Just don't be afraid escrita por Maya


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Hey! Finalmente o Nyah voltou! Nem sabem como estava com saudades!
Espero que esteja tudo bem convosco! Quero agradecer CapitainChibi pelo seu comentário mais uma vez, foi o comentário mais lindo que alguma vez recebi! Muito obrigada pelo incentivo anjo! *-*
Espero que gostem!
Boa Leitura! ^^

Atenção: Não tenho nada contra aquele tipo de fanfics que irei citar em baixo. E peço desculpa se ofendi alguém ao dize-lo, mas não foi de todo minha intenção.

[obs: capítulo editado e corrigido a 14 de novembro de 2014]



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Acordei com alguém a fazer-me festas na cabeça… Hum… Que bem que sabe… Será que o Germano veio aqui de propósito para me ver?

Abri os olhos devagar, tentando habituar-me com a luz o mais rápido possível. A mão continuava ali, a passar suavemente, fazendo-me sorrir. Quando finalmente pode ver as coisas direitas, reparei que era o Kentin ali e não o loiro como tinha previsto. Ele estava a encarar a janela, sentado na beira da cama. Mas o que é que ele está aqui a fazer?!

– Hum… Kentin? – sussurrei, com a minha voz rouca de sono. Ele pareceu acordar de um transe e afastou-se rapidamente da cama virando-se de costas para mim. – Ei, calma! – sorri. Ele parecia mesmo assustado.

– Er… D-desculpa! – disse visivelmente incomodado. – É melhor eu i-ir… – dirigiu-se a porta. Onde é que ele pensa que vai? Quer dizer, pensa que vem aqui dar-me mimos enquanto estou a dormir e pode sair sem explicar-se?! Eu até estava a gostar…

– Espera! – falei um pouco mais alto. – Que estavas aqui a fazer? – ele virou-se para mim. Ó meu deus! Ele está corado! O Sr. Sou lindo e perfeito está corado!

– A-a minha m-mãe pediu-me p-para t-te vir a-acordar... – Ok, ele está a gaguejar! Respira Anne, não te rias, respira!

– Isso não explica o facto de estares a fazer-me festinhas… – murmurei

– Ah… B-bem… D-deixa l-lá… - e saiu pelo quarto, quase a correr. Parecia até que estava com medo de mim. Dá-lhe para cada uma também…

Peguei no telemóvel para ver as horas, mas em vez disso foi ver a mensagem que o Daniel me mandou:

Ai agora lembras-te que tens melhor amigo?

Pensei que estavas entretida com o teu “noivo” xD

Até tou para ver o que tanto queres falar comigo

Que tal amanha totó? Só trabalho na parte da manha na loja, por isso :)

Beijo ♥”

Sempre me lembrei de ti -.-‘ só estava a espera da tua mensagem com o teu dia de folga -.- O meu noivo é um estúpido, mas amanha conto-te tudo xD

Até amanha então camelo! ♥” Respondi.

Vesti-me e desci, tentando desta vez não me perder. Não que da outra vez tenha sido mau, mas até parece mal se voltar a acontecer…

Quando cheguei ao hall depois das escadas, Morgana, a empregada deles, indicou-me que estavam todos na sala de jantar a comer. Dirigi-me para lá, sentando-me no mesmo sítio que ontem. Marcus não se encontrava ali, provavelmente já tinha ido para a tal conferência.

– Bom dia – disse mal me sentei.

– Oh, bom dia querida! – falou Linda, pousando o Tablet para poder olhar para mim. O Kentin murmurou um “oi” e continuou a comer – dormiste bem? – sorriu.

– Sim – respondi simplesmente. De manhã nunca como muito, só tomo leite e como uma ou duas torradas, já o Ken… Ele tinha uma taça de leite com cereais à espera que ele acabasse de comer a salada de frutas que já ia a meio. De vez em quando ia trincando uma torrada também. Onde é que ele gasta tanta energia senhor? Eu se comesse aquilo ia ter de correr Portugal inteiro, duas vezes no mínimo!

– Por mais que quisesse fazer-vos companhia hoje, não vou poder. Umas amigas minhas que moram no estrangeiro, estão cá este fim-de-semana e por isso vou visita-las. Só devo voltar à noite, tudo bem? – perguntou Linda, interrompendo os meus pensamentos.

– Claro que sim mãe – respondeu, enquanto eu só assenti com a cabeça.

– Pronto, ainda bem. Vou indo até à casa delas, até logo queridos. – Deu-me um beijo na bochecha e outro ao Kentin e saiu da sala. De repente o Kentin chama-a e vai atrás dela. Quando voltou, começou a comer como se nada tivesse acontecido. Que raio foi ele fazer?

O silêncio tomou conta da divisão. Desde já vos digo que está a irritar-me só ouvir o barulho da colher do Kentin, que já passou para os cereais. Ele não deixa a boca vazia nem um único segundo, penso que seja para não haver a possibilidade de estabelecermos uma conversa, provavelmente por causa do episódio constrangedor de ao bocado. Rapaz estranho, diria até bipolar… Ontem no quarto aconteceu a mesma coisa, não por vergonha como hoje, mas sim por esconder alguma coisa. E seja lá que coisa for, é suficiente para o perturbar de maneira a ele se fechar no seu mundinho o dia todo.

Tanto o Germano como a Matilde sabem o que é. E pelo que reparei daquilo que o loiro disse, a miúda usa aquilo para manipular o Kentin. É mesmo estúpida. Será que realmente tem um amor incondicional por ela como o Germano dá a entender? Acho que não consigo vê-lo como um daqueles nerdzinhos que andam atrás da rapariga de que gostam, tipo post-it. Será que ele era mesmo assim? Se sim, o que o levou a ficar “revoltado” desta maneira?

Voltei a focar-me na mesa, ele já se encontrava quase a acabar de comer. Afinal ia querer a minha ajuda? Provavelmente não. Devia estar só a querer ficar bem em frente aos pais como de costume, além disso deve saber que não tiro mais que 13 a português.

– Sempre vais querer a minha ajuda, ou foi só para a tua mãe ficar contente? – perguntei para poder ter a certeza.

– Pode não parecer, mas acho que podes ser útil para mim, afinal eu tenho um mero onze. – Respondeu depois que acabou de mastigar.

– Eu acho que já sabes que não sou muito boa a português, mas devo ter alguns apontamentos no mail que te deve servir.

– Está bem. Vou só tomar banho, podes ir indo para o meu quarto se quiseres. Sabes o caminho certo?

– Acho que sim… – Será que ele sabe que me perdi? Mesmo que ele saiba, não me parece que vá dizer nada só para eu não o confrontar com o que aconteceu no quarto. Quando reparei ele já não se encontrava mais na sala. Levantei-me e fui para o quarto dele, que se não me engano era a primeira porta à esquerda do primeiro andar.

Quando cheguei lá, aproximei-me da parede para que tinha as fotografias. Havia uma foto da Matilde completamente distraída, a olhar para alguém acho eu. Ao lado tinha a mesma foto, mas tirada de outra perspetiva por outra pessoa, onde apanhava o Kentin a tirar a foto à Matilde, e podia ver-se para onde ela estava a olhar. E não era nada mais nada menos que o Castiel e o Lysandre. ‘Pera, o Castiel e o Lysandre? Se o Ken gosta dela porque é que tem aqui uma foto dela a olhar para outro rapaz, porque é visível que ela esta a olhar para algum deles. E acho que é óbvio que ela deve ter uma queda por um. Não me admirava nada que fosse do Castiel, afinal ele é o tipo de rapaz por quem as miúdas têm todas uma queda, aquele estilo de cliché que agora só se lê nas fanfics. Rapariga normal ou nerd algumas vezes, que se apaixona pelo Badboy que só a trata mal, onde no fim a personalidade dele muda para um namorado super colado, querido e fofo porque supostamente a nerd o “mudou”. Só que neste caso acho que o Castiel está-se a cagar para ela, literalmente. Ouvi a porta do quarto a abrir e virei-me, dando de caras com o Kentin, só de toalha a cintura e ainda molhado. Jesus Cristo, que rapaz é este?!

– Er… Desculpa! – disse virando-me para a parede outra vez. Eu já devo ter ultrapassado o limite de vermelho na minha cara para um mês…

– N-não f-faz m-mal. E-eu é q-que me esqueci d-da m-minha r-roupa – Ele fica tão fofo a gaguejar. E de toalha nem se fala… – J-já pe-g-guei. – Disse antes de bater a porta do quarto com força, fazendo a vozinha pervertida se calar.

Passado alguns minutos, ele voltou a entrar, mas já vestido. Infelizmente n’é? Calada, ui! Odeio a minha mente perversa! Não sou nenhuma santa, é claro. Mas não convêm estes pensamentos agora. Não é hora, nem local e muito menos pessoa! Prefiro escolher alguém com melhor personalidade. Quase que até dizia o Germano, mas acho que ainda não o conheço de maneira suficiente para avançar… Afinal, não tive assim tantos namorados…

– Ei, Anne… – Kentin falou abanando a mão em frente à minha cara – estás ai? – riu.

– Hum? – despertei-me dos meus pensamentos. – Sim, agora estou – sorri.

– Ficaste assim tão atordoada com o meu corpinho? – pronto, o egocentrismo voltou. Sempre a mesma coisa…

– Nem tive tempo de reparar, estava mais atenta à tua forma de gaguejar – atirei.

– Ai foi? Aposto que também fico bem querido a gaguejar – respira, respira, respira. Não lhe dês um estalo, respira. Tu consegues Annelise, tu consegues! – Mas vamos ao que interessa, sempre tens aqueles apontamentos?

– Já te disse que tenho no mail – respondi simplesmente.

– Então dá-me para eu imprimir, estudar pelo computador não resulta comigo – ajeitou o cabelo ainda molhado, pondo-o para cima.

– É só arranjares-me um pc, que já te faço isso – ele foi busca-lo, voltando nem dois minutos depois.

«»

Passamos o resto da manhã naquilo, ele a ler os resumos que lhe arranjei e a perguntar-me coisas de vez em quando, enquanto eu andava pelo instagram e facebook ou até mesmo a jogar no telemóvel. Quando reparei nas horas, já passava da uma da tarde. Será que não vamos almoçar? Estou a ficar com fome…

– Anne? – a voz do Kentin soou após todo aquele tempo de silêncio.

– Sim?

– Vamos comer? – sorriu. – Já deves ter fome, não?

– Tenho… - sorri de volta. – Vamos comer o quê? – perguntei enquanto nos dirigíamos para o andar de baixo.

– Bem, como hoje é sábado e nós costumamos ir sempre almoçar fora, a Morgana é dispensada e só aparece para o jantar, por isso vais ter de te contentar com uma pizza.

– Por mim é na boa – sorri.

Chegamos à cozinha e ele foi ao frigorífico buscar duas pizzas que pôs a aquecer no microondas. Pegou em dois copos e numa garrafa de Ice Tea, pondo tudo na mesa.

– Não comes de talheres pois não? – perguntou com um sorriso divertido.

– Não gosto de comer assim. Acho-o uma estupidez. Pizza que é pizza come-se com as mãos. – Ele riu-se pelo nariz e foi busca-las.

– Concordo, quantas fatias comes?

– Acho que dou cabo de uma inteira sozinha.

– Tens assim tanta fome? – arqueou a sobrancelha.

– Simplesmente gosto de comer bem – ele olhou para mim, como se espere que eu negasse o que acabei de dizer, avaliando-me de cima abaixo.

– Algum problema? – perguntei arqueando a sobrancelha como ele tinha feito.

– Apenas achava que não eras de comer muito. – Comentou.

– Só por se pequena? Pensei que tínhamos ficado esclarecidos quanto aos danoninhos. – Ele voltou a sorrir, mas desta vez com um sorriso presunçoso. Aquele que ele usa antes de dizer merda.

– Convenhamos que com esse tamanho, parece que se engolires uma ervilha rebentas – retorquiu .

– Não tenho culpa que em vez de um corpo pequeno, tenhas um cérebro quase inexistente.

– Ao menos ainda o tenho, já certas pessoas são tão baixas que nem espaço para o ter têm…

– Vais parar com comentários sobre o meu tamanho? Não me vez a dizer que és grande demais pois não? – lá vamos nós discutir alturas…

– Eu tenho uma altura normal, enquanto tu, se tiveres metro e meio já é muito. Por isso, dá para perceber que não tens sequer inteligência para crescer.

– Para tua informação, tenho 1,58! – a sério que já começamos uma discussão? Eu não percebo… Suspirei antes de voltar a falar. – Nós não vamos mesmo discutir por isto pois não? Estava tudo tão bem há cinco minutos atrás…

– Oh Anne, a quem queres enganar? Nós nunca vamos ter algum tipo de relação, nem mesmo amizade! Achas mesmo que eu quero alguma coisa com alguém mimado como tu? – riu-se. – Podes para com essa cara de indignada e acabar com a farsa que eu sei que não és burra nenhuma. Sinceramente não sei o que é que o Germano viu em ti… Não mereces a beleza toda que tens… – Pronto Anne, queres mata-lo? Então agora é hora!

– Olha Kentin, é a última vez que vou repetir isto. A tua opinião sobre mim não me interessa para nada! Tu não me conheces, por isso não fales como se o fizesses! Eu já devia ter percebido que és mais um daqueles que põe rótulos às pessoas sem sequer tentar entende-las primeiro. Eu sou rica, mas não sou fútil e muito menos mimada! O único aqui assim és tu! – ri secamente. – Vives de uma farsa, onde queres que toda a gente pense que és algo que visivelmente não és. Até para os teus pais simulas uma personalidade que não tens! – olhei mais uma vez antes de dar costas. – Eu é que não quero nada relacionado contigo, alguém sem personalidade própria – disse enquanto saia da casa dele.

Peguei nos meus fones e iniciei a caminhada até minha casa, ainda bem que não me cruzei com o Germano, não quero falar com ninguém neste momento.

Como é que ele pode falar assim de mim? Que nervos! Logo ele que tem complexos de personalidade. E pelos vistos falta de carácter também. Como é que da comida que eu como foi parar aquilo? Acalma-te Anne, ficar assim não te leva a nada.

Já passei as portas do condomínio algum tempo, e ainda tenho mais uma hora para andar até casa… Ainda por cima nem tempo tive para comer a pizza que tinha tão bom aspeto… Comecei a ouvir um barulho de uma mota que gradualmente ia diminuindo a velocidade… Ok, não é um violador Anne… Violadores não usam motas… Não te exaltes… Deve estar só a estacionar… Nem me atrevo a olhar para trás… Vá que é tipo o exterminador do Arrow? Credo!

– Ei! Anne! – acelera o passo, anda lá. Só não caías! – Anne, sou eu! Castiel, sua estúpida! – parei de andar e virei-me para trás, deparando-me com o pseudo-ruivo parado em cima da moto. Suspirei de alívio e fui até ele.

– Que susto Castiel! Pensava que eras algum violador ou coisa do género! – ele começou a rir e tirou o capacete.

– Que estás aqui a fazer?

– Digamos que estava farta da idiotice do Kentin – revirei os olhos ao lembrar-me da conversa.

– Seja lá o que for que ele tenha dito, não ligues… Ele deve ter problemas de personalidade ou algo do género. – Exactamente! Alguém que pensa como eu! – Já almoçaste?

– Ia fazê-lo quando saí pela porta fora de casa dele… – comentei triste. Ele atirou-me o capacete, fazendo-me quase deixa-lo cair.

– Então sobe e vamos comer. Pizza Hut? – perguntou enquanto eu me colocava atrás dele já com o capacete metido.

– Por mim! – sorri.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é tudo. Não sei quando voltarei a postar, esta semana vai ser muito cheia (testes e trabalhos) mas espero poder postar algo no minimo no próximo sábado!
Beijinhos e até a próxima flores! ^^