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Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoas, eu fiz essa fic pq ela praticamente surgiu do nada, interrompeu todos os outros projetos e se desenvolveu sozinha na minha cabeça sem me dar outra opção a não ser escreve-la. Confesso que gosto muito dela e espero que vocês também gostem.



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[Jason]

Olhando para os desenhos de raios no teto da minha cabine no Argo II, meu cérebro viajava para bem longe.

Eu deveria pensar que só temos cinco dias para chegar ao local onde Gaia vai acordar. Deveria pensar em um plano concreto e estratégias para a batalha. Eu definitivamente deveria estar tentando estreitar minha relação com Percy para na hora 'H' juntarmos nossos poderes com facilidade.Mas aqui estou eu, divagando em minha cabine sobre o que farei depois disso tudo acabar.

Rolei de lado na cama e olhei para a porta. Para onde eu irei quando voltarmos para casa?

Descobri que não pertenço mais a Roma como antes, graças a aquele fiasco de tentar comandar os mortos vivos que Nico trouxe do chão. Foi constrangedor saber que eles não me viam como autoridade, que para eles eu não era mais pretor nenhum, pior ainda foi eu ter de nomear Frank como pretor, não que eu não goste de Frank, é questão de orgulho mesmo, e meu orgulho foi mais ferido do que eu me disponho a admitir quando os zumbis o obedeceram sem pestanejar.

Do pior e mais vergonhoso jeito, eu havia percebido que não faço parte de Roma. Suspirei e voltei a encarar o teto, tirei a moeda do meu bolso e a joguei para cima, ela rodopiou algumas vezes e voltou para a palma da minha mão.

Eu poderia ir para o acampamento meio sangue, viver com Piper e Leo... Balancei a cabeça. Eu não conseguiria ficar lá por muito tempo, por vários motivos, destacando três:

Em primeiro lugar: a estatua de Zeus. Cara, é horrível trocar de roupa se sentindo observado e quando se virar dar de cara com a estátua de seu pai vestindo uma toguinha.

Segundo: Eu não ia me acostumar ao jeito “sem regras” dos gregos, cresci com a disciplina romana, eu não ia me acostumar ou ter paciência com o jeito deles. Imagine em uma missão, enquanto eu tentar bolar um plano, eles vão pra cima do monstro sem esperar e ver as conseqüências! Fora que eu e Percy temos a mania de ficar competindo pela liderança, e lá, ele ganharia de lavada. Mais uma vez meu orgulho fala.

O terceiro motivo, talvez o mais importante: Piper. Eu... Gosto de Piper, ou gostava... Não tenho certeza. E por essa duvida, caso eu a esclareça e perceba que não gosto dela como eu penso, será desconfortável ficarmos no mesmo lugar.

A moeda caiu, bateu em minha mão e escorregou para o chão, a observei rodar ate a porta e passar por baixo dela em direção ao corredor, me levantei e caminhei preguiçosamente ate a porta coçando a nuca, se eu não fosse pegar agora levarei horas depois para encontrar, isso se Percy não a encontrasse primeiro e escondesse para me sacanear.

Abri a porta e uma parede que parecia ser feita de sombras estava na minha frente, dei um passo para traz me perguntando o que seria aquilo quando vi braços extremamente pálidos saírem da escuridão. Nico deu passos cambaleantes para fora da sombra e eu o acudi antes que ele caísse no chão do meu quarto.

- Jason...- ele desmaiou em meus braços, sua pele estava quente, o que me preocupou muito, pois normalmente ela era fria.

O peguei em meu colo e olhei para os lados em busca de ajuda ou de qualquer coisa, o que eu poderia fazer? Não sei nada para curar alguém, não tem nenhum filho de Apolo aqui, quem aqui saberia curar alguém?

- Per...cy...- Nico sussurrou e pode se dizer que uma lâmpada se acendeu em cima da minha cabeça, corri com Nico em meus braços ate o quarto de Percy.

[Percy]

Annabeth me mostrava algumas plantas do tipo de casa que ela queria ter e construir em nova Roma quando tudo isso acabace, de certar forma isso nos distraía da pressão de salvar o mundo e nossa própria pele, mas ver tantas linha e traços complexos estava me dando dor de cabeça. Eu amo Annabeth, e por esse motivo não me permiti dormir enquanto ela me explicava cada desenho nos mínimos e entediantes detalhes. E ela fazia aquilo sorrindo de uma maneira tão bonita, que eu fingia interesse.

- Então, nos poderíamos fazer um jardim aqui...- ela disse apontando para um dos muitos quadrados cheios de linhas da folha, que eu não entendia nada. Acenei positivamente e fiz a minha melhor expressão de seriedade. – Poderíamos plantar tulipas, eu amo tuli...- Ela parou de falar e demos um pulo para trás quando a porta do meu quarto foi arrombada com um chute forte.

Jason estava parado do outro lado.

- Mas o que é isso Jason?- eu gritei me levantando e dando graças aos deuses de ter uma desculpa para não ter de ouvir sobre como se constrói e desenha uma casa.

-Ni-Nico...- ele disse meio sem ar. – Annabeth...- nos braços de Jason, Nico parecia estar tendo um pesadelo, seu rosto estava contorcido em uma careta e ele suava.

- O que aconteceu? – Annie se levantou e correu ate o garoto tirando os cabelos suados da frente de seus olhos.

- Não sei. Eu abri a porta do meu quarto e ele apareceu. – disse Jason exasperado.

- Por que ele apareceu na porta do SEU quarto? – eu perguntei cruzando os braços.

Havia notado nesses últimos nove dias que Nico havia se aproximado mais de Jason na minha ausência, como eu percebi sendo que Nico não estava presente? Ele e Jason se falavam de vez em quando por mensagens de Iris, não sei o tema da conversa, só que eles conversavam, e isso me incomoda de certa forma. Jason me lançou um olhar de impaciência.

- Isso agora não, Jackson! - devolveu ríspido, o que me deu vontade de bater nele. Ele se voltou para Annie. – Você sabe como cuidar de alguém? Curar, sei la!

- Coloca ele na cama de Percy.- disse ela mantendo a calma, Jason levou Nico para minha cama e o deitou ali. Annabeth correu até seu quarto buscar a maleta de primeiros socorros.

- Bia... Bianca...- murmurou Nico, Jason rangeu os dentes e colocou a mão em sua testa.

- Ele esta com muita febre...

- Annie deve ter algum remédio, não se preocupe cara. - eu disse tentando acalmá-lo, ele parecia a beira de um ataque de nervoso.

- Não Jackson! A pele de Nico é normalmente fria e esta fervendo agora! Não é uma simples febre! Fora que ele saiu á nove dias, levou quatro dias para levar uma estátua gigante e duas pessoas para praticamente o outro lado do mundo, lutou ao lado de Reyna contra a quase guerra entre os acampamentos e depois com monstros por mais três dias, e está aqui agora... Ele deve estar sem energia, não deve nem mesmo ter dormido ou comido direito nesse tempo...

- Nico sabe seus limites, nunca colocaria sua vida em risco tão descuidadamente...- Jason me lançou um olhar estranho e sorriu amargamente.

- É incrível como você não percebe nada ao seu redor...

Annabeth voltou com a maleta e tirou à jaqueta de Nico, seus braços estavam cobertos de cortes como se ele tivesse entrado em uma briga com uma tesoura bem afiada, alguns lugares tinham gases sujas amarradas por tiras de roupas. Me aproximei agora preocupado, aquele garoto não podia ter se esforçando tanto assim, ele devia ter parado para descansar em algum momento... Ele queria morrer por acaso?

- Deuses... Percy, eu não vou conseguir cuidar de todos esses machucados e da febre, o sistema imunológico dele deve estar quase entrando em colapso. Esses machucados são praticamente uma porta escancarada para as bactérias e Nico está muito fraco para seu corpo reagir direito, esta se sobrecarregando...

Minha mente voltou para as dolorosas memórias de quando perdi Zoe, Luke, Bob, Damásen e finalmente minha mente me martirizou com a imagem de Bianca no exato momento em que a deixei se sacrificar por nós.... Eu não deixarei Nico morrer também, eu havia prometido a mim mesmo que não deixaria ninguém mais morrer por mim. Olhei para Jason.

- Peça a Leo para descer o navio sobre o mar, rio, qualquer coisa com muita água, de preferência o mar! – Jason acenou que sim e saiu, literalmente, voando. Me agachei ao lado e Nico e toquei sua pele. Estava realmente quente e debaixo de meus dedos havia um corte profundo e mal cicatrizado que voltou a sangrar.

- O que vai fazer? – perguntou Annie.

- Vou mergulhar com ele, dentro do mar eu posso curar todos os seus machucados de uma vez só.

- Isso vai consumir muito sua energia...

- Mas vai salvar ele, no máximo eu dormirei por algumas horas. – ouvi Jason gritar com Leo, peguei Nico no colo e sai correndo pelo corredor, Annie ficou para trás e Nico agarrou e apertou a minha camiseta.

- Percy... – murmurou e fez uma careta.

- Vamos dar um mergulho. - eu disse para ele.

O barco se inclinou para trás em um ângulo que me fez perder o equilíbrio, apertei Nico contra meu corpo esperando pela queda quando senti mão em meus ombros me mantendo de pé, olhei para traz e Frank me olhava serio.

- Obrigado cara. – agradeci, ficamos assim por alguns segundos ate que o barco tocou a água.

"Tocou" é o jeito legal de dizer "bateu com força me jogando para cima". Apertei Nico mais contra mim, mas dessa vez Frank também caiu e eu cai por cima dele batendo meu cotovelo com força no chão. Na queda, Nico se soltou de mim e caiu sobre as escadas, batendo a testa na quina do degrau e abrindo um corte ali. Quando consegui fazer minha cabeça parar de rodar, me levantei correndo até ele e o joguei como um saco de batatas em meus ombros, corri escada acima e encontrei Leo e Jason gritando, passei por eles como um raio e me joguei sobre a amurada, pulando do navio em direção a água.

Entramos no mar como torpedos e afundamos alguns metros. Fiz uma bolha de ar na cabeça de Nico e permiti que nos dois nos molhássemos, senti a água fria em contato com meu corpo e tive a certeza da dimensão de tudo ao meu redor, de cada ser vivo que me rodeava, mas isso não importava agora.

Segurei Nico com um braço passando por trás de seu corpo e o outro em seu peito, concentrei-me na água ao meu redor e em seu poder de cura, o mesmo que usei em mim mesmo há anos atrás no rio do acampamento. Por me acostumar com o néctar e meus companheiros que podem curar, me esquecia às vezes de que o possuo, ou talvez o fato de só poder usá-lo em contato com a água e na maioria de minhas batalhas estou distante dela tenha algo haver com isso também.

Senti o repuxo em meu estomago e a água passou a ter um tênue brilho onde tocava os ferimentos de Nico, aos poucos as feridas foram se cicatrizando e fechando até desaparecerem, os hematomas também desapareceram. Nico suspirou aliviado e seu corpo ficou mais relaxado, sorri aliviado e fiz a água nos empurrar para a superfície. Jason estava flutuando a alguns metros e quando nos viu disparou ate nós.

- Então?

- As feridas estão curadas, não posso fazer nada quanto a febre dele...

Jason assentiu com a cabeça, pegou Nico de meus braços e saiu voando para o Argo II. Senti que havia gastado muita energia, curar alguém consome mais de minhas forças que fazer um tsunami. Fiquei sobre a água por algum tempo esperando Jason voltar para me buscar. Ele não veio.

Bufei e me concentrei ao máximo para fazer uma espécie de gêiser que me levasse até a amurada do navio, pulei para dentro e me esborrachei no chão amaldiçoando Jason. Eu respirei com dificuldade por algum tempo, senti as gotas escorrem do meu cabelo pelo meu rosto e o peso das roupas. Encostei a cabeça na madeira da amurada atrás de mim e observei o céu.

Perdi a consciência.


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Notas finais do capítulo

Obriga de novo Mary, kkkk, e para de surtar menina.
Comentem, quero saber o que vcs acharam. Como ja disse, ser postada todo sbado junto a IFFY. Obrigada a quem leu. o/