Fique Comigo escrita por Mariii


Capítulo 6
Fique


Notas iniciais do capítulo

Nossa, vocês amavam mesmo a Anne... u.u

Vamos começar a amar mais o Sherlock, então... hahahahaha



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Molly abriu os olhos e percebeu que estava na enfermaria de um hospital. Seria o hospital anexo à universidade? O que estou fazendo aqui? Ah meu Deus. Anne! Ela começa a chorar silenciosamente dessa vez. Vê a Sra. Hudson, que ela não percebeu estar ali, se aproximar e segurar sua mão. Olhou para ela e se lembrou de sua avó, chorou ainda mais.

– Molly... Sua avó está vindo te buscar... Tente não pensar... Eu sinto tanto, querida... – Os olhos dela também estavam embargados.

Molly assentiu, mas as lágrimas rolavam copiosamente por seu rosto. Como poderia não pensar? Tudo o que passava pela mente dela eram imagens de Anne. E aquela imagem de Anne. Ela pendurada. Seus pés balançando. Molly sacode a cabeça. Não quer pensar nisso, mas não consegue evitar.

Algumas horas depois que Molly acordou, o médico avisou que a polícia queria conversar, mas isso só aconteceria se ela concordasse. Molly consentiu prontamente, precisava dizer a eles que Anne não havia se suicidado. Ela estava bem. Estava feliz. Não teria o menor dos motivos para fazer algo do tipo.

O investigador entrou junto com um assistente. O semblante dele era frio, distante. Molly já tinha se arrependido de conceder o depoimento.

– Boa tarde, Srta. Hooper. Sou o investigador Lincoln. Meus sentimentos... E espero que esteja se recuperando bem. Como sabe, estamos fechando o inquérito do caso da Srta. Collins e como você morava com ela, precisamos do seu depoimento para encerrá-lo.

Molly só balançou a cabeça, assentindo. Era sua chance de provar que Anne não era uma suicida. Alguém a havia assassinado, e precisavam procurar quem. Um assassino estava à solta enquanto ela era interrogada. Essa perda de tempo a incomodava.

– Então, Srta. Hooper...

– Molly.

– Ok, Molly. Você tem ideia do que pode ter levado a Srta. Collins ao suicídio? Ela estava deprimida por alguma coisa?

– Anne não se matou.

O investigador Lincoln a olhou com uma expressão de piedade e Molly odiou ele por isso.

– Anne estava bem. Ela não faria isso.

– Molly... Sabemos que você está passando por um momento difícil. É normal não haver a aceitação dos fatos logo que eles acontecem. Normalmente nós não esperamos que pessoas próximas a nós cometa um ato assim. Achamos que conhecemos tudo sobre elas, mas existem mais coisas além da superfície.

Superfície? Esse velho com cara de fuinha está insinuando que eu só conhecia Anne superficialmente?

Ela olhou para o assistente, que tinha o nome Lestrade gravado em seu uniforme. Apesar de ele parecer meio pamonha e assustado, ela disse olhando para ele:

– Anne não se matou. Eu a conhecia e sei que ela nunca faria uma coisa dessas, principalmente porque estava bem. Conversei com ela horas antes e ela estava como sempre esteve: feliz. É tudo que eu tenho a dizer. Peço que você e seu investigador se retirem. Obrigada.

Molly fechou os olhos, que já se enchiam de lágrimas novamente, e esperou que eles se retirassem. Tinha sido petulante e sabia disso. As lágrimas agora eram um misto de tristeza e raiva. Quem acreditaria nela para provar que Anne não se suicidara? Sentiu-se mais sozinha do que nunca.

Sua avó chegou um tempo depois e Molly se emocionou ainda mais ao abraçá-la. Tinha sentido tanta sua falta, apesar de tê-la visitado em vários finais de semana, e agora a reencontrava nessas circunstâncias. Queria poder nunca mais soltá-la. Era a pessoa que mais amava no mundo, e agora só havia restado ela para Molly.

A alta de Molly veio na manhã seguinte e a avó levou-a para casa. Não ficava longe dali e elas foram de trem. Ela perdera o funeral de Anne, e se culpou por sentir-se aliviada por isso. Não queria ver a amiga daquela forma, queria lembrar-se dela como ela sempre foi.

A universidade havia entrado em um recesso de uma semana, mas Molly pensava como teria forças para voltar, mesmo que o recesso durasse três meses. Não conseguia imaginar como sua vida seria. E moraria sozinha agora? Como poderia suportar isso?

Passou os primeiros dias deitada no seu antigo quarto, mal se alimentando. Lembrava-se de vários momentos que havia passado com Anne. Inclusive ali, naquele quarto. Como seria sua vida agora sem ela? Mary e John enviavam diversas mensagens em seu celular e tentavam ligar, inclusive para a casa da sua avó. Mas ela não queria falar com ninguém. Desligou seu telefone e pediu para que a avó rejeitasse todas as ligações que fossem para ela.

No quinto dia Molly ouviu a campainha tocar já tarde da noite. Não imaginou que fosse para ela até que passado alguns minutos sua vó entrou com cuidado em seu quarto, quase com medo da reação de Molly.

– Querida... Tem um rapaz que insiste em ver você a todo custo...

Só podia ser John. Já não foi o bastante recusar todas as chamadas?

– Eu não quero ver ninguém, vó... Eu já disse...

– Eu sei, Molly... Mas ele disse que não vai embora até que você atenda...

– Não... Eu não quero...

– Desculpe Sra. Hooper... Com licença... Oi, Molly... – Esse era Sherlock? Entrando no meu quarto e praticamente empurrando minha vó?

– Sherlock?! O que você está fazendo aqui?

– Parece que estou tentando visitar você.

A vó de Molly olhou para ela por alguns instantes, e quando a neta fez um sinal positivo com a cabeça, ela saiu do quarto fechando a porta atrás de si.

– Você não atendia ao telefone, Molly.

– Isso era um sinal de que eu não queria falar com ninguém, Sherlock. E você não me ligou, por que está reclamado?

– Conferi com John e Mary e você não atendeu nenhum deles.

Sherlock anda até a cama de Molly e senta-se nela.

– Nós estamos preocupados com você.

Nós?

– Mary está preocupada. John também. A Sra. Hudson. Outro dia a família de Anne foi buscar as coisas dela na casa. Parece que foi um momento difícil. – Ele faz uma pequena pausa. - Mary está com medo de contar a você... Mas ela se mudou para o quarto que vocês dividiam e não quer que você pense que ela vai roubar o lugar de Anne, só não quer deixar você sozinha.

Sherlock dava tantas informações à Molly que ela não sabia nem o que pensar. Achava que seria ruim receber uma visita, mas sentia-se confortável com ele. O jeito estranho e frio dele era reconfortante, porque ele não ficou prestando condolências e tentando fazer ela se sentir bem. Sherlock foi prático, como sempre. E sentiu um alívio ao receber a notícia que iria morar com Mary, ficar sozinha era outra preocupação que ela tinha.

– Ela e John passaram todo o dia de ontem reformulando o quarto. Espero que você não se importe, mas parece que agora as paredes estão laranja.

Molly sorriu verdadeiramente, parecia que fazia anos que ela não fazia isso. Percebeu que tinha amigos agora e eles estavam tentando cuidar dela. Observou Sherlock tirar o tênis e colocar os pés sobre a cama, deitando-se ao lado dela com as mãos atrás da cabeça. Após um longo silêncio, o que Sherlock disse a surpreendeu.

– Molly? Eu sei que Anne não se suicidou...

Ela sentou-se na cama num pulo.

– Como você sabe?

– Eu entrei no camarim depois que a polícia o lacrou. Havia pequenos sinais de alguma luta. Um copo quebrado, algumas coisas fora de lugar. Senti cheiro de um perfume que não era de Anne, nem seu. Claro que podia ser de qualquer pessoa, já que ali é um camarim. Mas consegui com meu irmão, não exatamente com a autorização dele, mas consegui através dele um meio para entrar no local para onde levaram o corpo de Anne. E o perfume estava também nas roupas que ela usava. No braço dela havia manchas roxas de um apertão. Ela esteve com alguém, Molly.

Os olhos de Molly ficaram marejados. Ela não estava sozinha. Pela primeira vez ela sentiu que poderia confiar em alguém e que teria ajuda. Quem poderia querer machucar Anne?

– Nós vamos descobrir quem fez isso com Anne? – Molly chorava silenciosamente agora.

– Sim, Molly. Nós vamos.

Um novo silêncio se formou entre eles. Ela percebia agora que não queria mais estar sozinha e Sherlock silencioso não a incomodava. Molly não queria que ele fosse embora.

– Sherlock? Você pode ficar essa noite?

– Já estou deitado, Molly. Eu não vou sair daqui. Espero que sua avó não venha me bater com um cabo de vassoura.

Molly sorriu novamente e Sherlock se sentiu bem por proporcionar isso.

– Obrigada... Ela não vai, eu falarei com ela.

Ele sorriu timidamente de volta. Não a deixaria agora e provavelmente nunca.


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Notas finais do capítulo

Sherlock fofinho não vai desgrudar da Molly... kkkkkkkkk



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