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Capítulo 23
Extra!!!!!


Notas iniciais do capítulo

1º: Não me matem gente.
2º o cap anterior foi uma zuera.
3º Eu odeio futebol na globo.
4º to postanto mais cedo pq teve 11 fuck comentarios no anterior.
5º Recebi recomendação da belatriix!!! Obrigada! ( e desculpa pelo fim kkkk mas eu queria ver vcs revolados mesmo!)
6º adoro vcs seus lindos q querem me matar.
7º sentirei saudades!



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[Jason]

O vento da estrada batia contra minha jaqueta de couro e capacete. Eu me encontro em algum lugar de Michigan, mas isso não é realmente importante e tão pouco me interessa. Enquanto eu não parar minha moto, os estados por onde eu passo são apenas borrões sem sentido ou significado. Procuro não pensar em nada e somente sentir a adrenalina de costurar entre os carros da auto-estrada.

Já tem dois anos e meio que derrotamos Gaia, e um ano que desisti de tentar ficar nos acampamentos. Não adianta forçar quando algo não se encaixa, o máximo que se consegue forçando é uma dor de cabeça e/ou a destruição. Eu não queria destruir minha relação com ninguém dos acampamentos e eu já estava cansado de dores de cabeça.

Acelerei a moto e a empinei quando entrei em uma cidade do interior, um grupo de garotas me encarou quando passei e eu acenei para elas, elas se fecharam em um bolinho dando risadinhas e eu sorri por dentro do capacete voltando a olhar para frente.

A minha vida tem sido assim desde que deixei meus amigos, uma eterna aventura de descobertas e exploração. Me lembro que no passado eu hesitei e disse a Nico que gostava de criar raízes, mas hoje vejo quanto tempo eu perdi no ano e meio que fiquei nos acampamentos. Nunca me senti tão livre como agora, nunca tive tanta certeza de quem eu sou como passei a ter depois que me afastei. Lembro de ter lido em algum lugar que só nos conhecemos de verdade quando abandonamos nosso ponto de conforto e buscamos algo diferente sozinhos, não necessariamente fugir de tudo, mas eu decidi fazer assim. Foi a segunda melhor decisão que tomei. A primeira, obviamente, foi Nico.

Estacionei a moto ao lado de um restaurante barato, retirando o capacete e passei a mão nos cabelos para que não parecesse que uma vaca o lambeu e os grudou no meu crânio. Olhei a placa do local, “Omelete da tia Ida”, sorri de lado e passei a corrente na moto. Não posso correr o risco de ser assaltado, foi difícil ganhar dinheiro para a moto e a auto-escola, não vou deixar que qualquer um leve minha querida Luize embora.

Ajeitei minha camisa e abri a jaqueta entrando no estabelecimento, uma campainha tocou e eu olhei o lugar. As mesas tinham um forro cor de creme com potes de ketchup e maionese em cima, as cadeiras vermelhas grudadas as mesas, no balcão uma senhora rechonchuda preparava algo na chapa, estava vestida com um uniforme xadrez branco e creme, as paredes eram brancas e em uma delas havia retratos de pessoas sorrindo, pareciam ser antigos clientes satisfeitos. Era um lugar aconchegante e sorri ao constatar isso, caminhei ate uma das mesas tirando a jaqueta e a colocando sobre ela, uma garota que parecia ter dezesseis anos veio ate mim com um bloquinho na mão e vestida com um uniforme parecido com a senhora do balcão.

– Bem vindo ao Omelete da tia Ida, posso anotar seu pedido? – Disse ela levantando o olhar do papel e me olhou direito, sorri e ela ajeitou a postura e corou levemente.

– Eu acabei de chegar a cidade, pode me trazer o cardápio? – Ela acenou que sim sorrindo e foi ate o balcão trazendo a folha plastificada para que eu examinasse. Havia vários tipos de omeletes ali, de doces aos apimentados. – Vou querer o de queijo e presunto.

– Algo para beber...- Ela deixou vaga a frase, sorri internamente.

– Jason. – Ela sorriu recebendo o que queria.

– Algo para beber, Jason? – Acenei que sim.

– Uma coca. – Ela assentiu e escreveu no bloquinho.

– Meu nome é Karen. Seja bem vindo a cidade, se precisar de algo ou informações... - Ela piscou para mim. – É só me procurar. – Dei uma risada fraca e apoiei o cotovelo na mesa e a cabeça na mão.

– Obrigado, Karen. Se eu precisar eu sei a quem chamar. – Ela sorriu e foi buscar o que eu pedi.

Olhei pela janela e vi as pessoas passarem tranquilamente na rua, algumas com cachorros e outras com crianças, vi um casal de adolescentes mais novos que eu andando de mãos dadas e suspirei. Tirei o semitel do bolso e olhei a tela, a imagem versão chibi de Iris fazia sinal negativo e em um balão de fala ao seu lado dizia que eu não tinha chamadas.

Me lembro que quando Leo o inventou com a ajuda dos filhos de Hermes ficou extremamente feliz. Disse que usando o semitel nós não seriamos surpreendidos em horas impróprias por mensagens de Iris e que seria um jeito de os romanos também usarem o serviço da deusa. Funcionava como um celular mortal, mas só podíamos fazer ligações, o semitel tocaria por no máximo tez vezes, na quarta a mensagem de nevoa comum usada pela deusa apareceria a nossa frente. Iris usou o argumento que ela entregaria a mensagem de qualquer maneira, que o aparelho só iria nos avisar antes que ela chegasse.

– Jason...- Chamou Karen com uma bandeja ao meu lado. – Seu pedido. – Disse colocando o prato, a latinha e um copo de vidro na minha frente sobre a mesa.

– Obrigado Karen. – Ela sorriu e se afastou deixando a notinha para eu pagar depois no caixa. Cortei um pedaço do omelete e o levei a boca, tinha um gosto maravilhoso, sorri internamente e comi devagar o saboreando. Meu semitel vibrou sobre a mesa e o peguei na primeira chamada, a imagem de Leo apareceu na tela.

– Onde você esta agora? – Perguntou, revirei os olhos e engoli o omelete com um gole gordo do refrigerante.

– Oi para você também Leo, não lembro de você ter dormido comigo, mas bom dia. – Leo revirou os olhos e fechou a cara.

– Onde. Você. Esta?- Sibilou ele cruzando os braços diante do peito. Ele havia crescido nesses dois anos, seus traços latinos se tornaram mais fortes e ele ganhou alguns músculos por trabalhar na confecção de armas e peças.

– Em algum lugar de Michigan. – Respondi tomando outro gole. – Por quê?

– Por que Percy terminou definitivamente com Annabeth. – Engasguei com o refrigerante e comecei a tossir, pude ouvir a risada de Leo vinda do aparelho que caiu de minha mão na mesa. Respirei fundo tentando recuperar o fôlego e pisquei os olhos absorvendo a informação. – Meus dracmas não são infinitos Jason, pegue esse semitel!- Bravejou ele, peguei o aparelho e ignorei o fato que metade dos outros clientes me observavam assustados.

– Você ta falando serio? Ele finalmente pôs um ponto final? – Perguntei chocado. Percy e Annie vinham brigando muito desde a queda de Gaia, haviam terminado umas 20 vezes nos últimos dois anos e voltado. Percy dizia que ele estava se cansando do ciúme e egoísmo de Annabeth, dizia que ela não confiava nele e uma relação não podia ser assim. Mas nunca pensei que ele fosse terminar definitivamente com ela.

– Foi na faculdade, eles discutiram no saguão e ele disse que não dava mais e que não tinha mais volta dessa vez. – Leo suspirou. – Ele veio ate mim para que eu te achasse, ele está péssimo Jason.

– Mas isso é mais que o esperado, foram quase três anos juntos Leo... – Observei e Leo acenou que sim, depois fez uma careta.

– Mas Percy esta certo, você acredita que Annabeth continuou a implicar com Calipso? Mesmo depois de nós começarmos a namorar e Percy jurar que ele e ela não trocaram sequer um beijo! – Leo massageou a têmpora. – Já estava na hora de ele por um ponto final em tudo. As coisas estavam ficando irritantes para todos nós que convivemos com eles. – Acenei que sim.

– Você me ligou só para dar a noticia?– Leo me olhou levantando a sobrancelha.

– Não foi bombástico o bastante para você? – Neguei com a cabeça.

– Não é isso, foi uma surpresa, mas não vejo onde me encaixo nisso, ou o porquê de ele querer me achar.

– Percy não quer ficar no acampamento por algum tempo, quer sumir por uns dias, fugir das investidas dela. Tínhamos a esperança de você estar por perto, ou de Nico aparecer, mas nos enganamos não é? – Ele suspirou. - Eu queria que um de vocês fizesse companhia a Percy, mas...

– Estou longe agora...

– E Nico não da noticia a meses. – ele completou e eu concordei com a cabeça.

– Diga a ele que qualquer coisa pode me ligar. – Leo acenou que sim e Calipso o chamou ao longe.

– Tenho de ir. – Disse ele sorrindo.- Tire fotos para nos mostrar depois. – Sorri para ele e acenei que sim. Iris apareceu em sua forma chibi fazendo um “x” com os braços mostrando que a chamada se encerrou. Voltei à atenção para meu omelete agora preocupado com Percy.

A campainha tocou e olhei para a porta por puro reflexo, por ela entrou dois garotos de mais ou menos minha idade. O maior era negro e tinha drags no cabelo longo que iam pouco abaixo dos ombros amarrados em um rabo de cavalo, o outro era centímetros mais baixo, quase tinha o meu tamanho, usava um sobre tudo e tinha o cabelo negro jogado para o lado e para frente em uma espécie de moicano, as laterais da cabeça eram raspadas acima da orelha com alargadores. Eles se encaminharam ate o balcão e se sentaram la, eu não consigo ver seus rostos, mas sei que não são mortais. O garoto de pele escura colocou a mão no ombro do outro e este virou o rosto para o maior. Meu coração falhou e deixei o garfo cair sobre o prato que ainda continha comida, levei a mão ao peito onde o anel da pessoa que eu não consigo esquecer estava pendurado na corrente.

O garoto de cabelos negros era Nico.

Encarei a dupla e Nico acenou que sim e sorriu, o maior sorriu também e chamou a senhora da chapa. Meu coração palpitava em meu peito, pensei que nunca mais veria Nico. Depois desses anos sem nem receber uma mensagem dele eu havia pensado que ele me esqueceu ou havia morrido, mas eu me recusava a aceitar qualquer uma das duas e mantive a esperança e pensamento que ele estava ocupado de mais ou proibido de fazer contato. Fiquei todo o tempo nos acampamentos agarrado firmemente na esperança dele voltar para mim e fazer minha vida ter a mesma felicidade e brilho que imaginei que ela teria quando nos víssemos novamente. Eu passei horas imaginando como seria nosso encontro e agora que ele está a minha frente, eu não sei o que fazer e estou em estado de choque.

Nico se levantou e retirou o sobre tudo, usava uma camisa negra de uma banda de rock, calça jeans escuras com os joelhos rasgados e uma corrente pendurada ao lado, ele colocou a roupa sobre o colo ao se sentar novamente. Pude ver que ele não havia crescido só de tamanho, ele havia criado músculos assim como Leo, eram poucos e discretos, mas estavam ali.

Nico não parecia mais com garoto que eu beijei há dois anos e pedi para ficar ao meu lado. Ele parecia o tipo de cara que você não se aproximaria por ter certeza que não tinham nada em comum, por ele ser diferente de mais. O garoto que o acompanhava se espreguiçou esticando os braços acima da cabeça, Nico comia a omelete e o cutucou nas costelas pedindo sua atenção, o garoto o olhou e eles passaram a conversar. Pareciam bem próximos e aquilo me incomodou.

Suspirei profundamente e olhei para meu prato, a comida estava pela metade, mas eu havia perdido a fome repentinamente, bebi o resto de meu refrigerante e pensei em como eu queria ter coragem de ir falar com ele. Eu não devia estar hesitando, fiquei mais de dois anos me perguntando onde ele estaria e se estaria bem, eu deveria me levantar e ir falar com ele, mas meu corpo não se meche. Rangi os dentes de frustração, estou com medo de descobrir algo que me machucará se for ate eles, pior ainda, tenho medo de ter a certeza de que ele me esqueceu.

Karen voltou a minha mesa.

–Mais alguma coisa Jason? – Ela perguntou e Nico retesou as costas, olhei a garçonete.

– Não, obrigado Karen. – Agradeci e ela sorriu.

– Temos um ótimo sorvete, você tem certeza? – Acenei que sim.

– Já estou satisfeito. De a cozinheira meus agradecimentos. – Ela sorriu e assentiu.

– Sabe, se quiser eu posso te mostrar a cidade depois...- Ofereceu ela mexendo no cabelo, a olhei e sorri.

– Obrigado pela oferta, mas só estou de passagem mesmo, infelizmente tenho algo importante a fazer em outra cidade e não poderei apreciar sua companhia. – Ela acenou que sim com a cabeça decepcionada.

– De todo jeito...- Ela escreveu algo no bloquinho e me estendeu o pedaço de papel. – Caso um dia passe por aqui novamente... Me liga e marcamos de sair. – ela piscou para mim e se afastou. A encarei por um segundo e olhei para o Nico novamente. Ele me encarava boquiaberto ainda sentado ao lado do garoto, este encarou Nico depois seguiu seu olhar e eu pude ver seu rosto pela primeira vez. Não foi algo animador, o garoto era extremamente bonito. Nico franziu as sobrancelhas.

– Jas- Jason...- Gaguejou ele se levantando e dando dois passos em minha direção, então parou. – É... Você mesmo? – Perguntou hesitante, sua voz era rouca e calma. Me levantei e olhei para ele, meu coração voltou a disparar em meu peito ao ouvir sua voz.

– Oi. – Sorri para ele. – Você cresceu Nico. - Ele sorriu e seus olhos brilharam, ele correu ate mim e me surpreendeu com um abraço. Fiquei estático por um momento e correspondi ao aperto estranhando o seu tamanho e corpo de agora.

– Eu... Eu tentei falar com você, mas meu pai me proibiu. – Disse me apertando contra ele e eu esfreguei suas costas.

–Tudo bem... – Eu disse o afastando um pouco de mim para que ele me olhasse. – Fico aliviado de poder te ver de novo e saber que não me esqueceu, estava preocupado quanto a isso... - Nico me soltou e eu vi o garoto negro vir até nós segurando seu sobre tudo.

– Eu nunca te esqueci Jason. – Disse firme. – Em todo esse tempo... Eu me perguntava se você ainda estava me esperando... Tive medo que você desistisse de mim depois desses anos e...- Ele interrompeu a fala, olhou para a garçonete e me soltou. - Desculpe. – O olhei sem entender.

–Pelo o que?

– Pelo que estou dizendo, você com certeza não me vê da mesma forma... Tenho certeza que deve ter varias garotas ao seus pés e nem deve ter se lembrado de mim ou da promessa...- Sorri e levei as mãos ate a minha nuca tirando a corrente com o anel, peguei a mão de Nico e os depositei ali.

– Eu te esperei. – Eu disse apertando sua mão a fazendo se fechar sobre o anel. – E continuaria a te esperar... Eu não te esqueci também Nico. – Nico olhou para mim e dei um passo para traz, chamei Karen que estava nos olhando desconfiada e ela veio, me incline para traz pegando a notinha e depositei em sua mãos junto com uma nota de vinte dólares. – Você paga para mim? Pode ficar com o troco para você. – Ela assentiu e eu peguei o capacete e a jaqueta da mesa, me virei para Nico. – Aqui não é o melhor lugar para conversarmos. – Ele pareceu só agora se dar conta do lugar e das pessoas nos encarando sem entender e com curiosidade, eu agradecia por ser assim, se entendessem, estariam nas lançando olhares de censura. Cidades do interior são sempre assim, ainda mais com forasteiros. Nico se virou para o outro garoto e este o estendeu o agasalho.

– Pode ir. – Disse ele, sua voz era grossa. – Te encontro depois.

– Tem certeza Thanatos? – Perguntou Nico. – Não quero meu pai pegando no seu pé.

– Espera! Thanatos? O deus da morte? – Perguntei chocado, o garoto negro me encarou e acenou que sim.

– É um prazer conhecê-lo, Jason Grace. – Disse estendendo a mão e eu a apertei, me virando para Nico.

– Você vem andado com o anjo da morte por ai? – Nico sorriu e Thanatos recolheu a mão.

– Você tem o dia livre. – Disse o deus para Nico se afastando. – E não se preocupe. Hades não se importará se você passar um dia com seu amigo. – O deus seguiu para o caixa e Nico vestiu o sobretudo.

– Tem algum lugar em mente para conversarmos? – Perguntou ajeitando a roupa, vesti a jaqueta e seguimos para a porta. Fomos ate o estacionamento e eu guardei meu capacete debaixo do banco acolchoado da moto junto da corrente.

– Não tenho um capacete para você. Mas creio que uma voltinha sem não irá nos matar. – Eu disse virando a moto em direção a rua e ele sorriu.

– O fato da morte não nos levar mesmo que caiamos deve contribuir com isso. – Disse ele, sorri e me sentei na moto a ligando, Nico se sentou atrás de mim me segurando pela cintura com firmeza. - Espero que saiba dirigir essa coisa melhor do que voa. – Revirei os olhos.

– Eu vôo muito bem, obrigado. – Respondi colocando óculos para proteger meus olhos e dando a partida, disparando pela rua em seguida. Nico riu e me apertou mais. – Então... Onde você esteve?

– Em todo lugar. – Disse ele tendo a voz abafada parcialmente pelo vento. – Meu pai disse que eu deveria compreender a morte, as trevas... Disse que se não fosse assim eu ia acabar enlouquecendo quando atingisse certa idade e meus poderes estiverem no ápice. Vários filhos de deuses, digamos, obscuros, enlouquecem por isso e as coisas ficam feias. – Concordei com a cabeça. – Meu pai pediu a Thanatos para me ensinar a controlar isso e dominar, e eu sou muito agradecido, meu pai é um péssimo professor ao pé que Thanatos é gentil e pratico. – Ri e virei uma rua, a cidade desapareceu e eu me vi de volta na auto-estrada. – Esta me sequestrando? – Perguntou Nico divertido.

– Dando um passeio por lugares que nem eu conheço. – Nico negou com a cabeça.

– Vamos acabar sendo presos por não usar o capacete. –Comentou ele, ri mais uma vez acelerando mais e Nico me apertou.

– Qualquer coisa, seu professor limpa nossa barra.

– Você é louco. - Disse divertido, passamos por uma área de arvores grandes dos dois lados da estrada. – O que tem feito Jason?

– Viajado. – Tenho certeza que ele levantou as sobrancelhas incrédulo e ri. – Acabei por tentar isso uma vez e tomei gosto pela coisa, comprei essa moto e estou na estrada a um ano, conhecendo o pais.

– Pensei que você gostasse de criar raízes... O que houve? – Perguntou preocupado.

– Você. – Respondi sem hesitar e ele apertou o tecido da minha blusa entre os dedos. – Não havia sentido continuar a me forçar a ficar em um lugar onde eu não pertenceria sem você ao meu lado. Eu tentei por um ano e meio, mas acabei desistindo de esperar sentado. Meus amigos falavam que eu deveria aquietar em um dos acampamentos de uma vez e parar de ficar indo de um lado para o outro, por que isso os estava enlouquecendo. – Eu ri ao lembra quando Percy me disse isso. – Foi ai que lembrei da nossa conversa sobre viajar, como favor pela derrota de Gaia, pedi a júpiter dinheiro o bastante para me manter sempre na estrada sem precisar voltar. Ele não se importou com isso e deu de bom grado. Ai comprei a moto. – Desviei de alguns carros. - A proposito, o nome dela é Luize. Diga oi. - Ele riu e negou com a cabeça.

– Oi Luize. - Disse rindo e continuou a falar. - Você tem ficado na estrada pelo ultimo ano inteiro sozinho? – Perguntou e pude identificar uma nota de preocupação em sua voz. Acenei que sim.

– Foi a melhor coisa que eu fiz. Nunca me senti tão livre quanto me senti quando comecei a sair sem rumo por ai. Ficar sozinho me fez entender melhor que eu sou Nico. – Ele colocou o rosto em minhas costas.

– Então você está feliz? – Perguntou ele.

– Ficaria melhor se eu pudesse ficar com você. – Desacelerei a moto e passamos sobre uma ponte, o lago abaixo dela tinha um tom verde e era límpido. – Eu não desisti de você Nico... Eu ainda quero ter algo com você. Ainda te quero do meu lado...- Nico afrouxou o aperto em minha cintura e seu toque se transformou em um abraço.

– Pensei que isso teria passado depois desses anos... – Disse ele calmamente.

– Eu só tive a confirmação do que eu queria e mais certeza ainda quanto a isso. – Respondi. – Eu gosto de você Nico. Na verdade, deixe-me colocar isso direito, eu sou apaixonado por você. Esse tempo na estrada me ajudou a entender isso. – Entramos em uma estrada de terra agora.

– Pensei que quando me visse novamente, mesmo que não tivesse se esquecido da promessa, você não ia mais me querer...

– Por que eu faria isso? – Perguntei, passamos por uma campina e eu parei a moto ao lado de uma arvore, Nico me soltou e descemos. Amarrei a moto com a corrente, Nico colocou o sobretudo debaixo do banco assim como coloquei minha jaqueta, estava quente ali, tirei os óculos e os pendurei na camisa pólo branca que estava usando por baixo. Passamos a caminhar pelo local lado a lado. – Você ainda não respondeu a minha pergunta. – Nico riu.

– Jason, eu mudei muito nesse tempo... Eu não sou mais aquele garoto que você conheceu.

– Eu percebi. Você tem quase o meu tamanho agora. Mas isso não muda em nada...

– Como não muda? – Perguntou ele parando de andar e me virei para traz, o vento soprou entre nós e seu cabelo foi jogado para o lado e passaram a balançar lentamente.

– Eu comecei a gostar você por ser quem você é. Não pela sua aparência. Você podia parecer o Tyson e eu continuaria a gostar de você. – Nico fez uma careta.

– Não falo mais nada. Me comparar a um ciclope e dizer que não mudaria nada torna tudo que eu diria invalido. – Sorri de lado e caminhei em sua direção ficando de frente para ele. – Você não tentou ficar com ninguém esse tempo? – Perguntou ele me olhando nos olhos e eu toquei seu rosto.

– Não, nunca me interessei na verde. Você era o único em minha mente. – Ele fechou os olhos e colocou a mão sobre a minha. – E você?

– Também não. – Ele abriu os olhos. – O tempo todo eu pensava em como seria ao te ver de novo, sua reação e o que aconteceria... Se algo mudaria...

– As coisas não mudaram para mim. – Eu disse passando o dedão por seus lábios finos. – Somente evoluíram e vão continuar a evoluir...- Nico me olhou nos olhos novamente e aproximou seu rosto do meu selando nossos lábios. Escorreguei minha mão para seus cabelos e cintura e ele para minha nuca, aprofundamos o beijo gradativamente, o puxei mais para mim colando seu corpo no meu. Eu não fazia ideia do quanto eu estava sedento por tocá-lo, sentir seu gosto. Nico puxava levemente meus cabelos da nuca me dando arrepios por ali ser um lugar sensível. Nós nos separamos quando o ar faltou e eu depositei vários selinhos em seus lábios.

– Senti sua falta Jason. – Disse ele por fim me abraçando. – Senti falta de como você me faz sentir bem só de estar por perto...- Esfreguei suas costas e beijei sua bochecha.

– Eu também. – Respondi o apertando conta mim e sentindo seu coração disparar assim como o meu.

Ficamos naquele lugar o resto da tarde, contando o que tínhamos visto e o que havíamos aprendido. De acordo com Nico, Thanatos o levava e ensinava enquanto recolhia as almas humanas e de heróis pelo mundo, explicava a diferença de cada uma. Disse que havia aprendido mais sobre as viagens pela sombra, e que já não se desgastava mais ao fazê-las, e ainda que varias criaturas e monstros subordinadas a Hades agora o reconheciam também como seu senhor.

– Então nada de Fúrias atrás de mim como aconteceu com Percy?- Perguntei quando estávamos sentados ao pé de uma arvore grande, Nico riu e concordou.

– A não ser que eu queira...- Ele bateu o dedo no lábio. – Parece uma ideia interessante a ser pensada, falando nisso. - O puxei para perto apertando sua cabeça entre as mãos.

– Nem tente! – Eu disse o apertando e prendendo, ele se debateu e quando o larguei ele caiu com a cabeça deitada sobre meu colo.

– Isso doeu!- Reclamou ele e me inclinei para frente o beijando enquanto ele massageava a própria cabeça, logo ele já estava correspondendo e sua mão acariciava meu rosto. Nos separamos e ele não parou o carinho. – Sabe... Eu queria poder ficar com você. Viajar com você. – Mexi em seus cabelos e ele suspirou agradecido pelo toque, sorri de lado.

– É só mexer em seu cabelo que você vira um gatinho manhoso. - Comentei brincando e ele fez bico.

– Cala aboca...- Ri de sua cara mas continuei com o cafuné. Ouvi um barulho vindo do alto da arvore e Nico se sentou, um corvo sobrevoou nossas cabeças e depositou algo na mão de Nico e logo se empoleirou no seu ombro como se quisesse ver o que acabou de entregar junto ao garoto.

– Então...- Disse Nico quando acabou de ler. – Para onde é sua próxima viagem?

– acho que Tennessee. Por quê? – Perguntei curioso, Nico sorriu.

– Se importaria em me ter como um carona? – O olhei franzindo o cenho.

– não, mas... Por que? Thanatos esta la? - Ele sorriu mais.

– Acabo de me formar. – Disse animado. – Thanatos disse que estou sendo dispensado de ter aulas e que por enquanto já tenho conhecimento o bastante para não mergulhar o mundo em trevas. – Eu não sabia como reagir a aquilo, e nem muito bem o que isso significava, o sorriso de Nico foi morrendo aos poucos e ele se mexeu sem graça. – Claro... Eu... Você não precisa me levar com você... Eu entendo que prefira viajar sozinho. – O olhei espantado entendendo o que ele queria dizer, o puxei para mim o abraçando e beijando.

– Eu não posso pensar em algo que possa me deixar mais feliz quanto poder viajar com você. Só nós dois. – Eu disse ao nos separarmos. – Seria a melhor coisa do mundo. Mas tem um porem. – Eu completei serio e ele se sentou direito me olhando.

– O que? – Perguntou temeroso, sorri e acariciei sua face.

– Você vai ter de aceitar namorar comigo a partir de agora. – Nico arregalou os olhos corando um pouco, sorriu se inclinando para mim e me beijando mais uma vez. - Posso levar isso como um sim? – Perguntei ao nos separarmos.

– Deve. – Respondeu ele. Me levantei e o puxei pela mão ate a moto e subimos nela. – Aonde vamos agora? – Perguntou ele apoiando o queixo em meu ombro e me abraçando pela cintura.

– Primeiro, comprar um capacete para você, não quero perder pontos na carteira. – Nico revirou os olhos.

– Você é muito certinho. – Eu ri ligando a moto e dando a arrancada. – Então... A estrada será nossa casa? –Perguntou ele.

– Se estivermos juntos... – Respondi colocando minha mão sobre a dele em minha barriga. – Qualquer lugar pode ser. – Nico afundou mais o rosto em meu pescoço e disparamos pela estrada de terra levantando poeira. Ficaríamos juntos dali para frente, conheceremos o mundo e fazer de cada lugar um momento único para nós dois.


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Notas finais do capítulo

E..... Meu orgulho é esse cap kkkkk ok ok, felizes agora? valeu a pena ter lido a fic e ter pensamentos assassinos no ultimo cap? Espero q tenham gostado. De verdade. Mary chorou com esse cap, e eu não sei o pq, não teve nada de mais.
Espero ver vcs de novo! Recomendem saporra! Comentem a fic pelo menos dando um "oi, eu li ate o fim" Fantasminhas, eu imploro q digam ao menos isso! ctrl-c ctrl-v!!!!
Obrigada a todos q leram! E eu não sei se vai ter segunda temporada ou o q seja. Talvez eu coloque outros extras sobre o q Percy vai fazer da vida, mas não é nada certo, por enquanto esse é o fim.
Bj na bunda e ate a proxima!