Confusions In The Enchanted World escrita por Catnip


Capítulo 10
Festas, tombos e gente inconvniente


Notas iniciais do capítulo

HEY! Catnip voltou finamente ao ativo ^^
Demorei até menos do que estava à espera, mas ainda sim foram umas semanas.
Espero que gostem do capítulo. Nada de espetacular, mas acho que ficou muito melhor que o anterior ;)
Até às notas finais e boa leitura :)



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Katherine Frost

– Por favor Helena! - implorei pela milésima vez - tu sabes que vais gostar! Tu adoras festas, porque havias de faltar a esta?

– Por que é que haveria de ir?! - grita - Para passar uma enorme vergonha outra vez?!

– Ok, também não é preciso gritar - tento acalmá-la, mas não tenho sucesso. Quando Helena quer ser dramática, não há nada que a segure.

– É claro que é preciso! - grita novamente. - se soubesses como foi vergonhoso estarias a agir exatamente como eu! - Que exagero!

Mas obviamente não lhe posso dizer isso. Era capaz de ficar zangada se ridicularizasse a situação dela. Já me chega estar chateada com Hannah, não quero ficar mal com a minha irmã também.

No entanto, isso não altera o facto de Helena estar a fazer uma tempestade num copo de água. Anda toda a gente tão preocupada com o que vestir para a festa de Caleb, que ninguém tem tempo de pensar onde anda a Frost que se declarou ao namorado da minha melhor amiga. Ou Ex melhor amiga.

Bem, não interessa. O importante agora é convencer a minha maninha mais nova a ir comigo a esta festa porque sem ela os meus pais de certeza não me deixarão ir.

Obviamente que recorreria a primeiro a Lys porque ela nunca diz que não a uma boa saída na sexta à noite, mas depois de os meus pais descobrirem que tinha ficado de castigo na escola outra vez, foi automaticamente proibida de sair de casa a não ser para ir à escola.

– Vá lá Helena, sem ti não terá tanta piada! - o que não deixa de ser verdade. Metade das pessoas que vão lá estar não conheço, e vou precisar de coragem para conseguir encarar Hannah depois da nossa última discussão.

Provavelmente nem iria não fosse a minha mini conversa com Caleb depois das aulas:

“ – Apareces amanha à noite? – pergunta uma voz que reconheço imediatamente.

Fecho a porta do meu cacifo e encaro-o espantada. Ele nunca tinha falado comigo na escola antes.

– Sim, em princípio sim – digo baixinho. O que se passa comigo? Eu não sou assim!

Ele abre um enorme sorriso, e eu retribuo involuntariamente.

– Ótimo! Vemo-nos lá então – diz, começando a afastar-se - Não te esqueças da minha prenda! – pisca-me o olho e em seguida vira-se, saindo para o pátio.

Eu limito-me a ficar parada durante uns cinco minutos a sorrir que nem uma idiota.”

Suspiro.

– Katherine! Ouviste alguma coisa do que eu te disse? – pergunta Helena impaciente.

Aceno negativamente e faço um sorriso arrependido.

– Andas muito distraída ultimamente – observa, abandonando praticamente toda a sua exasperação – o que se passa?

Tinha mesmo de dar uma de boa irmã agora que tenho um segredo a esconder?

– Nada – minto.

– Nada mesmo? – insiste – Espero que não tenha nada a ver com a Hannah, eu não queria mesmo arranjar problemas entre vocês as duas, mas aquela rapariga consegue ser uma piranha às vezes.

– A coisa há de se arranjar – digo, e depois tento dar um tom animado à minha voz – Então, agora que está decidido que vens comigo, o que vais usar?

– Quem disse que vou? – pergunta indignada.

– Eu disse – diz minha mãe, aparecendo à porta do quarto de Helena vinda do nada – estás obviamente a precisar de sair de casa, e eu não aguento mais ter de ouvir a vossa discussão.

– Vês? Tudo decidido – digo, já farta da conversa.

– OK, pronto – diz Helena derrotada – mas só por que a mãe quer.

Menina da mamã. Humph.

– Acho que não há problema para o pai em vos levar. Mas quero-vos de volta à meia noite! – exige.

– Isso é muito cedo! – reclama a minha irmã.

– Não é nada cedo – responde a minha mãe num tom de voz cortante - o inverno aproxima-se, por isso não vos quero na rua até muito tarde. Quanto mais em casa dos Safiris.

Que raio de justificação é esta? A mãe nunca teve problemas com a diretora até onde sei. Claro que ela não é uma mulher propriamente fácil de se lidar, mas não me lembro de nenhuma circunstância em que a minha mãe tenha tido razões para dizer mal dela.

Helena dá outro suspiro de derrota, este ainda mais audível e a minha mãe aproveita a deixa para sair.

– Agora já estás pronta para falar do que vais vestir? – pergunto - É que eu gostava de usar algo do teu eu armário. Não consigo encontrar nada de que goste no meu.

Helena levanta-se dirigindo-se ao (enormíssimo) guarda-roupa dela. Procura durante uns segundos e traz-me um saco de papel grande.

– Nunca cheguei a usar porque não tive oportunidade – diz – mas acho que te deve ficar melhor a ti por causa dos teus cabelos loiros.

– Obrigada maninha querida – agradeço pegando no saco e dando-lhe um beijo ruidoso na bochecha.

Dirijo-me ao meu quarto, ansiosa para ver o conteúdo do saco, e não me desiludo. Um belo vestido azul e branco novinho em folha.

Visto-o imediatamente na esperança de que me sirva, e serve! O tamanho ideal. Talvez seja um pouco curto para o tempo que está, mas o frio nunca me incomodou de qualquer maneira.

Helena Frost

Mesmo a cerca de cinco metros da porta da frente da mansão, já é possível ouvir o barulho ensurdecedor da música vinda de dentro.

Eu e Kath despedimo-nos do papá Jack, e seguimos para a porta. Apesar do barulho não se vê ninguém.

Katherine procura a campainha e toca durante uns segundos.

Nada acontece.

Tenta outra vez, e o resultado é o mesmo.

Farta de estar à espera, avanço e experimento rodar a maçaneta.

A porta abre com pouco esforço. Levanto a sobrancelha para Katherine, e ela sorri constrangida.

Estranho uma mansão destas não ter nenhum porteiro. Talvez seja porque toda a gente sabe quem á vive e não se arrisca a entrar sem ser convidado.

Somos imediatamente assoberbadas pelo barulho, luzes e multidão do lado de dentro. O corredor à nossa frente está quase vazio, mas as enormes portas do salão estão totalmente abertas, dando-nos a visão de uma enorme multidão dançante.

Para o que inicialmente iria ser um jantar, esta festa de ultima hora está bastante cheia.

Atravessamos o tal corredor, e quando chegamos ao pé da porta obrigo Katherine a parar.

– Não estás mesmo a pensar em meter-te nessa confusão pois não?! – tenho de gritar para que me consiga ouvir.

– Preciso de encontrar o Caleb! – grita de volta, abanando o saco de presente que tinha na mão. Aí lembro-me que isto é uma festa de aniversário e eu mal conheço o aniversariante. E ainda por cima nem uma prendinha trouxe.

De qualquer modo tenho a certeza que nem vai reparar nisso. Vai estar demasiado ocupado a apaixonar-se perdidamente pela minha maninha eu está linda de morrer esta noite.

Ela pensa que me engana, mas é mais que óbvio que este não é só o Caleb. Anos de convivência com Katherine ensinaram-me o suficiente para saber que este é sim, o Caleb.

Andamos uns passos para dentro do salão, e eu decido dar a mão a Kath para não corrermos o risco de nos perdermos uma da outra.

Encontrão aqui, pisadela acolá. Vou sair cheia de nódoas negras.

Andamos às voltas pelo salão durante uns dez minutos, e nada de Caleb, ou gente conhecida – tirando a pequena paragem para ser apurpurinada por Clark, que achou boa ideia despejar um frasco de glitter no meu cabelo.

Aquele rapaz irrita-me profundamente. Killian contou-me da visitinha que ele fez a casa dele no outro dia. Como é que alguém consegue ser assim tão rude?!

– Kath! – chamo por ela – acho que vou à casa de banho!

– OK! – grita de volta – por ali! – aponta para um corredor do lado direito, que julgo ser a casa de banho.

Separamo-nos, cada uma para seu lado. Tento chegar à casa de banho o mais rápido possível, mas parece que cada vez mais e mais gente se põe à minha frente.

Alcanço o corredor, onde o ar já é mais fresco, e procuro a casa de banho.

Vou para bater na primeira porta que encontro, quando a mesma se abre, mostrando a figura de nada mais nada menos do que Charles Reindeer.

Maldita a hora em que decidi vir. Ainda não aconteceu nada que valesse a pena relembrar, e a cara deste idiota é que eu quero de certeza esquecer.

– Olhem só, se não é a minha querida priminha – diz trocista – não sabia que te davas com o Safiris.

– Também não tens nada a ver com isso – digo fria e sigo em frente. Ou tento, porque ele instantaneamente se põe à minha frente bloqueando-me caminho.

– Deixa-me passar – exijo.

– Não me parece – diz divertido – ainda não falamos sobre a reação da tua mãe quando soube da verdade. Então? Chorou muito?

– Deixa de ser idiota e sai da minha frente!

– Aposto que cobarde como é nem sequer tem coragem de ir enfrentar Anna, que a propósito é outra cobarde.

– Está calado! – tento passar por ele para me afastar mas ele segura-me e sussurra no meu ouvido:

– Não me digas que herdaste também a cobardia delas. É por isso que te estás a esquivar desta conversa? Não tens coragem de enfrentar a verdade? – o tom de voz dele era venenoso.

– Larga-me! – eu debatia-me nos braços dele, tentando soltar-me, mas isso só o fazia apertar-me com mais força. Usaria os meus poderes nele, mas não teria qualquer efeito. Vim a saber que ele também controla o gelo.

– Acho que ela disse para a largares – diz uma voz que não consigo identificar por trás de mim.

– Não te metas nisto Montgomery. Não é nada contigo! – Charles diz. Tenta soar ameaçador, mas apercebo-me de que está ligeiramente nervoso.

– Deixa-a em paz Charles – a voz está mais perto – ela não te fez nada.

Charles hesita, mas acaba por me largar. A rapidez com que o faz apanha-me de surpresa e faz-me cair redonda no chão.

Charles vira costas amuado e volta para dentro da divisão que antes pensei ser o banheiro.

– Estás bem? – pergunta-me a voz estendendo-me a mão. Agora que olho com atenção reconheço Edward, o único rapaz filho dos Montgomery.

– Estou. Obrigada – digo aceitando a mão dele, e levantando-me.

– Sou o Edward – diz. Sim eu sei. Toda a gente sabe.

– Helena Frost – digo e tento sorrir. Quer eu quera quer não, o que Charles disse afetou-me de certa forma.

– Então, Helena Frost, concede-me a honra de uma dança?

Eu seria tola se recusasse uma dança com o filho da Aurora. Não só tola como cega.

E ao que parece, os meus olhos estão de perfeita saúde.

Connor Reindeer

O bom das festas de Caleb é que podes encontrar todo o tipo de pessoas e mais algumas.

E não só pessoas, como todo o tipo de escumalha arrogante e nojenta. Tendo como exemplo: James Notre Dame e Hannah Safiris.

Claro, é óbvio que Hannah iria estar presente na festa de aniversário do irmão, mas ter a imagem dela com a língua do Notre Dame enfiada na boca durante metade da noite está a dar-me cabo do estômago.

Não que eu sinta algo por ela. Pelo menos já não.

Decido que estou farto de ficar quieto, a tentar ignorar o barulho dos beijos daqueles dois e vou para o exterior à procura de algo interessante para fazer.

Não ando nem três metros e ouço alguém chamar-me:

– Hey! Connor!

Viro-me, dando de caras com Jason, acompanhado por Letícia, que vale a pena salientar estava de vestido. Letícia nunca usa vestidos.

Interessante.

– Hey! – respondo, aproximando-me deles.

– Não fazia ideia de que vinham – digo, dirigindo-me mais para Lê, já que ela não é muito do tipo de festas.

– Não era para vir – diz – mas Jason convenceu-me à última da hora. E o Eric vai tocar hoje. Somos meio que a claque dele.

Aceno em concordância e não digo mais nada.

Quem me dera saber ser socialmente simpático.

– Então…- começa Jason – como está o teu irmão?

Já não falo com Charles desde o dia do baile de debutantes, mas também não tenho interesse nisso. No entanto respondo mesmo assim:

– Bem. O costume.

Ele acena com a cabeça.

Não sei o que devo dizer. O meu pé começa a bater quase que involuntariamente e quando dou por isso estou a assobiar uma canção de adormecer.

E é aí que a vejo. Uma cabeça loira, baixinha por ali a passear. Não acredito que Caleb a tenha convidado para a festa se anos dele! A rapariga é a coisa mais chata e tagarela que conheci toda a minha vida! É impossível que sejam amigos.

Despeço-me rapidamente de Jason e Letícia com a desculpa qualquer inventada à ultima da hora, e fujo.

Raios, esta rapariga perece que me persegue! Uma autêntica praga.

Ando cada vez mais depressa e vou olhando para trás de vez em quando, para confirmar se ela ainda não reparou em mim.

De repente: Pum! Vou contra uma outra loira gira e atiro-a ao chão. Sm querer obviamente.

– Desculpa! – digo, ajudando-a a levantar.

– Sem problema – diz ela com uma voz e sorriso de anjo. Quando a olho melhor reconheço-a: Alyssa Montgomery.

Ela tira mão da minha e sorri constrangida. Eu desvio o olhar e relembro-me do porquê de estar a correr.

Vejo Erin ao longe a olhar fixamente para o sítio onde estou e assim que percebe que sou eu dá um enorme sorriso e vem em minha direção.

Entro em pânico, e pondero a opção de começar a correr outra vez, mas a loira de cabelo comprido já me alcançou.

– Connor! Não esperava ver-te aqui! – diz entusiasmada, ou melhor super entusiasmada.

Eu só aceno, e olho para Alyssa, que continuava ali, não faço ideia do porquê.

– Aly! – diz Erin, agora virada para ela – que bom ver-te! – diz abraçando-a.

– A ti também – responde ela. Vejo uma oportunidade de me escapulir, e tento afastar-me delas.

– Connor! Onde vais? – pergunta Erin, agarrando-me no braço.

– V-Vou…- gaguejo, não sei que desculpa dar, e ela está olhar para mim com aqueles olhos grandes e sinceros, abertos de expectativa – vou buscar algo para beber.

– Ótimo, vou contigo – diz animada, e entrelaça o se braço no meu – queres vir também Aly?

– Não obrigada, acho que vou procurar Seth – diz a sorrir- vemo-nos por aí.

– Ok até já – diz Erin, e depois começa a puxar-me em direção ao bar.

Só a conheci a semana passada, e ela age como se fossemos amigos de longa data. O pior é que nem amigos somos. Ela é tão chata. Sempre a falar, sempre a fazer perguntas. Não aguento.

No entanto, não há nada que a afaste. Principalmente na escola. Onde quer que eu vá, lá está a loirinha à minha espera depois das aulas, ou a pedir para se sentar comigo à hora do almoço.

E nem com todas as indiretas do mundo ela percebe que não quero estar com ela. Gostava de ser capaz de lhe dizer isso diretamente, mas era preciso que ela se calasse pelo menos durante uns cinco segundos. Para não falar na cara de cachorrinho abandonado dela quando está triste. Eu não me considero uma pessoa sensível, mas até o meu irmão Charles, o rei dos insensíveis, concordaria que deixar Erin triste é um crime contra a humanidade.

Pior que triste só vê-la zangada. O braço engessado do Show é um ótimo exemplo da sua fúria.

Mas suponho que a dada altura se vai fartar de andar atras de mim e me vai deixar sossegado. É só aguentar mais um pouco.


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Notas finais do capítulo

Link da Erin que não estava a funcionar: http://girlstalkinsmack.com/wp-content/uploads/2014/11/scarlett1.jpg

Então? O que acharam?
Katherine apaixonada, Helena a caminho disso e Connor? Será que ele odeia mesmo a loirinha de olhos sinceros?
Digam-me o que acham. Se gostam ou não de como apresento os vossos personagens, o que gostariam de ver mais na fic, o que gostariam de ver menos, erros ortográficos, sugestões, críticas construtivas, elogios... por favor, adoro ler os vossos comentários :3
Acho que repararam que Charles é como que um vilão agora. Bom, há uns tempos eu disse que iria eliminar as personagens cujos autores não comentassem frequentemente, o que teria acontecido com Charlie, mas como achei que a história estava a precisar de alguém assim mais mauzinho, decidi deixá-lo ficar, mas para ser quase que um vilão.
Outra coisinha: a nova fic que estou escrevendo com a diva Lady Twice já foi postada. É também uma interativa. Se quiserem passem no meu perfil para dar uma olhadela ^^
Penso que por hoje é tudo ;)
Espero que tenham gostado.
Beijinhos ^^