The Forest City escrita por Senjougaha


Capítulo 76
Capítulo 76 - Avistada


Notas iniciais do capítulo

O capítulo ficou curtinho, mas bom!
Espero que gostem ♥3333
FOCO NA IMAGEM NO FINAL, FOCO!
FICOU BOA?
SUBSTITUO COMO CAPA??
COMENTEMMM



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Uma semana foi tempo o suficiente pra eu me recuperar completamente da experiência de “quase morta por envenenamento”.

Seth continuava com suas gracinhas, mas conhecendo-o era bem provável que o mesmo, no fundo, só estivesse se sentindo culpado e preocupado.

Eu segurava meus materiais contra o peito e tentava abrir a porta da sala de aula para entrar.

Bufei e vi uma mão grande e morena abrí-la.

Daniel olhava para frente, fingindo nem me ver e com a mão esquerda socada dentro do bolso da calça.

Deixou a porta aberta e aproveitei a brecha que me deu, ainda que a contragosto.

Fechei-a dando um empurrão com a bunda.

Meu lugar já estava ocupado por Michele, que se insinuava abertamente para o dragão.

Parecia tê-lo esperado por um bom tempo.

Gostaria de ter visto sua cara caso ele faltasse.

Ignorei os dois e procurei uma carteira vazia qualquer.

Eu já estava ficando acostumada a sentir como se um ferro em brasa estivesse em meu estômago e um caminhão com pneus de tachinhas me atropelasse a cada vez que Daniel recebia alguma garota de braços abertos.

E com sorrisos safados.

Ele tinha se mostrado ainda mais frio depois de ter ido me salvar juntamente com o irmão.

O que era estranho, visto que dias antes ele tentara dialogar comigo normalmente.

Eu me sentia diferente.

De uma forma que não sabia explicar.

Não dava pra dizer ONDE ou O QUÊ especificamente eu tinha mudado.

Era fisicamente e dentro de mim também.

Uma mudança que você sabe que existe mas não qual é.

Se é boa ou não.

Queria que a minha voz sarcástica e rabugenta interior me guiasse, que me desse respostas.

Mas ela não estava mais lá.

Ela era eu naquele momento, nós já éramos uma só.

Cocei meu braço, que ainda descascava um pouco e me arranhei.

Senti um filete de sangue escorrer lentamente e a fileirinha de carne arder em contato com o ar.

Olhei para as minhas unhas e estranhei o fato de já estarem extremamente grandes.

Eu as tinha cortado no dia anterior.

Batuquei na mesa, pensando em contar o ocorrido para Yukina, mas provavelmente ela não saberia de nada a respeito.

Devia perguntar ao meu pai?

Depois da morte de Pedrita ele simplesmente voltou a ser o Sr. Reed com braços ensaboados, cenho franzido e cheiro de temperos.

Respirei fundo e encarei o teto, cansada daquela aula repetitiva.

Daquela vida repetitiva.

— Tem algo que queira nos falar, Srta. Reed? - o professor rechonchudo perguntou.

O encarei e sorri.

— Não - respondi - sua aula é excelente professor, eu posso até imaginar os nativo-americanos lutando, me perdoe se pareci distante.

Ele ajeitou a gola da camisa, lisonjeado, e continuou a aula.

Revirei os olhos.

Antes que me desse conta já estava observando Daniel e Michele novamente.

Ela repousava a mão na cocha do dragão insolente (que parecia gostar) e fazia beicinho.

Seu brilho labial de frango a passarinho brilhava de longe.

“Ridícula”, pensei.

Fechei meu olho azul, tentando imaginar Michele como um ser podre para que eu tivesse um motivo aceitável perante a sociedade para matá-la.

Pulei da cadeira.

— Puta merda! - gritei.

— Selene! - o professor dessa vez chamou meu nome.

Meus olhos estavam arregalados e eu piscava repetidas vezes.

Talvez fosse fruto da minha imaginação fértil.

Quero dizer… Eu desejei ver algo de ruim nela.

Mas não algo TÃO ruim.

Como se soubesse que estava sendo encarada, Michele olhou para mim.

Seu rosto bronzeado e esnobe e sua personalidade horrenda eram só uma embalagem demonstrativa para o rosto esburacado que escondia dentro.

Eu não sabia o que Michele era.

Mas estava bem afim de descobrir.


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Notas finais do capítulo

Gostaram da imagem que fiz?
E aí? Capa?