a minha vida normal, ou o máximo de normalidade que conseguir.

Fazia tempos desde que visitava minha mãe, não gostava de deixá-la sozinha por muito tempo, então eu a visitava sempre que podia. Mas, dessa vez tinha um motivo em especial, eu ia pedir a benção da minha mãe antes de pedir Annabeth em casamento. Atena havia escolhido os ‘Doze Trabalhos de Hércules’, uma tarefa praticamente impossível, para eu realizar e me provar digno, já que Annabeth era uma de suas favoritas. Com grande esforço e a ajuda do Nico junto a Rachel, eu consegui realizar dentro do prazo de um ano. Rachel também me ajudou a escolher o anel perfeito porque, pra minha Sabidinha, só o melhor. Ela nem questionou a origem do dinheiro, ou seja, não precisei usar uma das minhas meias-verdades clássicas.

Eu estava descansando no quarto que eu aluguei em um motel, perto de Long Island, para descansar antes de voltar ao Acampamento. Peguei a caixinha, onde o anel estava seguramente guardado. Rachel havia me sugerido comprar um anel com um rubi, por ser a pedra do mês que a minha Sabidinha nasceu, e ela acredita que o rubi é a pedra que concede para quem a usa: felicidade, sabedoria e saúde, além de serem conhecidos por manter o equilíbrio no amor e em todos os esforços espirituais.  O anel é de ouro com uma pedra de rubi mediana quadrada no centro e pequenos diamantes em cada lado dele.

Quando batem na minha porta, tirando-me de minhas divagações. Era Rachel. Ela estava usando uma camiseta baby-look da pintura ‘A Noite Estrelada’ de Vincent Van Gogh com jeans negros rasgados e um sneaker dourado, um arco azulado com riscos coloridos no cabelo ruivo. Ela parecia estar inquieta e, ao mesmo tempo, cansada enquanto entrava na minha suíte.

―O que foi, Rachel?―perguntei curioso enquanto me apoiava na mesa com um vaso de flores perto da porta do banheiro e ela se sentava na beirada da cama. ―Você parece estranha. Não tem dormido bem?Aproveita que ainda está cedo, porque nós vamos sair às quatro da tarde para podermos chegar essa noite no Acampamento.

Então, Nico surge das sombras com uma sacola de papel, onde tinham dois cheeseburguer triplos e dois refrigerantes. Ele vestia uma camiseta preta de mangas do Green Day, jeans escuros e um par de coturnos preto brilhante.

―Não tinha um McDonald’s aberto aqui perto, então você vai ter que se contentar com um burguer e uma coca-cola normal mesmo, Percy. ―ele disse sem tirar os olhos do celular, provavelmente, estaria conversando com a misteriosa Fighter.

Nico deixou a sacola sobre a cabeceira da cama perto do abajur, sem derrubá-lo para minha surpresa. Então, eu pigarreei alto, tirando sua atenção do celular e Nico percebeu a presença de Rachel no quarto. Ele teve a decência de sorrir sem graça antes de cumprimentá-la.

―Oi, Rach. Não tinha te visto aí. ―ele disse acenando para ela, que riu abertamente. ―Você queria que eu comprasse um lanche pra você também?

―Deu pra perceber. Namorada?―ela perguntou gesticulando para o celular, que Nico guardou envergonhado enquanto negava com a cabeça. ―E não, obrigada. Eu sou vegetariana. ―explicou um pouco envergonhada.

―Aposto vinte dólares com você que o Nico estava conversando com a amiga Fighter online. ―eu disse sorrindo malicioso, vendo como Nico corava ao ser pego no ato.

―Apostar é um jogo de azar, Percy. ―ela disse fingindo estar decepcionada. ―Mas eu concordo com você, olhar o rosto dele já me conta o que ele estava fazendo. ―Rachel respondeu entre risos. —Mantenha a classificação nas suas conversas, Nick. —adicionou maliciosa fazendo-me gargalhar da vermelhidão ter aumentado ainda mais, se possível, no rosto do Nico.

―Mas você não veio aqui falar sobre a vida amorosa do Nico, não é?―perguntei erguendo minha sobrancelha na direção dela, que parou de rir instantaneamente tornando-se séria.

―Não. Na verdade, eu não sei dizer exatamente o que é, mas eu vendo tendo uma sensação ruim. Algo vai acontecer.

Nico empalideceu consideravelmente, mas eu mantive meu rosto impassível enquanto Rachel abaixava a cabeça, encolhendo seus ombros. Todos nós ainda estamos mexidos com o que houve no ano passado. Duvido que muitos outros semideuses tenham se recuperado totalmente em tão pouco tempo.

―Mas esse algo envolve a mim?―perguntei curioso enquanto ela desviava o olhar e crispava as mãos. Sinal claro de desconforto. ―Você está evitando responder, então é um sim. ―constatei pela falta de resposta por parte dela.

―Não exatamente.

Suas mãos enrolaram uma mecha de cabelo ruivo entre os dedos, e ao mesmo tempo, puxando-a para baixo enquanto seus pés se movimentavam para cima e para baixo constantemente. Ela mordeu os lábios e concentrou-se em olhar para o vaso de flores sobre a mesa. Tudo no comportamento da Rachel indicava que não estava confortável em conversar conosco sobre isso. Isso me lembrou de algo que meu pai disse há muitos anos.

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―Papai!―eu gritava enquanto corria pelos corredores da empresa com a minha mãe no meu encalço. ―Pai!!

Nesse momento, minha mãe agarrou meu braço e virou-me para ela enquanto me repreendia:

―Edward Anthony Perseu Jackson Stark!―eu fiz careta ao ouvir meu nome completo enquanto encolhia os ombros e minha mãe me olhava com sua melhor expressão reprovadora. Eu definitivamente estava em apuros. ―Isso são modos de se entrar em um lugar elegante?!Só porque o seu pai é dono disso tudo, não te dá o direito de perturbar as outras pessoas trabalhando!

―Me desculpa, mamãe. ―eu pedi e rezei pra que a corda não arrebentasse pro meu lado.

Como se tivessem ouvido as minhas preces, meu pai chegou já rindo de mim, provavelmente, devia ter ouvido a bronca que eu levei. Ele bagunçou meu cabelo e me ergueu no ar enquanto eu sacudia meus braços e pernas em deleite. Com seu impecável terno Armani cinza com a camisa preta de botões e uma gravata preta combinando com os sapatos sociais preto-brilhante, além de, uma expressão severa e um olhar sério. Howard Stark parecia tão altivo como nunca.

―Querida, dê um desconto pro pequeno Percy. ―ele pediu com um sorriso de canto enquanto me mantinha sentado em seu ombro.

―Tudo bem. ―ambos comemoramos, entretanto, ela não havia terminado. ―Mas iremos falar disso em casa, rapazinho.

―Sim, mamãe. ―Sim, querida.

Meu pai nos guiou pela empresa enquanto explicava sobre os processos de criação de suas máquinas para o meu fascínio. Cada mecanismo, engenhoca que eram usados pelos operários era incrível para mim. Eu observava maravilhado o funcionamento de cada uma delas.

―Pai, me ensina alguma coisa sobre como fazer negócios?

―Vamos ver, quando você for mais velho, irei te treinar direitinho. ―eu me desanimei significativamente com essa resposta e ele deve ter percebido. ―Mas, já que você quer tanto saber algo sobre os nossos negócios. Vou te ensinar uma lição que vale tanto para os negócios quanto pra vida. Como saber quando uma pessoa não quer falar sobre assunto com você.

Admito que eu fiz uma comemoração básica – lê-se: praticamente comecei a dançar em plena sala de conferências – então foquei minha atenção no meu pai novamente.

―Preste atenção nos detalhes de como a pessoa está agindo, por exemplo: ela evita olhar nos seus olhos e começa a mexer com mãos, inquieta. Os piores mentirosos são aqueles que conseguem encará-lo sem pestanejar e que não demonstram fisicamente, os famosos tiques.

―Quais são os tiques, papai?―perguntei curioso enquanto ele me sentava em seu colo e minha mãe sentava ao lado dele.

―Mãos inquietas, pés inquietos, olhos que nunca param em sua direção ou em alguma direção, morde os lábios. Esses são alguns exemplos. ―então, assumiu um tom sério. ―Se alguém estiver agindo assim, desconfie. Mas, desconfie discretamente, meu filho.

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Essa havia sido a última conversa que tive com meu pai em relação à empresa e uma das poucas que tivemos antes que ele sumisse misteriosamente. Nunca descobri o que houve com ele e, na época, muitos jornais começaram a supor que ele havia falecido em uma de suas viagens. Eu estreitei meus olhos, comprimi meus lábios e cruzei meus braços sobre o peito. Intimidação tácita básica. Rachel olhou nervosamente para mim enquanto Nico me encarava estranhamente. Alguns instantes se passaram, mas, nenhum de nós se moveu ou falou algo. Então, suspirei cansado e passei a mão pelo meu rosto.

―Rachel, sei que não está confortável em conversar comigo sobre o que quer que acredite que irá ocorrer comigo, mas não se preocupe, eu vou ficar bem. ―tentei assegurá-la enquanto segurava suas mãos entre as minhas. ―Eu sempre dou um jeito de escapar, não perca a fé em mim, Rachel.

―Ok. Mas, nunca se esqueça de quem você é, Percy. ―Rachel pediu-me com seus olhos perturbados. ―Essa é a única coisa que eu te peço.

―Tudo bem. Eu prometo. ―prometi, então olhando seriamente para os dois, disse: ―Estamos todos cansados da missão e talvez, seja estresse. Por isso, iremos dormir até que chegue o momento de nossa partida. Isso é uma ordem.

―Sim, senhor. ―Nico brincou enquanto batia continência e se retirava, deixando-me a sós com Rachel.

Acampamento Meio-Sangue, Long island – Horário: noite, às 20h00min P.M

Ninguém sabia de nossa missão, então não houve uma recepção nos aguardando. Nico separou-se de nós antes de voltarmos, pois, precisou ir ao Submundo para conversar com seu pai, parecia ser um assunto importante. Rachel foi para sua caverna, onde disse que iria meditar e arrumar suas coisas novamente. Enquanto eu fui minha cabana, me preparar para a surpresa da minha sabidinha.

Quando abri a porta do local, fui congelado pelo choque com a cena com a qual me deparei. Era Annabeth seminua beijando outro garoto de cabelos negros na minha cama, como se não houvesse amanhã. Então notei as roupas dos dois espalhadas pelo chão. Eu estava paralisado, sentindo-me o mais imbecil possível, enquanto assistia minha namorada – futura ex – treinando as ‘preliminares’ com outro cara diante dos meus olhos.

Primeiro veio o choque, mas então, lentamente esse choque foi se transformando em fúria. A fúria se tornou o ódio latente. O sentimento de ódio era corrosivo enquanto era bombeado pelas minhas veias. Eu sentia meu corpo tremendo em fúria contida enquanto meu rosto esquentava de raiva e minhas mãos se fechavam em punhos, inconscientemente. Os conhecidos espasmos de raiva tornaram-se cada vez maiores e eu vibrava violentamente. O chão tremeu sob os meus pés assustando aos dois ocupantes da cama, que arregalaram os olhos. Os olhos verde-mar do rapaz indicavam quem era o pai piedoso dele. Foi então que perceberam minha presença.

―Como pôde fazer isso, Annabeth?―perguntei friamente enquanto ela tentava inutilmente se cobrir com o lençol. ―Na minha cama!!Como você teve a coragem de fazer isso?! ―ergui minhas mãos como se fosse estrangulá-la enquanto me aproximava com passos pesados ecoando em meus ouvidos.

Quando me lembrei de minha promessa a Rachel. Ela tinha razão, eu não poderia deixar-me perder por algo que percebi valer tão pouco agora. Eu precisava sair antes que fizesse besteira, principalmente, tentando manter o pouco de orgulho e dignidade que me restava depois dessa explícita traição.

―Percy, eu... Eu posso explicar!―Annabeth implorou enquanto me olhava com medo expresso claramente em seus olhos. ―Não é o que está pens...

― NÃO É O QUÊ ESTOU PENSANDO?!Você acha que eu sou idiota?! Eu VI com os meus próprios olhos e você ainda tem coragem de me dizer que não é o quê eu estou pensando?! ― nesse momento, uma risada fria escapou de meus lábios e eu a olhei com desprezo enquanto ela se encolhia temerosa nos braços do outro. Eu não podia acreditar na falsidade e a falta de caráter que ela estava exibindo. Será que Annabeth sempre foi assim?―Se me dissessem que você me traía, eu não teria acreditado. Tão tolo e ingênuo como eu era, iria acreditar em qualquer coisa que você me dissesse. —e ri com cinismo.

―Percy, espera! Me deixa explicar, por favor?!—Annabeth suplicou-me enquanto segurava meu cotovelo tentando me impedir de ir embora e mantinha o lençol firmemente cobrindo seu corpo.

―Percy?Quem é ele baby?― rapaz perguntou curioso olhando-me de cima a baixo. ―Por que você precisaria se explicar para ele?

―Mark, cala a boca. ―Annabeth rosnou entre dentes para ele e chorava ao me chamar. Ela parecia desesperada. ―Percy!

―Não precisa mais se explicar. Acabou tudo. ―praticamente, rosnei enquanto desvencilhava-me dela e me afastava. ―E só pra esclarecer, eu era idiota que ela fazia de corno pro acampamento inteiro.

A terra continuava a tremer sobre os meus pés e o céu parecia ter se tornado mais sombrio enquanto eu ia atrás de Rachel, ela devia estar na caverna dela ainda. Eu praticamente corria atrás da Rachel, eu PRECISAVA dos conselhos dela. Impossível que Rachel não soubesse dessa reviravolta e eu queria saber o que fazer com a minha vida. Eu arregalei meus olhos e acabei tropeçando em uma das rochas na praia. “Era isso!Ela sabia!Ela sabia da droga da traição da ...Annabeth”. Eu apertava e socava, com violência, a areia em minhas mãos. “Ótimo, agora só de pensar no nome dela, sinto desprezo e ódio.” Eu me levantei rapidamente.

―Rachel!

Meu grito parecia ter sido superado por um raio que caiu perto das rochas acima do mar. Então, eu senti as grossas gotas caindo sobre mim. Mas eu pouco podia importar-me com isso. Rachel ergueu-se do chão de supetão ao ver-me ensopado na entrada da caverna e se apressou a me trazer para dentro.

―Percy, mas...mas o que aconteceu?―perguntou chocada.

―Me diz que é mentira, Rachel. ―eu implorei enquanto a abraçava, pegando-a de surpresa.

―O que é mentira Percy?Me explica que eu não estou entendendo nada. Eu quero te ajudar. ―ela pedia desesperada tentando me acalmar.

―A linha entre o amor e o ódio é realmente tênue. ―comentei em meio a uma divagação com o rosto enterrado em seu cabelo. ―Você sabia da Anna... dela?―perguntei afastando-me um pouco para olhá-la em seus olhos. ― A traição dela, Rach.

Rachel levou sua mão à boca em horror enquanto meneava a cabeça negativamente. Então, eu decidi explicar o que aconteceu desde que cheguei até agora. Ela tinha que ter as respostas que eu precisava.

―Percy, eu sinto tanto. Na minha visão, eu só sabia que algo iria te machucar bastante, mas eu não conseguia discernir o quê exatamente. Se eu soubesse que seria isso, eu poderia ter te avisado, ou dado uma dica, sei lá. ―ela se desculpou cabisbaixa e eu a abracei apertado, mesmo estando ensopado. ―Eu acho melhor então, você dar um tempo fora do acampamento. Talvez visitar o seu pai, faz tempo que você não o vê e lá tem o Tyson também, certo?

―Eu não sei, Rach. Eu realmente preciso ficar um tempo sozinho. ―expliquei enquanto esfregava a cabeça, frustrado, e encarava a chuva torrencial que permanecia caindo. Meus pelos se eriçavam de frio enquanto eu caminhava de um lado a outro, ignorando os calafrios que percorriam meu corpo. ―Você acha que mais alguém sabia disso?―perguntei em tom magoado e ressentido enquanto virava-me em direção a ela.

―Sinceramente, eu não sei te dizer isso, Percy. ―Rachel respondeu sincera se juntando a mim ao olhar para o céu escuro e trovejante. ―Mas eu acho que eles não foram para o público ainda, porque o Grover teria te avisado.

―Você acha?―perguntei esperançoso enquanto voltava novamente minha atenção para ela, que acenava ‘sim’.

O pouco de orgulho e de dignidade que me restam não iriam aguentar mais um baque desses. A humilhação era muito grande. Olhar a cara dos meus amigos com piedade de mim é horrível, eu não iria agüentar. Iria pirar se isso acontecesse. Rachel estava certa. Talvez, uma mudança de ares ajudasse a curar um coração partido e realmente faz bastante tempo que não visito o palácio.

―Ainda bem que eu não desfiz a minha mala. ―tentei brincar com a situação fazendo-a rir baixinho. ―Quanto mais cedo eu for, melhor será pra mim.

―Vai esperar a chuva passar? ―eu neguei com a cabeça antes de sair da caverna.

Rachel acenava chorosa da entrada da caverna enquanto eu corria em direção ao mar. Acenei de volta, tentando sorrir, entretanto, mais parecia uma careta antes de mergulhar oceano adentro.


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Notas finais do capítulo

Adeus e até a próxima.
Beijos da Lorem Lunar.



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