The Forest City escrita por Senjougaha


Capítulo 38
Capítulo 38 - Shippada


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora :(



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Respirei fundo e me apoiei na pia para encarar meu reflexo no espelho. Pálida como sempre.

Fechei os olhos com força e tentei ignorar Seth deitado em minha cama. Daniel insistira que o alvo do ataque surpresa dos vampiros era eu, mas não vejo um motivo para isso.

Aquela era a explicação pra eu ser escoltada por Seth por três semanas consecutivas.

Já era o início da quarta.

– Pare de batucar! - rangi os dentes, irritada.

– Isso não é modo de falar com seu cunhado - ele provocou e sorriu de lado.

Corei, mas isso não me impediu de partir para cima dele com um travesseiro, determinada a matá-lo sufocado.

Antes que eu conseguisse, a porta se abriu e uma lufada de ar quente entrou no meu quarto.

– SEL, ESTOU DE FÉRIAS DE PRINCESA, FICAREMOS JUNTAS UM TEMPÃO! - Solara gritou e se jogou para cima de mim, num abraço dramático.

Engasguei tanto com a notícia quanto com o abraço. Princesas tinham férias? Então eu estava aposentada antes de a minha carreira começar… Não que eu quisesse ter uma carreira.

– Certo, me solte - consegui dizer.

Ela me encarou decepcionada. O que ela esperava? Uma recepção calorosa? Revirei os olhos.

– Fique o tempo que quiser irmãzinha - resmunguei.

Ela sorriu de orelha à orelha e se jogou na cama ao lado de Seth. Mas quando pensei que ignorariam um ao outro, eles começaram a conversar como velhos amigos.

– Que explicação deu ao meu pai pra você estar aqui? - ela perguntou em dado momento.

– Que estamos fazendo um projeto escolar - ele deu de ombros.

– Mas as aulas já estão pra acabar - ela disse cética - ele acreditou mesmo nisso?

– Ele sabe que algo está acontecendo, então ele nem questiona - interrompi.

Era verdade. Ele sequer questionava mais quando eu chegava tarde em casa, suada, suja e cansada pelos treinamentos árduos de Daniel (que parecia ser outra pessoa quando lecionava) ou quando eu sumia sem explicação.

– Ele provavelmente sabe de tudo - Solara concordou meneando a cabeça - quero dizer… ele é Ele.

Arqueei uma sobrancelha. Sempre foi claro como a luz do sol que Solara sabia o que nosso pai era, de que raça pertencia. Mas ela nunca tocara no assunto antes.

– “Ele”? - perguntei.

– É - ela respondeu mordendo o lábio - eu não posso falar sobre isso, o que posso fazer é te dar pistas sobre ele.

Dei de ombros, fingindo não me importar.

– Eu sei que você quer saber, Selene - ela suspirou - ele é uma lenda, poderoso demais pra ficar entre os imortais comuns, por isso foi exilado no mundo humano.

O rosto de Seth se iluminou em compreensão e sua boca se abriu, mas antes que ele pudesse dizer algo, Solara lhe fuzilou com o olhar.

– Ela vai descobrir sozinha - ela disse - se nem isso conseguir, nunca será uma princesa digna de elfos.

E saiu do quarto, brava.

Por que diabos Solara estava brava?

– O que deu nela? - perguntei à Seth.

Ele deu de ombros e fez sinal de cadeado na boca. Revirei os olhos e o arrastei para fora do quarto. Onde se encontrava a chamada privacidade?

Descemos as escadas aos protestos de Seth, mas paramos quando chegamos nos ultimos degraus.

Meu pai encarava Solara com uma expressão nada amigável.

– O que você está fazendo aqui? - ele perguntou num tom de voz que nunca o vi usar.

– Vim passar um tempo com minha irmã e aquele que deveria ser meu pai - ela respondeu no mesmo tom.

– Não me provoque, garota - ele rosnou e esmurrou a mesa de centro da sala.

– Acredite ou não, estou aqui para passar um tempo com Selene - ela bateu o pé e cruzou os braços.

Desci os ultimos degraus insistindo em fazer o máximo de barulho possível.

– Solara pode ficar no meu quarto - eu disse em tom de que acabava com a conversa e arrastei Seth para a cozinha.

Meu estômago roncou de decepção ao me lembrar de que naquele dia, quem fazia o café da manhã era eu.

– Querida… Tem certeza? - meu pai perguntou, preocupado e com cara de “diga que não a quer aqui, por favor”.

Me virei para ele com o cenho franzido. Qual era o problema dele com Sol?

– Solara não tem nada a ver com meus problemas com Adalind - respondi - é claro que ela pode ficar.

Solara apareceu do nada ao meu lado e me agarrou num abraço de urso. Seu sorriso era radiante e ia de orelha à orelha. Se possível se alargaria mais. Seth resmungou algo inaudível e ela riu alto.

– Vocês se merecem - resmunguei e arrastei os pés indo para a geladeira.

O silêncio de constrangimento que caiu sobre os dois foi palpável. “Impossível Seth se sentir constrangido”, era o que eu pensava.

Tudo o que eu pude concluir é que havia algo ali. Sorri de lado e me virei para eles com os ingredientes para panquecas.

– Vocês fazem o café hoje - empurrei tudo para os braços de Seth e Solara, que se entreolharam confusos e assentiram.

– Sabe fazer panquecas, Seth? - Solara perguntou sem saber o que dizer, enquanto arrumava tudo em cima da bancada da cozinha e piscava tonta.

Cruzei os braços e observei a cena encostada no batente da porta.

– Bom, eu vejo Daniel fazendo - ele respondeu a contragosto - e já fiz algumas vezes.

Os dois suspiraram e se puseram a fazer o que deveria ser panquecas. No fim de tudo, acabei com um prato cheio do resultado passado do ponto e uma boa dose de chocolate, mas os risos dos dois eram contagiantes, então comi de bom grado.

Era bom ver Seth sorrir daquela forma. Eu não sabia o que tinha acontecido com eles no passado, mas o importante era o momento. E naquele momento, eu me sentia uma Yukina ao shippar Solara com Seth.

Algo tinha que dar certo entre aqueles dois.


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Notas finais do capítulo

Peço desculpas também pelos erros de português e pelo capítulo pequeno, mas olha só: TEM SOTH!



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