As Crônicas de um Gatinho Medroso escrita por Lady Spugna


Capítulo 1
I. Iniciativa para um novo começo


Notas iniciais do capítulo

Olá! ~
Como eu disse nas notas da história, a fanfiction é também como uma crítica social. Aqui irei colocar um pouco de tudo que vemos nos adolescentes/pré-adolescentes de hoje em dia e minha opinião sobre eles (Boa ou ruim).Tive um pouco de receio ao postar.
Eu realmente nunca escrevi uma comédia romântica, que creio que é um dos gêneros mais complicados de se escrever (Arrancar risadas de alguém não é fácil para mim). Maaaas, como já estou aqui não irei voltar atrás.
Boa leitura!



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Passar horas e horas fazendo coisas que nunca iriam contribuir em nada para minha vida é minha especialidade. Nunca se esqueçam disso.

Neste exato momento estou levando minhas malas de viagem para o apartamento de meu pai, em São Paulo, cidade da garoa e poluição. Eu morava com minha mãe em Portugal, no entanto tive que vir para cá por conta dos problemas dela. Sim, ela foi presa, após não aceitar os inúmeros remédios para curar sua maluquice, receitados pelo médico. Ainda não sei bem o verdadeiro motivo de sua prisão, mas com certeza ela se meteu em encrencas, como sempre.

Quando eu entrei meu pai me recebera bem, até fez docinhos e coisas gordurosas com rostinhos felizes para eu comer. Ele sempre foi meloso, vivia me mandando e-mails e cartinhas para mim, ao contrário de minha mãe, que mal se importava com seu filho (Nem tenho certeza se sou o único filho dela). Sempre quis saber o motivo para os dois terem tido relações, eles não eram nada parecidos!

Minhas primeiras impressões sobre ele foi que o apartamento era bem pequeno e no prédio não havia atrações para o lazer, creio que por conta de meu velho não ser tão rico como minha mãe (Sempre me perguntei de onde ela tirava tanto dinheiro, desconfiava de que ela era uma prostituta bem popular). Meu quarto, assim como o apartamento, era minúsculo. Havia um armário velho quase que acabado; uma televisão; um computador em cima de uma escrivaninha aparentemente suja; prateleiras na parede e uma cama de solteiro que ficava logo abaixo da janela coberta por uma cortina azul escura. Era perfeito para mim! Exceto a parte da cama que ficava abaixo da janela. O sol poderia me atacar todas as manhãs, isso seria irritante. Ou talvez um monstro pudesse me atacar às noites, mas isso não vem ao caso.

Eu abri minhas malas e resolvi que agora era a hora da arrumação. Tinha que deixar aquele canto imundo com carinha de Victor! Comecei a tirar todas as roupas das malas e jogar para cima, tentando procurar meus livros e gibis. Estava uma completa desarrumação dentro das malas, esperava que nada tivesse quebrado ou estragado dentro daquela bagunça toda.

Enfiei todas as roupas no armário, sem mesmo as dobrar. Aquilo estava do jeitinho que eu gosto! Em seguida, coloquei cuidadosamente minhas figuras de ação na prateleira junto com mangás, gibis e livros ao lado. Conectei meu console com a televisão e peguei até uma flanela úmida para limpar a poeira que se encontrava lá. Meus preciosos não precisavam morrer com a sujeira do quarto. E que se danem as roupas! Existe máquina de lavar, não é? Elas podem aguentar um tempo na sujeira do armário que está caindo aos pedaços.

Fui sempre apaixonado por qualquer tipo de literatura e jogos que iam desde os de cartas e tabuleiros até os de eletrônico. Mas, infelizmente, nunca tive ninguém para compartilhar destes gostos. Tinha vezes em que eu jogava com minha mãe e outras com o meu chefe de trabalho da loja, no entanto pouco eles ligavam para o meu entusiasmo, apesar de que os tempos em que eu jogava com eles eram tempos preciosos.

Meu hobby é colecionar figuras de ação e ler mangás atualmente. Algumas vezes alguns meninos vinham me bater por conta de meus hobbies um tanto “nerd” e é claro que sendo como eu sou nunca me defendi e fiquei me escondendo como um gatinho medroso.

Para finalizar, pendurei um pequeno espelho no canto do quarto e colei algumas figurinhas velhas que achei em alguns cadernos que eu trouxe para cá. E comecei a fitar a imagem de Victor Madeira refletida no espelho. O tão esquisito Victor. O tão julgado Victor e seu sobrenome de árvore!

Olhei mais para aquela criatura do espelho e tenho que admitir... Sempre tive uma cara estranha de garota — tão caçoada por meninos e meninas de minhas tantas antigas escolas — que vinha acompanhada por cabelos bagunçados castanhos com franjas que batem em meu olho. Com a puberdade só me veio mais e mais espinhas, e minha voz ainda continua fina. Eu usava uns óculos comuns, pretos, e para dizer a verdade eu quase que não vivo sem eles. E meus olhos não havia uma cor diferente e impactante, eram negros, apenas.

Eu nunca havia sido alguém bonito que tinha namorada ou um cara legal com vários seguidores em sua volta. Mas agora morando em São Paulo quero mudar o meu jeito de viver. Sei que vou me aventurar e encontrar ótimos amigos. Serei alguém normal! Alguém que terá uma namorada, alguém que perderá seu BV e virgem de uma vez por todas! Jogarei até minhas figuras de ação no lixo, e também meus mangás! Ei, ei, espera aí! Também não poderei exagerar tanto, não é? Acho que acabei me empolgando um pouco demais.

Eu me joguei na cama satisfeito com a arrumação, e puis-me a ficar absorto em meus pensamentos, mas fui interrompido por um barulho estridente da porta se abrindo. Era meu pai, e seu sorriso estava indo de orelha a orelha. Provavelmente não é coisa boa que se vem por aí.

— Victor, meu filhão lindo! — Ele berrou alto fazendo com que meus ouvidos doessem. Fala sério, ele conseguia ser ainda pior que minha mãe, que mal se importava comigo. — Eu tenho uma proposta que você irá com certeza aceitar! Caso contrário... — O pai me olhou com a cara feia, é claro que eu teria de aceitar, mesmo contra minha vontade.

— E o que seria? — Eu perguntei um pouco desinteressado, me levantando de cima da cama.

— Bom... Como você sabe a nossa família é muito conhecida por nossa famosa loja de tapetes e cortinas importadas e feitas a mão, a IM! Cortinas & Cia. E é claro que eu irei te pedir para herdá-la quando for maior! Não é um máximo? Mas por enquanto te pedirei para cuidar dela, não será todos os dias, apenas de quintas e quartas, pois nesses dias irei trabalhar um pouco na loja de confeitos de seu avô.

Meu pai, após terminar de falar, começou a dar risadinhas, parecia bem animado, realmente. Mas eu... Eu não estava nada animado! Essa é uma proposta que não posso rejeitar só que eu não quero aceitar também! E não tinha nem conhecimento dessa tal loja. De onde ele tirou isso? Acho que estou um pouco atrasado no tempo. Meu avô não havia morrido?

— Tá. — Eu simplesmente respondi, meio que involuntariamente. Afinal, não era nada mais do que isso que se esperava sair de minha boca. Parabéns, Victor! Você novamente aceitou algo que era para rejeitar, devido a sua grotesca bondade.

Ele deu um pulo de felicidade, estava vibrando. Logo depois saiu de meu quarto, parecendo gritar para os vizinhos que conseguiu. Calma, pai, ninguém precisa te ouvir. Daqui a pouco os síndicos vão chegar e reclamar do barulho. E depois de tanta algazarra ele voltou para o quarto. Aquele era meu pai!

— Estou muito feliz, Victor! Creio que você será um ótimo trabalhador! Irei pensar em te dar até um salário bom se completar o trabalho como eu vou te ordenar.

Até “pensar”?

— Que nada, pai. É claro que eu vou te ajudar. — E mais uma vez eu falo involuntariamente.

— Obrigado, filho! É por isso que eu te amo! — Ele disse saindo do quarto. Agora é que eu senti uma falsidade nesse “amor”. É como se ele estivesse me usando. Não é nem “como”, é certeza!

Mas pensando bem, se ganhar esse salário eu poderei gastá-lo do jeito que eu bem entender. Vou poder gastar comprando mais jogos e mangás. Opa, quer dizer... Gastar com as garotas bonitas que eu irei conhecer. Óbvio.


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Notas finais do capítulo

Bom... Agora é com vocês. Se gostou se sinta a vontade para comentar, principalmente para fazer críticas construtivas e que me ajudarão a melhorar de algum jeito. Eu acho que não irei demorar muito para postar o próximo, isso vai depender da quantidade de leitores.
Beijinhos! E até a próxima! ~



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