Give Me Love escrita por Mrs Know All


Capítulo 9
A verdade sempre aparece


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, eu tive que atualizar a minha história de Harry Potter que estava muito mais atrasada que essa. Mas enfim, espero que gostem.

Não esqueçam de comentar, indicar, recomendar.
Nos vemos lá embaixo.



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Capítulo 08 – A verdade sempre aparece

Pisquei os olhos, mas fechei-os imediatamente, virei-me colocando o rosto coberto pelo travesseiro que parecia me pertencer. Meu corpo estava todo dolorido e alguém havia colocado uma bigorna de desenho animado sobre a minha cabeça, pois a dor e o peso dela eram imensos. Suspirei e tentei me lembrar o que havia acontecido na noite passada ou no século passado, pois parecia que eu havia dormido por anos e ainda não havia sido suficiente para curar a ressaca.

Passei mais cinco minutos evitando aquela luz que quase me cegara os olhos, quando finalmente abri os olhos as coisas ao meu redor começavam a rodar, mas pelo menos eu não estava cego e estava no meu quarto.

– Que droga. – Resmunguei baixinho, mas o som da minha própria voz me irritou. Sentei-me lentamente na cama tapando meu rosto com minhas mãos, analisando as minhas memórias. – Calista. – Falei baixinho, ela tinha me levado para algum lugar que eu não conhecia e me apresentado um cara, alguém que ela beijou, o cara parecia ser traficante ou algo do tipo. Pensar parecia fazer minha cabeça doer, então apenas optei por seguir para o banheiro e entrar direto no box, pois, por alguma razão eu só estava de cueca, o que eu não fazia desde antes de ganhar uma nova colega de quarto ou de casa, no caso.

Depois de passar uma hora dentro do chuveiro decidi que a minha cabeça estava mais leve o suficiente para eu me vestir e descer para encontrar Calista. Foi quando minha mente vagou para outra lembrança especial: Amélia me contando a verdade da nossa relação.

Respiro fundo para não deixar aquilo me afetar novamente, pois com toda certeza, eu estava de ressaca e a culpada era ela. Não que tudo fosse culpa dela, mas eu me conheço o suficiente para dizer que eu não gosto de beber, mas quando bêbado é porque algo desse tipo: sua ex noiva lhe contando que apenas lhe usou para poder gostar de mulheres sem ninguém desconfiar.

Depois que terminei de me vestir tomei coragem para descer e enfrentar uma Calista, que teria que responder todas as minhas perguntas. Quase vacilei na escada, mas por sorte, o corrimão apareceu na minha frente.

A casa estava com cheiro diferente, um cheiro de chocolate derretido e de alguma fruta que eu não me lembrava o nome. Andei ainda cambaleando para a cozinha onde me deparei com uma cena no mínimo interessante.

Calista vestia o meu avental de cozinha mexendo em várias panelas e ao seu lado, sentada em um dos bancos ao lado da mesa americana, estava Rosário. Ambas estavam conversando animadamente, porém a conversa parou imediatamente quando perceberam que eu apareci no cômodo.

– Bom dia. Antes de qualquer coisa eu tenho duas perguntas. – Falei, minha voz soava esquisita, talvez o sono ou das dores que percorriam todo o meu corpo. – Primeiro, de onde veio essa comida toda? E segundo os papéis estão invertidos ou eu que estou ficando meio louco?

– Bom dia Seu Sebastian. – Cumprimentou-me Rosário, seu cabelo preto estava preso com um coque firme no topo da cabeça, estava usando uma camisa floral sem muitos detalhes e uma calça jeans branca. – O senhor sabe que eu só trabalho dia de segunda e sexta, mas a Dona Calista me ligou e eu tive que vim. Eu fiz umas compras com meu próprio dinheiro porque o senhor parece não ter visto minha nota na geladeira e se não vocês acabariam morrendo de fome. As notas fiscais e o nome e preço de cada item está de junto ao secador de pratos, não precisa agradecer não.

Tentei processar o mais rápido possível aquela conversa estranha, meu cérebro parecia implorar para que eu deitasse ali mesmo e voltasse a dormir.

– Ah, obrigado Rosário. – Consegui balbuciar um pouco. – Preciso de um café urgente. – Pedi, não estava aguentando aquela dor me incomodando tanto, então sentei-me num outro banco ao lado de Rosário, esta que voltava a tomar seu café da manhã, aparentemente feito por Calista.

Não demorou muito para uma caneca do Red Hot Chili Peppers, que ganhei de Anne no Natal passado, lotada com café bem preto e quente. Não esperei nem esfriar tomei um bom gole, o que pareceu ser um calmante maravilhoso e prazeroso.

– Senhor já que eu estou aqui hoje vou lavar aquela roupa, porque parece que ela se multiplica mais rápido que coelho. – Rosário falou assim que terminou de comer suas panquecas com chocolate derretido. – E obrigada Calista, foi muito bom conhecer a senhora.

Calista apenas acenou para Rosário dando-lhe um sorriso tão carismático que me fez até estranhar, pois na maioria das vezes os sorrisos dela não mostravam nem os dentes, quanto mais por emoção nele.

– O que foi? Porque está me encarando? – Calista questionou parando de sorrir ao notar o meu olhar sob ela.

– Nada. – Respondi voltando a tomar o meu café, quando um prato com panquecas também banhadas por cauda de chocolate surgiu na minha frente. – Então vai me entalar de tanto comer ou vai me contar o que aconteceu ontem?

– Não foi nada demais. – Calista disse já de costas para mim, ela usava uma calça jeans azul e uma camisa branca, a qual eu não pudera ver a frente graças ao meu avental. A loira começava a lavar os pratos enquanto me respondia. – Nós fomos até um bar de um amigo meu, achei que você estava precisando beber, por causa daquilo lá, mas depois do primeiro copo você não quis mais parar, depois disso tive que arrastar você para cá, você desmaiou no carro quando a gente estava voltando.

Ela não fez menção de continuar, então lembrei-me de uma pergunta que eu deveria ter feito e que acabei esquecendo.

– A Rosário disse que você precisou dela e ligou, pra que você precisou dela? – Bebi mais um pouco do café esperando pela a resposta de Calista.

– Ah isso? É que você vomitou no seu carro todo. – Ela deu uma risadinha baixinha, mas eu quase cuspi o café que estava na minha boca ao ver o que ela estava dizendo.

– Eu vomitei no Carlos?!

– Seu carro se chama Carlos? – Calista largou a frigideira que estava lavando e virou-se para mim ainda não acreditando no que eu acabara de dizer.

– Minha sobrinha colocou esse nome nele e aí... Eu não te devo satisfação! Como você deixou eu sujar o meu carro? – Falei aumentando o tom de voz.

– O que eu podia fazer? Não podia dirigir e dar uma de babá ao mesmo tempo né? Você deveria me agradecer porque tive a ideia de chamar a Rosário, porque aquilo depois de um dia já estava fedendo.

– Como assim, depois de um dia? Eu dormi durante um dia?! E você vem me dizer isso hoje? Você tinha que ir no psicólogo ontem ou hoje, que dia é hoje? – Comecei a falar rapidamente, minha cabeça ainda confusa com todas as novas informações anexadas.

– Hoje é quinta-feira Bass. Nós fomos a casa da Amélia na terça-feira, chegamos aqui às cinco horas da manhã de quarta-feira e você acordou hoje na quinta. – Ela falou como se não fosse nada demais. – E eu não ia mesmo para aquele psicólogo maníaco, tenho certeza que ele é apenas um ninfomaníaco que gosta de gatos. E porque você está dando esse chilique todo?

Antes que eu pudesse responder a campainha tocou, fazendo meu olhar e o de Calista voltar para a porta. Antes que pudéssemos levantar para ir receber a visita desconhecida, Rosário o fez. De onde estávamos não erámos capazes de enxergar quem era, pois Rosário tapava a nossa visão, mas ela os atendia com a alegria de sempre e abria a porta deixando-os entrar. Meu queixo quase foi deslocado quando eu vi para quem ela estava abrindo a porta.

Wilson trazia em uma das mãos duas caixas de pizza e na outra um engradado de cerveja, atrás dele eu a vi, não importava quanto tempo eu não a via, mas assim que meus olhos me depararam com ela, a reconheci imediatamente. Mônica estava com os cabelos castanhos soltos, o rosto pálido de costume e os olhos verdes desconfiados e observadores que antigamente eu sempre adorava, brincando até, que ela lembrava-me um pouco de Capitu, personagem de um livro brasileiro escrito por Machado de Assis. Onde um amigo de Bentinho, marido de Capitu, dizia algo que se fixara na minha mente me fazendo lembrar exatamente a citação.

“Capitu, apesar daqueles olhos que o diabo lhe deu... Você já reparou nos olhos dela? São assim de cigana oblíqua e dissimulada. Pois apesar deles, poderia passar, se não fosse a vaidade e a adulação. ”

Na época em que li o livro em sempre acreditei que Capitu não havia traído Bentinho, que era apenas loucura daquele cara desconfiado, mas agora levando em conta a comparação entre Mônica e Capitu, eu tinha certeza ambas eram traíras, traidoras e infiéis, todos os sinônimos possíveis que a minha memória fraca e escassa não consegue alcançar.

Já estava prestes a me levantar para dizer várias verdades para àquela dissimulada, quando a voz do meu amigo de anos surgiu vindo em minha direção.

– Ei Bass! Finalmente, soube que você está em casa ultimamente. – Ele colocou a pizza em cima da mesa do café e o engradado no chão próximo a mesa. – A Mônica deu a ideia da gente vim de surpresa pra ver se te encontrava em casa. Pelo visto ela estava certa. Agora você não pode mais me enrolar, vamos finalmente ver o beisebol que você prometeu.

– Que ideia fantástica Mônica. – Falei, tentando transparecer toda a raiva que podia para ela que entrou na cozinha logo atrás de Wilson.

Ela apenas acenou concordando os olhos me analisando de cima a baixo.

– Não vai me apresentar a nova amiguinha Bass? Onde estão os meus modos? – Ele virou-se para Calista que estivera quieta me observando durante todo o tempo. – Prazer, Wilson, quem é a nova paquera do Sebastian?

Já estava prestes a responder que ela não era minha paquera e somente parte do meu trabalho de cuidar dela, mas Calista foi mais rápido que eu.

– Sou Calista, um prazer lhe conhecer. – Ela sorriu cativantemente para Wilson apertando a mão este que estava estendida para a loira. Só então ela volte-se para Mônica. – Então você deve ser a Mônica, estava ansiosa por te conhecer, conheci a Amélia e ela não parava de falar sobre você.

O sorriso de Calista ainda estava em seus lábios, só que não era o mesmo sorriso que ela dera para Wilson, mas sim um sorriso irônico. Mônica fora pega de surpresa, mas disfarçou rapidamente apertando a mão que Calista lhe estendia.

Fiquei um pouco tenso, ainda um pouco indeciso se eu devia contar a Wilson ou não, gritar com Mônica ou não.

– Queria ter a sua sorte cara. – Wilson brincou, levando um tapa no pé de ouvido dado por Mônica logo após. – Não se preocupe amor, eu não te trocaria por nada nesse mundo.

– Você sabe que eu também. – Mônica respondeu, beijando Wilson levemente, tive que desviar o olhar para não vomitar nos pés deles ali.

– Bem, vamos assistir esse jogo? – Wilson falou se afastando um pouco de Mônica ainda segurando a sua cintura com firmeza.


Depois de algumas rodadas vendo os Yankees destruindo os Tigers sentados todos os quatro sobre o meu sofá a tensão parecia piorar a cada segundo. Wilson parecia alheio a toda confusão e troca de olhares furiosos trocados por mim e Mônica, ele estava animado com o jogo, pois apostara bastante nos Yankees.

Rosário apareceu na sala sorrateiramente pedindo ajuda para alguma coisa da qual eu não entendi muito bem do que se tratava, levando consigo Calista e Mônica deixando me sozinho com Wilson.

– Cara, você tem a bunda virada para a lua, que loira gostosa você arranjou. – Ele sussurrou para mim temendo que a citada ouvisse ou que sua esposa, a traíra, Mônica escutasse.

– Não estou com ela Wilson.

– Mas deveria, você não vai ter vinte sete anos para sempre e uma dessas morando embaixo do teu teto. – Algo na minha expressão fez com que ele parasse de falar e mudasse de assunto, aproveitando para conversar um pouco já que estava no intervalo do jogo. – Eu estava mesmo precisando conversar com você amigo.

– Sobre o quê? – A tensão que já havia se esvaído de mim voltou com tudo.

– Mônica. – Meu coração quase saiu do peito. – Acho que ela finalmente vai ceder a ideia de termos um filho, ela nunca quis, disse que acabaria com o corpo dela, mas ontem à noite, depois que ela chegou da casa da Amy, ela veio conversando sobre ela parar com a pílula e eu com a proteção. Cara, nunca estive tão feliz na minha vida.

– Meus parabéns, boa sorte amigo. – Tentei ser o mais sincero possível, mas acredito que falhei muito, pois Wilson apenas deu de ombros e voltou a olhar para a televisão já que o intervalo havia terminado.

Pouco tempo depois Amélia e Calista voltaram acompanhadas por Rosário que falava alto sobre alguma loja nova que havia sido aberta em algum lugar de Nova York, depois de algum tempo Rosário se despediu de nós dizendo que iria buscar os filhos na escola que viria para cá amanhã.

A tensão que se afastara quando as mulheres saíram do cômodo ressurgiu assim que elas voltaram, Calista parecia alheia ao jogo me encarando, já Mônica olhava para mim e para Wilson. Tentei imitar Wilson que se mantinha focado no jogo, mas a sensação de alguém me observando juntando a ressaca que ainda não havia passado não me deixavam assistir ao jogo em paz.

– Quer uma bebida Bass? – Wilson me ofereceu depois de um tempo, abrindo sua terceira latinha.

– Não cara, não quero ver bebida por muito tempo. – Dei uma risada marota lembrando-me da ressaca ainda não curada. – Vou buscar um café para mim, já volto. – Wilson apenas acenou para mim focado no jogo.

Me levantei indo para a cozinha, apenas o som alto da televisão ligada enchia o outro cômodo, consegui ouvir algum resmungue de Wilson provavelmente os Tigers conseguiram fazer um ponto difícil.

Já estava com a xícara de café cheia na mão quando assim que me virei dei de cara com uma Mônica de braços cruzados me observando.

– Você não pode contar nada a ele. – Ela disse um pouco baixo e se aproximando de mim.

– Eu acho que devia, você está mentindo para ele com a ideia de um filho, que golpe baixo até mesmo para você. – Respondi.

– Você não é um santo para estar me julgando Sebastian, eu lembro muito bem do que eu vi e ouvi. – Ela atirou de volta, fechei a cara para o comentário maldoso feito por ela, sempre o meu passado voltando para mim, sempre batendo na minha porta. – Você não pode contar a ele.

– O que ele não pode me contar Mônica? – A voz de Wilson surgiu atrás de nós, nos fazendo virar imediatamente. – O que está havendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Gostaram ou não? O Bass de ressaca é diferente? Ele mereceu a ressaca ou não? A Calista dando uma de agradável é estranho? Finalmente conheceram a Rosário, gostaram dela? E essa chegada repentina do Wilson e da Mônica, vocês tem algo por trás? O Wilson não sabe de nada sobre Mônica e Amélia ou se faz de inocente? O que a Mônica estava falando sobre ela ter visto e ouvido algo do Bass, algo que não faria dele um santo? E finalmente, o final, o que o Bass fará?

Como sempre, perguntas respondidas nos comentários.
E quero dar um recado, TODAS AS MINHAS OUTRAS LONG FICS TEM RECOMENDAÇÕES menos essa D: Achei que essa ganharia mais rápido.

Enfim, beijocas da Tia Nanda. Acho que tô bem sintética hoje, né? HUSHUAHS