PdV – Bendy

Eu estava caçando algo pra comer como sempre faço quando o grupo de Zen se aproximou de mim, Zen é um monstro em auto estágio de decomposição cujo fedor de carne podre até eu consigo farejar, não sei quem foi ele antes e nem como virou um zumbi sei apenas que ele veste um uniforme de comandante da marinha que esta em estado tão deplorável quanto ele próprio sei que ele fala muito mais que eu e que é aterrorizante mesmo entre os outros grupos de zumbis que estão por ai.

– Traa-aidor-raaa – falou o sem braço ele também fala mais que eu embora seja muito menos inteligente.

Eu não gosto de andar em grupo pelo simples fato de quando consigo comida os outros vêm mais rápidos que deveriam para cadáveres cujos membros do corpo ficam caindo por todos lugares esse é mais um motivo para ficar longe deles que estão sempre esbarrando uns nos outros. O sem braço está acompanhado por mais três e Zen não esta junto, se eu ainda respirasse agora daria um suspiro de alivio, Zen tem mais um defeito ele sente prazer em matar outros zumbis que o contrariam e eu não sou um exemplo de lealdade.

Eles quatro estão se aproximando de mim, puxo a adaga que peguei de um delicioso humano que devorei alguns anos atrás e aponto para eles, Zen não é o único zumbi que mata zumbi não me incomoda fazer isso, não tenho medo de morrer uma vez que já estou morta, mas isso não significa que vou deixa-los me levar para aquela coisa maldita que mais parece um ressuscitado do inferno.

Infelizmente o tempo esta levando minha agilidade junto com meu corpo, estou lenta demais para me defender de quatro por mais arruinados que eles estejam dou um passo para trás, nunca absolutamente nunca de um passo para frente quando estiver em perigo demonstrar medo apenas deixa seu inimigo mais confiante o que em uma desvantagem como a que eu estou é perfeito para um ataque surpresa. Falando em surpresa...

PdV – Robert

Essas criaturas estão ficando mais inteligentes tenho certeza disso, antes podia encontrar vários deles pelo caminho a qualquer hora do dia, mas nos últimos anos tenho notado a preferência deles pela noite o que torna meu sono noturno algo mais raro se continuar dormindo durante duas horas por dias entre cochilos vou acabar me tornando um deles ou pior terei que ir para uma dessas drogas de colônias cheias de regras e desculpas esfarrapadas para ficar o dia todo sem fazer nada.

Freio o carro de repente e Hambúrguer grunhe atrás de mim não sei se ele esta irritado pela focinheira ou é por tê-lo tirado do banco da frente, provavelmente os dois, mas não tenho tempo para tentar descobrir pego minha pistola e acelero passando em cima de um zumbi, desço da minha van e paro ao lado da mulher de cabelos pretos que esta lutando contra os zumbis sozinha e com uma faca pequena. Atiro contra os três que sobraram em pé, tiros certeiros entre o que devia ser sobrancelhas enquanto eles me olhavam como se eu fosse um disco voador.

Baixo minha arma e olho para a mulher. Ergo a arma novamente e preparo para atirar. A mulher é uma zumbi.

– Vii-vo – diz ela.

Primeiro não sei se atiro ou se grito, ela não grunhiu nem agarrou meu braço em vez disso ela falou.

– Vii-vo – a coisa repetiu e apontou para mim, é claro que estou vivo e por que ela fala está morta não devia nem estar em pé.

– Sim – respondi me afastando dela e com a arma mirada em sua cabeça ela continua parada e ergue a adaga contra mim.

– Zu-umbi e-eu

– Você é um zumbi e eu não isso já notei, como pode falar?

Ela piscou e baixou a adaga, deu uns passos e me deixou ali. Um defeito meu às vezes não resisto a ficar longe de confusão e isso de falar com algo que pode me devorar é uma experiência a ser vivida. Eu fui atrás dela que estava entrando em uma casa, entrei com a pistola erguida pronto pra atirar.

– A quanto tempo esta morta?

Eu tenho que saber como ela parece tão normal, esta usando jaqueta preta, calça preta larga e tênis. Se não estivesse fedendo gente morta e suja como esta poderia se passar por humana desde que ficasse de boca fechada e usasse um par de óculos escuro.

– Muiiito ano-os

– Muitos anos, 10? 20? 30?

– Mais

– Mais? Você foi transformada a mais de 40 anos?

– Sim

Céus ela foi uma humana de quando meu pai era criança, isso foi muito tempo antes de eu nascer. Ela parou e agachou havia um rato preso em uma caixa depois de tira-lo a morta se virou de costas para mim e começou a comer o bichinho, virar não foi muito esperto vi o reflexo dela no que sobrou de algo que devia ter sido um quadro de artes e ver alguém comendo um rato com tanto prazer me embrulhou o estomago. Isso não significa que vou perder a oportunidade de saber mais sobre zumbis, ELA FALA!.

PdV – Bendy

Aquele homem vai ficar agora me seguindo? Ele me olhou almoçar e agora vem atrás de mim, pra variar ele tem cheiro de carne fresca e isso esta me abrindo o apetite. É o primeiro humano não transformado que vejo em 8 anos e seria uma pena se ele fosse o ultimo, tenho que me livrar dele antes que vire meu jantar. Mas ele não para de fazer perguntas e eu penso mais rápido que sou capaz de falar quer saber como aprendi falar e o porquê dos outros estarem tentando me matar, acho que ele não notou que já estou morta.

– Você não quer falar ou não consegue?

Uma pergunta inteligente agora.

– Não con-on-onsi

– Não consegue, foi o que eu pensei. Você é a primeira coisa inteligente que acho nos últimos meses sabe onde posso achar comida por aqui? Comida para humanos.

É claro que é pra humanos ou será que ele resolveu entrar no clima da situação e comer carne humana só pra não se sentir estranho? Coisa inteligente, já fui humana para minha infelicidade.

– Vem

Vou leva-lo até um mercado talvez assim me livro dele. Ele entrou na van. Finalmente saiu trás uma faca grande e preso em uma coleira com focinheira o que restou de um saboroso cachorro que parece que foi zumbificado acho pelo tamanho e pela cor que foi um dobermann ou algo parecido, se a carne nele não estivesse tão podre quanto a minha seria um ótimo petisco.

PdV – Robert

Segui minha guia semimorta em silêncio até um mercado onde abasteci uma sacola de enlatados e coisas que me podem ser uteis como pilhas e bebidas alcoólicas para meu transporte. Depois ela me guiou de volta para onde a encontrei, estávamos no fim do caminho quando ela para e me empurra para trás ergui minha pistola achei que ela fosse tentar me morder, mas ela agachou atrás de um carro e olhou atenta para onde estava minha van eu olhei da esquina e vi alguns zumbis parados ali. Me escondi novamente atrás da parede e esperei. Por horas.

Senti a mão de alguém me puxando e vi que era a mão de minha companheira zumbi. O caminho estava livre os zumbis não estavam mais lá. Prendi Hambúrguer na van e guardei meus mantimentos agradeci a mulher zumbi e dirigi, na esquina olho pelo retrovisor e ela esta andando direção contraria. Que tudo o que há de sensato no universo me de sorte em mais uma aquisição.

Parei e voltei.

– Vem comigo?

Ela me olhou, não sei dizer o que se passa na mente de uma morta, mas acho que ela estava pensando depois de olhar em volta ela aceitou vir comigo.

– Qual seu nome? – presumo que ela tenha nome

– Bre-brem. Bendy

– Prazer Bendy, me chamo Robert, tenho 20 anos fui criado fora das colônias eu tinha uma irmã, mas ela virou zumbi quando foi mordida por um amigo deixei eles dois juntos a muito tempo, ai encontrei o Hambúrguer e estamos tentando cuidar um do outro a focinheira é para prevenção caso ele resolva saber que gosto tenho, no mais caça sua própria comida. E você, consegue-me dizer como é sua vida ou morte?

Ela olhou para fora e esta tentando falar, mas não são palavras claras. Eu sou maluco ou coisa pior ficar sozinho tempo demais esta me fazendo acumular coisas muito medonhas, primeiro Hambúguer que tem gosto por cachorros e animais vivos espero que não resolva comer humanos também, agora Bendy uma zumbi que parece ter cérebro intacto e que come ratos. Será que vou ter que colocar focinheira nela um dia ou terei que meter um tiro em sua cabeça? Ao menos não corro risco de vê-la ser mordida e transformar em um deles.