POV’s Fred

Enquanto sentia a água escorrer pelo meu corpo, comecei a me dar conta da burrada que havia feito. Que idiota! Que ideia maluca foi aquela de beijar a Granger? E agora? Como iria ser? Ela, provavelmente, deve estar sentindo um ódio mortal de mim. Isso se não estiver completamente confusa e insegura. Seu burro! Será que não dava pra se controlar não? Estava tudo indo tão bem!

Mas, não. Não deu pra controlar. Eu sei que ela estava brincando quando disse que queria casar comigo. Estava jogando meu jogo. Confiou em mim. Mas, eu não podia deixar passar. Eu quis tanto que ela me aceitasse, que me quisesse. Foi inevitável. Senti as lágrimas descerem ardentes por minha face, misturadas à água que descia pelo meu corpo. Sei que parece gay, mas eu não podia suportar a ideia de perdê-la por não haver conseguido controlar o meu desejo.

Agora eu conheço o gosto dela. Se antes existia alguma dúvida, agora havia sido completa e irrevogavelmente eliminada. Ela me pertencia. O sentimento de posse que tomou conta de mim naquele momento me assombrou. Lembro-me da forma como ela se moldou a mim, o perfume que se desprendia dela, a maciez e a doçura de seus lábios, a doce entrega. Ela é minha. De repente me dei conta de que ela não me rejeitou, ao contrário, retribuiu meu carinho. Isso pode significar que eu tenho chance, não é?

Tomei uma decisão! Terminei o meu banho rapidamente, me enrolei em uma toalha felpuda e, com minha varinha nas mãos, fui até o quarto dela. Desfiz os feitiços de proteção que ela colocou na porta e entrei. Aproximei-me suavemente da cama. Ela ainda dormia, mas um sono agitado. Passei minha mão em seu cabelo, sentindo a maciez dos fios. O perfume dela estava entranhado naquele quarto. Ali eu respirava somente a ela.

─ Você é minha Hermione. Não posso permitir que você se afaste de mim. Desculpe por isto. Obliviate!

Ao apagar as memórias do beijo que trocamos, a agitação que ela sentia passou na hora. Com mais alguns movimentos de varinha desfiz o feitiço do sono que eu havia posto mais cedo. Toquei em seu ombro delicadamente, chamando-a pelo nome. Ela abriu os olhos e sorriu para mim.

─ Vamos dorminhoca. Daqui a pouco o pessoal está chegando. Você tem que se arrumar.

Ela olhou confusa ao redor, percebendo que estava no quarto. Percebi que ela não sabia como havia chegado ali. Pensei rapidamente em uma saída.

─ Quer dizer então que a princesinha folgada sai dizendo que vai ao banheiro “rapidinho”, vem dormir e me larga lá pra terminar todo o trabalho sozinho. – balancei a cabeça e dei um sorrisinho que eu sabia que era sexy para ela. ─ Tsc, tsc, tsc... Mas que menina má, Granger!

Ela me olhou chocada.

─ Desculpa Fred! Eu juro que não sei o que houve. – ela enrugou a testa ainda confusa. ─ Acho que não percebi como estava cansada. Devo ter entrado aqui por alguma razão, que não me lembro, e acabei adormecendo.

Soltei uma sonora gargalhada. Olhei pra ela divertido e aliviado. Ela não lembrava mais do beijo, não estava constrangida comigo. Não iria me deixar. Levantei da cama e percebi que ela arregalava os olhos, se dando conta só agora de que eu estava nu. Um adorável tom de vermelho coloriu suas bochechas e sua boca abriu levemente. Tive de me controlar pra não agarrá-la de novo. Hermione, você será minha perdição... Com um sorrisinho sarcástico, resolvi provoca-la um pouco.

─ Os tomates que você usou na salada teriam inveja da sua cor nesse instante, querida. – eu ri.

─ Fr... Fre... Fred... Po-Porque vo-você está nu no m-meio do meu quarto? – enquanto ela gaguejava, sua voz saia um pouco esganiçada e seus olhos percorriam meu peito causando-me calafrios. Ela lambeu os lábios sensualmente, sem notar, fazendo com que uma parte de minha anatomia desse sinal de vida. Eu precisava sair dali... depressa!

─ Por que eu estava tomando banho, ora essa! Pensei que você fosse mais inteligente. Além disso, não estou nu. Estou de toalha. E só passei aqui pra ver o que tinha acontecido com você. – coloquei as mãos na cintura, fingindo repreendê-la, apenas para notar quando ela engoliu em seco. ─ Eu sei. Sou muito gostoso. Se quiser experimentar qualquer dia, estou a sua disposição. – falei malicioso e fui recompensado ao ver que ela corava ainda mais. ─ Agora mocinha, levante-se daí e vá se arrumar. O Potter, os Lupin e o restante dos Weasley em breve estarão aqui. Contenha-se. Mais tarde, quando eles se forem, eu prometo que serei todinho seu. Vamos!

Hermione não esboçou nenhuma reação. Dei as costas para ela e sai do quarto. A vontade que tive foi de tomá-la em meus braços e descobrir até onde ela deixaria que eu cuidasse dela. Mas, a sua reação a minha nudez foi extremamente gratificante. Eu não posso me afobar, não posso cometer o desatino de tomá-la para mim de qualquer jeito. Porém, nada me impede de seduzi-la. É isso mesmo Friederich Weasley! Agora não tem mais volta. Ou eu conquisto Hermione de uma vez e para sempre, ou desisto de vez e sou infeliz para o resto da minha vida.

Talvez seja uma boa ideia se eu tiver aliados nessa missão. Todos os Weasley e os nossos amigos estavam revoltados com as atitudes do Ronald desde que ele havia humilhado Hermione de maneira tão baixa e vil. Só de pensar nisso a vontade que eu tinha era de arrebentar a cara do meu irmão mais novo. Vou falar com eles. Expor o que sinto e o que quero. Sei que posso contar com minha cópia malfeita e com minha irmã caçula. Eles são os únicos que sabem que eu sou apaixonado pela Hermione desde sempre. Sorri ao pensar que foi Gina quem primeiro desconfiou. Ela notou antes mesmo do meu irmão gêmeo, que é quem mais me conhece. Sei que posso contar com os dois.

Minha mente girava. Talvez, eu tivesse mais chance se eu contasse com ajuda do Potter. Ele era o melhor amigo dela, como um irmão. E sei que eles se tratavam assim, como irmãos. É isso. Tenho que trazer o Potter para o meu lado. Hermione, meu amor, você ainda será minha...