A Seleção - Uma nova Chance escrita por Nathy Prior, Booh, Pérola


Capítulo 34
Capitulo 34 - Cartas


Notas iniciais do capítulo

Chegueeeeeeei! Booh ta na area! Com um capitulo que, na minha opinião, vai deixa-los sem palavras! haha
Reta final! ai ai!
Bom gente.. Nao tenho muito o que dizer. Só que eu me diverti muito com essa experiencia nova, que foi fazer fic em grupo. Amei responder cada comentário e amei cada recomendação.
Ainda nao tenho certeza, mas acho que esse é o penultimo capitulo. Estamos em fase de escolhas e atitudes. Vou parar de enrolar, né?
Enjoy!



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– Senhorita, acorde – Beth me balançava.

– O que foi? – perguntei, meio zonza.

– A senhorita dormiu demais. Esta atrasada para o café – June respondeu, me ajudando a levantar.

– Como esta Beatrice?

– Não sabemos – Milla disse.

Assenti e me arrumei em tempo recorde. Desci correndo, e todas estavam lá, menos Beatrice. Ela estava ficando mais simpática e isso me cortava o coração. Clarkson chegou, andando de cabeça baixa ao lado de sua mãe e atrás do rei. O rei, aquele desalmado. Tenho certeza que foi ele. Os lideres franceses ainda estavam com a gente. Patrick entrou e piscou para mim, me fazendo ficar da cor de um pimentão.

Nem ousei olhar para Clarkson, porque ainda estava muito estranho entre nós. Comi em silencio, querendo me livrar logo daquela tortura. Queria ir ver a Beatrice. Acabei de comer e me levantei, pedindo licensa. Andei apressada em direção a ala hospitalar.

– Amberly? – ouvi alguém me chamar.

– Patrick, oi – eu disse, sem graça.

– Esta passando bem?

– Sim, porque não estaria?

– Esta parada na porta da ala hospitalar – ele disse, apontando para cima de mim.

Olhei na direção, no intuito de esconder que estava ruborizando de novo. Porque ele causa isso em mim? Olhei novamente para ele, sorrindo de lado.

– Vim apenas visitar – eu disse, torcendo os dedos.

– Posso acompanha-la? Eu fiquei sabendo da outra selecionada, a que caiu.

– Beatrice. Sim. Eu não sei o que aconteceu. Estava aqui quando ela chegou.

– Uns funcionários me disseram que ela estava debruçada na mureta da varanda do primeiro andar quando caiu. Q foi um milagre ela estar viva.

– Nossa. Mas são o que? Uns cinco, seis metros!

– Como eu disse, milagre.

Ela não caiu! Ela foi jogada. Ai caramba. Virei e desatei a correr, procurando por ela. Quando a encontrei, ela estava dormindo. Sentei ao seu lado e segurei sua mão. Patrick chegou logo em seguida e parou ao meu lado. A enfermeira entrou e disse que ela estava bem. Só que ainda estava inconsiente. Mas que todos os exames se mostraram promissores.

– A pancada foi muito forte, mas não foi o suficiente para causar danos permanentes – ela disse.

– Beatrice é dura na queda – eu disse, com lagrimas nos olhos – literalmente.

Patrick soltou uma risada e a enfermeira o acompanhou. Ela também estava levemente ruborizada. Ufa, não sou só eu.

– Ela pode me ouvir? – perguntei.

– Não temos certeza. Mas acreditamos que sim.

Assenti e voltei a olhar para ela. Apertei sua mão e a enfermeira saiu.

– Beatrice. Por favor. Fique bem. Nossa recepção foi um sucesso. A França se aliou a Illéa. Isso é bom, não é? Sua parte foi muito elogiada por Marise, ela disse que foi uma escolha extremamente inteligente. Você esta bem Beatrice.

– Vocês eram muito próximas? – Patrick perguntou.

– Estávamos começando. A seleção é difícil e cada uma reage de uma forma. Mas quando estamos na elite, tudo fica mais intenso.

– Ela é linda. Ate mesmo dormindo. Bom, todas vocês são lindas. Clarkson tem sorte.

– É, deve ser.

– Você não gosta dele?

– Gosto. Esse é o problema.

– Desde quando gostar de alguém é um problema?

– Desde que isso não seja o suficiente para a outra pessoa.

– Então meu amigo Clarkson é um bobo. Porque não vejo como águem como você “não ser suficiente”.

– Você se surpreenderia.

POV Clarkson

– Com licença – Patrick disse, se levantando da mesa.

Ontem ele estava conversando com a Amberly, e eles sumiram juntos. Agora, logo depois que ela sai, ele sai também? Ah não! Levantei no intuito de segui-los. Preciso saber o que esta acontecendo.

– Já vai filho? – meu pai perguntou.

– Sim.

– Antes, pegue em meu escritório aquele envelope pardo para entregar ao rei Issac.

– Mas agora? – perguntei, olhando para a porta.

– Agora Clarkson!

Sai batendo o pé, me sentindo uma criança de pirraça. Corri ate o escritório, peguei o maldito envelope e voltei, o entregando ao rei.

– Agora, se me dão licença – eu disse, indo embora.

Rodei pelo castelo a procura de Amberly. Onde ela esta? Claro, Beatrice! Corri ate a ala hospitalar e ouvi sua voz, bem distante. me aproximei em silencio, pegando o final da conversa.

– Desde quando gostar de alguém é um problema?

– Desde que isso não seja o suficiente para a outra pessoa.

– Então meu amigo Clarkson é um bobo. Porque não vejo como águem como você “não ser suficiente”.

– Você se surpreenderia.

Não. Isso não esta acontecendo. Ela ainda esta chateada. E o Patrick esta como sempre usando isso a seu favor. Ele é muito meu amigo, mas não tem muita consideração com os sentimentos alheios. Deixo meu corpo mole e bato de costas na parede, causando um ruído grave no quarto. Droga, eles ficaram em silencio. Agora já foi. Continuo parado, esperando. A porta se abre e Amber põe a cabeça para fora.

– Clarkson? – ela pergunta, saindo.

– Como ela esta? – pergunto, fingindo que nada aconteceu.

– Desacordada. O que esta fazendo aqui?

– O que o Patrick esta fazendo aqui? – pergunto.

Ah ótimo. Meu filtro entra o cérebro e a boca não esta funcionando. Ela me olha, com os olhos cerrados. Patrick sai, com os lábios franzidos.

– Porque não pergunta para mim? – ele diz – vim ver o que aconteceu com a pobre da selecionada.

– Amberly? Será que podemos conversar? – pergunto, ignorando a presença de Patrick.

– Não, eu vim ver a Beatrice.

– Amber..

– Clark.

– Por favor – imploro.

– Você pedindo ”por favor”? – Patrick pergunta, cruzando os braços – Não achei que fosse viver tempo o suficiente para ver isso!

– Cala a boca Patrick!

Ele riu, balançando a cabeça. Segurei o riso e voltei a olhar para Amberly, que estava me olhando seria. Ela suspirou e saiu andando. Olhei para Patrick, que segurava o riso.

– O que? – perguntei.

– Você esta tão de quatro! Acaba logo com isso enquanto estou aqui, dai posso cortejar alguma selecionada.

– Você não presta Patrick! – eu disse rindo.

Corri ate Amberly, que já estava distante. Ela saiu em uma das varandas e cruzou o braço, olhando para o horizonte. Parei ao seu lado, e pude admirar seu belo perfil por alguns segundos. Tão serena, tão pacata, mesmo com raiva.

– Então? – ela perguntou.

– Eu achei que estávamos bem – eu disse.

– Eu também. Ate você dizer que eu não era o suficiente.

– Você é suficiente. É mais que suficiente. Eu disse que às vezes o amor não é. Não para a realeza. Às vezes somos forçados a fazer algo pelo bem do país.

– Isso quer dizer que mesmo que você me ame, e eu te amo. Isso não significa que ficaremos juntos?

– Estou fazendo tudo o que posso. Estou tentando dobrar meu pai. Mas ele é tão autoritário, tudo do jeito dele sempre.

– Eu sei – ela cochichou.

– O que? – perguntei, querendo ter certeza do que ouvi.

– Nada.

– Amberly. O que você sabe?

– Nada Clarkson. Deixe-me voltar para a Beatrice.

Agarrei seu braço a puxando para mim. Ela tropeçou nos próprios pés e perdeu o equilíbrio, vindo em encontro ao meu peito. A envolvi pela cintura, a mantendo ali, perto de mim.

– Amber?

Ela levantou os olhos, que agora estavam marejados. Não. Ela esta prestes a chorar. O que o idiota do meu pai fez agora? A puxei para um abraço e ela me envolveu pelo pescoço, soluçando de leve.

– Amber, por favor!

– Eu estou com medo Clarkson. Beatrice esta inconsciente porque sabe demais. Eu também sei demais.

– Do que você esta falando?

– Eu quero ir embora.

– O que? Não! Não Amber! Não!

– Não me obrigue a ficar aqui.

– Não vou permitir que você saia. Não ate me contar o motivo.

– Não posso. Já falei demais.

Ela já não sustentava mais seu peso, estava inteiramente em minhas mãos. E eu estava perdendo a força. Ela quer me deixar. Senti que eu estava caindo. Quando percebi, estava sentado no chão e Amberly chorando, sentada em meu colo.

– Por favor Amberly. Eu posso te proteger.

– Você não protegeu a Beatrice!

– Porque eu não sabia!

Ela se acomodou em meu peito. Esperei ela falar, torcendo para que não precisasse implorar mais. e ela começou. Ela começou a falar. Coisas horríveis. Meu pai tem uma amante? Uma das minhas selecionadas? Eu já beijei Alice, isso significa.. Eca!

Eu não conseguia falar, apenas ouvia. Minha mãe sabe? O que raios esta acontecendo? Ele ameaçou a Amber. Por isso ela tentou ir para casa a um tempo atrás. Beatrice sabe demais e simplesmente cai? O que eu posso dizer? Estou em choque!

Meu pai é uma ameaça para mim, minha mãe, e minha garotas. Já basta. Não vou tolerar mais um minuto disso. Sobrecarregado com todas essas informações, me senti forte. Não posso tolerar mais isso. Levantei Amberly e a carreguei no colo ate seu quarto.

– Aonde você vai? – ela perguntou, depois que a coloquei na cama.

– Falar com minha mãe. Vou dispensar vocês de suas tarefas de hoje.

– E a eliminação?

– Isso é comigo. Por favor, descanse.

Ela assentiu e abraçou o travesseiro. Respirei fundo. Me parte o coração vê-la daquela forma. Voltei ate ela e a beijei. Que saudade de seus lábios e do que eles causam em mim. O mundo pode cair ao meu redor, mas os lábios dela são reconfortantes e me passam paz.

Interrompi o beijo cedo demais. Tenho muito o que fazer. Sai do quarto, topando com Katherine próximo a escada. Ela estava mais pálida e seus brilhantes olhos verdes estavam opacos.

– Katherine? – chamei.

Ela levantou o olhar ate o meu e assentiu. Ótimo, ela também deve saber muito. Ela esta aterrorizada. A abracei e percebi que ela tremia.

– Onde você estava? – perguntei, ainda a abraçando.

– Com a Beatrice. Ela.. Ela está tão mal!

– Vem, vou acompanha-la ate seu quarto.

Ela assentiu e se afastou de mim devagar. Segurei sua mão e beijei seus dedos antes de começar a andar. Ela olhava para baixo o tempo todo. Quantas delas sabem? Parece que só eu estou por fora! Quando entrei em seu quarto, fechei a porta e a direcionei para a cama. Sentei, ainda segurando sua mão.

– Não fique com medo. Eu vou proteger vocês. Cada uma de vocês – eu disse ternamente.

Seus olhos estavam marejados, mas ela sorriu. Porque elas tem que ser tão bonitas? Não sei o que deu em mim, mas eu acabei me aproximando dela e a beijei. Ela pareceu surpresa, mas não se afastou. Ela sabe que eu amo a Amberly. Mas também gosto dela. Me preocupo com ela. Katherine é tão meiga e inocente. Quero que ela se sinta querida, que saiba que me importo com ela. E a única forma que encontrei de mostrar isso, foi beijando ela.

– Preciso ver as outras meninas – eu disse, encerrando o beijo.

– Okay.

Acariciei seu rosto e sai. Corri ate a ala hospitalar e encontrei Patrick, ainda ali, ao lado de Beatrice.

– Atraído? – perguntei, o assustando.

– Tem como evitar? – ele perguntou, rindo.

– Posso abusar de sua atração por ela, e pedir para que não a deixe sozinha?

– Farei esse sacrifício por você, príncipe.

– Obrigada amigo. Agora preciso correr. Tenho que conferir todas as outras.

Andei pelos corredores vazios e entrei no quarto de Hannah. Ela estava sentada na cama, olhando para o nada e acabou se assustando. O que deu em mim para entrar assim?

– Desculpe. Esqueci os bons modos – eu disse.

– N-não, tudo bem – ela gaguejou.

– Esta bem? – perguntei, sentando em sua cama.

– Ainda não sei o que pensar sobre o acidente da Beatrice – ela disse, calmamente.

– Por quê?

– Ela dizia umas coisas antes de apagar. Estou feliz que esteja viva. Mas estou preocupada. Nunca achei que fosse ver a Beatrice com aquela expressão de medo. Dentre todas, nunca imaginei ela.

– Beatrice é uma guerreira, não? – perguntei, sorrindo.

– Sim, ela é – Hannah respondeu, sorrindo.

– Sinto muito, sabe, por vocês estarem passando por isso.

– Não precisa se desculpar. Viemos por livre e espontânea vontade.

– Ainda assim – eu disse, me inclinando sobre ela.

Ficamos próximos, bem próximos. O suficiente para um beijo. E foi o que ela fez. Hannah se inclinou e beijou meus lábios timidamente. Nossos lábios se encaixaram e permanecermos ali, parados. Não foi aquele beijo extraordinário, mas foi bom. Me afastei lentamente e ela sorriu. Acariciei seu rosto e sai. Dessa vez eu bati a porta. Ashley abriu rapidamente e arqueou as sobrancelhas, me fazendo arfar. Aqueles olhos..

Passei a mão em volta de sua cintura e a puxei para um beijo. O que deu em mim hoje? Com a Ashley era sempre intenso. Ela retribuiu o beijo, envolvendo meu pescoço e bagunçando meu cabelo. Ela me afastou e sorriu de lado.

– Você não presta, majestade.

– O que? Por quê? – perguntei, rindo.

– Porque você devia estar beijando a Amberly.

– Ate amanha Ashley – eu disse, me retirando e rindo.

Andei lentamente, com os braços atrás do corpo. Agora, eu preciso agir. Não posso permitir que meu pai faça isso. bati no quarto dele e minha mãe abriu.

– Filho?

– Queria dar uma palavrinha com meu pai.

– O que voce quer falar?

– Sobre a seleção.

– Não pode esperar ate amanha?

– Não. Onde ele esta?

– No escritório, revisando uns relatórios.

– Ótimo. Ate amanha mãe.

– Filho! – ela me chamou, quando comecei a me afastar.

– Sim, mãe?

– Não faça nenhuma besteira.

– Pela primeira vez eu sinto que farei algo certo.

Voltei a andar, sabendo que minha mãe me observava ir embora. Bati a porta da Alice e esperei, ela abriu com um sorriso no rosto, mas quando me viu, o sorriso fechou um pouco.

– Majestade? A que devo a honra? – ela perguntou, voltando a sorrir.

– Eu queria um momento a sós com você – eu disse, usando meu melhor tom de voz.

– Queria? – ela perguntou, levantando a sobrancelha.

Alice esta flertando comigo? Ótimo!

– Ainda quero. Muito. Pode me acompanhar senhorita? – perguntei, entrando no jogo dela.

– Para onde vamos? – ela perguntou, se apoiando no batente da porta.

– Surpresa. Gosto de surpreender – eu disse, me aproximando dela.

Alice sorriu, convencida e passou por mim. Indo para o meio do corredor. Andei ate ela, com um sorriso convencido e a peguei pelo braço, a puxando para mim.

– Que agressivo – ela disse, em meu ouvido.

– Você ainda não viu nada – eu disse e comecei a puxa-la.

Alice deu uma risadinha e me acompanhou sem protestar. Fui para o escritório, abrindo apressado e a empurrando para dentro. Meu pai estava lá, e se assustou com a minha chegada. Fechei a porta e cruzei os braços.

– O que significa isso Clarkson? Estou trabalhando! – ele gritou.

– Vamos fazer isso do jeito mais demorado ou vamos nos resolver logo? – eu disse, trancando a porta.

– Do que você esta falando? – ele gritou, entre dentes.

– Do jeito mais difícil então? Certo. Por mim tanto faz. Cansei de suas intromissões na minha seleção. Mas eu tolerava, pensando que você queria o bem para o país. Mas me enganei. Você só visa o seu querer. Então vamos abrir o jogo. Chegou a minha vez. Eu quero acabar com essa palhaçada. Amanhã, no jornal oficial, eu anunciarei minha escolhida. Quer você queira ou não.

– Mas que palhaçada é essa? E o que essa garota esta fazendo aqui?

– Achei que você fosse querer um consolo quando eu acabasse aqui.

Ele ficou mudo. Finalmente eu consegui surpreender meu pai. Alice mal se movia.

– Vamos fazer o seguinte. Vou fingir que não sei dessa barbaridade, que deveria ser tratada como traição a coroa, acompanhada de açoite em publico e rebaixamento de castas.

– Mas..? – ele perguntou.

– Eu não quero saber o que você vai dizer aos parlamentares e ministros. Mas eu vou escolher a minha esposa, sem o seu consentimento ou intromissão. Lembre-se que a corte francesa esta aqui. E eles dariam minha falta, principalmente o Patrick. Então nem se atreva a pensar em algo contra mim. Qualquer movimento seu, eu abro a boca.

– Você não tem poder algum aqui Clarkson – ele disse, dando de ombros.

– Pode ser que você tenha razão. Mas quer correr esse risco? Quer que os rebeldes em toda Illéa saibam sua fraqueza? Eu já falei tudo o que eu queria, então vou deixa-los, divirtam-se.

Destranquei a porta e saí apressado. Não acredito que fiz isso! Me sinto poderoso! Meu pai não esperava por isso! Resolvi não correr riscos e fui para a ala hospitalar. Patrick ainda estava lá, observando Beatrice em seu sono forçado.

– Tudo certo? – ele perguntou.

– Obrigada por ficar de olho nela. Não quero que fique sozinha.

– Muito nobre de sua parte.

– Vou dormir, mas ainda me preocupo.

– Pois não deveria. Eu estou muito intrigado com o acidente dela. Sinto que pode não ter sido tão acidental assim.

– Penso o mesmo. Por isso pedi para que não a deixasse.

– Vou dormir aqui.

– Serio Patrick?

– Muito serio. Esse sofá é ridiculamente confortável.

– Preciso de mais um favor seu – eu disse, andando pelo quarto a procura de algo em especifico.

– O que? Aproveite meu bom humor.

– Volto em um minuto.

Sai do quarto e consegui papel e uma caneta. Escrevi uma carta rápida. Isso deve servir. Fiz mais duas cópias e voltei.

– Pode parecer loucura, mas preciso que confie em mim e guarde isso com você. Amanha, depois da transmissão do jornal, eu pego de volta.

– O que é?

– Uma carta, que não posso deixar aos meus cuidados. Mas se acontecer algo comigo, ela passa a ser sua.

– Você fala como se corresse perigo.

– Eu sou o príncipe de um país repleto de rebeldes.

– Entendi. Pois bem. Guardarei comigo essa carta e amanha te devolvo.

– Obrigada amigo.

Fui ate o quarto de Katherine e bati. Quando ela abriu, fiz o mesmo pedido que fiz a Patrick e entreguei a carta a ela. Katherine não fez perguntas, apenas pegou e escondeu o bilhete embaixo do colchão. Suspirei aliviado e fui embora, sem falar mais nada.

Enquanto eu ia para meu ultimo destino da noite, fui para do pelo meu pai.

– Você acha mesmo que pode me desafiar assim e sair ileso? – ele perguntou em voz baixa.

Peguei a carta que sobrou e pigarreei.

“Eu, Clarkson Schreave, venho por meio desta carta contar um grande segredo. se esta carta esta sendo lida, provavelmente eu estou fora de sistema. Se eu estou fora do sistema, provavelmente é obra do digníssimo rei de Illéa, meu pai.

Eu sei coisas, que o ameaçam. A começar por seus recente caso com uma das selecionadas, Alice Harris. E a terminar pelo mais polemico, o envolvimento na morte do verdadeiro herdeiro do trono, Justin Illéa, o primeiro marido de minha mãe.

Pode ser encontrado na pagina setenta e quatro do ultimo diário de Gregory Illéa. Uma grande prova da veracidade de meus relatos, é o meu sumiço.”

– Ainda tem algumas coisinhas escritas aqui, mas acredito que o senhor já entendeu a essência – eu disse, dando de ombros.

Meu pai estava bufando. Ele arrancou a carta de minhas mãos e leu, não acreditando. Ele estava ficando cada vez mais vermelho. Ele guardou dentro do paletó e sorriu de lado.

– A propósito, essa é só uma das cartas, eu espalhei outras por ai, com ordens de serem devolvidas depois da transmissão do jornal oficial amanha. E que caso eu não retorne, ou não apareça, ela deve ser lida.

– Muito bem Clarkson. Ótimo jogo. Acredito que ensinei muito bem como as coisas funcionam.

– Boa noite pai. Até amanha. A seleção acaba amanha.

Dei as costas e entrei em meu quarto. Como estou nervoso. Tomei um banho e coloquei o pijama. Já se passava de meia noite quando eu desisti de tentar dormir e coloquei um robe por cima do pijama. Sai, indo em direção ao único lugar que eu de fato quero estar. Bati a porta e esperei, torcendo para não ter problema.

– Clarkson? Aconteceu alguma coisa? – Amberly perguntou.

– Muitas. Você esta melhor?

– Sim. Estou mais calma. Obrigada. Mas e você? O que faz aqui há essa hora?

– Eu.. Eu queria saber..

Respirei fundo. Ela me olhava, com cara de sono e com a cabeça inclinada levemente para o lado.

– Eu queria saber se posso dormir com você essa noite – perguntei.

Amberly arregalou os olhos e ficou me olhando.

– Prometo não fazer nada. Só quero sua companhia. Sua presença sempre me acalmou, e eu estou com muita coisa na cabeça e preocupado. Com medo de algo acontecer..

– Shh.. – ela disse, colocando o dedo sobre meus lábios e sorrindo – Vamos nos deitar.

Sorri e entrei, segurando sua mão. Ela fechou a porta e eu a beijei, como não beijo nenhuma outra. Nossos beijos são mais significativos e provocam reações muito diferentes em mim. Nos afastamos sorrindo e deitamos.

Ficamos de frente um para o outro, abraçados a nossos travesseiros, nos olhando. Ela sorria, assim como eu. Essa distancia me mata. Apoiei a cabeça na mão, me erguendo sobre o cotovelo e ela virou de barriga para cima. A puxei para perto e a beijei. depois tornei a deitar, a puxando para perto.

Amberly me envolveu com o braço e deitou a cabeça em meu peito.

– Boa noite majestade – ela disse, ternamente.

– Boa noite princesa.


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Notas finais do capítulo

Acho que esse capitulo bateu o recorde!
Esta gigantesco!
E o Clarkson :3 nhaaaaa.. Ta tãaaaao fofo e inteligente. Alguem esperava isso?
Nao né?
Bom.. Espero que tenham gostado. Vai com tudo Nathy!!
Bjooos :3