Confusions In The Enchanted World escrita por Catnip


Capítulo 11
À socapa, tramando alguma e exibindo dentaduras felinas


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Aqui estou de novo, com um capítulo que me agrada mais. Desta vez pude fazer uma revisão mais cuidada e alongar o capítulo um pouco mais.
Da última vez esqueci-me de dar também o recado: G R I M E S deixou oficialmente de escrever para esta fic. Por isso acho que não iremos contar com mais capítulos bónus :/
Com isto queria dizer também que editei o prólogo. Não ficou muito diferente, mas quem quiser dar lá uma passadinha ;)
Não me ocorre mais nada. Peço desculpa por ter excluído o outro capítulo, realmente não que queria perder aqueles comentários, mas achei que repostar este capítulo seria a melhor opção ;)
Boa leitura ^-^

Erika: http://data1.whicdn.com/images/80097161/large.jpg



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Lysbelle Frost

Acho engraçado o facto de que mesmo passados tantos anos, os meus pais não me conheçam nem um pouco. Para eles faz todo o sentido que eu fique trancada em casa numa sexta-feira à noite, enquanto uma festa em casa da minha arqui-inimiga ocorre no outro lado da cidade.

Pois sim.

Para além de de este castigo ser totalmente injusto, não surtirá qualquer tipo de efeito. Recuso-me a ficar fechada em casa sem ter culpa alguma no assunto. E de qualquer maneira, tenho coisas combinadas que demoraram demasiado tempo a planear para serem abandonadas agora.

É claro que os nossos planos tiveram de ser um pouco alterados devido às circunstâncias - obviamente que estando de castigo, eu não poderia simplesmente sair de casa como se nada se passasse. Tive de procurar outra estratégia.

Decido que a melhor opção que tenho é sair pela janela e deixar a porta do quarto trancada. Quem vier bater e não tiver resposta irá pensar que já estou a dormir ou simplesmente num dos meus momentos de ‘‘frustração-de-adolescente-revoltada’’, como todos chamam à minha suposta habilidade de fazer de tudo um grande problema.

Não sei se já deram conta mas qualquer coisa de mal que aconteça perto de mim, é minha culpa.

Pelo que ouvi, Helena e Katherine estão prestes a sair para a festa, o que me faz pensar que eu própria já devia estar pronta.

Visto qualquer coisa rapidamente ao mesmo tempo que procuro a minha bolsa e tento encontrar a minha sapatilha o pé direito. O meu quarto não está propriamente arrumadinho, por isso levo mais tempo do que o que pretendia para me vestir.

Acabo por demorar tanto tempo, que Patrícia é obrigada a bater à minha janela.

Dirijo-me a ela rapidamente, e abro-a, deixando-lhe espaço para entrar.

– O que é que te aconteceu? – Pergunta – Esquece já percebi – diz logo depois com uma careta, assim que repara na confusão em que está o meu quarto.

– Já estou quase pronta – digo, agarrando nas chaves, batom e spray de gás pimenta atirando tudo para a minha bolsinha de uma só vez. Encontro o meu gorro preto, e coloco-o na cabeça às pressas, tentando colocar todo o eu cabelo dentro dele.

Dirijo-me à porta do meu quarto trancando-a, e volto para o pé de Patrícia.

– Tudo pronto, podemos ir – digo. Ela levanta-se da cadeira da minha secretária onde se tinha sentado, enquanto eu pego na corda de lençóis que tinha feito mais cedo e a faço descer pela janela, dando a ponta em que seguro a Patrícia.

Desço até onde o lençol me permite, e salto o resto da distância que falta. Dou um tombo digno de casca de banana, e não podia, claro, deixar de ouvir o riso de Charlie por causa disso.

– Tanta experiência no assunto, e mesmo assim continuas a não conseguir uma aterragem perfeita – diz gozão.

Ignoro-o e vejo Patrícia puxar o lençol para dentro, deixar a janela entreaberta e descer a voar, parando graciosamente ao meu lado.

– Trouxeste o combinado? – Pergunto a Charles. Ele assente.

– Devíamos ir andando – Diz Patrícia – daqui a pouco já estão a soprar as velas e nós aqui parados.

Charles dirige-nos até à sua mota, uns quarteirões afastada da casa. Passa-me um capacete e roupas de motar, colocando o dele em seguida.

Ele sobe para a mota, e eu copio os seus paços, sentando-me atrás dele, preparada para passar os braços à volta da sua barriga.

– Encontramo-nos lá? – Pergunta Patrícia, flutuando ao pé de mim. Aceno afirmativamente e ela sobe rapidamente no céu. Felizmente está a usar calças, por isso nada de ataques contra o pudor.

Charles liga o motor, e depressa nos vemos a atravessar as ruas do reino a alta velocidade.

Erika Safiris

Estou neste momento sentada no terraço, entretida a observar o movimento do (enorme) jardim das traseiras.

Uma festa de aniversário, uma ótima maneira de passar a noite. E nem estou a ser irónica, é realmente um alívio ficar fora de treinamento mágico por uma vez que seja.

Pena eu detestar música eletrônica. E bebidas. E multidões. E dançar. E festas.

Avisto as cabeleiras loiras dos Montgomery’s mais velhos e reconheço também Seth, por ter deixado as asas estarem à vista. Vejo a banda subir ao palco, ajustando o que quer que seja na quantidade de fios e instrumentos que lá estão. Olho mais um pouco e apercebo-me que Eric Hood, o moreno das guitarras, discute qualquer coisa com uma ruiva que abana a cabeça negativamente várias vezes.

Sinto a minha garganta ficar seca, e decido-me a procurar alguma coisa fresca para beber.

Desço do terraço, e dirijo-me ao jardim, não vendo necessidade de me desviar de ninguém, já que os outros faziam isso por mim.

Ser irmã do anfitrião da festa tem as suas vantagens, como esta. E para além da minha identidade, acho que o facto de eu ter mantido os meus caninos de tigre desde a transformação de hoje de manhã, também exerce alguma influência nesta minha facilidade em passar entre a multidão.

Sim leram bem: caninos de tigre. Bizarro? Eu diria excentricamente espetacular, mas o olhar de susto que me lançam sugere-me que talvez nem todos concordem comigo.

Ando, ando, e chego ao bar lotado de adolescentes. Como eu disse, ser irmã do anfitrião tem de trazer certos benefícios, que no caso me dão a liberdade de entrar pelo bar a dentro sem precisar de esperar na fila.

Enquanto preparo a minha mistura de cola e 7-Up, sou surpreendida por uma voz que estou longe de considerar agradável:

– Safira! Bom ver-te por cá. Terias a gentileza de me servires a mim e à minha amiga algo que nos aquecesse? – William Snow. Só podia. Ao lado dele uma morena baixinha de cara fechada, que parece estar a gostar da noite tanto como um coelho sem pelo gosta do frio.

Ao ver que não lhe ia responder, o Snow mais velho estende a mão dele e toca suavemente na minha, como se um toque destes me fosse convencer a ser sua escrava amorosa, e a submeter-me a fazer tudo o que ele quisesse.

Ok, eu posso até admitir que aqueles olhos azuis são bastante hipnotizantes, mas eu não sou nenhuma filha de princesa desesperada por um príncipe encantado. Por favor! Era o que me faltava andar a servir bebidas ao filho da Branca de Neve.

A única resposta que encontro à altura é bufar-lhe agressivamente num ato tipicamente felino, expondo os meus caninos afiados. Ele tira a mão da minha repentinamente e afasta-se, levando a morena de cara fechada com ele.

Ao que parece até o filho da Branca de Neve se pode surpreender de vez em quando.

Com o meu copo de bebida fresca em mãos, abandono o local com cheiro a álcool e procuro algo que me deixe interessada.

A minha busca não dura muito já que, para minha surpresa, encontro uma rapariga de cabelo vermelho, parcialmente escondido por um gorro, com um ar que eu diria ser bastante suspeito.

– Por aqui Frost? – Pergunto, vendo-a virar-se bruscamente para mim, possivelmente assustada por ter sido reconhecida.

– Erika – diz ao reconhecer-me. Falha miseravelmente em esconder o seu alívio.

– O que andas a tramar? – Insisto.

A gelada das chamas hesita em falar de início, mas pouco depois cede. Agarra-me o braço e puxa-me para uma área mais reservada:

– Eu digo. Somos capazes de precisar da tua ajuda de qualquer forma.

– Então? Desembucha de uma vez! – Não sou propriamente paciente.

– Ok – Olha em volta certificando-se de que ninguém a está a ouvir – Estamos a planear um ataque-surpresa. Só temos uma oportunidade para fazer com que resulte. O alvo está marcado, o armamento pronto. Está tudo a postos. Estão apenas à espera do sinal.

– Armamento?

– Três foguetes encantados, um de cada direção, disparados ao mesmo tempo.

– Efeito?

– Estão preparados para lançar os feitiços ‘’Grande penugem’’, ‘’Galinha choca’’ e "Encantamento de retardo mental temporário'', respetivamente.

– Objetivo?

– Vingança. Bónus: causar um episódio de total embaraço à vítima e fazer deste aniversário algo memorável.

– Alvo?

– A tua irmã.

Letícia Dunbroch

Não foi algo bonito de se ver. Eu até acho graça em pregar partidas, mas esta definitivamente não me dá vontade de rir.

Para além de que alguém podia ter morrido.

Dou graças aos céus de não ter ido na conversa de Jason, que me quis convencer a usar saltos para a festa. Em vez disso calcei as minhas usuais sapatilhas o que me ajudou bastante na hora de fugir.

Outra coisa que me ajudou com isso foi a mão de Eric. Admito que estava demasiado concentrada na música para me preocupar com o incêndio que começava perto de mim. Se Eric não me tivesse puxado, com certeza eu ia demorar mais que o saudável para me apressar a sair do local do perigo. Talvez nem sobrevivesse sem uma grande queimadura.

– Estás bem? – pergunta-me Jason, quando chega perto de nós.

Aceno afirmativamente e pergunto-lhe o mesmo:

– Eu também. Acho que não há ninguém muito ferido. Tirando a Hannah e um tal de Jake. Mas convenhamos que a Safiris já estava a precisar… - ele não chega a acabar a frase porque Eric o interrompe bruscamente:

– Disseste Jake? - Pergunta assustado.

Jason mal tem tempo de acenar com a cabeça, e Eric já está a correr para a confusão outra vez.

Sigo-o por entre os grupos de gente abalada e chamuscada que se foram acumulando à volta da casa. Andamos às voltas por ali, mas nem sinal do irmão do meu amigo.

– MAS QUE RAIO! Onde é que ele está?! – Eric exclama, despenteando o cabelo com a mão. Não o posso censurar. Acho que me sentiria da mesma forma, mas andar por aí a gritar não vai resolver nada.

– O Jason disse que ele estava mal. Talvez seja um dos que foi nas carruagens de emergência para o Hospital.

Mas isso não parece acalmá-lo. Pelo contrário, acho que o deixa ainda mais nervoso. Se é que isso é possível.

– Olha, ficar aqui parado não te vai adiantar de nada. O melhor que temos a fazer é pedir boleia para casa. Se calhar nem lhe aconteceu nada, e o Jason estava só a fazer filmes.

– Para casa? Mas estás maluca? O meu irmão perdido por aí e tu queres que eu vá para casa como se nada fosse? – Pobre e mal agradecido! Pelo menos estou a tentar arranjar um plano, enquanto ele fica ali parado tipo donzela em perigo. Que aconteceu ao Eric Hood que se arriscou no fogo para me salvar?! Este aqui parece-me um completo banana.

Visto que ele não está apto tomar boas decisões sozinho, terei de ser eu a fazê-lo:

– Pronto. Pedimos emprestado um cavalo aos Safiris. Passamos no hospital à procura do Jake. Se ele não estiver lá, voltas para casa. Assunto resolvido.

– Como é que vais fazer os Safiris emprestarem-te um cavalo? São mais sovinas que o Tio Patinhas!

– Vai ser canja.

_O_

– Ainda não acredito que me fizeste roubar um cavalo à diretora da escola! – diz-me ao ouvido, enquanto guia o Mustang pelos trilhos difíceis daquela parte do bosque.

O vento está muito forte, e parece vir de todas as direções. Não é normal, pelo menos não na floresta, que costuma ser mais abrigada. As folhas a balançar e os pingos de chuva que começam a cair abafam quase completamente a voz de Eric.

– Ela nem vai dar por ela! – grito, tentando ser audível – está demasiado preocupada com os gritos da Hannah por ter as roupinhas de marca todas queimadas!

Ele ri-se fracamente, e fica obvio que ainda não se esqueceu de Jake, por isso tento desviar o assunto.

– Mas é um belo animal! – digo, afagando a crina vermelho escura do corcel – Muito…original.

– Acho que se chama Embers. Era o que estava escrito no estábulo pelo menos.

– Felizmente o fogo não chegou lá. Não ia ter hipóteses de se salvar sozinho.

– Já estamos a chegar – diz, quando passamos as últimas árvores da floresta. O caminho deixa de ser tão acidentado, mas em contra partida o vento e a chuva estão cada vez mais fortes.

– Nunca pensei que só numa noite ia sobreviver a um incêndio, roubar um cavalo e apanhar uma molha até aos ossos! – grito uma vez mais.

– Segura aqui – manda ele, passando as rédeas para as minhas mãos. Fico atarantada pelo gesto repentino, mas faço o que ele diz. Fico curiosa, e virou a cabeça para trás, vendo-o tirar o casaco de cabedal e atirá-lo (sem qualquer tipo de delicadeza) para cima da minha cabeça. Em seguida agarra as rédeas novamente.

– Pensei que soubesses montar! – reclama indignado, puxando Embers para a direção oposta onde nos dirigíamos. Posso ter-me distraído só um pouco.

– Eu sei montar! Melhor que tu até! – digo indignada.

– Nota-se – goza, dando um sorrisinho de troça. Olha para mim e:

– Mas vais usar isso ou quê? Não o tirei porque estava com calor!

Apercebo-me que Eric não é o único cujos neurónios foram afetados pelo acidente, e visto o casaco dele desajeitadamente. Ainda está quentinho.

– Obrigada – digo.

– Obrigada eu – rebate.

– Pelo quê?

– Por estares comigo.


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Notas finais do capítulo

Então? Melhor pelo menos um pouco?
Eu espero que sim ^^
Digam-me o que acharam. Acho que corrigir os erros todos, mas se encontrarem algum digam por favor :3 Fico à espera dos vossos comentários, críticas, elogios, sugestões, ideias, dúvidas e tudo mais ;)
Agora novamente, agradecimentos:
Obrigada à Lado Twice por ter confiado em mim para ser co-autora numa das suas fics :3 para além de ser uma leitora fiel e muito perspicaz ^^
Obrigada a Filha de Atena, Dama Misteriosa, Grind, LittleGirl, Penny Chan, Ankh, Scarlett Potts Stark, Amaya Kane Di Ângelo e Leth por comentarem sempre ou quase sempre, dando-me vontade e inspiração para continuar a fic :)
Agora acabando com o mel e passando a assuntos mais sérios:
Tenho uma ideia para o próximo capítulo que será baseada no ponto de vista da narradora da história. Daí eu gostasse que lesem o prólogo novamente pois será em princípio escrito naquele género. Enfim, ainda é só uma ideia, por isso se não for bem sucedida verão no próximo capítulo pois terei voltado ao formato normal.
Acho que é isso :)
Espero que me tenha redimido um pouco.
Beijinhos ^.^