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Claire
– Me solta!.- Gritei para Diego. Ele tinha parado numa estrada de barro, logo depois de Port Angeles.
– Fica quietinha Claire.- Disse ele me agarrando. - Eu preciso dessas 500 pratas.
Ele começou a me beijar e passar as mãos pelo meu corpo, meu vestido já tinha subido horrores de tanto eu levantar minha perna para dar chutes nele. Foi tudo uma brincadeira. Uma aposta. Não acreditei quando ouvi Dylan perguntando se Diego já tinha traçado a gostosinha da reserva. Lágrimas geladas escorriam pelo meu rosto. Raiva. Ódio. E outras coisas ligadas ao mau, era o que eu estava sentindo.
– Para gata, vem cá.- Disse ele me puxando pela bunda. Eu o empurrei. - Eu sei que você quer, você não é nenhuma santa.
– Me solta Diego!.- Gritei enquanto dava um tapa na cara dele. Ele me olhou com ódio. Foi então que eu lembrei de uma coisa que meu pai me ensinou quando eu tinha 10 anos, algo que me faria ¨se defender pelo resto da vida de qualquer homem¨, disse ele. Acumulei toda minha força na perna direita e no pé, e como se fosse um golpe de muay thai, dei-lhe um chute no meio das pernas. E foi então que ele gritou e me soltou. Abri a porta do carro e corri. Muito. Muito mesmo. Todos os carros que passavam por mim me faziam gritar em pânico, com medo que Diego tivesse vindo atrás de mim para se vingar. Mas para minha surpresa ele não veio. Não sei por quantas horas eu corri, mas quando achei a placa que informava que eu havia chegado na reserva eu chorei de felicidade.
Quando cheguei em casa, notei que as luzes estavam todas acesas. Abri a porta e encontrei minha mãe, Sam, Emily.
– Claire? Querida já chegou?.- Perguntou minha mãe. Quando ela viu que eu estava chorando um olhar de preocupação cruzou seu rosto. - Filha o que foi?.- Eu não respondi. Sai correndo para meu quarto e tranquei a porta.
– Claire filha o que foi?.- Minha mãe começou a bater na porta como se fosse louca.
– Claire?.- Chamou Sam.
– Me deixa. - Meu grito saiu abafado por que enfiei meu rosto no travesseiro. Eles me chamaram mais algumas vezes e eu continuei chorando. Ouvi minha mãe pedir para Sam chamar Quil.
Não sei por quanto tempo fiquei chorando. Minha cabeça latejava. Mas mesmo assim eu ainda tinha raiva. Muita raiva e parecia que só ia sair de mim se eu chorasse. Como eu pude ser tão burra?. Uma aposta!. Tudo não passou de uma aposta. Como que podem brincar com os sentimentos do outros assim.
– Claire?. - Ouvi Quil chamar por mim na porta.- Clairezinha, por favor abra a porta. - Como que eu ia recusar um pedido do garoto que fazia meus dias melhores desde a morte do meu irmão e da separação dos meus pais?.
Eu me levantei e fui abrir a porta. Quil estava com uma cara de preocupado, o que me fez o abraçar e chorar. Ele me levou para a cama e não perguntou nada. Agradeci por isso. Ficamos horas assim. Quando meus soluços finalmente passaram, Quil perguntou:
– O que houve Claire?.- E eu falei tudo. Disse que foi apenas uma aposta, que Diego tentou me estuprar, e que corri desde Port Angeles até a reserva. Eu contava e chorava, e Quil só me abraçava e falava que ia ficar tudo bem. Quando por fim terminei eu me apertei mais no corpo de Quil e tentei me sentir segura.
– Eu vou matar esse cara. - Disse-me ele.
– Quil...- Eu comecei.
– Não Claire!.- Disse ele nervoso.- Não acredito que aquele idiota tentou fazer isso com você.- Ele começou a tremer. Quil fechou os olhos tentando se acalmar e eu suspirei.
– A culpa é minha Quil, eu que fui idiota, me iludi à toa.
– Não Claire. O idiota foi ele!. Mas se ele acha que vai sair impune dessa...- Quil não terminou a frase. Nunca vi Quil tão bravo desse jeito. A pureza dos olhos havia sumido.
Não falamos mais nada. Quando consegui contar para minha mãe e para meu tio Sam a reação deles foi parecida com a de Quil. Minha mãe até queria que eu denunciasse Diego na delegacia de Forks. Mas eu não quis. Sabia que isso não terminaria tão cedo. Diego viria se vingar de mim, eu já estava sentindo isso.
Eles foram embora de madrugada, minha mãe se oferecera para dormir comigo mas eu recusei. Precisava ficar sozinha e tentar relaxar. Fiquei pensando no que aconteceu quase a noite toda, as 5 da manhã consegui dormir. Foi um sono sem sonhos, nem pesadelos. Quando acordei minha mãe já tinha saído, era o dia dela ficar meio período na padaria. Fui até a cozinha e comi uma tigela cheia de cereais. Voltei para meu quarto e acabei dormindo novamente.
Me vi dentro de um carro, com um garoto branco do meu lado. Bom, branco não era a palavra certa, mas sim pálido. Pálido como osso. E olhos vermelhos. De repente ele veio para cima de mim, mas não para me beijar ou passar a mão no meu corpo, mas veio em direção ao meu pescoço. Acordei gritando, apavorada. Nunca mais sairia com um garoto na vida.
****
Quil
Terminei de patrulhar todo o perímetro de Forks. Era ótimo pertencer a matilha do Jake. Ele e Embry sempre foram meus melhores amigos. Então Jacob não se importava que eu terminasse minha patrulha antes dos outros para ficar com Claire, afinal eu fui o único, além dele, a sofrer imprinting.
O tal do Lawler estava desaparecido. Claire já tinha sido interrogada mas não conseguiram nada. Tanto Diego quanto o carro sumiram, então os policiais presumiram que ele tinha ido embora para não ser preso caso Claire o denunciasse.
Mas era bem melhor assim. Claire estava se sentindo mais segura para sair, o que me fez se sentir a vontade para convida-la a ir numa das reuniões do conselho da tribo. Eu estava confiante de que era a hora de contar para ela que eu era um lobo e que sofri imprinting por ela.
Fui correndo para a casa de Claire. Quando cheguei lá não aguentava de tanta felicidade em ter tomado essa decisão. Bati constantemente na porta até Claire abrir. Ela estava com uma legging branca e uma mini blusa preta escrito Ramones. Linda.
– Oi Quil.- Disse ela abrindo um sorriso. Eu retribui.- Entra.- Entrei e ela percebeu que eu estava eufórico.- O que foi Quil?. Ganhou um rodízio de pizza só para você?.
– Engraçadinha. Melhor que isso.- Eu disse sentando-me no sofá. Ela sentou ao meu lado.
– Então o que é?.
– Eu quero que você vá numa reunião da tribo comigo.
– Legal.- Disse ela.
– Demais Claire. Você vai saber das lendas da tribo e tal. Você vai gostar.- Eu disse animado. Claire me olhou e notei que não era isso que ela esperava. Mas aos poucos minha animação foi contagiando-a. Começou a perguntar sobre o que falavam e qual roupa deveria vestir. Eu falei que voltava para buscá-la as 20 horas.
Ficamos mais um tempo ali até que eu disse que iria embora. Sai de lá super feliz. A noite prometia hoje.