A Noiva escrita por Felipe Melo


Capítulo 19
Capitulo 19


Notas iniciais do capítulo

Noiváticos cheguei rápido. Adorei escrever esse capitulo, bem ao final coloquei o ponto de vista de um das personagens de A Noiva, além do ponto de vista de Liz sobre a história vocês vão ver o lado de mais uma personagem na história... espero que Gostem... Boa Leitura e Beijos....



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Capitulo Dezenove

(Se quiser ser meu futuro, esqueça meu passado)

– Felipe Melo

Eu entrei na sala de Victor após mais ou menos uma hora. Cristian saira dali, mas não tivemos contato. Eu estava nervosa, e Victor apenas me olhava. Talvez com o olhar de decepção, mas talvez também com raiva. Thomas com certeza comentara meu nome com ele. Eu apenas sustentei o olhar.

– Elisabeth – disse Victor – crê que aqui podemos conversar abertamente? Ou esconderá as coisas?

Não respondi de imediato. Como poderia responder o que quer que ele pergunte sobre a noite passada? Eu não lembrava nada!

– Não posso responder suas perguntas – minha voz saiu estremecida – quando digo que não me lembro de nada, eu realmente não lembro.

Victor permaneceu impassível, eu apenas tentei manter minha postura. Qual é? Eu era realmente uma irresponsável. Agora começava a entender o termo adolescente.

– A senhorita não se lembra de nada? Acha que vou acreditar nessas besteiras?

– Victor... Eu...

Fui interrompida pelo seu olhar. Esperei que ele gritasse comigo, mas ele fechou as janelas, as portas e apenas a luz do sol era visível, por entre as persianas chiques nas cinco janelas.

– Cristian nunca foi de confiança. E eu quero que algo fique bem claro Elisabeth, eu não tolero mentiras. Meu filho está saindo do hospital hoje à tarde, e tenho quase certeza que ele irá querer vê-la. A senhora entende que é vital para a recuperação do meu filho?

Permaneci calada. O que Thomas pensaria quando soubesse de tudo? Ele estava voltando. Havíamos-nos discutido na noite em que ele sofrera o acidente. Isso me machucava. Meus olhos ficaram marejados e as lágrimas começaram a escorrer.

– Eu sinto muito...

– NÃO A SENHORA NÃO SENTE – gritou ele – meu filho a ama Elisabeth. E quando ele souber do que ocorreu, é capaz de entrar em depressão. O caso de Cristian é mais fácil, mandá-lo para a Inglaterra, será ótimo. Thomas não precisará saber, mas a senhorita...

Então Cristian havia sido transferido? Melhor assim...

– Victor – disse eu – eu não posso mais ficar aqui. Quanto Thomas chegar, não quero estar mais aqui...

– Você acha que sendo esse “exemplo” de honestidade conseguirá com que a culpa não caia sobre você? Eu decido seu futuro enquanto estiver aqui e a minha decisão é...

Não esperei que ele me esculachasse mais. Levantei-me da cadeira e andei para a porta. Minha estadia nesse Castelo da Ordem havia acabado. As lágrimas que eu chorava agora, e derramava eram de frustração. Não poderia desvendar a morte de Melina. Não poderia participar das competições, esse lugar por pior que parecesse havia se tornado meu lar.

– A senhorita pensa que está indo aonde? – disse Victor – você não será eliminada da competição Elisabeth...

A palavra Competição me fez virar instantaneamente. Victor levantara da cadeira e caminhava em minha direção. Eu não sei o que fazia se chorava ou o abraçava.

– Eu não sei como... Eu não acredito...

– Porém – disse Victor – a história chegara aos ouvidos de Thomas. Mas peço que a senhorita não o abandone. Quero que me faça um favor Elisabeth...

Victor parecia tenebroso, mas mais que isso. Parecia velho demais, quase com a idade que teria. Pois na verdade Victor é bonito, assim como seu filho.

– Eu Faço – minha voz saiu tremula, mas mesmo assim me contive.

– Quero que a senhorita seja a mais sincera possível com Thomas. Meu filho não merece decepções.

– Eu entendo – minha voz saiu embargada, mas me contive.

– Ah – disse ele quando eu estava abrindo a porta – fique longe de encrencas. O castelo é mais vigiado do que parece.

–//-

Andei para espairecer. Mas uma vez eu estava na competição, tinha feito besteiras e precisava concertá-las não sei como. Tudo em minha vida tinha mudado tanto, eu esperava que depois da morte de Melina eu conseguisse ao menos desvendar alguma coisa. E o que consegui foi, o livro roubado, brigas e agora ir para a cama com um coroa!

– Sua Vida está ótima – comentei para mim mesma – não tem como ficar pior...

Ouvi risadas. E não eram risadas sinistras, mas sim risos de alegria. Fui devagar para não tropeçar, e perto da arvore estava Felipe. Sorri ao vê-lo rindo, suas covinhas me impressionavam, mas essa felicidade durou pouco. Ele estava com uma menina. Linda. Cabelos pretos em corte a altura dos ombros, olhos claros. Uma Barbie. Eu a reconhecia, mas não sabia da onde.

– Leonora – disse Felipe – que bom que somos amigos – a voz de Felipe estava normal, mas a cena não parecia que eram simples amigos. Cerreis os punhos.

– Feh – disse ela– bem que poderíamos ser mais que amigos. Eu não ligo...

– Sabe que não posso – disse ele – não é você que eu amo...

– Não me venha com aquela tal de Liz de novo. Ela não presta...

O simples modo como ela disse meu nome fez com que eu quisesse socar a cara dela.

– O que está querendo dizer?

– Não sabe ainda?

– Liz está no quarto – disse Felipe – sem fofocas Leonora!

– Não preciso contar – disse eu saindo das sombras – Felipe eu...

– Estava espionando? – disse Leonora – isso é feio...

– Liz – disse Felipe – eu te devo uma explicação...

– O que? – disse Leonora rindo – ela que te deve uma explicação...

– Cala a boca – gritei eu – não estou falando com você...

– Porque não conta pra ele logo? – disse ela parando ao lado de Felipe – ela foi PRA CAMA COM CRISTIAN. TODO O CASTELO FICOU SABENDO...

Felipe parecia angustiado, ele na verdade olhava para mim como uma desconhecida. Eu apenas queria abraçá-lo e pedir perdão. Eu não queria machucar ninguém.

– Viu só – disse Leonora sorrindo – ela nem ao menos te conta a verdade...

– CALA A BOCA - gritou Felipe, lágrimas escorriam de seu rosto – EU NÃO QUERO MAIS OUVIR...

– Felipe eu queria...

– NÃO LIZ CHEGA – disse ele – VOCÊ NÃO PRESTA! EU PENSEI QUE TALVEZ... QUE TALVEZ NÓS PUDESSEMOS... VOCÊ É UMA VAGABUNDA...

– Felipe eu não admito que você me chame assim... Eu...

– VOCÊ QUER QUE TE CHAME COMO? – ele ajoelhara no chão agoniado. Leonora também estava assustada.

– Vamos conversar em outro lugar... Feli...

– EU NÃO QUERO MAIS OUVIR SUA VOZ – ele se aproximou de mim pegou meu rosto com as duas mãos, eu podia sentir seu hálito – ESTÁ SENTINDO? É MEU CORAÇÃO! VOCÊ NÃO SABE COMO EU SONHEI EM TE BEIJAR AGORA... COMO EU QUERO...

Eu me afastei. Virei de costas e sabia que eu chorava também. Não me importava que Leonora estivesse ali. Tudo que estava acontecendo comigo eu merecia. Eu magoara Felipe. Depois disso não haveria mais volta...

– Elisabeth – disse Felipe – eu te amei... Mas não posso mais persistir no erro...

Não respondi. As palavras seriam duras. As palavras arrancariam meu coração. Eu causara aquilo. Eu desgraçara minha vida.

– Eu não quero mais ver você – disse ele – e por isso vou pedir demissão...

– Não – disse eu me ajoelhando – Felipe não...

– Eu sei o que é melhor para mim – ele olhava o nada, não me olhava mais – não finja que se importa. Porque eu também não me importo mais com nada...

Ele foi andando na direção de Leonora que sorriu e continuou andando com ele. Eu sentia vontade de gritar, de sair, mas tudo parecia tão distante. Eu amava Felipe. Mas desgraçara minha vida. Eu errara, mas as peças daquela noite não pareciam totalmente encaixadas... Que diabos estavam acontecendo...

–//-

Carmela (Ponto de Vista)

Ela não se importava com ninguém. Ela estava sentada em sua cadeira rosa chique e parecia muito contente. Os planos para eliminar Elisabeth estavam corretos, e correndo muito bem. Ela não tinha do que reclamar. Cristian a enganara direitinho, ela afinal era uma menina. Mas um perigo, Carmela sabia que Elisabeth tinha uma personalidade forte. E ela tinha planos para Thomas, tinha planos para o governo.

– Quando Thomas chegar - disse ela rindo – Elisabeth estará detonada demais para negar o que fez...

Uma batida na porta, ela não esperava visitas. Na verdade ela não gostava de pessoas. Carmela evitava contato com quase todas. Desde pequena era chamada de anti-social e metida. Mas ela não ligava hoje todo esse desprezo às pessoas valeram à pena. Ela é poderosa.

– Posso entrar? – sussurrou aquela voz tão familiar que ela conhecera tão bem durante dezoito anos.

Aquela voz. O único motivo que a fazia vibrar, a única razão pela qual lutava e arquitetava seus planos. Não podia parar, ele era um dos seus motivos...

– Entre – disse ela – que bom que veio...

– Estava com saudades – eles se aproximaram e deram um abraço.

Em umas das sete torres do castelo, a subchefe da ordem abraçava se filho que a dezoito anos, permanecera escondido.


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Notas finais do capítulo

Se gostarem comente... Beijos e Beijos.. Recomendações e mais recomendações..



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