Just don't be afraid escrita por Maya


Capítulo 30
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas queridas Abacates ^^
Bem, antes de passar aos desejos de ano novo, eu quero dizer algo:
OMG, OMG, OMG!!! EU RECEBI MAIS UMA RECOMENDAÇÃO, I’M SO CRAZY RIGHT NOW. Estou com lágrimas nos olhos, juro. Eu nunca sei o que vós dizer quando isto acontece. Foi a melhor prenda de Natal que me deram, juro-vos. Muito obrigada, do fundo do coração, querida abacate Louise Dragneel, muito obrigada mesmo! Fico mesmo feliz por achares que esta fic seja uma das melhores na categoria do AD, juro. (estou a ser repetitiva, não é? xD) Bem, este capítulo é todo teu, minha querida ♡
Obrigada mais uma vez! ♡ (escrevi isto na hora em que li a recomendação, por isso ignorem a minha estúpidez xD)
Agora, aproveito para agradecer à pris1024 e à Nobroke pela favoritação. Vocês não imaginam o quanto estes gestos fazem o meu dia ♡
Bem, eu espero que tenham tido um otimo Natal, que tenham comido até rebentarem as calças e que tenham recebido muitas prendas e muito amor.
Espero que 2015 seja um ano maravilhoso para vocês, porque o merecem. Espero também que possam continuar comigo, porque eu não sou nada sem vocês. Eu adoro-vos a todas, mesmo aquelas que nunca falaram comigo, porque, queridas, se vocês leiem e gostam daquilo que escrevo, isso já é suficiente para eu vos dar um pequeno espaço do meu coração. Eu sei que ainda não passou um ano desde que eu comecei isto, mas vocês já me fizeram tão, mas tão feliz, que eu acho que nunca vos vou agradecer como merecem. Eu nunca tive confiança nas coisas que faço, mas graças a vocês eu começo a achar que talvez até tenho jeito para isto, talvez isto até seja a minha vida. Desculpem este texto lamechas que a maior parte deve ter ignorado e passado para o capítulo, mas como já vos disse em cima, eu acho que nunca vos agradeço de forma sufience. Por isso, minhas queridas, muito obrigada por tudo. Vocês tem o meu coração ♡
Vá, deixemos as lamechiches de lado, e vamos ao que interessa: Este capítulo, o maior que já escrevi, é a minha prenda de Natal para vocês, espero que gostem! Boa leitura!

[Obs: Capítulo editado e revisto a 24 de Fevereiro de 2015]



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Annelise’s P.O.V.

– Olá Morgana! Como estás? – disse-lhe, assim que esta me abriu a porta.

– Estou bem, menina – sorri-lhe e ela fê-lo de volta. – O menino está no jardim, mais concretamente no campo de basquete – assenti e caminhei para lá. Passei pelo corredor onde me perdi há algum tempo e fui encontrada pelo Germano.

Germano…

Ainda só passaram três dias e ele ainda não me disse nada. Nem sequer uma mensagem a dizer que tinha chegado… Ele disse que não ia ser um mês que nos ia mudar, mas e se ele se esquecer de mim? E se houver alguma mulher lá mais bonita que eu e mais simpática e ele se apaixone? Quer dizer, nós não estamos propriamente juntos. Eu não sei se para ele tudo o que tivemos foi simplesmente uma “curte”.

Para mim não foi. Eu acho que mais um pouco e eu estaria completamente apaixonada por ele. Afinal, ele é tudo o que uma rapariga pode querer: querido, bonito, divertido, perfeito.

No entanto, desde que vi aquela mensagem, penso que talvez ele não seja assim tão perfeito quanto se mostrou durante o tempo todo. Talvez seja bom afastarmo-nos um pouco para eu saber o que fazer. Quer dizer, eu tenho de confronta-lo. O problema é que tenho medo do que ele vá dizer…

Abanei a cabeça, para espantar todos os pensamentos maus e concentrei-me no caminho para o campo de jogos.

Eu já vos tinha dito que este jardim é maior que a minha casa? Não? Então eu descrevo-vos. Assim que se passa da sala para o exterior, damos de cara com uma enorme piscina, um monte de espreguiçadeiras e ao fundo uma enorme mesa de jantar por baixo de um toldo feito de madeira. Atrás desse mesmo toldo, existe um arbusto que faz de muro (lembrando-me as minhas casas no Sims), dividindo essa parte do jardim com a parte dedicada à botânica. Contem um enorme jardim de flores roxas, que segundo o Kentin é a cor preferida da mãe, e pequenos bancos e chafarizes com anjos a fazer de estátuas e assim (nunca passei lá muito tempo para vós conseguir descrever ao pormenor). E por fim, ao lado desses dois sítios que vos descrevi, existe um campo de basquete e outro de golfe. Grande, eu sei. Mas como eu já referi, eles cagam ouro.

Comecei a ouvir o som de uma bola a bater freneticamente no chão e soube que estava perto. Passei mais uns quantos arbustos e deparei-me com a imagem do Kentin sem camisola a fazer pequenos dribles com uma criança. Se não me engano era o miúdo que acertou com a bola na cabeça do Germano, quando este me ia beijar no parque. Qual era o nome dele, mesmo? Jonas? Jaime? Ah, João! É isso!

Aproximei-me mais um pouco e sentei-me numa cadeira perto da linha de meio campo – e não, eu não sei se esta linha se chama assim. Eles não parecerem notar pela minha presença e eu também não dei sinais de estar aqui. Kentin continuava a fazer fitas ao rapaz, que fazia de tudo para apanhar a bola.

– Então, João, é só isso que consegues? – disse, num tom divertido.

– Tu vais já ver, Ken. Eu já te disse que um dia vou ser o melhor jogador de Basquete do mundo. Vou ser como o Cristiano Ronaldo, só que no basquete – o Kentin riu-se e fitou-o mais uma vez, driblando até ao cesto. Lá, saltou e colocou a bola a passar pelo meio deste sem tocar no arco. Vê-lo fazer isto, principalmente sem camisola, fez o meu corpo todo aquecer.

Os seus ombros largos, o seu six-pack, a pele levemente bronzeada, o cabelo rebelde. Ahh… Ele tem tudo no sítio...

Não me julguem, ok? Também tenho hormonas aos saltos, é normal, ok? Principalmente com uma vista destas…

João apanhou a bola e tentou fazer o mesmo, só que a sua falta de altura fez com que não conseguisse. Vi os seus braços baixarem-se, assim como a sua cabeça. Ele ficou triste.

O Kentin apanhou a bola e moveu-se até ao rapaz. Entregou-lhe a bola e sorriu.

– Vamos tentar outra vez? – perguntou. João abanou negativamente a cabeça mas o Kentin ignorou-o. Pegou nele e colocou sobre os seus ombros. – Eu vou saltar e tu colocas lá a bola, que tal? Vai ser tipo uma daquelas jogadas que tu vês no Basketeers – o pequeno abriu logo um sorriso e assentiu. Kentin andou um pouco para trás e depois começou a correr em direção ao cesto, driblando. Já perto, atirou a bola para o João e saltou. O pequeno conseguiu atira-la de maneira a que no fim passasse direitinha pelo arco. No fim, e já com os dois no chão, o miúdo disse um grande “Yeah” e abraçou o Kentin. Vi-o sussurrar algo ao meu noivo e este logo virou a cabeça para o lado onde estou, abrindo um sorriso assim que os nossos olhos se encontraram. Ele levantou-se e começou a dirigir-se para mim. Ergui-me da carreira e corri na sua direção, fazendo uma daquelas cenas dos filmes lamechas. O Kentin ergueu uma sobrancelha, mas pareceu perceber o que queria, pois logo abriu os braços. Quando estava já perto dele o suficiente, fiz um desviou e corri até ao pequeno João, pegando nele.

– Meu campeão! – disse, dando-lhe um beijo na bochecha. A criança pareceu gostar do que fiz e logo pôs as mãos no meu pescoço, abraçando-me. Virei-me para o Kentin e dei-lhe um sorriso inocente. Ele abanou a cabeça, como se dissesse “És tão estúpida”.

– Vês, Kentin, eu bem te disse que ia ser como o Cristiano Ronaldo. E agora a Annelise vai ser a minha Irina e vamos casar e passar a Lua-de-mel em Nova Iorque – comecei a rir-me e o Kentin, por mais que se notasse que queria fazer o mesmo, fez uma cara de mau.

– Estás a tentar roubar-me a noiva, é? – disse, com uma voz que me arrepiou a espinha de tão rouca que foi. Ele está tão sexy assim. As suas sobrancelhas estão inclinadas e a sua boca está feita numa linha reta. Não vos vou falar do corpo, porque enfim… Demasiado perto…

– Oh, Ken. Eu não posso roubar uma coisa que já é minha – respondeu, apertando mais os braços à minha volta. Voltei a rir-me do que o João disse e vi o Kentin fazer uma cara de dúvida.

– Como assim, já tua? Que eu saiba, eu é que sou o noivo – a sua voz continuava daquela maneira. Ele caminhou até nós e tentou tirar a criança do meu colo, que se contorceu ainda mais à minha volta, oferecendo resistência.

– Mas ela veio ter comigo e não contigo, por isso, eu sou noivo dela por direito! – resmungou contra o meu pescoço. Mudei a posição dos braços. O miúdo é pesado… O Kentin pareceu notar que eu estava a ficar desconfortável e voltou a tenta-lo tirar de mim. – Para Kentin! Não vês que ela é minha? Além disso ela cheira bem e eu quero ficar aqui! – disse.

– Que tal uma competição, João? – disse-lhe eu, fazendo-o erguer a cabeça. Os seus olhos brilharam e vi que tinha acertado no ponto certo. Ele logo saltou do meu colo e pôs-se à minha frente. – Pode ser, Kentin? – desviei os meus olhos até ele e deixei-me perder nas suas esferas verdes. Ele assentiu. – Então, fazemos assim. Eu vou esconder-me algures por este jardim e o primeiro a encontrar-me tem direito a levar-me num encontro, que tal? – vi os olhos do Kentin ganharem um certo fogo, assim como os do pequeno. Será que isto foi mesmo boa ideia?

– Por mim pode ser – respondeu o primeiro, num tom sério.

– Por mim também – o outro disse.

– Ok, então vocês vão ficar aqui, a olhar um para o outro e contam ambos até… Cinquenta? – eles assentiram e sentaram-se frente a frente. – Podem começar.

– Um, dois, três, quatro, cinco… – corri o máximo que pude até deixar de ouvir as suas vozes.

E agora, escondo-me onde? Olhei em volta e tentei situar-me. Se for para a esquerda, vou dar ao enorme jardim de lírios; Se for para a direita vou dar ao enorme jardim de orquídeas e em frente para o das tulipas e das margaridas. Acho que a escolha é óbvia.

Quinze, dezasseis, dezassete, dezoito, dezanove, vinte…

Corri através do jardim maioritariamente violeta e procurei um sítio para me esconder.

Vinte e quatro, vinte e cinco, vinte e seis, vinte e sete, vinte e oito, vinte e nove.

Vi uma árvore enorme, cercada por muitas flores e decidi que ia para lá. Caminhei pelo trilho feito de pedras cinzentas e dei a volta ao troco, sentando-me depois encostada a este.

Trinta e seis, trinta e sete, trinta e oito, trinta e nove, quarenta, quarenta e um…

Suspirei e encolhi as pernas contra o meu peito. Peguei no telemóvel e fui ao Instagram passar o tempo.

Quarenta e sete, quarenta e oito, quarenta e nove, cinquenta.

O temporizador do meu telemóvel ativou-se e vi que já tinha passado os cinquenta segundos.

É engraçado pensar que pus o Kentin a brincar ao esconde-esconde comigo. Principalmente se pensarem no estúpido que ele era quando nos conhecemos. Quem diria que isto ia ficar assim? Eu ainda gostava de saber o que lhe fez mudar de atitude em relação a mim.

«Estou mesmo feliz por seres minha amiga. Há algum tempo que não tinha alguém. Obrigado»

A sua voz invadiu a minha mente, lembrando-me do porquê que me fez esforçar tanto para que ele abrisse o seu coração para mim. Pois, foi só quando ele disse aquilo que eu percebi que o seu maior problema era a solidão. E o meu coração dói sempre que penso que ele se sente, ou se sentiu assim a maior parte do tempo. O Kentin é das melhores pessoas que conheço, para aqueles de quem gosta, é claro. Basta ver a sua relação com a mãe. Ele faz tudo por ela, mesmo que seja inconveniente ou lhe faça mal a ele. No início, ele só queria ver a sua mãe feliz, por isso fazia de conta que gostava de mim à frente dela. Também temos o exemplo da Matilde, onde se notava que ele moveria oceanos pelo sorriso dela. E agora, o seu gesto fofo com o João para que ele conseguisse acertar no cesto. Também a sua prenda para mim, para que eu não ficasse triste por causa do Germano.

Eu lembro-me que no baile ele disse que já não conseguia ficar chateado comigo. Eu senti-me tão feliz nesse momento. Se ele não consegue ficar chateado é porque, de alguma fora, eu sou importante para ele, ou seja, sua amiga. Finalmente, ele não estava sozinho, isso foi como uma missão cumprida. Eu não quero que ele se sinta sozinho, nunca mais. E do que depender de mim, eu estarei sempre aqui para ele.

Lembrei-me das suas palavras em russo de ontem e senti o meu corpo aquecer. Não, eu não sei o que ele disse, contudo, ele disse-o de uma maneira tão carinhosa que me fez esquecer qualquer problema naquela hora. Nós ficamos abraçados por mais de cinco minutos, como se quiséssemos prolongar aquele momento até ao máximo. O seu coração batia tão rápido e ele estava sempre a puxar-me mais para si. O seu cheiro ficou preso em mim e isso foi tão bom. Eu adoro o seu perfume, seja lá qual for. Faz-me sentir em casa.

Ouvi passos atrás de mim e encolhi-me ainda mais. Coloquei a minha cabeça nos meus joelhos e fechei os olhos.

– Aqui estás tu, маленький*! – olhei para cima e encarei o Kentin sorridente. Ele disse esta mesma coisa ontem. Suspirei em alívio e segurei a mão que ele me estendera. Logo foi puxada para cima, indo contra si. Os seus braços foram colocados à minha volta e senti um beijo ser depositado na minha testa. Eu não sei o porquê, mas eu queria mesmo que fosse o Kentin a encontrar-me.

Afastamo-nos e ele deu-me a mão e puxou-me gentilmente para fora dali. Quando chegamos perto da piscina, encontramos o João a procurar-me por baixo da mesa.

– Não precisas de mais esforço, João. Eu já a achei – disse, antes de passar um braço pelos meus ombros e puxar-me contra si. O pequeno virou-se para nós e vi a sua cara ficar triste. Ele veio a correr até mim e agarrou-se às minhas pernas.

– Eu quero a Anne para mim! Ela é a menina mais bonita que eu já vi, ela é a minha Irina! – disse, com voz de choro. Eu aninhei-me e acariciei a cabeça da criança.

– Não fiques assim, amor – ele olhou para mim. – Que tal se eu cantar um pouco para ti, hum? Pareces estar com um pouco sono. – Ele negou com a cabeça, mas eu peguei na mesma nele. Caminhei para o banco mais próximo e deitei-o com a cabeça pousada no meu colo. Voltei a mexer-lhe no cabelo e comecei a murmurar a primeira música que me veio à cabeça.

Hold up. Hold on. Don't be scared. You'll never change what's been and gone. May your smile shine on. Don't be scared, Your destiny may keep you warm. ‘Cause all of the stars are fading away. Just try not to worry, you'll see them some day. Take what you need and be on your way. And stop crying your heart out. Stop crying your heart out – quando reparei, o rapazito já dormia. Sorri e continuei a murmurar mais um pouco da letra.

Procurei pelo Kentin e encontrei-o sentado no chão um pouco à minha frente. Olhei para os seus olhos, por reflexo e não precisei de falar para que ele se levantasse e pegasse no João. Eu levantei-me também e juntos fomos para o interior. Subimos para o seu quarto e ele pousou-o na sua cama. Notei que a parede das fotografias já não se encontrava coberta de fotografias e virei-me para o Kentin, para lhe perguntar.

– Mudei-a para o meu apartamento – respondeu, mesmo antes de eu dizer alguma coisa. Assenti e caminhei para fora do quarto, sentido o Kentin vir atrás de mim. Ia começar a descer as escadas quando o meu braço foi puxado, obrigando a virar-me para si. – Deves-me um encontro, Annelise – disse, seriamente.

– Eu sei que sim – respondi a rir-me. – Quando quiseres quitar a minha dívida, é só dizeres-me – continuei a descer a escadas.

«»

Peguei no telemóvel, desbloqueando-o. Abri a mensagem.

De Camila:

Adivinha quem voltou da Russia, Anita?! Pois é a tua best!

Já podemos fazer uma maratona de Teen Wolf

Tenho demasiadas saudades do meu Stiles :(

Soltei uma pequena gargalhada e preparei-me para lhe responder.

Para Camila:

E eu a pensar que só voltavas no fim das férias. Parece que o que é bom não dura sempre *suspiro dramático*

Por mim pode ser, idiota. Na tua ou na minha? xD

Pousei o telemóvel e encarei o Kentin. Ele estava a desenhar há cerca de meia hora. Não faço a mínima ideia do que está ali a fazer, já que deixou claro que não queria que eu espreitasse. Algo como não funcionar sobre pressão.

De Camila:

ha ha ha, cuspi um rim agora.

Na tua é claro, já passei demasiado tempo com os meus pais e preciso desesperadamente da lasanha deliciosa da Anastácia. Por favor, diz-me que a tua mãe não está e que eu vou ter direito a uma lasanha completa! xD

Para Camila:

Estás com sorte que a minha mãe vai jantar fora com o meu pai e uns sócios. Eu até era para jantar com o Kentin, mas sendo assim, eu digo-lhe que tu me vais fazer companhia

De Camila:

Kentin? O noivo jeitoso da foto do insta? Aquele que qualquer rapariga daria a vida para perder a virgindade com?

De Camila:

Nem te atrevas Annelise Williams a rejeitar um jantar com esse pedaço do céu! Convida-o para vir também, afinal rapaz russo bonito é sempre bem-vindo à minha comunidade de amigos

De Camila:

Ou de amigos com benefícios, ele que decida ;)

Para Camila:

Vou falar com ele e ver o que posso fazer por ti, desesperada xD

Guardei o telemóvel no bolso dos calções e voltei a olhar para o Kentin. Pelos vistos, ele já terminou o desenho e estava a olhar para mim com a sobrancelha erguida.

– Sim? – perguntei, sentindo-me corar por ele não desviar os olhos.

– Tens a noção que fizeste caras mesmo esquisitas enquanto lestes as mensagens, certo? – respondeu, com outra pergunta.

– Oh! A culpa é da Camila que se põe a dizer coisas estúpidas. Eu até te mostrava, mas visto que vamos jantar os três, ela ia matar-me se o fizesse – disse. Ele pareceu ainda mais confuso.

– Como assim, jantar os três? – Vamos lá Anne, tu consegues!

– Oh, pois… Bem, a Camila voltou hoje da Rússia… E ela queria jantar comigo e ver a última temporada de Teen Wolf. E eu disse-lhe que já te tinha dito que ia jantar contigo – não foi bem assim, mas não importa – e ela disse para te convidar e jantarmos os três. Ela também disse que te quer conhecer. – Ele respirou fundo e continuou a encarar-me. – Tu aceitas? – perguntei, fazendo os melhores olhos de gato das botas que consegui. Ele pareceu ponderar e por fim suspirou.

– Tudo bem, eu aceito ervilha – um sorriso rasgou-se nos meus lábios e corri até ele para o abraçar. Acabei por me sentar no seu colo, já que se encontrava sentado e assim era mais fácil para colocar os meus braços à sua volta. Encaixei a minha cabeça na curva da sua clavícula direita e murmurei em agradecimento. – Vou arrepender-me disto, não vou? – soltei uma gargalhada e deixei-me ficar mais um pouco nos braços do meu mais recente melhor amigo.

«»

– Estou a dizer-te, ele é três vezes melhor que o Dylan O’brien – a Camila disse, fazendo a sua voz mais estridente um pouco. Sim, estamos a discutir quem é mais bonito, se o Dylan ou o Ian Somerhalder – e mais velho também. Sabes que o fruto é sempre melhor maduro.

– Estás ver, meu? É por isso que eu te digo para nunca seres o melhor amigo de duas raparigas chatas como elas – a voz rouca do Daniel foi ouvida, causando olhares de morte por parte minha e da Camila na sua direção.

Nós decidimos também convida-lo já que há muito tempo não estávamos os três juntos. E assim também seria menos chato para o Ken, já que teria companhia masculina.

O Kentin soltou uma gargalhada e assentiu com a cabeça antes de falar.

– Deixa lá que eu estou quase na mesma situação. Só que no meu caso, um deles é um rapaz gay e bem, não faz tanta diferença já que estão sempre a chatear-me sobre roupa e essas tretas todas – comentou a sorrir.

Senti o meu braço ser puxado e logo estava de pé.

– Eu e a Anita vamos buscar o computador lá em cima, para pormos os filmes na televisão da sala que é maior – continuou a arrastar-me escadas a cima sem deixar os rapazes responder. – Então, tu e o Kentin a coisa é séria, certo? – disse, assim que chegamos ao quarto, com alguma malícia na voz.

– Somos amigos, I guess… – respondi, confusa.

– Tu não guessas nada! Eu vi a vossa troca de olhares durante todo o jantar, já para não falar que estavam sempre aos segredinhos os dois – revirei os olhos. Já estava a demorar… Conheçam Camila, a exagerada!

– Não é nada disso, sua abécula. Ele simplesmente estava a sempre a fazer piadas sobre a Anastácia estar supostamente apanhadinha por ele. Além do mais ele não tem confiança suficiente para falar convosco tão abertamente – suspirei. – Pode não parecer, mas apesar daquela beleza toda-

– E que beleza… – interrompeu-me, num tom sonhador.

– Ele não tem muitos amigos ou muita confiança em si. – continuei, ignorando a sua intervenção.

– A sério? É que com aquela combinação toda, eu armar-me-ia em Brad Pitt da escola.

– Ele não me fala muito sobre a escola, pelo menos até agora. Acho que lhe aconteceu qualquer coisa que o magoou.

– Amor? – disse enquanto pegava no cabo do computador.

– Penso que não – murmurei agarrando no PC e caminhando para a porta. – Acho que foi pior que isso. E seja lá o que foi, ele não merecia.

– Talvez ele te conte um dia, afinal, não me parece que a vossa amizade acabe no fim do mês.

– Fim do mês? – perguntei, sem entender onde queria chegar.

– Sim, fim do mês. Não é quando acaba o prazo do vosso “noivado”? – assenti.

– Eu não acredito que já só falta um mês… – murmurei mais para mim que para ela.

Assim que chegamos à sala, os dois morenos encontravam-se a conversa animadamente, não sei ao certo, mas quando que nos viram, as suas vozes desapareceram e encaram-nos de forma assustada.

– Deixem-me adivinhar… Conversa sobre modelos feminais? Beyoncé? Nicki Minaj? – os dois entreolharam-se e encolheram os ombros. Olhei para o Kentin, ele não respondeu, dando a entender que estava mesmo a falar disso. Senti uma pequena pontada no peito, mas ignorei e fiz o meu melhor sorriso falso. – Quem cala consente – cantarolou antes de pousar as coisas na mesa e sentar-se no sofá entre o Daniel e o Kentin. Liguei o computador à televisão e fui ao site de filmes.

– Que filme querem?

Annabelle! – responderam os três, fazendo-me revirar os olhos.

– Claro que se iam unir todos contra mim… – murmurei antes de clicar nesse filme.

– Pode ser que assim deixes de ser uma cagona, Anita – disse Camila. Suspirei e levantei-me do chão caminhando para o sofá. Ia sentar-me entre a ruiva e o Kentin, mas esta chegou-se mais para ele, fazendo-me ficar na ponta, somente acompanhada pelo meu noivo.

Vamos lá Anne, tu consegues! Sou são duas horas de pura tortura, nada demais…

«»

Escondi mais uma vez a cara no pescoço do Kentin e senti os seus braços envolverem-me.

– Eu não quero ver mais, Kentin… – murmurei, num tom choroso.

– Shh, agora é a melhor parte, Anne – disse, um pouco enervado, talvez porque desde que começou eu ainda não tenha deixado o rapaz ver o filme sossegado.

– Tudo bem, eu vou para o quarto tocar ou assim. Eu não gosto mesmo disto… – respondi, antes de me tirar os seus braços e me levantar. Ele não pareceu ter-me ouvido, mas não me importei. Se estivesse a ver um filme de que gostasse, provavelmente estaria assim.

Caminhei lentamente para o quarto com o coração a tremer, eu odeio tantos filmes de terror. Assim que lá cheguei, após vários sustos pelo caminho e ter acendido todas as luzes possíveis, peguei na guitarra acústica para dedilhar qualquer coisa, tentando acalmar-me.

Ora bem, Annelise, vamos lá, todas a músicas. Do 21st Century Beakdown por ordem.

Quando cheguei à décima, Last Of The American Girls, alguém bateu à porta do quarto, entrando sem esperar pela minha resposta.

– Anita, nós já vamos – Camila disse da porta. Assenti. O Daniel aproveitou assim que ela saiu de lá para me vir dar um abraço e murmurar um adeus, antes de beijar a minha bochecha e sair. Por último entrou o Kentin, com o meu computador nas mãos. Pousou-o na secretária e veio sentar-se ao meu lado na cama. Continuei a tocar, não me importando com a sua presença.

– Não era preciso teres ido embora, ervilha – disse, pegando na guitarra e pondo-a aos pés da cama.

– Oh! Claro que precisava… – respondi. – Eu não gosto de filmes de terror e estava a chatear-te desde o início – foquei o meu olhar na parede.

– Pensei que só precisava dizer uma vez, Anne – disse antes de me puxar para si, envolvendo-me com os seus braços musculados. – Eu não consigo ficar chateado contigo – envolvi o seu corpo com os meus braços e acomodei o meu pescoço na sua clavícula perfumada. Um beijo foi depositado na minha têmpora, fazendo o meu coração acelerar. – Nós não estávamos a falar de modelos ou coisa assim, quando vocês chegaram à sala.

– Então? – perguntei, erguendo a cabeça.

– Bem, para quê falar disso com duas raparigas tão bonitas em casa? – disse, sorrindo. Senti-me corar e voltei a esconder-me no seu pescoço.

– Então de que falaram? – perguntei, baixinho.

– Não te posso dizer, seria quebrar o condigo masculino – riu-se.

– Vocês já são assim tão chegados? – voltei a encará-lo.

– Como não gostar de alguém que te faz sorrir? – o meu coração voltou a bater freneticamente e sorri contra a sua pele. – Ainda tens medo, маленький*? – perguntou, no mesmo tom carinhoso de costume, mudando de assunto. Assenti timidamente. Ele apertou-me ainda mais e deitou-nos para trás, fazendo-nos ficar os dois deitados na cama, abraçados. – Eu fico aqui até adormeceres, que tal? – sussurrou.

– Não vás embora, eu não quero ficar sozinha – murmurei, ainda mais baixo que ele. Ele puxou-me para si, e eu enrosquei-me nele, pousando a minha cabeça no seu peito. Senti o sono vir e fechei os olhos, deixando-me intoxicar pelo seu perfume viciante.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram da prenda? xD Vou ficar a espera de comentários maravilhos de agradecimento, ouviram?
Estou a brincar, não tem de fazer nada disso, vocês sabem xD
Olhem, eu publiquei uma one-shot e deixo ficar aqui o link para vocês irem ler e dizerem-me o que acharam, que tal? xD
Link: http://fanfiction.com.br/historia/577959/Against_Fate/
Por favor, vão dar uma vista de olhos, façam-me ainda mais feliz do que aquilo que já fazem.
Vá, bom 2015, adoro-vos ♡ Até aos comentários e se não nos virmos lá, até para o ano xD