Pde escrita por tredfox


Capítulo 11
Capitulo 11




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Um mês havia se passado e eu já estava arrumando minhas malas para voltar pra aquele lugar. Eu estava morrendo de saudades dos meus amigos, afinal, fiquei um mês sem vê-los. Nicole insistiu em me levar até o Convento, cheguei lá bem cedo. Muita coisa havia mudado, haviam pintado as paredes, trocado os vidros das janelas, arrumados as portas e agora meninas dividiam quarto com meninas e meninos com meninos, confesso que fiquei meio decepcionada com isso, mas tudo bem.

– Olá. –Uma menina de cabelos escuros e batom vermelho estava sentada na cama do lado me olhando, provavelmente era a minha nova colega de quarto. –Me chamo Júlia.

–Oi, me chamo Camila. Prazer em conhecê-la. –Sorri e me sentei na cama. –Você é a minha nova colega de quarto, certo? –Soltei minhas coisas em cima da cama.

–Sim, fiquei por um mês sozinha aqui, finalmente alguém veio me fazer companhia. –Ela sorriu.

–Eai gatas. –Gustavo estava parado na porta nos olhando.

–Gu! Que saudades! –Me levantei e corri para abraça-lo.

–Como você está? Fiquei preocupado. –Ele sorriu.

–Estou melhor agora. Mas e os outros? –Perguntei.

–Foi isso que eu vim fazer aqui além de vir ver como você estava. Alex quer te encontrar naquela sala vazia lá atrás do Convento. –Ele riu.

–Mas porque ele não veio até aqui? –Perguntei indo em direção à porta.

–Isso eu não sei. –Ele piscou.

Sorri e sai do quarto. Caminhar todo o convento só para chegar naquela salinha isolada do mundo era cansativo. Porque ele tinha que escolher aquele lugar? Ele devia ter bebido ou fumado alguma coisa pra mandar uma pessoa que acabou de sair da cama porque havia levado um tiro na perna caminhar tudo aquilo, seria mais fácil ele ter ido ao meu quarto. Cheguei até a salinha, abri a porta e ela estava vazia, havia somente uma mesa e uma espécie de sofá de couro.

–Bu! –Olho para a porta assustada e Alex estava lá rindo.

–Você não cansa não? Qualquer dia vai me matar do coração, isso não tem graça não. –Falei caminhando em sua direção. –E porque não foi até o meu quarto? –Perguntei parando bem na sua frente.

–Porque eu não quis. –Ele riu.

–Não quis não é resposta. –Falei cruzando os braços.

–Pra mim é. –Ele sorriu e me beijou.

–Eu estava com saudades. –Sorri o abraçando. – Mas porque me fez caminhar até aqui?

–Porque aqui podemos ficar sozinhos sem ninguém incomodar. –Ele pegou minha mão e me levou até o sofá. –Pelo menos por cinco minutinhos. –Ele riu.

–Hm, gostei. –Sorri. –Espero que ninguém nos interrompa. – Me deitei no sofá e ele veio por cima de mim me beijando, tirei minha blusa e ele a dele, minha respiração estava acelerada e eu conseguia ouvir a respiração dele também. Estava tudo indo perfeitamente bem até que ouço um grito na porta. Levantei-me e coloquei minha blusa.

– Júlia? O que você está fazendo aqui? – Falei me levantando assustada enquanto arrumava minha blusa.

–Aquele menino, acho que o nome dele é Gustavo, ele me mandou aqui para avisar que a Diretora está chamando todos para o salão. Desculpa! Desculpa! –Ela falou e saiu rápido.

–Eu não acredito nisso, eu vou matar o Gustavo. –Falei prendendo o cabelo e saindo da salinha.

–Não se eu matar primeiro. –Alex falou vestindo a camisa e saindo logo atrás. Chegamos ao salão e todo mundo já estava lá, ficamos no fundo do salão apoiados na parede. Gustavo e Giovani chegaram logo depois e pararam do nosso lado.

–Eu vou te matar Gustavo, como você pode mandar aquela menina lá? Seria melhor se você tivesse ido. –Falei olhando fixamente pra ele.

–Ué, vocês não estavam fazendo nada demais, não é mesmo? –ele riu.

–Eu vou cortar isso que você chama de pescoço. –Falei o ameaçando. Gio me olhou assustado. –Calma Gio, eu estou brincando, por enquanto. –Sorri.

A Diretora Haeska passou pelo canto do salão onde não havia pessoas e subiu até onde estava o microfone.

–Primeiramente a todos que estão aqui, Bom dia. Resolvi fazer essa “Reunião” com todos do convento para conversar sobre o ocorrido e sobre as mudanças que ocorreram na questão de meninos separados de meninas. Resolvi separar meninos de meninas depois de pegar vários casais aqui dentro. –Eu e o Alex nos olhamos. – Não estou dizendo que vocês não possam namorar, mas se vão fazer isso vão para fora do Convento, aqui não é lugar para essas coisas.

Depois de 1h de blábláblá saímos do salão e fomos almoçar, eu, Alex, Gu e Gio.

–Então, porque a menina saiu tão assustada de lá? –Gustavo perguntou se sentando.

–Nós estávamos nos beijando. –Falei olhando para o prato.

–Só isso? Sei. –Gustavo riu.

–Só isso sim, o que tem demais? –Alex falou olhando para ele.

–Não tem nada demais, calma. - Comemos e todos saíram para o pátio, menos eu, eu queria esfriar a cabeça, não queria ficar no meio daquela gente toda. Fui até meu dormitório e me joguei na cama, percebi que havia alguma coisa embaixo do travesseiro assim que encostei a cabeça nele. Levantei o travesseiro e encontrei uma caixinha de presente com uma fita vermelha, retirei a fita e abri a caixinha, lá dentro havia um bilhete e um saquinho com alguma coisa dentro. Abri o bilhete que dizia: “Cuidado com o que você faz alguém pode pagar o preço por suas atitudes, o que não seria bom para você e nem para a pessoa. Ah, e antes de você abrir o presente devo lhe informar que não vai ser fácil acha-la. Você sabe de quem eu estou falando não é? Alias, ela não deveria estar no seu quarto agora?“. Soltei o bilhete em cima da cama e abri o saquinho o mais rápido possível, nele havia uma unha com sangue, fiquei alguns minutos tentando entender o que aquilo significava, até que percebi que a Julia não estava no quarto e eu não havia a encontrado na hora do almoço e nem no salão.

Levantei-me e sai correndo pelos corredores do Convento que estavam completamente vazios, pois todos estavam do lado de fora tomando um pouco de sol. Eu precisava encontrar ela, e se tivessem feito alguma coisa? Eu não podia deixar isso acontecer, ela era somente minha colega de quarto, não merecia passar por isso, ela mal me conhecia.

Cheguei ao ultimo corredor, ela tinha que estar lá. Entrei em todas as portas até perceber que havia uma aberta e algumas manchas de sangue estavam levando até ela, corri até lá e encontrei a Júlia caída no chão com os pés e mãos amarrados e um machucado na cabeça que sangrava bastante. A levantei e tentei acorda-la, mas não obtive sucesso, então a arrastei até o corredor e tentei a levar nas minhas costas, mas minha perna não estava forte o suficiente para isso, então a arrastei todo o caminho até a sala da diretora. Felizmente ela estava lá assinando alguns papeis.

–Diretora! –Gritei empurrando a porta e a arrastando para dentro da sala.

–O que aconteceu?! –Haeska veio em minha direção correndo.

–Eu não sei, eu só a encontrei assim. Precisamos chamar a ambulância logo! –Haeska pegou o telefone e ligou para a ambulância. Eles chegaram 5 minutos depois e a levaram para o hospital, Haeska foi com eles para garantir que ela ficasse bem.

–O que aconteceu? –Alex falou me abraçando, Gustavo e Giovani vieram logo atrás dele.

–Eu recebi um bilhete e a encontrei assim. –Falei assustada, eu realmente estava com medo dessas mensagens anônimas, muita gente já havia se machucado por causa delas. Elas tinham que parar. –Alex, vem comigo. –O puxei pelo braço e o levei até meu quarto.

–O que foi? –Ele se sentou na cama.

–Eu vou me entregar, não quero mais pessoas se machucando. –Falei me sentando ao lado dele.

–Você não vai fazer isso, você está louca? Quem manda essas mensagens anônimas vai te matar! –Ele falou me olhando fixamente.

–Melhor do que sair matando pessoas que não tem nada a ver com isso. Eles vão te matar também se eu não fizer nada e eu não quero isso. –Falei passando a mão no cabelo.

–Você não vai se entregar, eu não vou deixar. Você não precisa morrer pra isso parar, nós vamos encontrar um jeito de descobrir quem é essa pessoa e vamos acabar com essas ameaças de uma vez por todas. Ok? –Ele falou me olhando.

–Eu não sei se vai dar certo. Eu tenho medo que mais pessoas se machuquem, eu não quero isso. – Falei abaixando a cabeça.

–Vai ficar tudo bem, vamos descobrir quem é. –Ele me abraçou. –Agora vamos voltar para lá e vai ficar tudo bem. –Ele me levantou e me levou até o Gustavo e o Giovani que ainda estavam nos esperando.

–Você tá bem? –Giovani perguntou nos levando até um banco que havia ali.

–Sim. –Respondi me sentando. –Só precisava conversar com o Alex, nada demais.

–Fiquei preocupado. –Gustavo disse se sentando ao meu lado.

–Não fala comigo, ainda estou magoada por você ter mandado a Júlia lá. –Olhei pra ele e sorri.

–Culpa da Haeska, não olhe pra mim. –Ele sorriu. –E eu não sabia que vocês iriam fazer alguma coisa.

–Nós não estávamos fazendo nada! –Bati no braço dele. –Não estávamos fazendo nada demais-. –Cruzei os braços.

–Ok, já entendi. –Ele riu.

–Amores, eu vou ir tomar um banho, esfriar a cabeça. –Falei me levantando e dando tchau para eles. Entrei no banheiro, liguei o chuveiro, tirei a roupa e entrei para a água. A sensação da água escorrendo pelo meu corpo era muito boa, era refrescante e relaxante, mas eu não conseguia deixar de pensar no que havia acontecido mais cedo, era horrível pensar que aquilo tudo era culpa minha. Fiquei mais ou menos 1h no banho, sim, foi um banho bem longo, mas eu realmente precisava daquilo para esfriar a cabeça e me sentir melhor. Peguei a toalha, me enrolei nela e me joguei na cama, a porta do quarto estava fechada então não havia problema.

Preciso descobrir quem é. –Falei baixinho enquanto procurava alguma roupa para vestir. Vesti-me e sai do quarto, encontrei Giovani passando por ali com uma maçã na mão.

–Você viu o Gu ou o Alex? –Perguntei enquanto o acompanhava até o final do corredor.

–Eu acho que eles estão lá fora. –Gio falou apontando para o jardim.

–Mas há essa hora? –Já estava anoitecendo, do jardim conseguíamos ver o sol se pondo. Fui até o jardim e encontrei o Gustavo, o Alex e a Eduarda sentados num banco conversando, respirei fundo e fui até eles. Sentei-me do outro lado do banco, ao lado do Gustavo que ficou me olhando com uma cara de: “Por quê?”, olhei discretamente para Eduarda lhe dando a resposta.

–Alex, você não quer trocar de lugar comigo? –Gustavo se levantou olhando para mim e para Eduarda.

–Claro. –Alex se levantou, mas a Eduarda o segurou pelo braço.

–Porque isso agora? Você estava muito bem sentado aqui. –Ela me olhou com raiva. –Só porque essa ai chegou você vai sair? –Ela o empurrou fazendo com que ele se sentasse de volta.

– Eu posso trocar de lugar quando eu quiser. –Ele falou se levantando, nesse momento todos nós nos levantamos e Gustavo me olhou me mandando dar um passo para trás.

–Mas porque você iria querer trocar de lugar logo agora? O que essa vadia tem que eu não tenho? Te conheço a mais tempo que ela e você nem me dá bola! –Ela falou o empurrando. –O que você fez para ele gostar tanto de você? Deve ter o ameaçado ou coisa do tipo, impossível alguém gostar dessa menina. –Ela chegou mais perto e me empurrou.

–O que eu fiz para você? Eu não tenho culpa se ele gosta de mim, não tenho culpa se você age como uma doida o tempo todo. Se você não tentasse arranjar briga com todo mundo talvez ele gostasse de você. –Falei dando um passo para trás e ajeitando meu cabelo.

–Você vai ver vadia! –Ela pulou em cima de mim puxando meus cabelos, felizmente o Gustavo e o Alex conseguiram tirar ela de cima de mim.

–Você está bem? –Alex me levantou enquanto olhava para ela.

–Eu estou bem, mas acho que ela não. –Falei enquanto ria e arrumava meus cabelos. –Você acha mesmo que isso me afeta? Já passei por coisas piores, alguns tapas e puxões de cabelos não são nada. –Gustavo a tirou de lá e o Alex me levou até a porta do meu quarto.

–Você não se machucou? –Ele falou parando na minha frente.

–Não, eu estou bem. –Falei me encostando na parede ao lado da porta do quarto.

–Então eu vou indo pra você descansar. –Ele me deu um beijo e se virou para ir embora.

–Eu não quero que você vá. –Falei olhando para ele. –Quero que você fique aqui comigo, sem interrupções dessa vez. – O puxei para perto de mim.

– Estava esperando que você dissesse isso. –Ele sorriu e me beijou.

Passamos pela porta e eu a fechei. Andamos mais um pouco até cair na cama. A cama era pequena, mas eu estava muito concentrada no momento para me preocupar com isso. Ele veio por cima enquanto eu tentava tirar minha blusa naquele espaço pequeno. Minha respiração estava acelerada e a dele também, ele tirou a camisa e me olhou, apenas fiz um “sim” com a cabeça e ele continuou. Naquela noite aconteceu, sem interrupções.

Acordei com o sol batendo no meu rosto, tentei me mexer, mas percebi que o Alex ainda estava dormindo atrás de mim, então com cuidado retirei o braço de cima de mim e procurei por minhas roupas, me levantei e fui para o banho. Olhei para porta e percebi que o Alex estava parado me olhando.

–Sai! –Gritei me cobrindo com a toalha.

–Eu já vi isso tudo ontem. –Ele riu.

–Desde quando você está aqui? –Falei empurrando ele para fora do banheiro.

–Tempo suficiente. –Ele riu enquanto eu fechava a porta na cara dele. –Se você não abrir eu vou embora.

–Então vai, seu colega de quarto deve estar preocupado. –Falei me vestindo.

–Eu vou indo então, tchau Milimda. –Ele falou vestindo a camisa.

–Espera. –Abri a porta do banheiro, fui até ele o beijei. –Agora você pode ir. –Sorri.

Ele sorriu e saiu correndo, não podiam o ver na ala das meninas, ainda mais saindo do quarto de uma. Sentei-me na ponta da cama enquanto arrumava meu cabelo, foi quando escutei um barulho vindo das coisas da Júlia, como não havia ninguém ali resolvi ver o que era. Abri sua bolsa e havia um celular, logo pensei: “como ela conseguiu entrar com isso aqui?”, afinal celulares eram proibidos enquanto estávamos lá dentro. Ele não parava de tocar, fiquei mais de 5 minutos ali sentada com ele na mão e ele não parava de tocar, foi quando a notificação de uma mensagem recebida apareceu na tela, sem pensar duas vezes abri a mensagem que dizia: “Não foi dessa vez que consegui acabar com a vida dela, mas não se preocupe porque na próxima vez o tiro vai ser certeiro”. Respirei fundo, minha respiração estava acelerada e meu coração também. Precisava descobrir quem estava mandando essas mensagens o mais rápido possível.

Levantei-me e sai à procura de alguém que poderia ter mandado a mensagem ou alguém infiltrado lá dentro, alguém que sempre estivesse atrás de mim sem que eu percebesse. Eu andava pelos corredores apressada e atenta a qualquer movimento estranho atrás de mim.

–Porque tanta pressa? –Eduarda estava parada atrás de mim com os braços cruzados.

–O que você faz aqui? –Parei de andar e me virei.

–Eu vi o Alex saindo do seu quarto mais cedo, então é assim que você “prende” ele? –Ela riu.

–Não tenho tempo para isso. –Me virei e continuei andando.

–Mas tempo para levar ele para o seu quarto você tem né? –Ela correu atrás de mim e me pegou pelo braço.

–Você pode me soltar? E se ele estava no meu quarto ou não o problema é meu! –Gritei tirando as mãos dela do meu braço.

–Não, não posso. –Ela puxou meu cabelo fazendo com que eu quase caísse para trás.

–Me solta! –Gritei tentando tirar as mãos dela do meu cabelo.

–Eu ainda não acabei ontem eles te salvaram, mas hoje não tem ninguém aqui pra te ajudar. –Ela riu e puxou mais forte.

–Mas eu não preciso de ajuda. – Peguei os cabelos dela e puxei até ela gritar, ela tentou me dar alguns tapas, mas eu fui mais rápida, segurei os braços dela e a joguei no chão. – Você achou que seria fácil? Por favor, já bati em gente mais forte e maior que você. –Ri e sai limpando minha roupa e ajeitando o cabelo.

–Isso ainda não acabou. –Ela falou se levantando e vindo em minha direção.

–Acabou sim. –Gustavo a segurou. –Você não cansa de fazer isso? Deixa a menina em paz. –Ele falou a levando para fora e depois vindo em minha direção.

–Não se preocupe, não vou ficar careca por alguns puxões de cabelo. –Sorri.

–Espero que não fique. –Ele riu. –Mas pra onde você estava indo?

–Eu estava apenas andando por ai. –Desviei o olhar.


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